domingo, 26 de agosto de 2018

Uma BNCC à procura do magistério

Por Luiz Carlos de Freitas*

No Brasil o suporte à BNCC está sendo dado por um grupo de tecnocratas e especialistas (alguns bem intencionados), organizados no Movimento pela Base, financiado pela Fundação Lemann. Há algum tempo, a Fundação Lemann vem se aproximando do Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME) criando uma espinha dorsal que, alinhada com o MEC, cujo atual ministro foi do CONSED, constituem uma máquina de indução para a aprovação e implementação da BNCC. Como resultado, construíram uma proposta disforme e agora estão em busca do magistério para que ele a adote.
Sempre dissemos que é uma falácia a afirmação dos apoiadores da BNCC, incluindo o MEC, argumentando que ela não é currículo. Eles dizem que a base vai virar currículo nos Estados de nos Municípios com a participação dos professores. Uma argumentação, e nada mais que isso, para fugir da crítica da verticalização das decisões e ocultar a própria falta de participação na construção da base.
O Movimento pela Base, em associação com o MEC, continua sua tarefa de mobilizar os estados brasileiros para que adequem a BNCC já aprovada a seus estados. Note que nem nos Estados Unidos a base nacional comum (Common Core) foi implantada obrigatoriamente. Lá, o governo federal teve, pelo menos, que fazer algum esforço para que houvesse a adoção pelos estados. Mas no Brasil, resolveram pular esta parte e acelerar. Portanto, aqui ela é obrigatória e por pouco o próprio conteúdo da BNCC não virou lei no Congresso. Mas, como dizem, quanto mais alta a árvore, maior é o tombo.
Estes dias o Movimento pela Base divulgou um “roteiro” para os estados engolirem a BNCC do MEC. Um exame deste só atesta o que já dissemos: a BNCC (associada à avaliação do SAEB) padroniza o currículo das escolas em todo o país – fato negado pelo MEC e apoiadores. Vejamos o que planejaram para os estados “participarem”.
O texto, logo no início diz a que veio (todos os grifos que se seguem são meus):
“A (re)elaboração dos currículos em regime de colaboração com os municípios é um passo essencial para que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) se torne realidade nas escolas de todo o país.”
“A ideia é que professores, gestores e a comunidade escolar possam enviar sugestões para deixar os currículos com a cara da região.”
“Para que as contribuições sejam mais significativas, é preciso conhecer bem o que a BNCC determina.”
O foco do esforço é que a BNCC chegue até a sala de aula e a “participação” está limitada a isso: aplicar a base em sala de aula. “Reelaborar” e  “dar a cara da região” é a mensagem de abertura. Aqui nada sugere que se possa “participar” de fato da elaboração de uma base estadual curricular. O nível de participação permitido é aquele que “dá a cara” do local à base pronta. É um convite para que o magistério coloque um “máscara” na BNCC pronta, para que ela se pareça com a região. A ênfase está na aplicação da base já pronta:
“Seja contextualizando um objeto de conhecimento ou habilidade dentro da riqueza sociocultural da região, seja acrescentando novas competências e habilidades que fazem sentido para os alunos do estado, seja sugerindo práticas pedagógicas que podem ajudar a aprimorar o trabalho do professor.”
No entanto, onde está o pulo do gato: mesmo que você consiga acrescentar ou contextualizar algo, isso só vale para os estudantes do seu município ou estado. Saiba que nada disso cairá na avaliação do SAEB – a avaliação que dirá se sua escola está fracassando ou não em seguir a BNCC já pronta e não a do estado ou município. Padronizar a educação pela base é só um primeiro passo. O controle do MEC será feito sobre a BNCC que já está pronta e não por esta “base mascarada”.
E era muito fácil melhorar isso: bastava tornar o SAEB amostral e liberar os estados e municípios para que fizessem suas próprias avaliações (como aliás é nos Estados Unidos), pelo menos podendo levar em conta suas próprias “caras” construídas sobre a BNCC. Não salvaria a lavoura toda, mas do ponto de vista do próprio MEC, melhoraria a situação da colheita. Mas como o que conta é o SAEB, de nada adianta a avaliação estadual ou municipal – ela não salvará sua escola.
Em seguida o texto elenca uma série de dimensões para a tarefa dos estados que permite ver o que se espera da “participação” do magistério:
“1. CONTEXTUALIZAÇÃO: adequar o que está proposto pela BNCC à realidade local, usando as características regionais (culturais, históricas, sociais, naturais) e a própria vivência dos alunos.” Por exemplo: “escolha dos autores das obras”; “questões municipais/estaduais em relação à coleta e reciclagem de materiais”; e outros como “para trabalhar estatística, use a vivência em sala de aula”.
Atente-se para o verbo “adequar” e veja os exemplos de “participação”: definir autor de obra e outras formas de trabalhar com a BNCC em sala de aula. Trata-se de fazer uso da BNCC e não de participar na sua construção local. Mas além de “contextualizar”, você pode “complementar”.
