domingo, 10 de março de 2024

Anita Prestes na TUTAMEIA sobre os 60 anos do golpe civil-militar de 1964 (Vídeo)

As esquerdas e os comunistas não organizaram o movimento de massas para o golpe, diz Anita Prestes



“A polícia veio aqui em casa. Viram que tinha muito livro e até foi meio cômico. Perguntaram se ali tinha literatura subversiva. Minha tia disse: ‘Não, de jeito nenhum’. Eles pegam o telefone, ligam para alguma chefia: ‘Olha tem muito livro, mas isso deve estar tudo na cabeça do homem, e achamos que não vale a pena tirar’. Eles estavam com preguiça. Tinham que botar um caminhão para carregar tudo aquilo. O chefe concordou e eles levaram só um passaporte do meu pai. Perguntaram por mim. A minha tia disse que eu estava viajando e ficou por isso mesmo. Não me reconheceram”.

Assim, Anita Prestes descreve a invasão da polícia em sua casa pouco depois do dia do golpe militar de 1964, quando tinha 26 anos. Filha de Luiz Carlos Prestes, ela estava no Rio estudando química e acompanhava o movimento estudantil. Historiadora e autora de livros sobre a trajetória de seu pai e a história brasileira no século 20, Anita rememora ao TUTAMÉIA aqueles dias tensos de sessenta anos atrás.

Ali, naquele apartamento onde a polícia encontrou a biblioteca de Prestes, tinha havido uma reunião da comissão executiva do PCB no dia 31 de março. Fala Anita:

“Decidiu-se que Prestes telefonasse para o brigadeiro Francisco Teixeira, que era membro do PCB e comandante da base aérea aqui do Rio de Janeiro. Prestes ligou para ele para ver se a aeronáutica poderia bombardear a coluna do Mourão que vinha para o Rio. Isso foi na manhã do dia 31. Se fosse feito isso, provavelmente seria desarticulado o golpe. Mas o brigadeiro Teixeira disse para o Prestes que todos os tenentes dele já tinham passado para o outro lado e que ele não podia fazer nada. Acho que isso foi uma desculpa que o brigadeiro deu para o Prestes, na medida em que ele não tinha recebido permissão do Jango para atacar a coluna do Mourão. O Mourão chegou ao Rio sem ter sido atacado”.

Para Anita, o golpe de 64 “foi uma derrota muito séria das esquerdas em geral e de nós, os comunistas, em particular”.

“As esquerdas e nós, também, o PCB, não preparam o movimento de massa. Não fizeram a organização popular. Tanto o movimento sindical quanto o estudantil era cupulista, basicamente de cúpula. Não tinha grande penetração nos setores populares. Não por acaso, na hora que o CGT decreta greve geral, no primeiro de abril, a greve não acontece”.

“A direita se organizou muito bem, através dos militares, do Ibad, aquelas entidades que foram criadas e os Estados Unidos apoiando”.

“13 de março de 64 foi um grande comício. Eu estive lá na Central do Brasil, mas não tinha uma organização por trás daquilo. Depois, veio a hora de a direita tentar derrubar o Jango. Menos de um mês depois, onde estava aquele povo todo? Não se mobilizou para apoiar o Jango”.

Refletindo sobre essa história, ela fala sobre hoje:

“Vejo com preocupação a possibilidade de o bolsonarismo, de tendências fascistas voltarem ao governo em 2026. Existe risco forte. É preciso organizar os setores populares para apoiarem o Lula na luta contra o fascismo”.  

O depoimento de Anita Prestes, gravado em cinco de fevereiro de 2024, integra uma série de entrevistas sobre o golpe militar de 1964, que está completando sessenta anos. Com o mote “O que eu vi no dia do golpe”, TUTAMÉIA publica neste mês de março mais de duas dezenas de vídeos com personagens que vivenciaram aquele momento, como Almino Affonso, João Vicente Goulart, Frei Betto, Franklin Martins, Janio de Freitas, Roberto Requião, Djalma Bom, Luiz Felipe de Alencastro, Ladislau Dowbor, Margarida Genevois, Roberto Amaral, Guilherme Estrella, Sérgio Ferro e Rose Nogueira.


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Conexão Federal: Mulheres da família Prestes, com Anita Prestes


A UFSCar guarda, nas Coleções Especiais de sua Biblioteca Comunitária, a Coleção Luís Carlos Prestes, formada por documentos, recortes de jornais, objetos e outros materiais que contam a história deste que foi uma das principais figuras da história brasileira do Século XX.

