sábado, 30 de abril de 2016

Grande Ato no Parque Madureira - Dia do Trabalhador(a)

Dia 1 de maio,  às 15:00
As atividades acontecerão no Parque Madureira, na praça do Samba - praça Paulo da Portela.
Rua Soares Caldeira, 115 (atrás do Madureira Shopping)



A vida do povão está cada vez mais difícil. Os preços dos alimentos nas alturas, salário insuficiente para as despesas, contas cada vez mais caras e a piora de toda essa realidade com desemprego e a retirada de direitos aumentando. Isso tudo são os reflexos dos governos do PT/PMDB em acordos com o agronegócio, os banqueiros e os empresários. Eles governam para seus interesses e os trabalhadores sofrem! Agora temos mais um Projeto de Lei do Governo Federal, o PL 257, que vai retirar mais direitos dos servidores. Temos que barrar este Projeto!

Como se já não bastasse a vida nada fácil, a direita mais raivosa, preconceituosa e intolerante do país impulsiona um impeachment para derrubar um governo democraticamente eleito e com isso colocar um presidente de mentira, o ladrão do Cunha como vice, abafar todos os casos de corrupção que seus deputados estão envolvidos e arrebentar ainda mais com os trabalhadores. Devemos dizer não ao impeachment!

Contra todos esses brutais ataques, diversas organizações de oposição de esquerda ao governo e à direita tradicional estão convocando, através de uma Frente de Esquerda Socialista, a construção de um 1º de Maio que aponte todas as saídas pela esquerda e para o fortalecimento dos direitos e conquistas dos trabalhadores. Que essa data, seja palco das diversas categorias que lutam com greves e contra a perda de direitos! Que seja um espaço para os estudantes que promovem ocupações históricas nos colégios estaduais de nossa cidade.

Pensamos que está mais do que na hora de o subúrbio da nossa Cidade ser protagonista das lutas e das resistências do nosso povo, afinal a população que mais trabalha, que tem a maioria de mulheres, negros e em boa parcela sofrendo muito com a crise e com a violência constante da polícia, são os que mais sofrem e resistem diariamente. São por esses motivos que o 1 de Maio será em Madureira, com a presença de lideranças comunitárias, artistas, camelôs, desempregados e trabalhadores que desejam a unidade nas lutas e um futuro melhor.

- Por Emprego e Moradia!
- Por Saúde e Educação Públicas!
- Por um Transporte Público e de Qualidade!
- Contra o Extermínio da Juventude Negra!
- Contra o racismo, o machismo e a homofobia!
- Contra os Ajustes Fiscais de Dilma/PT e Pezão/PMDB.
- Contra o PL 257!
- Contra o Impeachment da direita reacionária!
- Por uma alternativa dos trabalhadores e da juventude!
- Em apoio à luta dos servidores públicos estaduais, contra os ataques de Pezão/Dornelles!
- Em apoio às ocupações das escolas!

Constroem o Grande ato de 1º de maio - dia dos Trabalhadores:

PSOL/RJ - PCB - NOS - MES - LSR - MRT - Insurgência - Mandato do Renato Cinco - Asfoc de Luta (Oposição Sindical) - Coletivo Marxista - MOS (Movimento de Oposição dos Serventuários) - Andes Regional/RJ - Aduff - Asduerj - Adunirio - Independentes - Coletivo Ana Montenegro - Coletivo Minervino de Oliveira - Coletivo Construção - Sindicato dos Aeroviários (Simarj) - Unidade Classista/RJ - UJC - Rua Juventude Anticapitalista - ADUR - MNLM (Movimento Nacional de Luta por Moradia) - Comitê da palestina - Coletivo Braços Dados - Esquerda Marxista - Liberdade e Luta!

Programa de Temer prevê privatização de "tudo o que for possível"

Documento defende ‘novo começo’ nas relações entre Estado e empresas privadas


por Simone Igleias, Junia Gama e Catarina Alencastro
O Globo - 29/04/2016


BRASÍLIA — O documento que servirá de base a um eventual governo Michel Temer, e que deve ser divulgado na próxima semana, afirma que, na infraestrutura, “tudo” o que for possível deve ser concedido ou privatizado: “O Estado deve transferir para o setor privado tudo o que for possível em matéria de infraestrutura. Quanto às competências que reservará para si, é indispensável que suas relações com contratantes privados sejam reguladas por uma legislação nova, inclusive por uma nova lei de licitações. É necessário um novo começo das relações do Estado com as empresas privadas que lhe prestam serviços”, diz trecho do documento.

O texto, chamado “A travessia social”, é composto por 17 páginas e, além de tratar os temas Educação, Saúde, Corrupção, Benefícios Sociais e Economia, faz um diagnóstico sobre os motivos que levaram o país à crise política e à recessão. A ideia da gestão Temer é focar em concessões e parcerias público-privadas, buscando um ambiente melhor com a iniciativa privada para investimentos. Os investimentos privados são considerados, no documento, fundamentais para ajudar a resolver “a maior crise da História”.


No texto “A travessia social”, além de se comprometer com a manutenção da Operação Lava-Jato, Temer propõe a aprovação de uma lei que responsabilize de forma mais rígida e clara os dirigentes das estatais. “Muito do que deve ser feito já está proposto e, com algum esforço político, pode ser rapidamente transformado em legislação. Um conjunto de novas leis deve ser aprovado com o objetivo de estabelecer regras estritas de governança”, diz o documento.

O PMDB se compromete, também, a garantir recursos para Polícia Federal e Receita Federal continuarem trabalhando “no combate ao crime”. “As lições que estamos vivendo hoje nos obrigam a buscar a reengenharia das relações do Estado com o setor privado e reduzir ao mínimo as margens para a transgressão e o ilícito (...) A obrigação de qualquer governo responsável é responder a esta demanda da sociedade com uma nova postura ética”.

Na área social, Temer reitera a manutenção de todos os programas criados nas gestões petistas, como Bolsa Família, Pronatec e Minha Casa, Minha Vida. O documento faz críticas à paralisia desses dois últimos programas, com o compromisso de voltar a investir.

“Para 2016 não há sequer previsão de recursos para o Pronatec e toda a programação está suspensa. O colapso fiscal do Estado está matando um programa correto e produtivo”, afirma outro trecho da proposta.

FONTE: O Globo

sexta-feira, 29 de abril de 2016

Mais tragédias anunciadas nas próximas obras

 Para o capital, tudo. Para a natureza e o povo, nada.

Comissão do Senado aprova PEC que derruba licenciamento ambiental para obras

ANDRÉ BORGES - O Estado de S. Paulo - 27/04/2016.

 

Projeto prevê que a partir da simples apresentação de um Estudo Impacto Ambiental (EIA) pelo empreendedor, nenhuma obra poderá mais ser suspensa ou cancelada

 Leia Mais:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,comissao-do-senado-aprova-pec-que-derruba-licenciamento-ambiental-para-obras,10000028489
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Desabamento de parte da recém-inaugurada ciclovia Tim Maia, na Avenida Niemeyer, no Rio de Janeiro (RJ), durante uma ressaca no mar de São Conrado, ocorrida em 21/4/2016.





BRASÍLIA – Em meio ao terremoto político que toma conta de Brasília, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira, sem alarde, uma Proposta de Emenda à Constituição que simplesmente rasga a legislação ambiental aplicada atualmente em processos de licenciamento de obras públicas.