“2) COMPLEMENTAÇÃO: os currículos podem adicionar habilidades, módulos e componentes inteiros que não estão na BNCC.” “Exemplos: no município de São Paulo, programação e letramento digital farão parte do currículo a partir do 1º ano do Ensino Fundamental. E no estado de Roraima, que faz fronteira com a Venezuela, além de Língua Inglesa, que é obrigatória, o currículo incluirá Língua Espanhola.”
Veja. São exemplos que indicam claramente que isso jamais cairá em uma avaliação nacional. São acessórios. Mas além de “contextualizar”, “complementar” (com acessórios locais), você pode fazer “aprofundamentos”. Vejamos do que se trata.
“3) APROFUNDAMENTO: é possível incluir sugestões de aprendizagens mais específicas, de práticas pedagógicas para a sala de aula, do que se espera do professor e de orientações para a avaliação.” Exemplo: “em Ciências da Natureza, há uma habilidade que prevê caracterizar os principais ecossistemas brasileiros. Ela pode ser aprofundada quando os alunos consultam fontes de dados como mapas, cartas geográficas e inventários da fauna e da flora. O professor também pode propor, por exemplo, que eles comparem o ecossistema local com outros ecossistemas do Brasil. Já em Geografia, para analisar as mudanças na paisagem causadas por diferentes tipos de sociedade, além de pinturas e fotografias o currículo pode propor o uso de imagens do Google Earth para comparar ambientes urbanos e rurais, analisando os tipos de construção e as condições espaciais, como o relevo e a hidrografia.”
Novamente, estamos falando do nível da sala de aula e não de “participar” da elaboração de uma base estadual curricular. O termo “participar” aqui tem o sentido de “colocar em prática”. O ponto seguinte, “interdisciplinaridade” – que está longe de significar “fazer junto” – atesta isso.
“4) INTERDISCIPLINARIDADE: sempre que o mesmo tema aparecer em disciplinas diferentes, e no mesmo ano, os professores podem trabalhar juntos”.
Finalmente chegamos a duas dimensões que são lapidares quanto à sua diretividade:
“5) DESENVOLVIMENTO INTEGRAL: o currículo deve ajudar o aluno a se desenvolver em todas as suas dimensões, por meio das 10 Competências Gerais que estão no capítulo introdutório da BNCC.”
“6) PROGRESSÃO: é preciso ter em mente quais habilidades precisam estar garantidas em cada etapa, pensando que a aprendizagem segue uma sequência de complexificação, conforme os anos escolares avançam.”
Ou seja, as habilidades e competências são as indicadas na BNCC e até a sequência conceitual está definida. Veja que uma tal especificação determina até mesmo a abordagem que se fará nos materiais didáticos. Eles mesmos já estão com sua estrutura definida. Elimina-se qualquer possibilidade de métodos de ensino com uma estrutura diferenciada.
Fim de papo? Ainda não. As instruções do Movimento pela Base ainda têm uma advertência final:
“Vale lembrar que todas as habilidades e competências previstas na BNCC precisam aparecer nos currículos estaduais. Nada pode ficar de fora!  Além disso, é importante prestar atenção aos verbos utilizados no texto da habilidade para não diminuir a complexidade do processo cognitivo. Por exemplo, se a BNCC fala em relacionar informações, o currículo local não deve falar em identificar informações, pois identificar é menos complexo do que relacionar. Lembre-se de não é apenas o conteúdo em si que precisa estar contemplado na descrição de cada habilidade, mas também os processo cognitivos envolvidos: identificar, diferenciar, relacionar etc.”
Ou seja, todas as escolhas relevantes, já foram feitas ao se montar a BNCC em Brasília. Agora, trata-se de que a pílula seja engolida: um verdadeiro desrespeito à inteligência do magistério. A isso foi reduzida a “participação” do magistério. E ainda querem dizer que a BNCC não é currículo.
É preciso começar tudo de novo, exatamente porque uma base nacional curricular comum não deve ser currículo é que ela está condenada, pois amarrou tudo de cima para baixo. Uma base deve ser uma referência construída coletivamente, que tenha o sentido de um projeto nacional, que aponte o que entendemos todos (não apenas os empresários, suas fundações e ONGs) por ser uma “boa educação para nossas crianças e jovens”. Ela deveria ter começado pelos Estados e Municípios, envolvendo aqueles que fazem a educação.
Sem uma definição coletiva do que entendemos ser uma boa educação, não há BNCC que dure. A prescrição curricular, por si, não garante a prática curricular. Para tal, terão que acionar um sistema repressivo via avaliação do SAEB, mas isso, é mais do mesmo que já não funcionou na matriz americana.
Um dos pontos fracos das políticas públicas neoliberais que estão sendo aplicadas pelo MEC é que elas encantam à primeira vista com suas lógicas de senso comum, mas não se sustentam ao longo do tempo, principalmente quando os primeiros resultados começam a aparecer (ou a não aparecer). É o caso típico destas políticas nos Estados Unidos onde elas estão constantemente empacando. Mas a reforma empresarial da educação tem sua própria lógica movida a fé (e mercado) e não pode abrir mão de suas receitas, nem quando caminha em direção ao precipício. O problema é que existem gerações de jovens sendo atingidas por políticas que gerarão mais décadas perdidas.
*Professor aposentado da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP - (SP) Brasil.