Nesta edição de Conexão Federal, a filha de Prestes e Olga Benário - morta pelos nazistas na Alemanha em 1942, onde, em 1936, dera à luz Anita Prestes, separada da mãe aos 14 meses - conversa com a jornalista Mariana Pezzo em meio a cartas, fotografias e objetos de sua infância que fazem parte do acervo, trazendo à tona lembranças e reflexões que, mais que resgatar a memória do passado, nos ajudam a pensar sobre outros futuros possíveis. 

Mais informações sobre a Coleção Luís Carlos Prestes e a produção deste material: https://www.ufscar.br/noticia?codigo=...

Está com pressa? Vá direto ao tópico que te interessa!

14:15 - Anos de formação de Anita Prestes e sua relação com a mãe e o pai, através de correspondência hoje guardada na Coleção Luís Carlos Prestes

27:36 - Saiba mais sobre a Campanha Prestes pela libertação de presos políticos, que levou ao resgate de Anita Prestes, aos 14 meses de idade, pela avó Leocádia e a tia Lygia Prestes, e conheça detalhes da vida dessas mulheres combativas ao longo de toda as suas vidas

42:00 - Anita Prestes fala, de um lado, do comunismo como um ideal de sociedade e, de outro, do socialismo real e os caminhos trilhados, sobretudo, na Antiga União Soviética

52:47 Anita Prestes aborda o anticomunismo, o que classifica como mentiras sobre seu pai e, dentre elas, especialmente a de que teria apoiado Getúlio Vargas e apertado a sua mão


FONTE: Conexão Federal  UFSCar - Universidade Federal de São Carlos -- canal no YouTube


domingo, 21 de janeiro de 2024

Camarada Lênin, presente!!! Nos 100 anos de sua morte, a necessidade de conhecer e entender o legado de um dos maiores comunistas revolucionários da história

"O proletariado tem como única arma na luta pelo poder, a organização"

Vladímir Ilitch Lênin (22/4/1870 – 21/1/1924)


Escultura no Parque Lenin, em Havana, Cuba.

Como disse o historiador Valerio Arcary, "cem anos depois da morte de Lênin, nunca foi tão sentida a falta de leninistas" e adverte que passado todo esse tempo "não são muitos aqueles na esquerda que ainda hoje se definem como leninistas", sendo que o fato de Lênin não ser popular, "justiça seja feita, essa realidade nos diz mais sobre a maioria da esquerda contemporânea do que sobre Lênin" (em "Um leninismo para o século XXI", publicado em 19/01/2024 no Esquerda Online). 

Para se ter uma perspectiva efetivamente revolucionária, é incontornável e imprescindível conhecer e entender o legado de um dos maiores comunistas revolucionários da história, Vladímir Ilitch Uliánov "Lênin", que neste 21 de janeiro de 2024 completa-se 100 anos de sua morte. Todo seu legado está vinculado às dimensões políticas práticas de "mudar o mundo", unindo teoria e prática. Trata-se de um marxismo revolucionário aberto, não dogmático, porque é crítico sem ser doutrinário. Como afirma o historiador Tamás Krausz, autor da obra "Reconstruindo Lênin: uma biografia intelectual" (Boitempo, 2017), "sabemos que os revolucionários socialistas – pessoas cujas ações pretenderam lançar as bases de uma alternativa comunal-humanista ao capitalismo – não são tidos em grande estima pela historiografia moderna. O historiador pode ser tomado como o exemplar típico de 'intelectual servil'. Isso nos oferece amplas razões para nos aferrarmos à objetividade, da qual qualquer historiador precisará a fim de evitar seguir as opiniões em voga e também preservar uma abordagem crítica" (p. 12).

Assim, "pesquisas sobre o legado de Lênin foram deixados à margem da literatura acadêmica recente. Porém isso não significa que novos livros e estudos sobre Lênin, sua vida e sua obra não apareçam diariamente" (p. 12). Lênin é, certamente, uma figura incômoda aos donos do poder e ao grande capital, cujos intelectuais orgânicos preservam antigos equívocos e/ou acrescentam preconceitos de nossa época em relação às interpretações sobre Lênin. Trata-se de seguir a lógica da História Oficial de esquecer,   silenciar,   deturpar   e   combater as lideranças, os militantes, os ideais e as lutas dos setores, que não obtiveram êxito em seus propósitos revolucionários e transformadores e, muitas vezes, sofreram duras derrotas. Dessa  forma,  são  consagradas  inúmeras deformações históricas,  inúmeras inverdades  históricas  e  silenciados  numerosos  acontecimentos  da vida e da obra de Lênin que  não  são  do  interesse  dos  setores dominantes que sejam do conhecimento da grande maioria das pessoas e, em particular, das novas gerações. 

