Lucas Legume, membro do Movimento Passe Livre (MPL), rebate as
críticas que foram direcionadas às manifestações de junho de 2013 quando
comparadas aos resultados das eleições: “Junho foi a prova de que a esquerda
precisa voltar a fazer trabalho de base”
José Francisco Neto
Da Redação
Após o
resultado do primeiro turno das eleições do dia 5 de outubro, diversas análises
atribuíram a ascensão de parlamentares conservadores no Congresso Nacional às
manifestações de junho do ano passado. As críticas foram voltadas,
principalmente, a questão de que os protestos não foram eficientes, uma vez que
o resultado das urnas foi um retrocesso.
Lucas
Legume, membro do Movimento Passe Livre (MPL), movimento que iniciou as
mobilizações em junho de 2013, rebate as críticas que foram direcionadas às
mobilizações. De acordo com ele, quem estabelece uma correlação entre
mobilização popular e votação tenta distorcer o sentido dos protestos que
ocorreram.
“Quem
aposta na via eleitoral para explicar a Junho está completamente equivocado. Se
você espera que é a mobilização popular que vai alterar as eleições, você não
entendeu nada sobre mobilização popular nem sobre eleições. A grande questão de
junho é que foi uma via não institucional, que a gente apostou e que a gente
continua apostando”, explica.
Legume
reforça que a esquerda tinha que fazer uma autocrítica e rever sua ausência dos
movimentos de base. “Então, se o projeto eleitoral não se realizou, isso não
tem a ver com as mobilizações de junho. Junho foi a prova de que a esquerda
precisa voltar a fazer trabalho de base, se organizar diretamente, para a
partir daí poder crescer.”
O membro
do MPL ainda ressaltou que o legado das Jornadas de Junho estimulou as pessoas
a lutarem ainda mais e a se articularem de maneira autônoma. Legume também
declarou que o posicionamento do movimento no segundo turno "será o
mesmo."
“Não são
das urnas que virão as transformações reais para a população, e sim da
organização popular. As ruas não estavam pedindo um novo salvador, mas estavam
se organizando para se criar outra coisa”, conclui.
FONTE: Brasil de Fato
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