A PEC 65/2012, de autoria do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) e relatada pelo senador Blairo Maggi (PR-MT), estabelece que, a partir da simples apresentação de um Estudo Impacto Ambiental (EIA) pelo empreendedor, nenhuma obra poderá mais ser suspensa ou cancelada. Na prática, isso significa que o processo de licenciamento ambiental, que analisa se um empreendimento é viável ou não a partir dos impactos socioambientais que pode gerar, deixa de existir.

"Explicação da EmentaAcrescenta o § 7º ao art. 225 da Constituição Federal para assegurar a continuidade de obra pública após a concessão da licença ambiental; dispõe que a apresentação do estudo prévio de impacto ambiental importa autorização para a execução da obra, que não poderá ser suspensa ou cancelada pelas mesmas razões a não ser em face de fato superveniente."

Em um documento de apenas três páginas, os parlamentares informam que “a proposta inova o ordenamento jurídico”, por não permitir “a suspensão de obra ou o seu cancelamento após a apresentação do estudo prévio de impacto ambiental (EIA), exceto por fatos supervenientes”. A mudança, sustentam os parlamentares, “tem por objetivo garantir a celeridade e a economia de recursos em obras públicas sujeitas ao licenciamento ambiental, ao impossibilitar a suspensão ou cancelamento de sua execução após a concessão da licença”.

O licenciamento ambiental, seja ele feito pelo Ibama ou por órgãos estaduais, estabelece que qualquer empreendimento tem que passar por três etapas de avaliação técnica. Para verificar a viabilidade de uma obra, é preciso realizar os estudos de impacto e pedir sua licença prévia ambiental. Este documento estabelece, inclusive, quais serão as medidas compensatórias que a empresa terá de executar para realizar o projeto. Ao obter a licença prévia, o empreendedor precisa, em seguida, obter uma licença de instalação, que permite o início efetivo da obra, processo que também é monitorado e que pode resultar em novas medidas condicionantes. Na terceira etapa, é dada a licença de operação, que autoriza a utilização do empreendimento, seja ele uma estrada, uma hidrelétrica ou uma plataforma de petróleo. O que a PEC 65 faz, basicamente, é ignorar essas três etapas.

 "Estamos perplexos com essa proposta. Se a simples apresentação de um EIA passa a ser suficiente para tocar uma obra, independentemente desse documento ser analisado e aprovado previamente, acaba-se com a legislação ambiental. É um flagrante desrespeito à Constituição, que se torna letra morta em tudo o que diz respeito ao meio ambiente”, disse ao ‘Estado’ a coordenadora da 4ª Câmara de meio ambiente e patrimônio cultural do Ministério Público Federal, Sandra Cureau.

O Ministério Público Federal e os estaduais, segunda Sandra, vão adotar um posicionamento contundente contra a proposta. “Temos que mostrar aos parlamentares o absurdo que estão cometendo. O Brasil é signatário de vários pactos internacionais de preservação do meio ambiente. A Constituição tem que ser harmônica, não contraditória em seus incisos”, comentou.

A PEC 65/2012 precisa passar ainda por votação no Plenário do Senado. Caso aprovada, a proposta seguirá para tramitação na Câmara e depois retornará ao Senado para aprovação de quaisquer mudanças. Por fim, seguirá à sanção presidencial.

Em sua análise, o senador Blairo Maggi sustentou que a PEC “visa garantir segurança jurídica à execução das obras públicas”, quando sujeitas ao licenciamento ambiental. “Certo é que há casos em que ocorrem interrupções de obras essenciais ao desenvolvimento nacional e  estratégicas ao País em razão de decisões judiciais de natureza cautelar ou liminar, muitas vezes protelatórias”, declarou.
Segundo Maggi, "claramente se pode observar que a proposta não objetiva afastar a exigência do licenciamento ambiental ou da apresentação de um de seus principais instrumentos de avaliação de impacto, o EIA. Não afeta, assim, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e consagra princípios constitucionais da administração pública, como a eficiência e a economicidade".

FONTE: Estadão
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"Uma das maiores dificuldades da Administração Pública, e, também, uma das maiores razões para seu desprestígio, que se revela à sociedade como manifestação pública de ineficiência, consiste nas obras inacabadas ou nas obras ou ações que se iniciam e são a seguir interrompidas mediante decisão judicial de natureza cautelar ou liminar, resultantes, muitas vezes, de ações judiciais protelatórias.
Como Senador da República, ouvimos diuturnamente as reclamações de prefeitos municipais, governadores de estados e mesmo representantes do Poder Executivo federal no sentido de que uma obra fundamental para atender às necessidades da sociedade brasileira se encontra paralisada por muito tempo, resultando muitas vezes em severo prejuízo para a prestação de serviços públicos fundamentais, corno educação e saúde, como também em obras importantes para a sociedade, como pontes e rodovias.
Nesses procedimentos, perde-se muito tempo e desperdiçam-se recursos públicos vultosos, em flagrante desrespeito à vontade da população, à soberania popular, que consagrara, em urnas, um programa de governo, e com ele, suas obras e ações essenciais.
Um chefe de Poder Executivo, como um prefeito municipal, tem quatro anos de mandato. Caso não consiga tornar ágeis as gestões administrativas respectivas, inclusive as licitações, licenças ambientais e demais requisitos para a realização de urna obra pública de vulto, encerrará o seu mandato sem conseguir realizar as medidas que preconizara em seu programa de governo, por maior que seja a boa vontade que o anima.
Pior do que isso: muitas vezes chega a iniciar a obra, mas a conclusão é frustrada por uma decisão judicial que, não raro, resulta da inquietude da oposição diante dos possíveis efeitos positivos, junto à cidadania, de uma dada obra pública. Tudo isso ocorre em flagrante prejuízo não ao prefeito ou à prefeitura, apenas, mas para todos os habitantes do lugar. Ademais disso, é sabidamente custoso manter uma obra pública paralisada, e esses custos são muito mais do que financeiros, pois até mesmo a democracia e a representação são desgastadas quando estamos diante de quadros dessa natureza.
Por isso, a proposta que ora apresentamos assegura que uma obra uma vez iniciada, após a concessão da licença ambiental e demais exigências legais, não poderá ser suspensa ou cancelada senão em face de fatos novos, supervenientes à situação que existia quando elaborados e publicados os estudos a que se refere a Carta Magna.
Estamos convencidos de que a adoção desta medida contribuirá para a afirmação dos mais respeitáveis princípios da administração pública, a eficiência e a economicidade inclusive.
Sala das Sessões, 10 de dezembro de 2012

terça-feira, 26 de abril de 2016

O mapa-múndi poderia estar de cabeça para baixo?




POR DIOGO BERCITO

Poder, tudo pode.

Mas a pergunta tem um quê de filosofia, e costuma circular nas listas de não sei quantos mapas que vão te surpreender (como estes compilados pelo espanhol “El Confidencial”). Nós estamos habituados a ver a América do Norte, bem, no norte, e a do Sul, no sul –mas essa representação não é natural, e nem é a única que foi registrada durante a história.

Segundo um artigo de Nicole De Armendi publicado no “St Andrews Journal of Art History and Museum Studies”, a orientação dos mapas “afirma posições de poder, traça certas redes globais e estabelece relações hierárquicas entre as nações e os continentes”. Não por acaso diversas das contestações políticas a esse sistema vieram da América Latina. Por exemplo, a ilustração do artista uruguaio Joaquín Torres García em 1943, “O Mapa de Ponta-Cabeça”, abaixo:


Ilustração de Joaquín Torres García. Crédito Reprodução


A argentina Mafalda, desenhada por Quino, também indagou-se sobre a razão de estarmos sempre abaixo da Europa e da América do Norte. Ela diz: “Você não vê que os países desenvolvidos são justamente os que vivem cabeça-acima? Por viver cabeça-abaixo, nossas ideias caem!”.

