16.07.2015
Ontem 15 de Julho o Syriza, que tinha
prometido apresentar uma “lei de um só artigo” que aboliria os
memorandos e as medidas antipopulares, apresentou e fez passar de
urgência no parlamento uma “lei de um só artigo” com os primeiros
requisitos das medidas antipopulares do terceiro memorando e o acordo
com as organizações imperialistas UE-BCE-FMI. Na mesma altura, o
vice-presidente do governo Y. Dragasakis, falando à rádio do Syriza,
agradeceu publicamente ao governo dos EUA e ao presidente Obama pelo
contributo dado à conclusão do acordo.
Na votação nominal no parlamento requerida pelo KKE votaram “sim”
229 deputados, “não” 64, e 6 abstiveram-se, num total de 299 deputados
presentes.
Os deputados do Syriza (111 em 149), ANEL, ND, POTAMI e PASOK votaram a favor do acordo e do enunciado de medidas. 32 deputados do Syriza votaram não e 6 abstiveram-se. Estas divergências não assumem um carácter substancial. É revelador da dimensão do embuste que quadros da chamada “Plataforma de Esquerda” tenham declarado de forma muito nítida que votariam contra as medidas mas que apoiam totalmente o governo e o primeiro-ministro que as agendaram!
Na mesma altura milhares de trabalhadores manifestaram-se no
exterior do parlamento e em dezenas de outras cidades por todo o país,
nos grandes desfiles militantes convocados pelo PAME. Manifestações que
fizeram ecoar uma sonora mensagem contra o governo e os partidos
burgueses de oposição, que estão a “servir” ao povo mais um memorando de
forma a continuar a sangrá-lo em nome dos lucros do capital. O carácter
de massas, a militância e a segurança do PAME impediram que tivesse
sucesso uma provocação planeada que actuou com o objectivo de atacar o
magnífico comício do PAME em Atenas.
O Secretário-Geral do CC do KKE, Dimitris Koutsumpas, assinalou
no seu discurso que a tentativa consciente de enganar o povo chegou ao
cúmulo e sublinhou que o povo será obrigado a pagar o desgraçado
memorando de Tsipras, que o governo Syriza-ANEL, utilizando os mesmos
argumentos dos governos que o precederam, apresentam como a única saída.
Sublinhou também que este acordo é extremamente frágil, uma vez que se
agudiza a disputa entre França e Alemanha acerca do futuro da Eurozona,
tal como sucede com a disputa entre EUA e Alemanha pela hegemonia na
Europa. A vítima destes confrontos é o povo grego. Por esta razão, e
apesar deste acordo temporário, não é de excluir um Grexit nos tempos
mais próximos; sublinhando também que uma Grécia capitalista com a
dracma como moeda não constitui uma solução alternativa para o povo.
Acentuou que uma saída efectiva implica a ruptura com a UE, com o
capital e com o seu poder. Para abrir caminho a esta saída é necessário
que o povo se una e organize de imediato, que o movimento dos
trabalhadores se reagrupe e adquira uma clara orientação
anticapitalista. Na base destes requisitos o movimento dos trabalhadores
deve desenvolver alianças sociais com outros movimentos populares que
se assumem em confronto com os monopólios. O povo deve reforçar a sua
cooperação com o KKE, superando reservas e divergências que possam
existir.
O original encontra-se em: http://inter.kke.gr/en/articles/No-Surrender-The-workers-peoples-struggle-is-the-way-out/
FONTE: O Diário.Info
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