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

XXV SEMINÁRIO ABERTO DE FORMAÇÃO DA CÉLULA ISTVÁN MÉSZÁROS

"Marxismo e educação 2"



Todos estão convidados a participar do XXV SEMINÁRIO ABERTO DE FORMAÇÃO DA CÉLULA ISTVÁN MÉSZÁROS do PCB-SP, cujo tema será "Marxismo e educação 2". 

As inscrições deverão ser feitas presencialmente, a fim de receber o certificado de participação de 8 horas, como ouvinte.

O evento ocorrerá na sede do partido, na rua Francisca Miquelina, 94 - Sé, São Paulo/SP, das 9:30 às 18:00. 

Segue a programação do evento.

PROGRAMAÇÃO

9:30 - 11:00 – PEDAGOGIAS DA HEGEMONIA, METAMORFOSES DO CAPITAL E TRABALHO DOCENTE.
Mauricio Orestes Parisi  

11:10 - 12:30 – ANÁLISE DAS TENDÊNCIAS EDUCATIVAS DO MOVIMENTO OPERÁRIO DA PRIMEIRA REPÚBLICA
Fábio Alexandre Tardelli Filho 

12:30 - 13:30 - Almoço

13:30 - 15:00 – TÉCNICA, POLÍTICA E EDUCAÇÃO EM TEMPOS DE ALIANÇA ENTRE NEOLIBERAIS E NEOCONSERVADORES.

Jefferson González

15:00 -16:30 – FORMAS DE EDUCAÇÃO POPULAR: O PCB E A EXPERIÊNCIA DOS COMITÊS POPULARES DEMOCRÁTICOS
Marcos César de Oliveira Pinheiro

16:30-18:00 - CINEDEBATE - A dimensão pedagógica do Cinema Negro (com Celso Luiz Prudente). Exibição dos filmes “Questão de justiça” (2017), “A revolução das abóboras” (2014), e “A dialética do amor” (2012).

domingo, 19 de agosto de 2018

Poesia para celebrar o Dia do Historiador

19 de agosto - Dia do Historiador
 Data criada pela Lei nº 12.130/2009.



Há historiador que gosta 
De bolor, de papel.
Amador de arquivo
De construir outro juízo
Sem valor.
Valor mesmo só
O do livro
Lançado a rigor.

Há historiador que não gosta 
De samba e de rua
Nem poesia e nem lua.
Prefere o trabalho manual
Da conserva ao bolor.

Acreditem: 
Existe até historiador
Que não gosta
De (ser) trabalhador.