Tirinha de Mafalda.  Crédito Reprodução



Entre os posicionamentos políticos, repete-se que o mapa tem essa orientação porque foi desenhado por europeus –que, por egocentrismo, se colocaram no topo do mundo. Mas um interessante artigo publicado pela rede de TV árabe Al Jazeera contesta esse argumento com exemplos históricos. “Na verdade, o status de elite do norte na cartografia tem mais a ver com monges bizantinos e judeus de Maiorca do que com qualquer inglês”, escreve Nick Danforth.

No século 15, o mundo era mapeado a partir de diversas perspectivas. Neste exemplo, o leste está no topo. Neste outro, o sul está em cima. Mas, no século 16, cartógrafos passaram a basear-se em um mapa creditado a Ptolomeu, que viveu em Alexandria durante o século 2 d.C. A versão que circulava, à época, era a cópia feita por um monge no século 13 –com o norte no topo.

Os cartógrafos que fizeram os primeiros grandes e belos mapas do mundo inteiro, antigo e novo –homens como Mercator, Germanus e Waldseemuller–, estavam obcecados por Ptolomeu. Eles produziram cópias da geografia de Ptolomeu na recém-inventada prensa.

Segundo Danforth, a orientação do mapa-múndi é, de certa maneira, o resultado do acaso e das limitações tecnológicas das épocas passadas. Mas, apesar de o norte já estar consolidado no topo da cartografia, o autor sugere que as tentativas de inverter a imagem não sejam descartadas tão rapidamente. Afinal, “simbolizam um desejo nobre: que invertamos as injustas relações políticas e econômicas no nosso mundo tão facilmente quanto viramos um mapa nas nossas paredes”.

Os pinguins agradecem.




Noam Chomsky: “EEUU corría el riesgo de quedar aislado por su terquedad hacia Cuba”


Noam Chomsky reflexiona sobre la visita de Obama a Cuba y otros temas de política internacional: "El viaje ha sido presentado como una valiente iniciativa política de Obama para terminar con el aislamiento de Cuba. En realidad, era EEUU quien corría el riesgo de quedar aislado en el contexto de América por su terquedad hacia Cuba", dice. "Desde el punto de vista militar, Estados Unidos no tiene rival. Pero eso no se traduce en una capacidad para imponer su punto de vista a los demás", añade.

Por Manuel Muñiz y Pablo Pardo

Un pequeño despacho con techo abuhardillado, con las paredes llenas de libros y una mesa en el centro repleta de papeles desordenados y con un ordenador. Ése es el centro de trabajo del que probablemente sea el lingüista más influyente de las últimas décadas, Noam Chomsky. Y, también, el principal líder de la izquierda radical del mundo.

El despacho de Chomsky es convencional en un edificio que no lo es. El Centro Ray y Maria Stata, del Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT, según sus siglas en inglés), es una pequeña – y controvertida- joya arquitectónica diseñada por Frank Gehry, el autor del Guggenheim de Bilbao.

Nada más ver el complejo, la firma de Gehry queda de manifiesto, porque los dos edificios que componen el Centro -el Alexander W. Dreyfoos, en el que está el despacho de Chomsky, y el William H. Gates, que toma su nombre del padre de Bill Gates, que financió su construcción- no tienen paredes rectas, sino que los muros se doblan. Para los críticos de Chomsky, acaso el edificio sea una paradoja.

A sus 87 años, el profesor no dobla sus ideas desde los años 60, cuando desarrolló la teoría de que los seres humanos estamos programados para manejar el lenguaje de una manera predeterminada en nuestras neuronas; ni en política, donde sigue defendiendo los mismos ideales de izquierda que entonces. Al igual que el Centro Ray y Maria Stata, Chomsky ha sido criticado. No tanto en Lingüística, donde sus teorías siguen siendo dominantes, como en política. Ha sido acusado de defender el genocidio por su postura a favor de la libertad de expresión incluso en casos como la negación del Holocausto -algo curioso siendo él mismo judío- y de oponerse a Occidente en general y a Estados Unidos en particular siempre y en todo lugar.

Obama acaba de visitar Cuba. ¿Es un signo de que la política de EEUU está cambiando?

No. Es un signo de que el poder de Estados Unidos está disminuyendo muy rápidamente. Al decir poder quiero decir la capacidad de imponer decisiones a otros países, que es la definición de poder en Relaciones Internacionales. El viaje ha sido presentado como una valiente iniciativa política de Obama para terminar con el aislamiento de Cuba. En realidad, era EEUU quien corría el riesgo de quedar aislado en el contexto de América por su terquedad hacia Cuba. En 2014, en la Cumbre de las Américas que se celebró en Santiago de Chile, EEUU se quedó solo en dos puntos: su política hacia Cuba y la guerra contra las drogas. Estaba claro que en la cumbre siguiente, que se iba a celebrar en Panamá, la situación iba a ser peor, y que EEUU corría el riesgo de quedar en la práctica aislado.

El declive de Estados Unidos se produce sobre todo en relación a China. ¿Hay riesgo de un conflicto entre los dos países?

No lo creo, porque China tiene una política exterior y de defensa disuasoria, no para proyectar su poder. Con la excepción del Mar del Sur de China [una parte del Pacífico equivalente a siete veces España que Pekín se está anexionando en la práctica]. El verdadero problema es con Rusia. Hace poco, el ex secretario de Defensa con Bill Clinton, William Perry, dijo que el riesgo de un conflicto nuclear con Rusia es ahora mayor que durante la Guerra Fría. Hay un arco de inestabilidad a lo largo de la frontera oeste de Rusia, desde los Estados bálticos hasta Turquía, pasando por Ucrania.

Aunque China se esté convirtiendo en una superpotencia…
En una superpotencia económica.

Aunque China se esté convirtiendo en una superpotencia económica, ¿va a seguir Estados Unidos siendo el poder dominante en el mundo durante décadas?

Va a ser la influencia dominante. Pero está perdiendo poder rápidamente. Volviendo al caso de América Latina: es una región que ha estado 500 años sometida a élites extranjeras. Y ahora eso está cambiando. El mundo económico primero era unipolar, porque cuando acabó la II Guerra Mundial EEUU tenía más poder que el que nunca había tenido ningún país en la Historia. Luego pasó a ser tripolar, con tres ejes -uno alrededor de EEUU, otro de Alemania y uno de Japón- y ahora es multipolar, con la emergencia de los BRIC [el acrónimo formado por Brasil, Rusia, India, y China], Taiwán y otras locomotoras económicas.

Desde el punto de vista militar, Estados Unidos no tiene rival. Pero eso no se traduce en una capacidad para imponer su punto de vista a los demás. Cuando el Gobierno de Obama dice que «lidera desde atrás», no está mintiendo. Esa expresión nació durante la intervención en Libia en 2011, que fue liderada por Gran Bretaña, que empujó a Francia, que empujó a Estados Unidos. Y ahora en Siria la política de EEUU es totalmente contradictoria. Obama está apoyando al grupo más efectivo en la lucha contra el Estado Islámico, que son los kurdos sirios, pero esos mismos kurdos tienen vínculos con los kurdos de Irak, entre los que hay organizaciones a las que EEUU considera terroristas. Y a su vez los kurdos de Turquía son considerados por el Gobierno de ese país -que es uno de los miembros más importantes de la OTAN- la mayor amenaza para su seguridad nacional.

Cuando se le entrevista, es imposible no preguntarse si EEUU ha hecho algo bien, o si existe alguna gran potencia que sea un modelo.