Ainda assim, na contramão dos intelectuais  orgânicos comprometidos com a burguesia que cumprem a função de produzir  tal  História  Oficial,  existem novos livros e estudos sobre Lênin, assim como novas edições dos escritos de Lênin. Merecem destaque as publicações das editoras Boitempo e LavraPalavra.

A Boitempo Editorial tem a coleção Arsenal Lênin, que já soma sete obras incontornáveis: o clássico O ESTADO E A REVOLUÇÃO; os preciosos CADERNOS FILOSÓFICOS, reunindo as famosas reflexões e estudos que o marxista russo fez sobre Hegel, às vésperas da Revolução Russa; e a coletânea DEMOCRACIA E LUTA DE CLASSES; O QUE FAZER?, publicado em comemoração aos 150 anos de nascimento de Lênin; IMPERIALISMO, ESTÁGIO SUPERIOR DO CAPITALISMO e DUAS TÁTICAS DA SOCIAL-DEMOCRACIA NA REVOLUÇÃO DEMOCRÁTICA; e, recentemente, O DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO NA RÚSSIA, uma análise rigorosa da economia e da estrutura social da Rússia no período posterior à reforma de 1861, que aboliu a servidão do campesinato. 



Uma outra indicação de livro da Boitempo é Reconstruindo Lênin: uma biografia intelectual, do historiador húngaro Tamáz Krausz, resultado de quatro décadas de pesquisas.



A editora LavraPalavra apresenta uma série de publicações dos escritos de Lênin, a saber: 

Escritos de Juventude de Lênin – volumes 1 e 2 Edição: 2020 (Atualmente, não mais reeditados pela editora)

A emancipação das mulheres e a revolução proletária – V. I. Lênin Edição: 2021

O centralismo democrático de Lênin: a luta pela organização revolucionária Edição: 2021

Lênin e a religião (coletânea) Edição: 2022

Estratégia e tática da hegemonia proletária, por Lênin Edição: 2023

Quem são os “amigos do povo” e como lutam contra os social-democratas?, por Vladímir Ilitch Lênin Edição: 2023

Um passo à frente, dois passos atrás Edição: 2024

O Pensamento de Lênin – Henri Lefebvre Edição: 2020

Meus dias com Lênin, por Máksim Górki Edição: 2021

Lênin e a filosofia: materialismo, dialética e a crise nas ciências Edição: 2023



Vale destacar um lançamento da editora Autonomia Literária. Trata-se do livro "Lênin anticolonial: as lutas dos povos colonizados contra o imperialismo", edição 2024, autoria de Vladímir Ilitch Ulianov Lênin; organização de Pedro Silva; prefácio de Jones Manoel.



Recomenda-se a leitura do artigo de Anita Prestes no blog da Boitempo, intitulado "V. I. Lênin (22/4/1870 – 21/1/1924), a luta pelo poder revolucionário e as 'esquerdas' no Brasil de hoje"No 152° ano de nascimento de Vladímir Ilitch Lênin, o grande artífice da Revolução de Outubro de 1917 na Rússia, a historiadora Anita Prestes analisa, em artigo no blog da Boitempo, as ideias mestras das transformações revolucionárias elaboradas por Lênin, destacando como estes ainda são ensinamentos valiosos para as forças de “esquerda” no Brasil de hoje.

CLIQUE NO LINK PARA LER O TEXTO DE ANITA PRESTES NO BLOG DA BOITEMPO:

https://blogdaboitempo.com.br/2022/04/22/v-i-lenin-22-4-1870-21-1-1924-a-luta-pelo-poder-revolucionario-e-as-esquerdas-no-brasil-de-hoje/


Dossiê "Vladimir Ilitch Ulianov – Lenin – 150 anos!"

Edição da revista Germinal: Marxismo e Educação em Debate (v. 12, n. 2, 2020).

https://periodicos.ufba.br/index.php/revistagerminal/issue/view/1999


Coleção raríssima: Obras Completas de Lênin (55 volumes), em espanhol

Em 1981, a Editora Progresso (soviética) iniciou a publicação da mais ampla compilação das Obras Completas de Lênin - são 55 volumes, reunindo todos os livros, folhetos, artigos, rascunhos e esboços, cartas escritas por Lênin. A edição é muito bem cuidada, com muitíssimas notas explicativas e biografias de personagens citados. 