Pra ser bom historiador
Tem que gostar de flanar
Andar por aí
Observar as ruas
Estreitas e os bares
As ruas cheias e os mares
Se emocionar.
Vibrar.
Beber.
Se indignar.

Pra ser bom historiador
É bom tirar lições do passado
Percorrer outros caminhos
Que não seja das Índias
E não cansar de caminhar
Indagar
Ousar
Responder
Sugerir
Farejar
Caçar. 
O caminho é longo, viu?

Pra ser bom historiador
Condição primordial
É gostar de lutas
E de mentes 
É gostar de rua
E de gentes.

Matéria-prima 
Método
Teoria
História nunca de cima
Ciência, samba & poesia

Pra ser bom historiador
É preciso lembrar
O que a academia
Nos faz esquecer.

Juliana Meato

FONTE: Tarcísio Motta de Carvalhovia Facebook 

¿Por qué un joven de 20 años debe leer a Marx?

Por Álvaro García Linera, el vicepresidente del Estado Plurinacional de Bolivia 

Presentación de la revista de análisis político “La Migraña”, número 27, denominada “200 años con Marx y la Revolución”. (agosto 2018)







quinta-feira, 16 de agosto de 2018

A Venezuela que não será vista nas televisões

Por Simon de Beer  



Um belga faz uma viagem turística à Venezuela. Mas o estado de espírito de férias não o torna indiferente a uma realidade bem diferente da que os grandes media querem fazer passar. Abre os olhos e ouvidos para conhecer as pessoas num país que está a mudar, atravessando grandes dificuldades económicas e a constante ingerência e ameaça do imperialismo e dos seus cúmplices. Uma Venezuela tão livre que, num sector inteiramente privado como o do turismo, os guias turísticos têm carta-branca para mentir sobre o seu próprio país.

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Primeira observação: as conquistas da revolução bolivariana são impressionantes
 
Falamos muito pouco e é uma pena. Na menor aldeia remota há uma escola pública totalmente gratuita (equipamentos e refeições incluídas para crianças). O analfabetismo foi erradicado e a Venezuela é actualmente o quinto país do mundo com a maior taxa de académicos. Em todos os lugares as pessoas usam orgulhosamente o fichário colorido da Venezuela, recebido na escola ou na universidade.

Um sistema de saúde - totalmente gratuito - cobre todo o país. Em uma pequena ilha de 2000 habitantes onde passamos alguns dias, há um mini-hospital, com dentista, ginecologista e até um pequeno laboratório. “Todo cuidado é gratuito “, lê-se em seis idiomas na entrada. Tendo ambos contraído um vírus perigoso, fomos recebidos a um domingo, sem marcação e sem esperar, e sem pagar um centavo apesar de sermos estrangeiros. “Na Venezuela a saúde é um direito garantido constitucionalmente “, explicou orgulhosamente a enfermeira que cuidou de nós.

Caracas, a capital, tem um metro moderno e… gratuito (uma boa lição para aqueles que afirmam que tornar mais barato o transporte público em Bruxelas é impossível). Centenas de milhares de unidades de habitação social foram lá construídas. Favelas inteiras foram literalmente transformadas em moradias. Pudemos visitar um bairro totalmente novo, inaugurado no ano passado. Em todo o país, estamos a falar de 2 milhões de novos lares desde 2012.

A nível democrático, também foram feitos grandes progressos. As pessoas reapropriam-se literalmente da política. Comités de vizinhança foram criados em todos os lugares para lidar com questões locais. As pessoas estão sempre satisfeitas em discutir política. “Antes de Chávez, vivíamos numa democracia de fachada “, explicou um taxista. Antes de acrescentar: “Mas também tem que conversar com outras pessoas, para formar a sua própria opinião.”

Os nativos deixaram de ser considerados cidadãos de segunda classe.” Chávez trouxe-nos o direito ao trabalho e o direito à educação “, disse um membro de uma comunidade indígena na região de Canaima. ” Antes, simplesmente não tínhamos qualquer direito.”