No hay ninguna. Las grandes potencias no son Oxfam, sino que se basan en la maximización del poder. A veces, sus consecuencias son beneficiosas, pero de forma involuntaria. Por ejemplo, la ocupación de Europa por parte de Estados Unidos después de la Segunda Guerra Mundial fue en buena medida antidemocrática, y en países como Grecia e Italia significó la supresión de sistemas democráticos radicales [en ambos países los comunistas no llegaron al poder, lo que en Grecia provocó una guerra civil]. Pero la reconstrucción, llevada a cabo por los europeos, fue un éxito. Europa fue durante dos siglos el sitio más salvaje del mundo. Y ahora, gracias a la UE, es muy pacífico.

Y eso ¿fue decidido por Estados Unidos o fue una coincidencia?

Fue en parte diseñado por Washington. Estados Unidos apoyó una Europa unida porque era más beneficioso para sus empresas, que preferían un mercado unificado. Pero también es verdad que EEUU temió durante la Guerra Fría que Europa se convirtiera en una tercera fuerza entre Washington y Moscú.

Pero EEUU sigue involucrado en Europa. Ahora, a través de la OTAN, está patrullando las fronteras de la UE y asumiendo un liderazgo en la crisis de los refugiados. También corre con una parte muy grande de los costes, hasta el punto de que los europeos muchas veces se abstienen de desarrollar su política de Defensa y de Exteriores porque saben que ahí está EEUU para hacerse cargo.

Pero EEUU paga mucho menos que lo que pagaba en la Guerra Fría y mucho menos de lo que debería. EEUU no está aceptando apenas refugiados de Oriente Próximo, al menos si se compara con países como Suecia o Alemania. Y, desde luego, todo Occidente está acogiendo a muchos menos refugiados que países como Líbano o Jordania, pese a que esas personas huyen de guerras causadas, en gran medida, por las políticas de Occidente.

A su vez, en países como Francia, con el Frente Nacional, o en Alemania, con los neonazis, la llegada de esos refugiados está provocando reacciones nacionalistas.

¡Ésa es la verdadera crisis, no la de los refugiados! Miren a Estados Unidos, a Trump, con su rechazo a los refugiados de Oriente Medio, y a Obama, que es el presidente que ha expulsado a más inmigrantes indocumentados. Las políticas de Obama hacia México y las de Alemania hacia Turquía son muy similares. Los dos le dicen a esos países: “Encárgate tú de esa gente. Mantenla lejos de nuestra frontera”. Hace tres semanas, un hombre que llevaba viviendo aquí en Boston desde hace 25 años, que tenía una familia y un negocio, fue expulsado a Guatemala, de donde había venido en los años 80 porque en su país se estaba produciendo un virtual genocidio sancionado y aprobado por Estados Unidos. Así que parece que se trata primero de destruir un país y luego no querer que los ciudadanos de ese país escapen de él. Es lo que hace EEUU con Centroamérica y con México, y lo que hacen la UE y EEUU con Oriente Próximo.

¿Están Europa y EEUU viviendo una reacción política similar a la llegada de personas de otros países?

No se trata sólo de una reacción política, porque al reaccionar también se actúa. Trump y Ted Cruz [los dos principales candidatos republicanos] crean opinión pública. Cuando Trump dice: “México nos está enviando asesinos y violadores”, está explotando y amplificando elementos de la opinión pública. Y lo mismo ocurre en Europa.

En estas elecciones, usted apoya al candidato de la izquierda demócrata, Bernie Sanders.

Es interesante que a Sanders lo llamen radical. Si se toma su programa, es muy del New Deal [las políticas económicas que EEUU usó para combatir la Gran Depresión]. Eisenhower no se habría opuesto a Sanders. Él apoyaba una sanidad pública. Y el sistema sanitario de EEUU es una vergüenza. Es el doble de caro per cápita que la media de la OCDE, es ineficiente y tiene unos costes burocráticos inmensos. Y el 60% de la opinión pública quiere un sistema público. De hecho, sería más eficiente y eliminaría el déficit público. Económicamente es posible, pero políticamente, no. Y ahí está Sanders.

Hablando de elecciones: los datos de la Encuesta Mundial de Valores (World Value Surveys) revelan que el apoyo a la democracia está cayendo en todo el mundo.

No estoy de acuerdo. Está cayendo el apoyo a las democracias formales porque no son verdaderas democracias. En Europa, las decisiones se toman en Bruselas. En EEUU, alrededor del 70% de la población -el 70% con ingresos más bajos- está totalmente desvinculado del proceso político. Eso demuestra que hay una correlación enorme entre nivel económico y educativo y movilización política. No es de extrañar que a la gente no le entusiasme la democracia.

¿Hay desencanto con las élites?

Desde luego. Las políticas neoliberales han sido muy negativas para la gente de a pie en todas partes. En Europa, aplicar austeridad en medio de una recesión ha sido absurdo, e incluso los economistas del FMI han criticado sus efectos en los países periféricos del euro, como España. Es algo que sólo puede explicarse como lucha de clases: el objetivo era minar la democracia y eliminar los logros de la socialdemocracia, que habían sido bastante significativos. Así que no debería sorprendernos que haya habido una respuesta.

Pero los mismos datos de la Encuesta Mundial de Valores ponen de manifiesto que la gente rica es también cada día más escéptica con respecto a la democracia.

Porque hay un verdadero Estado de Bienestar para los muy ricos, y los muy ricos quieren más. No quieren que se impongan límites a su capacidad de robar a los demás.

La tecnología ¿beneficia a los ricos?

No. A quién beneficie es cuestión de preferencias políticas.

¿A dónde puede llevarnos esta situación?

Tal vez a más democracia. Podemos no se opone a la democracia, sino que quiere más democracia. Igual que Syriza, antes de que capitulara. El caso griego es interesante. Convocaron un referéndum. Que los griegos tengan voz en sus asuntos no es antidemocrático. Lo que fue antidemocrático fue la reacción tan histérica de la UE. Syriza fue pulverizada por los eurócratas, para demostrar a los europeos que debían de abandonar toda esperanza de tener más democracia.

¿La situación es sostenible?

Lo veo muy improbable. Cuando el centro se colapsa, sólo quedan los extremos. Yo soy lo bastante viejo como para recordar los discursos de Hitler en la radio. Recuerdo la excitación, el miedo… asustaba. Aquello pasaba en Alemania en los años 30. Una década antes, en los 20, Alemania estaba en la cúspide de la civilización occidental en términos científicos y culturales. Diez años más tarde se encontraba en el abismo más profundo de la Historia de la humanidad. Es lo que sucede cuando desaparece el centro.

¿Qué opina de la Teoría de la Singularidad, que dice que en un futuro -dentro de entre 25 y 100 años- habrá máquinas que sean capaces de aprender y sustituir a los humanos?

Una tontería. Nos habremos destruido a nosotros mismos mucho antes con una guerra nuclear. Y, si no será con el calentamiento del planeta.

(Tomado de El Mundo, España)

FUENTE: CubaDebate


segunda-feira, 25 de abril de 2016

Para download: "Luiz Carlos Prestes : o constituinte, o senador (1946-1948) ".

O livro “Luiz Carlos Prestes; o Constituinte, o Senador - (1946-1948)”, organizado por Sérgio Soares Braga, apresenta uma das faces menos exploradas do revolucionário Luiz Carlos Prestes. Com esta leitura é possível conhecer melhor o trabalho parlamentar de Prestes. Aqui estão transcritas as falas do dirigente comunista, desde a sua primeira intervenção na Assembléia Constituinte de 1946, até a última sessão antes da cassação dos mandatos dos parlamentares comunistas.

