"Independente de quem sair vencedor das urnas [Dilma ou Aécio]no próximo domingo –ou num segundo turno em 26 de outubro– a vitória já tem dono. Ou melhor, donos. Os mesmos de sempre."
As
duas candidaturas (Aécio e Dilma) são variantes do mesmo modelo. Dilma Rousseff representa
uma vertente mais social do liberalismo e Aécio Neves é liberalismo puro, na sua
forma mais reacionária, conforme definiu Michael Löwy em entrevista exclusiva à Carta Maior.
O
tão falado conservadorismo do Congresso não é tanto de ordem ideológica. Aliás
ideologia ou projeto político é algo que passa longe da maioria dos
parlamentares brasileiros. O conservadorismo expressa mais que tudo a defesa
dos interesses de quem sempre comandou o país e paga as campanhas.
As
reformas populares não estão bloqueadas há décadas na sociedade brasileira por
acaso. Alguém acha que a bancada ruralista permitirá uma reforma agrária? Ou
que o lobby dos bancos no Congresso e nos governos dará sinal verde para a
reforma do sistema financeiro? Ou ainda que o setor imobiliário e as
empreiteiras permitirão que os governos que eles financiaram faça reforma
urbana?
O
financiamento de campanha eleitoral é um poderoso instrumento de poder. Quem
paga a banda escolhe a música, diz o velho dito. E assim é. Para não acharem
que é papo de comunista, cito o juiz eleitoral Marlon Reis: "Chegamos ao
grau da insustentabilidade. As eleições são um jogo comprado no Brasil". (trecho do texto " Elesvenceram outra vez", de Guilherme Boulos)
A nova composição da Câmara dos Deputados
Ao
todo, 28 partidos elegeram deputados federais. PT, PMDB e PSDB têm, em ordem
decrescente, as três maiores bancadas. Veja a lista completa dos eleitos
O
Congresso em Foco apresenta aqui em primeira mão a lista dos deputados federais
eleitos no Distrito Federal e nos 26 estados brasileiros. Os resultados ainda
estão sujeitos a alteração se candidatos com o registro atualmente negado pela
Justiça eleitoral – como o ‘ficha suja’ Paulo Maluf (PP-SP) – conseguirem
reverter essa decisão. Mas o quadro das candidaturas pendentes não tem
possibilidade de alterar de maneira significativa a distribuição das cadeiras
entre os partidos.
Os
resultados eleitorais disponíveis mostram que o número de partidos com
representação na Câmara – e, de tabela, no Congresso Nacional – aumentará de 22
para 28.
O
PT, com 18 deputados a menos, foi o partido que mais perdeu parlamentares. Quem
mais ganhou foi o PSDB, cuja bancada subiu de 44 para 55 integrantes.
Um
aspecto importante é que vários ex-deputados federais voltarão ao Parlamento
como o mais votado de seus respectivos estados. É o caso de Moroni Torgan
(DEM-CE), Alberto Fraga (DEM-DF) e Celso Russomano (PRB-SP), o deputado federal
mais votado no Brasil, com mais de 1,5 milhão de votos.
Outra
peculiaridade da disputa para a Câmara é a grande votação alcançada por
políticos conservadores, como Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Luiz Carlos Heinze
(PP-RS), ambos os mais votados em seus estados.
Veja
como é hoje e como ficará a composição partidária da Câmara dos Deputados a
partir de 1o de fevereiro, data de início da nova legislatura.
Partido
– Número atual de deputados – Total de eleitos
PT – 88 – 70
PMDB – 71 – 66
PSDB – 44 – 55
PP – 40 – 37
PSD – 45 – 37
PR
– 32 – 34
PSB
– 24 – 34
PTB
– 18 – 26
DEM
– 28 – 22
PRB
– 10 – 20
PDT – 18 – 19
SD – 22 – 16
PSC – 12 – 12
Pros – 20 – 11
PPS – 6 – 10
PCdoB
– 15 – 9
PV
– 8 – 8
Psol
– 3 – 5
PHS
– nenhum – 4
PEN
– 1 – 3
PMN
– 3 – 3
PTN
– nenhum – 3
PRP
– 2 – 2
PTC
– nenhum – 2
PSDC
– nenhum – 2
PRTB
– nenhum – 1
PSL
– nenhum – 1
PTdoB
– 3 – 1
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