As pessoas estão a passar por uma crise muito difícil 
 
Graças à política social do governo, às lojas sociais, às cantinas, à medicina gratuita, etc., as pessoas não vivem na miséria e não morrem de fome, como regularmente lemos nos nossos meios de comunicação (esse é o caso em outros países da América Latina). No entanto, não podemos negar que os tempos são difíceis. O poder de compra é consideravelmente limitado. Os preços estão a subir constantemente e a moeda está a perder valor apesar dos aumentos salariais regulares. Que é uma dor de cabeça real de base quotidiana.

A origem desse problema vem dos grandes grupos privados, que ainda controlam a maior parte da economia, e que durante quatro anos travaram uma guerra económica muito dura contra a Venezuela. Um pouco como foi o caso em 1973 contra o Chile de Allende.

Isso também se deve ao facto de a economia da Venezuela continuar muito dependente do petróleo e estar a lutar para desenvolver um sector produtivo nacional e independente. Este é obviamente um dos grandes desafios do governo.

Como resultado, mesmo que o actual presidente Maduro continue a ser muito popular - como as últimas eleições mostram - uma parte do povo é seduzida pelo discurso da oposição de direita, que está a surfar um certo nível de descontentamento e espera voltar ao poder.

E a então a oposição? 
 
Muitas vezes ouvimos nos nossos media que a Venezuela é uma ditadura, onde a oposição é amordaçada. Algumas horas no local provam directamente o contrário. 90% dos canais de TV estão nas mãos da oposição. Todos os dias há críticas ao governo. As pessoas expressam-se livremente (gostam de discutir, quaisquer que sejam as suas opiniões). Os circuitos turísticos são amplamente dominados pela oposição. E não hesitam em dizer-vos todo o mal que pensam de Chávez e Maduro, com uma má-fé por vezes desconcertante.

Alguns pequenos trechos seleccionados das nossas conversas:

”Antes vivíamos num bairro apenas com pessoas decentes, bem-educadas. Mas o governo construiu habitações sociais e agora há pessoas pobres no bairro. Nós deixámos de estar seguros. Se o governo pedir, eles atacar-nos-ão à pedrada. Veja como penduram as suas roupas nas janelas! Não são civilizados. ”

“Antes vivíamos num país com valores. Houve meritocracia. Hoje todos podem ir para a universidade e ter um emprego. O resultado é o nivelamento por baixo. ”

”Antes de Chávez, vivíamos bem. Encontrávamos tudo o que queríamos nas lojas. Podia escolher-se entre 10 marcas para cada produto. O país não conhecia a crise.”

NB: antes de Chávez, havia uma taxa de pobreza de 80% … Essa taxa caiu para 26% em 2014 (antes da crise actual).

Em suma, o que está a acontecer na Venezuela não é sobre “democracia”, como lemos nos nossos media. A grande maioria das pessoas nunca desfrutou de tanta liberdade como hoje (política, educacional, social e económica, cultural e outras).

O que está a acontecer na Venezuela é um conflito entre duas categorias sociais opostas: as pessoas de um lado, os privilegiados ricos do outro lado.

As pessoas que tentam levantar a cabeça depois de décadas de miséria, procurando o seu próprio caminho para o progresso social. Os ricos, apoiados por multinacionais estrangeiras e pelos Estados Unidos, que se recusam a ver fugir os seus velhos privilégios. Eles não suportam ver a riqueza colossal da Venezuela entrar em programas sociais em vez de no seu bolso. E estão prontos para fazer seja o que for para derrubar o governo.

Pela minha parte, sem idealização, a Venezuela continua sendo uma inspiração para aqueles que repetem incansavelmente que não podemos investir em habitação social, desenvolver o transporte público ou baixar os custos de educação e formação e da medicina. Embora nem tudo seja perfeito, a Venezuela mostra-nos à sua maneira que outras escolhas são possíveis. E por isso mesmo, merece a pena fazer um desvio e passar por esse país.


 FONTE: ODiario.info

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Frases legendarias de Fidel Castro (+ Fotos y Video)

En ocasión del aniversario 92 de su natalicio (el 13 de agosto de 1926)

Por: Equipo Editorial Fidel Soldado de las Ideas

Fidel Castro firma el mural autografiado por los mandatarios participantes en la Cumbre Iberoamericana celebrada en Cartagena de Indias, Colombia, 16 de junio de 1994. Foto: Liborio Noval / Sitio Fidel Soldado de las Ideas.