LINK para download dos 55 volumes: https://archive.org/details/@gianferdinand?and[]=subject%3A%22obras+completas%22 (clique sobre cada volume e escolha sempre PDF, à direita, abaixo)  scan de boa qualidade.


Dossiê "Vladimir Illitch Lênin: 150 anos" – Marxismo21

A Editoria de Marxismo21 valeu-se do amplo material publicado nos Marxists Internet Archive e levantou textos de intérpretes da obra de Lênin, brasileiros e do exterior, Vídeos de debates e de cursos recentes sobre a obra do revolucionário russo também integram este extenso dossiê.

https://marxismo21.org/vladimir-illitch-lenin/


Lenin em vida (documentário raro)

Todos os filmes com Lenin que restaram no tempo, reunidos em documentário de 1969 por Mikhail Romm: "Живой Ленин" [Zhivoi Lenin] - "Lenin vivo" ou "Lenin em vida". Postos em ordem cronológica e acrescidos de comentários, formam material indispensável ao estudioso do comunismo, da União Soviética e do século XX.

Clique no link: https://www.fishuk.cc/2016/01/lenin-vivo.html


sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Davi Perez - Flor na trincheira (Lyric Vídeo)

"E que não seja só no 8 de março

O protagonismo das mulheres no compasso

O seu papel não será secundário

Vai ser na linha de frente do bloco revolucionário!"


Composta em 2012, é lançada agora uma nova versão de "Flor na trincheira", na voz de seu compositor, Davi Perez.

Excelente para trabalhar em sala de aula, abordando o protagonismo das mulheres, que se colocaram contra o status quo, articulado com várias temáticas dos conteúdos do ensino de História na educação básica (em especial, estudantes do 9° ano do ensino fundamental e do ensino médio).






Letra: Davi Perez

Vocal: Davi Perez

Instrumental: Rato Reverso

Mixagem e Masterização: Davi Perez


Flor na trincheira (Davi Perez)


E que não seja só no 8 de março

O protagonismo das mulheres no compasso

O seu papel não será secundário

Vai ser na linha de frente do bloco revolucionário!


É uma força de Olga, de Anita, de Alexandra Kollontai

É o grito da Rosa que da memória não sai

Dandara contra o português, Juana contra o espanhol.

Buscando sua vez, o lugar de todos ao sol.


Bravura aguerrida que ninguém esquece

Ternura vivida sentida muito mais do que parece

Flor na trincheira não se contenta com jardim e parque

É a morte tão viva no grito de Joana Darc


E tantas vezes chegaram à vitória

Heroicas mulheres que juntas fazem a história

Bruxas do feitiço da emancipação humana

É na flor da nossa pele que o anseio emana


Se seguem dias, meses e anos de glória.

Quando se busca muito mais que uma vida simplória

Proletárias, operárias, solidárias, revolucionárias.

Incendiarias das capitanias hereditárias


Marchando e desabando igual avalanche

Mira e atira no inimigo tipo Célia Sanchez

O que importa se é de bota, de chinelo ou tamanco.

Em meio guerra é heroína da paz, Elisa Branco


Condutora do assalto ao céu

Pedagoga da comuna foi Louise Michel

Da laia das companheiras lutadoras de saia

Sem deixar que caia nossa pátria camarada Krupskaia


Não cai pro lado da contrarrevolução

Como Frida na cabeça e no coração

Enquanto no poder patriarca não se puser fim

A luta seguirá no exemplo de Clara Zetkin


Monstro verdugo não vai nos intimidar

A coragem de fibra é a súplica de Soledad

É comandante do povo, capacidade que não se mede.

É Tanja Nijmeijer, também é Leila Khaled


E que não seja só no 8 de março

O protagonismo das mulheres no compasso

O seu papel não será secundário

Vai ser na linha de frente do bloco revolucionário!


É Lyudmila Pavlichenko exterminando vários nazis

Com o inimigo dos povos jamais faremos as pazes

Bravura aguerrida que ninguém esquece

Ternura vivida sentida muito mais do que parece


Contra o velho chorume burguês embebido nesse formol

Buscando sua vez, o lugar de todos ao sol.

Resistência na Síria, Palestina, Iraque.

Flor na trincheira não se contenta com jardim e parque


Vai marchando e desabando igual avalanche

Até que toda exploração e opressão se desmanchem

É Ângela Davis contra o império branco

E não importa se é de bota, de chinelo ou tamanco.