LINK PARA DOWNLOAD:

Luiz Carlos Prestes : o constituinte, o senador (1946-1948)
Prestes, Luiz Carlos

Outros autores : Braga, Sérgio Soares
Publicador : Brasília : Senado Federal, Conselho Editorial, 2003.
Data de publicação : 2003
Descrição física : 772 p. --
Série : (Edições do Senado Federal ; 10)
Assuntos : Prestes, Luiz Carlos, atuação parlamentar. | História política, Brasil. | Constituintes, Brasil (1946). | Senador, discursos, ensaios, conferências, Brasil. | Partido comunista, Brasil.
Responsabilidade : Sérgio Soares Braga, organizador
Endereço para citar este documento : http://www2.senado.leg.br/bdsf/item/id/1079


domingo, 24 de abril de 2016

HÁ QUANTO TEMPO A GENTE LUTA E A LUTA NOS EDUCA: O MOVIMENTO ESTUDANTIL SECUNDARISTA

EXIBIÇÃO E DEBATE DOS DOCUMENTÁRIOS 
“A rebelião dos pinguins” e “Acabou a paz! Isto aqui vai virar o Chile!”

A atividade será realizada nos dois HORÁRIOS:
Segunda-feira, 25/04/2016 de 9h às 11h30 e
segunda-feira, 25/04/2016 de 19h às 21h30
Local: Faculdade de Educação da Baixada Fluminense/UERJ
Rua General Manoel Rabelo, s/nº –  Vila São Luiz – Duque de Caxias – CEP: 25065-050.
Professores proponentes: Amália Dias, Angélica Borges e Marcos César Pinheiro



Em prosseguimento aos debates acerca dos movimentos da educação, convidamos a todos a discutir o movimento de estudantes secundaristas que vem tomando novos rumos com a estratégia de ocupação das escolas. 

Para refletir sobre o assunto, dois documentários serão apresentados. O primeiro, “A rebelião dos pinguins”, uma referência ao uniforme escolar, trata do movimento de estudantes secundaristas chilenos que reuniu mais de um milhão de alunos na luta contra o sistema de educação em 2006. Primeiramente, fazendo diversas manifestações pelas ruas do país e em seguida usando uma estratégia inovadora: a ocupação de escolas. O movimento ganhou tamanha força que foi responsável pela queda do ministro da educação. 

O segundo documentário, “Acabou a paz! Isto aqui vai virar o Chile!”, foi dirigido pelo mesmo diretor do primeiro, Carlos Pronzato. Ele retrata o movimento de ocupação das escolas estaduais em São Paulo contra a reorganização do ensino imposta pelo governador, que previa, entre outras medidas, o fechamento de mais de 90 unidades. Os estudantes ocuparam mais de 200 escolas e o movimento levou à suspensão da medida e à demissão do secretário de educação.

Demonstração da solidariedade e do interncionalismo proletário: HIMNO A CARLOS PRESTES / HYMN TO CARLOS PRESTES




Em 1936, Carlos Palacio, Rafael Espinoza e Armand Guerra compuseram hino em homenagem a Luiz Carlos Prestes, então preso pela ditadura de Getúlio Vargas. Cantado pelos "Coros Proletarios” durante a visita que a mãe do revolucionário, Leocadia Felizardo Prestes, fez à Espanha em campanha pela libertação do filho, da nora, Olga Benario Prestes e dos presos políticos no Brasil, a letra demonstra a solidariedade internacionalista do período.

Escrito en el año 1936, fue entregado por los Coros Proletarios a la madre del gran antifascista brasileño Luis Carlos Prestes, cuando de paso por Madrid recibía el más vivo homenaje de simpatía y solidaridad de nuestro pueblo.

Written in the year 1936, this song was given to the mother of the great Brazilian anti-fascist Luis Carlos Prestes, by the Proletarian Choruses, at a time when Prestes, passing through Madrid, was the object of tributes of affection and solidarity by the Spanish peopl.


 HIMNO A CARLOS PRESTES / HYMN TO CARLOS PRESTES
Texto / Text: Armando Guerra
Música / Music: Palacio y Espinosa

"El himno de las Brigadas Internacionales" foi publicado em Boletin de  las Asociación de Amigos de las Brigadas Internacionales. Octubre 2012, Nº 13, p. 4 e 5. 


Ouça aqui a gravação "Himno a Carlos Prestes".

La llamada de Prestes el valiente

que al Brasil encendió con su palabra

siembra el miedo entre todos los burgueses

y el valor entre el mundo de los parias.

El pueblo brasileño

forma sus huestes

al son de la llamada

de Luis Carlos Prestes.



Pueblo fiel, que estuviste adormecido,

se acabó tu existencia esclavizada.

iAyudemos al Pueblo brasileño

que se apresta a librar la gran batalla!

iAyudemos al Pueblo brasileño

que se apresta a librar la gran batalla!



El pueblo brasileño

forma sus huestes

al son de la llamada

de Luis Carlos Prestes.



Socorramos al héroe brasileño

que, luchando al frente de sus huestes,

conquistó el corazón de todo un pueblo.

¡Viva el “líder” Luis Carlos Prestes!



sábado, 23 de abril de 2016

Sabor do passado: biblioteca traz livros de culinária antigos para download


Capa de "A Arte Culinária na Bahia", de Manoel Querino

Fãs de História, gulosos e curiosos, abram espaço no computador: uma coleção de livros de culinária históricos está à disposição do público para download gratuito.
A lista de títulos, publicados a partir do século 18 tanto no Brasil quanto em Portugal, é de responsabilidade daBiblioteca Brasiliana Guita e José Midlin, mantida pela Universidade de São Paulo (USP).
Entre as curiosidades do acervo, estão dicas de limpeza que dariam pesadelos nos cozinheiros de hoje em dia - em "A Sciencia no Lar Moderno", publicado por Eulália Vaz em 1912, sugere-se "mandar buscar areia da mais clara, à beira do rio" para esfregar no assoalho da cozinha e reter a gordura, além de ensinar como conservar latas de banha e como preparar pratos doces e salgados.
Por sua vez, "O Livro das Noivas", de 1929, é um manual de como cuidar dos afazeres domésticos, incluindo, claro, receitas como "puddings", "sandwiches" e doces, além de sermões sobre o excesso de gordura na alimentação. 
Há também raridades para quem estuda a História da Alimentação - caso, por exemplo, de "A Arte Culinária na Bahia", livro do pesquisador Manoel Querino publicado postumamente em 1928. O autor, defensor da cultura africana e líder abolicionista, estudou as contribuições indígenas e africanas para a formação da culinária brasileira - e, em especial, da comida baiana. 

FONTE: UOL comidas e bebidas

Obras de Gabriel García Márquez são disponibilizadas de graça na internet

La Gaboteca disponibiliza ao leitor mais de 1,5 mil materiais e 600 livros traduzidos em 36 idiomas



As obras de Gabriel García Márquez estão disponíveis no portal digital La Gaboteca, em referência ao apelido do escritor, conhecido como Gabo. O catálogo virtual foi apresentado em Bogotá, na ocasião do segundo aniversário de morte do autor de Cem anos de solidão, falecido em abril de 2014.

La Gaboteca foi dividida em quatro categorias: as obras de Gabo, as traduções, os livros publicados sobre ele e uma seção sobre a vida e as viagens do Nobel de Literatura colombiano. O portal é subdividido nas categorias romance, conto, jornalismo, cinema, memórias, poesia, teatro, prólogos, discursos, ensaios, entrevistas e diálogos.