El líder de la Revolución Cubana Fidel Alejandro Castro Ruz nació el 13 de agosto de 1926 en Birán, antigua provincia cubana de Oriente.

En ocasión del aniversario 92 de su natalicio Cubadebate y el Sitio Fidel Soldado de las Ideas comparten algunas de las frases más significativas que recogen el espíritu de su pensamiento, las cuales trascienden el tiempo como un legado para las futuras generaciones.



Alegato de autodefensa en el juicio que se le realiza por el ataque al cuartel Moncada, el 16 de octubre de 1953: 

“Condenadme, no me importa, la historia me absolverá.”



Palabras pronunciadas en el Parque Céspedes, de Santiago de Cuba, el 1ro de enero de 1959:

“La Revolución empieza ahora, la Revolución no será una tarea fácil, la Revolución será una empresa dura y llena de peligros.”



Palabras pronunciadas a su llegada a la Habana, en Ciudad Libertad, el 8 de enero de 1959:

“Creo que es este un momento decisivo de nuestra historia: la tiranía ha sido derrocada. La alegría es inmensa. Y sin embargo, queda mucho por hacer todavía.  No nos engañamos creyendo que en lo adelante todo será fácil; quizás en lo adelante todo sea más difícil.”



Palabras pronunciadas durante las honras fúnebres a las víctimas de la explosión del barco belga La Coubre, el 5 de marzo de 1960: 

“Solo que ahora libertad quiere decir algo más todavía: libertad quiere decir patria.  Y la disyuntiva nuestra sería Patria o Muerte. ¡Patria o muerte!”



Palabras pronunciadas ante las Naciones Unidas, septiembre de 1960:

“Cese la filosofía del despojo y cesará la filosofía de la guerra.”



Palabras pronunciadas durante las honras fúnebres a las víctimas de los bombardeos previos a la invasión por Playa Larga y Playa Girón y proclama el carácter socialista de la Revolución, el 16 de abril de 1961:  

“Esta es la Revolución socialista y democrática de los humildes, con los humildes y para los humildes. Y por esta Revolución de los humildes, por los humildes y para los humildes, estamos dispuestos a dar la vida.”



Palabras pronunciadas en la velada solemne en memoria del comandante Ernesto Che Guevara, el 18 de octubre de 1967: 

“Si queremos expresar cómo aspiramos que sean nuestros combatientes revolucionarios, nuestros militantes, nuestros hombres, debemos decir sin vacilación de ninguna índole: ¡Que sean como el Che! Si queremos expresar cómo queremos que sean los hombres de las futuras generaciones, debemos decir: ¡Que sean como el Che! Si queremos decir cómo deseamos que se eduquen nuestros niños, debemos decir sin vacilación: ¡Queremos que se eduquen en el espíritu del Che! Si queremos un modelo de hombre, un modelo de hombre que no pertenece a este tiempo, un modelo de hombre que pertenece al futuro, ¡de corazón digo que ese modelo sin una sola mancha en su conducta, sin una sola mancha en su actitud, sin una sola mancha en su actuación, ese modelo es el Che! Si queremos expresar cómo deseamos que sean nuestros hijos, debemos decir con todo el corazón de vehementes revolucionarios: ¡Queremos que sean como el Che!”



Palabras pronunciadas durante las honras fúnebres a las víctimas del sabotaje del avión de Cubana en Barbados, el 15 de octubre de 1976: 

“No podemos decir que el dolor se comparte. El dolor se multiplica. Millones de cubanos lloramos hoy junto a los seres queridos de las víctimas del abominable crimen. ¡Y cuando un pueblo enérgico y viril llora, la injusticia tiembla!”



Palabras pronunciadas en la Sesión inaugural de la VI Conferencia Cumbre del Movimiento de Países No Alineados, el 3 de septiembre de 1979:

“En las relaciones internacionales practicamos nuestra solidaridad con hechos, no con bellas palabras.”



Palabras pronunciadas durante la Conferencia de Naciones Unidas sobre Medio Ambiente y Desarrollo, Río de Janeiro, el 12 de junio de 1992: 

“Una importante especie biológica está en riesgo de desaparecer por la rápida y progresiva liquidación de sus condiciones naturales de vida: el hombre. (…) Páguese la deuda ecológica y no la deuda externa. Desaparezca el hambre y no el hombre. (…) Cesen los egoísmos, cesen los hegemonismos, cesen la insensibilidad, la irresponsabilidad y el engaño. Mañana será demasiado tarde para hacer lo que debimos haber hecho hace mucho tiempo.”