E tantas vezes chegaram à vitória

Heroicas mulheres que juntas fazem a história

Bruxas do feitiço da emancipação humana

É na flor da nossa pele que o anseio emana


Se seguem dias, meses e anos de glória.

Quando se busca muito mais que uma vida simplória

Proletárias, operárias, solidárias, revolucionárias.

Incendiarias das capitanias hereditárias


A burguesia já perdeu o sentido

No romance de Pagu reside o desejo aguerrido

Pelo que não tem censura, governo, juízo.

E será feito na terra, sem inferno nem paraíso.


As condutoras do assalto ao céu

Com seu arsenal farão do capital o verdadeiro réu

Não mais senhores, reis e nem patrões.

Somente humanas convivências e humanas paixões


E que não seja só no 8 de março

O protagonismo das mulheres no compasso

O seu papel não será secundário

Vai ser na linha de frente do bloco revolucionário!

sábado, 6 de janeiro de 2024

Editora alemã publica escrito de Olga Benario sobre a Juventude Comunista de Berlim

A editora alemã Verbrecher Verlag publicou, recentemente, um livro raro de autoria da própria Olga Benario Prestes (1908-1942) e publicado pela editora "Jovem Guarda" na União Soviética em 1929. No livreto original intitulado "Trablho e dias de KIM", Olga relata as atividades desenvolvidas pela Juventude Comunista Internacional (KIM - Kommunisti International Molodoi), durante os anos de sua militância na Alemanha.

A edição alemã, com tradução do russo por Kristine Listau e prefácio de Anita Prestes, recebeu o título Berliner Kommunistische Jugend (Juventude Comunista de Berlim), tem encadernação em capa dura e possui o total de 128 páginas.

“Já são dez e meia. Alguém sugere ‘sair juntos para tomar sorvete!’ Todos concordam. Há um pequeno café na Bergstrasse onde uma porção de sorvete custa dez pfennigs. A turma toda vai para lá. O sorvete é maravilhoso! Mas uma tempestade está chegando. O dono do café paga aos seus funcionários taxas mais baixas do que o acordo coletivo de trabalho. Quando ficamos sabendo disso, decidimos boicotá-lo. O boicote dura uma semana até que o empresário desista por medo de perder seus clientes mais importantes conosco. Os funcionários recebem seus salários de acordo com o acordo coletivo e voltamos a visitar o restaurante.”

Aos 21 anos, Olga Benario escreve isto em Moscou, para onde fugiu após a sensacional libertação de Otto Braun. Seu livro, que descreve a vida cotidiana da Juventude Comunista em Berlim, foi publicado em Moscou, em russo, em 1929.

Dado que há muito pouca literatura sobre a organização e os métodos de trabalho da KJVD e as histórias de Olga Benario sobre os cartazes noturnos, a angariação de fundos ou os escritórios do partido são tão bonitas quanto perspicazes, este livro é um testemunho importante. E por último, mas não menos importante, o tom muito próprio de Benario, que oscila entre o orgulho e a auto-ironia, irá encantar todos os leitores. (Da página da editora: https://www.verbrecherverlag.de/shop/berliner-kommunistische-jugend/. Traduzido por Google Tradutor)



Existe um exemplar original em russo deste livreto escrito por Olga Benario Prestes no acervo da Coleção Luiz Carlos Prestes (LCP) das Coleções Especiais e Obras Raras da Biblioteca Comunitária da UFSCar (COLESP BCo/UFSCar).




No segundo semestre de 2022, a editora a Verbrecher Verlagseu publicou o livro Olga Benario Prestes. Eine biografische Annäherung (Olga Benario Prestes. Uma abordagem biográfica), de autoria da historiadora Anita Prestes A edição alemã é uma versão do livro “Olga Benario Prestes: uma comunista nos arquivos da Gestapo”, publicado originalmente pela editora brasileira Boitempo em 2017. Em maio de 2023, Anita Prestes esteve na Alemanha para uma série de atividades relacionadas com o lançamento do seu livro Olga Benario Prestes. Eine biografische Annäherung. Sobre essas atividades, saiba mais em: "Anita Prestes é capa do jornal alemão Berliner Zeitung"; "Olga Benário é exemplo de resistência contra o fascismo", "Vídeo do evento 'Anita Leocádia Prestes sobre Olga Benário Prestes. Uma abordagem biográfica', no Literaturforum im Brecht-Haus (Fórum de Literatura na Casa Brecht)".