A plataforma está disponível no site da Biblioteca Nacional da Colômbia e apresenta o vasto material bibliográfico de García Márquez, composta por mais de 1,5 mil materiais e 600 livros traduzidos em 36 idiomas.

"A obra do nosso querido Gabo é patrimônio de todos os colombianos. A melhor maneira de honrar sua memória é conhecendo seus livros, que sempre estarão à disposição de todos os que queiram se aproximar deles", diz mensagem de apresentação da página. A plataforma ainda pretende coletar tudo o que for produzido sobre o autor ao longo dos anos.

FONTE: Divirta-se

O Povo Brasileiro, por Darcy Ribeiro

Documentário baseado na obra-prima do antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997): O Povo Brasileiro, em que o autor responde à questão "quem são os brasileiros?", investigando a formação de nosso povo.

O documentário conta com as participações especiais de Chico Buarque, Tom Zé, Antônio Cândido, Aziz Ab'Saber, Paulo Vanzolini, Gilberto Gil, Hermano Vianna, Luiz Melodia, entre outras personalidades e intelectuais de renome.

Com imagens captadas em todo o Brasil, material de arquivo raro e depoimentos, O Povo Brasileiro é uma obra fundamental para educadores, estudantes e todos aqueles interessados em conhecer um pouco mais sobre o nosso País.

CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ASSISTIR O DOCUMENTÁRIO NA ÍNTEGRA (MAIS DE QUATRO HORAS DE DURAÇÃO):


sexta-feira, 22 de abril de 2016

Lenin por: José Carlos Mariátegui, Ho Chi Minh y Fidel Castro



Material de formación política de la «Cátedra Che Guevara – Colectivo Amauta»


José Carlos Mariátegui sobre Lenin
¿Cómo lee y se apropia de Lenin el fundador de nuestra tradición, el marxismo revolucionario latinoamericano?
LENIN
Por José Carlos Mariátegui
Redactado por José Carlos Mariátegui en marzo de 1924.
Publicado por vez primera: Claridad, No. 5, marzo de 1924, Lima - Perú.
LINK PARA DOWNLOAD:



Ho Chi Minh sobre Lenin
¿Cómo se leyó a Lenin desde el Tercer Mundo? La lectura de un dirigente revolucionario (muy admirado y querido por el Che Guevara) que, inspirado en Lenin, logró derrotar a las potencias más poderosas de la tierra: Japón, Francia y Estados Unidos.
EL LENINISMO Y LA LIBERACIÓN DE LOS PUEBLOS OPRIMIDOS (1955)
Por Ho Chi Minh
LINK PARA DOWNLOAD:



Fidel sobre Lenin
Discurso pronunciado por Fidel Castro Ruz, Presidente de la República de Cuba, en la conmemoración del Centenario del Natalicio de Vladimir Ilich Lenin, efectuada en el Teatro “Chaplin” de La Habana, el 22 de abril de 1970. 
LINK PARA DOWNLOAD:




quarta-feira, 20 de abril de 2016

Jogo jogado?

por Marcelo Badaró Mattos [*]

Obras literárias, ensaios e análises históricas já recorreram de forma variada à história de uma “máquina”, de fins do século XVIII, que jogava xadrez. O suposto autômato – um mecanismo movido a engrenagens, como relógios e caixinhas de música – era na verdade um espetáculo de ilusionismo, em que um anão, mestre enxadrista, escondido por um jogo de espelhos, movia os braços do manequim trajado à turco que movimentava as peças no tabuleiro.

A imagem me foi evocada após algumas horas à frente da TV, assistindo a amostras dos 3 dias de debates entre os deputados federais sobre a admissibilidade do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Abstraindo o contexto, poderia ser possível divertir-se com a ressurreição do “Festival de Besteiras que Assola o País”, como se os deputados e as deputadas estivessem fazendo um enorme esforço para homenagear Sérgio Porto. Infelizmente porém, não é possível abstrair o contexto. Esse Congresso, que já teve seus próprios “anões”, é ainda o mesmo que “Luís Inácio falou, Luís Inácio avisou” ter pelo menos 300 picaretas (e Luís Inácio se aliou com eles). Agora, foram esses mais de 300 picaretas que, reunidos sob o pretexto de analisarem supostos crimes de responsabilidade, se manifestaram para justificar que votariam a favor do impeachment por conta da crise econômica, do desemprego, da corrupção, da baixa popularidade de Dilma, do bolivarianismo do PT, do porto construído em Cuba, da estrada que não foi asfaltada, do pedalinho mais que das pedaladas, enfim por tudo menos pelo tal “crime de responsabilidade”. Votaram em nome de Deus, da sua família, do seu município, do golpe de 1964, da paz em Jerusalém, até de Roberto Jefferson!

As 72 horas ininterruptas de ridícula verborragia parlamentar tornam bizantino qualquer relativismo no debate sobre a caracterização do que está em marcha. Até aqui, não há qualquer indicação de que haverá mudança de regime político, mas os toscos discursos de “nossos representantes” deixam claro: às favas a definição constitucional de impeachment, querem derrubar a presidente por que têm a possibilidade de fazê-lo em uma manobra parlamentar oportunista. O processo de impeachment está sendo admitido pela câmara dos deputados por oposição política ao governo petista, não por pedaladas ou outras justificativas processuais. Por 367 votos a favor, 137 contra, com sete abstenções e duas ausências, o que avançou na Câmara é um golpe, e ponto.

Voltando à imagem inicial, o baixo nível dos discursos é o sintoma mais visível do papel desempenhado por esses parlamentares: o de peões em um jogo de tabuleiro que serve apenas para, através de um truque de espelho (ou seria de câmera?), gerar a ilusão de que estão atuando conforme as regras do jogo. Mas, quem seria o anão oculto que manipula o manequim, movimentando esses peões mal esculpidos pelo tabuleiro do congresso, agora transformado em palco armado para esse show de horrores transmitido ao vivo? A resposta imediata parece a mais evidente: Eduardo Cunha, o das contas na Suíça, cujo currículo se assemelha a uma ficha corrida. Envolvido em esquemas de corrupção denunciados desde o governo Collor, quando dirigiu a Telerj por indicação de P. C. Farias – o tesoureiro de campanha e eminência parda de Fernando Collor – por certo ele parece mexer, com seu sorriso cínico e sentado na cadeira central da mesa, as cordas que movimentam o autômato. Ou seria Michel Temer, duble pouco convincente de Bóris Karloff, também na corrida pelo recorde de presença nas listas de denunciados? Aquele que o PT em sua busca pela “governabilidade” – leia-se governar como sempre governaram os partidos das classes dominantes – colocou como número 1 da linha sucessória e agora acusa de traição.

No entanto, truques de ilusionismo nunca são desmascarados pelo primeiro olhar. Esses dois estão mais para peças no tabuleiro, querendo ser rei e rainha talvez, com seus implantes e aplicações de botox, mas peças movimentadas, não força motriz. Não é tão difícil perceber a manobra. O jogo de espelhos poderia esconder um anão, mas não um time inteiro de manipuladores: os industriais da Fiesp, Firjan e CNI; os empresários das associações comerciais e Fecomércio; os ruralistas da CNA, SRB e ABAG; os capitalistas dos oligopólios de comunicação, proprietários do Estadão, Folha, Globo, Abril, etc.