Palabras pronunciadas en el Aula Magna de la Universidad Central de Venezuela, durante la toma de posesión del presidente Hugo Chávez Frías en Caracas, el 3 de febrero de 1999:  

“Una revolución solo puede ser hija de la cultura y de las ideas.”



Mensaje al Pueblo de Cuba, el 18 de febrero de 2008:  

“Deseo solo combatir como un soldado de las ideas. Seguiré escribiendo bajo el título “Reflexiones del compañero Fidel”. Será un arma más del arsenal con la cual se podrá contar. Tal vez mi voz se escuche. Seré cuidadoso.”



Discurso pronunciado en la clausura del VII Congreso del Partido Comunista de Cuba. La Habana, 19 de abril de 2016: 

“Pronto deberé cumplir 90 años, nunca se me habría ocurrido tal idea y nunca fue fruto de un esfuerzo; fue capricho del azar. Pronto seré ya como todos los demás. A todos nos llegará nuestro turno, pero quedarán las ideas de los comunistas cubanos.”



El 1 de mayo de 2000 en la Plaza de la Revolución José Martí, el Comandante en Jefe Fidel Castro Ruz dio a conocer el Concepto de Revolución. Definición convertida a partir de ese momento en brújula de la labor patriótica de todo el pueblo y que resume en su esencia la historia pasada, presente y sobre todo futura de la nación cubana: 

“Revolución es sentido del momento histórico; es cambiar todo lo que debe ser cambiado; es igualdad y libertad plenas; es ser tratado y tratar a los demás como seres humanos; es emanciparnos por nosotros mismos y con nuestros propios esfuerzos; es desafiar poderosas fuerzas dominantes dentro y fuera del ámbito social y nacional; es defender valores en los que se cree al precio de cualquier sacrificio; es modestia, desinterés, altruismo, solidaridad y heroísmo; es luchar con audacia, inteligencia y realismo; es no mentir jamás ni violar principios éticos; es convicción profunda de que no existe fuerza en el mundo capaz de aplastar la fuerza de la verdad y las ideas. Revolución es unidad, es independencia, es luchar por nuestros sueños de justicia para Cuba y para el mundo, que es la base de nuestro patriotismo, nuestro socialismo y nuestro internacionalismo.”

En Video, el Concepto de Revolución



FUENTE: Cubadebate

domingo, 12 de agosto de 2018

A personagem Leocadia Prestes nas memórias fotográficas de Fernanda Montenegro

A atriz Fernanda Montenegro, 88 anos, lançou neste ano de 2018, um livro de memórias fotográficas, que relembra a histórias dos seus 75 anos de carreira. Organizada pela própria atriz, a obra  "Fernanda Montenegro: Itinerário fotobiográfico" reúne imagens que contam a sua trajetória pessoal e profissional, que se mistura à memória da dramaturgia nacional. Entre suas memórias, na página 257, está a personagem vivida no filme "Olga", direção de Jayme Monjardim, Leocadia Felizardo Prestes (1874-1943), mãe do líder comunista Luiz Carlos Prestes (1898-1990), uma mulher forte que liderou, ao lado da filha caçula, Lygia Prestes (1913-2007), uma campanha internacional pela liberdade dos presos políticos no Brasil da Era Vargas, entre eles seu filho, pela liberdade de sua nora Olga Benario Prestes (1908-1942), que fora deportada no sétimo mês de gravidez para a Alemanha nazista, e pela liberdade de sua neta, Anita Leocadia Prestes, nascida em novembro de 1936, em uma prisão feminina da Gestapo, em Berlim.





FERNANDA MONTENEGRO:
Itinerário fotobiográfico
FERNANDA MONTENEGRO (Org.)
Edições Sesc São Paulo, 2018



terça-feira, 7 de agosto de 2018

Dedo na Ferida - Documentário de Silvio Tendler

Disponível no YOUTUBE

O documentário está dividido em 5 partes: 






No momento em que o mundo se depara com a perda progressiva de direitos sociais, rendidos aos interesses do sistema financeiro, Silvio Tendler vai direto ao ponto que atinge toda a sociedade, independente de posicionamento político, com o lançamento de “Dedo na Ferida”. O documentário, patrocinado pelo Sindicato dos Engenheiros no Estado do Rio de Janeiro e a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros, selecionado para a mostra competitiva do Festival do Rio, traça um panorama do cenário contemporâneo com depoimentos de economistas que estão em ou que já estiveram em cargos importantes no mundo e pensadores respeitados.

