Lançamento do livro "A Coluna Prestes" e conferência de abertura da historiadora Anita Prestes, no Simpósio 100 Anos da Revolução de 1924 e da Coluna Prestes, em 17 de setembro de 2024, na Universidade de São Paulo (USP)
[O livro encontra-se em pré-venda no site da editora e na Amazon, estando disponível a partir de 16 de setembro de 2024.]
Em comemoração aos cem anos da Coluna Prestes (que durou de 1924 a 1927), a Boitempo relança a obra de Anita Leocadia Prestes sobre o assunto. Fruto da tese de doutorado da autora defendida em 1989 na Universidade Federal Fluminense (UFF), o livro é a mais completa obra de pesquisa e reconstrução sintética sobre a Coluna, apoiada em sólida formação teórica e aparato documental em grande parte inédito à época de sua primeira edição.
Dividida em três partes, a obra começa com um panorama da sociedade na época, ainda com resquícios do sistema escravocrata e caminhando para um maior desenvolvimento capitalista, em meio a uma crise econômica, política e social. A segunda parte aborda a marcha da Coluna, numa narrativa enriquecida por diversos depoimentos, entre os quais o de Luiz Carlos Prestes, pai da autora. Nela, Anita Prestes busca responder à questão central de como uma força armada com parco aparelhamento bélico e dotado de poucos recursos nunca foi derrotada. Já na parte final, é tratado o relacionamento da Coluna com as populações urbanas e rurais e as forças políticas da época.
“Anita conseguiu enveredar pelo difícil caminho da fonte oral – o herói invencível a relatar sua própria história – e saiu-se com rara felicidade dessa empreitada, demonstrando notável isenção como observadora do seu fato histórico e superando a ligação afetiva com aquele que era, ao mesmo tempo, o principal ator e a fonte fundamental de seu relato. Eis o primeiro e não menos importante mérito do trabalho, isto é, não cair na armadilha de seu próprio método”, escreve Maria Yedda Leite Linhares no prefácio.
Trecho do livro
"Baseado na experiência do 1º BF, Prestes tentava transformar a tropa que se encontrava sob o seu comando num exército, no qual vigorasse a disciplina militar e, ao mesmo tempo, pudesse desenvolver se a iniciativa dos soldados. Sem uma disciplina rigorosa e um comando único e centralizado, as forças revolucionárias seriam desbaratadas. Mas, sem a participação ativa de cada soldado, sem a compreensão, de parte de cada um deles, de que estavam lutando pela libertação do Brasil do governo despótico de Artur Bernardes, seria impossível garantir a sobrevivência de uma força armada, em que não havia soldo, nem pagamento de qualquer espécie, ou vantagens de qualquer tipo, e se exigia, para permanecer em suas fileiras, um grande espírito de sacrifício e muita disposição de luta. Tratava-se de construir um exército diferente das Forças Armadas regulares, nas quais a disciplina era imposta por meio da violência e os soldados não passavam de meros cumpridores de ordens superiores."
Assista ao vídeo do evento ocorrido em 6 de agosto de 2024 e promovido pelo Instituto Histórico e Geográfico de Santo Ângelo e a Secretaria Municipal de Cultura. O evento faz parte da programação da Semana Cultural do município de Santo Ângelo (RS) e tem por objetivo rememorar os 100 anos do início da marcha da Coluna Prestes, um movimento rebelde liderado por militares e formado na região das Missões que percorreu o Brasil por mais de vinte mil quilômetros, entre os anos de 1924 e 1927. Liderados por Luiz Carlos Prestes, capitão do 1º Batalhão Ferroviário, sediado em Santo Ângelo, os militares queriam a deposição do presidente da República, Artur Bernardes. A Coluna Prestes é um dos principais acontecimentos da Primeira República no Brasil, período compreendido entre 1889 e 1930. Os palestrantes foram a historiadora Anita Leocádia Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes e que possui várias obras sobre o tema, e o historiador Amilcar Guidolim Vitor, autor da obra “Militares e maragatos em armas: as revoltas tenentistas de 1924 e a formação da Coluna Prestes no Rio Grande do Sul”.
O Blog da Boitempo publica texto de Geraldo Barbosa sobre "A Coluna Prestes", premiada obra de Anita Leocadia Prestes que ganha nova edição revisada pela Boitempo. LEIA O TEXTO COMPLETO CLICANDO NO LINK ABAIXO:
No texto "Importante pesquisa sobre a formação da Coluna Prestes", no Blog da Boitempo, a historiadora Anita Prestes comenta o livro “Militares e Maragatos em armas: as revoltas tenentistas de 1924 e a formação da Coluna Prestes no Rio Grande do Sul”, de Amilcar Guidolim Vitor. LEIA O TEXTO COMPLETO CLICANDO NO LINK ABAIXO:
Por ocasião do 150° aniversário do nascimento de Leocadia Felizardo Prestes (1874-1943), no último dia 11 de maio, o Blog da Boitempo publica texto da historiadora Anita Prestes, neta de Leocadia, em uma importante oportunidade de resgatar a memória dessa mulher brasileira que, como tantas outras suas conterrâneas, revelou, com sua conduta, que “viver é tomar partido”, contribuindo para a luta por um futuro de justiça social e liberdade para nosso povo.
“Señora, hiciste grande, más grande a nuestra América…” (verso do poema Dura Elegia, de autoria do poeta chileno Pablo Neruda, escrito e lido especialmente para o momento do enterro de Leocadia Prestes, em junho de 1943)
Uma entrevista imperdível e necessária com Clara Mattei, autora do livro "A ordem do capital: como economistas inventaram a austeridade e abriram caminho para o fascismo", publicado pela Editora Boitempo. Entrevista no canal Opera Mundi, no YouTube.
"Instruí-vos, porque precisamos da vossa inteligência. Agitai-vos, porque precisamos do vosso entusiasmo. Organizai-vos, porque carecemos de toda a vossa força". (Palavra de ordem da revista L'Ordine Nuovo, que teve Gramsci entre seus fundadores)
"Há instantes em que somos senhores do nosso destino." (Shakespeare)
"Nada deve parecer natural. Nada deve parecer impossível de mudar." (Bertolt Brecht)
Pesquisar neste blog
Com a revolução, rumo ao socialismo!!!
Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança
Os que lutam
"Há homens que lutam um dia e são bons, Há outros que lutam um ano e são melhores, Há os que lutam muitos anos e são muito bons, Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis." (Bertolt Brecht)
"De nada valem as idéias sem homens que possam pô-las em prática." (Karl Marx)