Os políticos que os representam, eleitos com as doações e propaganda desse capital, são suas peças no tabuleiro do parlamento, como peças também são as multidões de coxinhas nas manifestações. Estes, em sua maioria, tem origem na pequena burguesia sufocada pela crise econômica e pela classe média assalariada, que nos últimos anos pagou mais impostos e viu sua renda relativamente achatada quando comparada ao crescimento também relativo da renda dos assalariados mais pobres. Nenhuma divisão do bolo, mas repartições na pequena fatia dos de baixo. Alimentados com filé mignon na porta da Fiesp, mas principalmente com o ressentimento de classe, foram às ruas convocados pelos movimentos de uma direita que se organizou a partir de junho de 2013. Movimentos de direita financiados interna e externamente, que têm sido responsáveis pela disseminação do discurso de ódio contra as organizações de esquerda e os movimentos da classe trabalhadora. Nesse sentido preciso, como alvos, para essa direita e seus seguidores, somos todos petralhas. Alvos hoje, pois tal discurso já começa a inflamar atos de vandalismo explícito contra sindicatos, movimentos e militantes, projetando um futuro sombrio pela frente.

O time de titeriteiros do capital, porém, não joga sempre coeso e muito menos possui uma tática coerente. Criticam o governo hoje pelos juros altos que inviabilizam os investimentos e agigantam a dívida pública, mas criticam também os juros baixos de tempos atrás, porque geraram o crescimento inflacionário. Reclamam do descontrole de gastos públicos, mas pouco dizem sobre o fato de que as isenções fiscais que geraram boa parte do déficit, beneficiaram os mais diversos setores do capital que representam. Problema número um: todos, sem excessão, compensam os lucros descendentes na produção com os ganhos financeiros – portanto, lucram com os juros altos e o crescimento da dívida. Reversões significativas nessa política seriam ainda mais desastrosas para boa parte dessas frações capitalistas. Problema número dois: a crise não é fruto das políticas econômicas deste governo ou dos anteriores, é um resultado das contradições do capitalismo, que se manifesta de forma mais aguda no cenário internacional desde 2008 e que teve seus efeitos minimizados no Brasil até o início da década de 2010 por fatores internacionais como o crescimento chinês e sua demanda por commodities, inclusive as brasileiras. Por outro lado, falta assumir que todas as políticas dos dois governos de Lula da Silva e dos dois mandatos incompletos de Dilma Rousseff foram acordadas diretamente com os representantes do grande capital, nos cargos do primeiro escalão, no congresso, ou nos conselhos criados pelas administrações petistas.

Em alguns pontos, porém, os interesses do capital que estão por trás do bizarro debate parlamentar convergem. Mais privatizações, mais “abertura econômica”, mais garantias de autonomia para o setor financeiro gerir a política econômica via Banco Central independente, etc. A convergência principal na resposta unitária do capital à crise capitalista é a ênfase na retirada de direitos dos trabalhadores, com o objetivo de reduzir o custo da força de trabalho e aumentar ainda mais a parcela de fundo público apropriada pelos capitalistas. Algo que o governo Dilma percebeu e assumiu logo após as eleições de 2014, quando abandonou qualquer veleidade de coerência com seu discurso de campanha e iniciou o “ajuste fiscal” pela redução das pensões e restrição ao acesso ao seguro desemprego. E continuou perseguindo o objetivo de representar a pauta do capital por “austeridade” – leia-se ataque aos trabalhadores e transferência de parcelas crescentes do fundo público.

O problema para Dilma é que, desde junho de 2013, os governos petistas carecem de confiança naquilo que apresentavam de diferencial positivo para a dominação burguesa. Com as manifestações de massa, heterogêneas é certo, mas cuja pauta dominante foi a defesa de serviços públicos – educação, saúde e transporte, principalmente – gratuitos e de qualidade, assim como uma reação à face policial repressiva cotidiana da ação do Estado, ficou evidente que os governos petistas já não eram uma garantia de controle social eficiente do conjunto da classe trabalhadora. Como esperar que a burguesia confie neles agora, quando as políticas de austeridade impõem a necessidade da maior eficiência possível na contenção das lutas?

Retornemos novamente à imagem do autômato. Quem foi desafiado pelo “Turco”? Dilma, o Lulismo, o PT e seus aliados mais fiéis, é certo. Mas, se em seus tempos de glória o “autômato” enxadrista enfrentava verdadeiros jogadores, o PT nos últimos 13 anos não moveu peça alguma, ocupou isto sim o lugar do boneco fantasiado, foi fantoche do mesmo time de titeriteiros do capital. Por isso, acossado pela ofensiva reacionária, não foi capaz de traçar qualquer estratégia de jogo ou mover qualquer peça no tabuleiro, tentou e continuará tentando até o último suspiro voltar a ser o manequim manipulado pelos interesses do capital. Os que acreditaram na “virada à esquerda”, agora acreditam que na oposição o PT voltará a ser de esquerda. Crenças, cada um tem as suas…

Sim, é verdade que o PT continua tendo influência sobre os movimentos sociais mais numerosos. No entanto, que central sindical poderia esperar convocar a classe trabalhadora para defender o mandato de um governo e ao mesmo tempo chamar às ruas para resistir a medidas que atacam os trabalhadores, apresentadas e aprovadas por esse mesmo governo? Qual movimento de luta pela terra consegue mobilizar multidões para defender o governo que distribui zero terra nos últimos anos e colocou a “Rainha da Moto-Serra” no ministério da agricultura? Para além de burocratas e aparatos, só houve manifestações significativas contra o golpe – e elas aconteceram e provavelmente seguirão acontecendo – porque uma parcela da classe trabalhadora, assalariados médios em sua maioria segundo as pesquisas de perfil dos manifestantes, foi às ruas em defesa da “democracia”. Clamor dúbio, pois entre a defesa do regime democrático que aí está e a luta pela democratização efetiva da sociedade há uma miríade de posições possíveis, mas tais movimentações constituem um ponto de apoio nada desprezível para a resistência que se fará cada vez mais necessária.

O PT, Lula mais especificamente, não perdeu completamente a base eleitoral que construiu no último período e as sondagens eleitorais demonstram isso. Afastar a ameaça de uma volta de Lula pela via eleitoral não será um problema menor para as representações políticas da burguesia no próximo período. Mas, para a análise que nos interessa agora, o fato é que nem Lula segura mais a antiga base social do PT. A incapacidade de mobilizar socialmente os de baixo em sua defesa, após 13 anos servindo diligentemente aos de cima é o signo maior da derrota histórica do petismo.

No entanto, estarão se enganando com suas próprias máquinas de ilusionismo, aqueles setores da esquerda socialista que comemorarem essa derrota do PT como uma vitória sua. A derrota é da classe como um todo. A voz de Bolsonaro clamando pelos torturadores do passado recente é apenas a face mais explícita de que as forças e os sentimentos mais reacionários foram mobilizados nesse processo para derrubar o governo Dilma. Não se trata de recoloca-los num baú qualquer que se possa tampar e lacrar até a próxima vez em que se necessite espalhar os ratos pela sala de jantar. Será necessário constituir uma força oposta, uma vontade coletiva organizada, que a partir da classe trabalhadora mobilizada possa fazer frente ao desafio de resistir aos tempos difíceis que temos pela frente.