Para traçar um paralelo entre essas análises e o cotidiano dos afetados pelos poderio econômico, Silvio usa como fio de ligação a viagem de trabalho de um podólogo que mora em Japeri – cidade que tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Estado do Rio de Janeiro – até Copacabana, onde exerce sua profissão.

– O tempo de deslocamento dele todo dia é o tempo de uma sessão de cinema. É o tempo que ele não vai ao cinema. Enquanto ele vai de Japeri à Copacabana poderia estar assistindo ao filme. “Dedo na Ferida” discute uma sociedade na qual ele é um cidadão à margem, ele não tem uma conta no banco, ele não vai ao cinema, nem ao teatro. Não tem uma vida ativa, é um cara que trabalha para sustentar a família.

“Dedo na Ferida” discute o retrocesso ideológico a posições neoconservadoras pautado pelo empobrecimento da classe média, pela falência dos Estados e pelo desemprego. Examina de que forma o capitalismo deixou de ser produtivo para se tornar meramente especulativo, motivado pela aposta na geração de dinheiro fácil.“Dedo na Ferida” discute o retrocesso ideológico a posições neoconservadoras pautado pelo empobrecimento da classe média, pela falência dos Estados e pelo desemprego. Examina de que forma o capitalismo deixou de ser produtivo para se tornar meramente especulativo, motivado pela aposta na geração de dinheiro fácil.

O sistema financeiro, que deveria servir ao propósito de levar recursos dos setores superavitários para os deficitários interessados em investir em produção, abandonou o papel de “atravessador” e se assumiu como fim principal das transações econômicas. Os governos nacionais perdem autonomia e passam a lutar contra massas de capital que circulam livremente pelo globo. Grécia, Espanha, Portugal, Brasil e tantas outras nações veem seus destinos definidos pelos interesses da esfera financeira. Grandes corporações, que, por vezes, detém orçamentos mais robustos do que o de alguns Estados, atuam como um “governo sombra”, guiando políticas públicas que favorecem à maximização de seus lucros.Consideradas importantes demais para falir, grandes corporações envolvidas diretamente na crise que atingiu o sistema econômico internacional em 2008 não foram responsabilizadas pelo estrago causado na economia produtiva. Operando dentro da lei e socorridas com dinheiro público, seguem acumulando um capital volátil, transnacional, pouco produtivo e guardado em paraísos fiscais. E elas estão prontas para lucrar na próxima crise. (Por Rota Cult)


segunda-feira, 6 de agosto de 2018

sábado, 4 de agosto de 2018

Dossiê Ciro Flamarion Cardoso

Neste dossiê,  o blog marxismo21 publica uma parte do vasto material produzido pelo (e sobre o) historiador Ciro Flamarion Santana Cardoso (1942-2013), indicando links para livros, artigos, entrevistas etc. disponíveis na internet bem como divulgando alguns materiais ainda inacessíveis aos pesquisadores da web.

Ciro Cardoso foi um dos mais importantes e competentes historiadores brasileiros, tendo produzido uma obra, reconhecida internacionalmente, que se caracteriza pelo rigor teórico, profundidade analítica e pela variedade de temas que vão da História da América à História Antiga e da Teoria da História à Epistemologia e à Semiótica. O profícuo historiador marxista igualmente encontrou ainda tempo para lecionar cursos de graduação, orientar pesquisas de pós-graduação, ministrar centenas de conferências e se dedicar ao estudo da ficção científica.

Nos anos 1980, produziu relevantes trabalhos sobre a escravidão no Brasil e na América Latina; num certo momento, travou aceso debate com o historiador marxista Jacob Gorender a respeito da questão da natureza e da historicidade da economia escravista no Brasil.

CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA ACESSAR O DOSSIÊ CIRO FLAMARION CARDOSO

CIRO FLAMARION CARDOSO (1942-2013)