Uma tal vontade coletiva organizada não parte do zero, nem de propostas numa folha de papel. Ela deve emergir das lutas concretas. E temos muitas lutas em curso. O “espírito de junho” não foi condensado em um movimento coerente, direcionado por um programa de transformações. Ele continua sendo invocado pela direita que vai às ruas, mas não se incorpora naqueles corpos vestidos com camisetas da CBF a bradar contra a corrupção. Sua presença, porém, pode ser sentida nas ocupações estudantis das escolas pela defesa da educação pública, que depois de São Paulo e Goiás, agora surgem com força no Rio de Janeiro. Ele também se manifesta nas greves movidas a despeito das ou até mesmo contra as direções burocratizadas dos sindicatos. É o “espírito de junho” que impele adiante as lutas pela moradia, as mobilizações nas periferias e favelas contra o golpe cotidiano da violência policial assassina, as manifestações das “organizadas” contra a CBF, a Globo e o roubo tucano da merenda.

A esquerda socialista se faz presente nesses movimentos, mas enquanto o fizer como quem vai mais interessada na pesca de militantes que nos movimentos em si; enquanto se apresentar fragmentada, disputando palavras de ordem ao invés de construindo o programa que unifica; priorizando conquistar votos ao invés de organizar as lutas conjuntas; enquanto continuar a pensar e a agir de forma nanica, enfim, continuará incapaz de transformar o “espírito de junho” numa vontade coletiva coerente e organizada em torno de um programa de transformação. Chamemos Frente de Esquerda, Bloco Unitário, ou qualquer outro nome, não importa, é fundamental constituir uma plataforma de luta comum, que possibilite o surgimento de um polo dos setores mais combativos da classe trabalhadora. Para fazer frente aos ataques já iniciados por este governo que ao que tudo indica está em seus últimos momentos e do próximo, oriundo do golpe, que se prepara para tentar acelerar o jogo contra nós.

Os três dias de horrores do debate parlamentar servem ao menos para que mais gente perceba que aquelas centenas de deputados toscos possuem um papel na representação de interesses por trás do impeachment de Dilma, mas são peões no tabuleiro de um jogo em que as regras formais são pouco importantes para quem mexe as peças. Talvez, uma parcela maior tenha percebido que o “autômato” é um truque de ilusionismo. De qualquer forma, isso não basta para jogar o jogo de outra forma. O único oponente capaz de fazer frente ao desafio é a classe trabalhadora. Para que ela vire o jogo, mude as regras e quebre os espelhos que escondem os verdadeiros jogadores não bastará a derrota do PT. Será preciso (re)construir, perseverante e permanentemente, sua capacidade de intervenção coletiva. Não há truques para isso.

* Historiador.

FONTE: Blog Junho

terça-feira, 19 de abril de 2016

"El pueblo cubano vencerá", por Fidel Castro (+ Fotos y Video)

Discurso del líder de la Revolución cubana, Fidel Castro Ruz, en la clausura del VII Congreso del Partido Comunista de Cuba (Máximo foro de los comunistas cubanos, celebrado en La Habana, del 16 al 19 de abril de 2016.)

LINK del audio de la Intervención de Fidel Castro en el VII Congreso del Partido Comunista de Cuba:

LINK del vídeo de Fidel Castro pronunciando discurso en clausura de VII Congreso del PCC:


El pueblo cubano vencerá
Por Fidel Castro



Constituye un esfuerzo sobrehumano dirigir cualquier pueblo en tiempos de crisis. Sin ellos, los cambios serían imposibles. En una reunión como esta, en la que se congregan más de mil representantes escogidos por el propio pueblo revolucionario, que en ellos delegó su autoridad, significa para todos el honor más grande que han recibido en la vida, a este se suma el privilegio de ser revolucionario que es fruto de nuestra propia conciencia.

¿Por qué me hice socialista, más claramente, por qué me convertí en comunista? Esa palabra que expresa el concepto más distorsionado y calumniado de la historia por parte de aquellos que tuvieron el privilegio de explotar a los pobres, despojados desde que fueron privados de todos los bienes materiales que proveen el trabajo, el talento y la energía humana. Desde cuándo el hombre vive en ese dilema, a lo largo del tiempo sin límite. Sé que ustedes no necesitan esta explicación pero sí tal vez algunos oyentes.

Simplemente hablo para que se comprenda mejor que no soy ignorante, extremista, ni ciego, ni adquirí mi ideología por mi propia cuenta estudiando economía.

No tuve preceptor cuando era un estudiante de leyes y ciencias políticas, en las que aquella tiene un gran peso. Desde luego que entonces tenía alrededor de 20 años y era aficionado al deporte y a escalar montañas. Sin preceptor que me ayudara en el estudio del marxismo-leninismo; no era más que un teórico y, desde luego, tenía una confianza total en la Unión Soviética. La obra de Lenin ultrajada tras 70 años de Revolución. ¡Que lección histórica! Se puede afirmar que no deberán transcurrir otros 70 años para que ocurra otro acontecimiento como la Revolución Rusa, para que la humanidad tenga otro ejemplo de una grandiosa Revolución Social que significó un enorme paso en la lucha contra el colonialismo y su inseparable compañero, el imperialismo.

Quizás, sin embargo, el peligro mayor que hoy se cierne sobre la tierra deriva del poder destructivo del armamento moderno que podría socavar la paz del planeta y hacer imposible la vidahumana sobre la superficie terrestre.

Desaparecería la especie como desaparecieron los dinosaurios, tal vez habría tiempo para nuevas formas de vida inteligente o tal vez el calor del sol crezca hasta fundir todos los planetas del sistema solar y sus satélites, como gran número de científicos reconocen. De ser ciertas las teorías de varios de ellos, las cuales los legos no ignoramos, el hombre práctico debe conocer más y adaptarse a la realidad. Si la especie sobrevive un espacio de tiempo mucho mayor las futuras generaciones conocerán mucho más que nosotros, aunque primero tendrán que resolver un gran problema. ¿Cómo alimentar los miles de millones de seres humanos cuyas realidades chocarían irremisiblemente con los límites de agua potable y recursos naturales que necesitan?

Algunos o tal vez muchos de ustedes se pregunten dónde está la política en este discurso. Créanme que me apena decirlo, pero la política está aquí en estas moderadas palabras. Ojalá muchos seres humanos nos preocupemos por estas realidades y no sigamos como en los tiempos de Adán y Eva comiendo manzanas prohibidas. ¿Quién va a alimentar a los pueblos sedientos de África sin tecnologías a su alcance, ni lluvias, ni embalses, ni más depósitos subterráneos que los cubiertos por arenas? Veremos que dicen los gobiernos que casien su totalidad suscribieron los compromisos climáticos.

Hay que martillar constantemente sobre estos temas y no quiero extenderme más allá de lo imprescindible.

Pronto deberé cumplir 90 años, nunca se me habría ocurrido tal idea y nunca fue fruto de un esfuerzo, fue capricho del azar. Pronto seré ya como todos los demás. A todos nos llegará nuestro turno, pero quedarán las ideas de los comunistas cubanos como prueba de que en este planeta, si se trabaja con fervor y dignidad, se pueden producir los bienes materiales y culturales que los seres humanos necesitan, y debemos luchar sin tregua para obtenerlos. A nuestros hermanos de América Latina y del mundo debemos trasmitirles que el pueblo cubano vencerá.

Tal vez sea de las últimas veces que hable en esta sala. He votado por todos los candidatos sometidos a consulta por el Congreso y agradezco la invitación y el honor de escucharme. Los felicito a todos, y en primer lugar, al compañero Raúl Castro por su magnífico esfuerzo.

Emprenderemos la marcha y perfeccionaremos lo que debamos perfeccionar, con lealtad meridiana y la fuerza unida, como Martí, Maceo y Gómez, en marcha indetenible.

Fidel Castro Ruz

Abril 19 de 2016, al cierre del Séptimo Congreso del Partido

FUENTE: CubaDebate