quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Divulgação | História da educação do Recôncavo da Guanabara à Baixada Fluminense

Lançamento do livro "História da educação do Recôncavo da Guanabara à Baixada Fluminense", em conjunto com a comemoração de aniversário de 10 anos do Grupo Estudos de História da Educação Local (Ehelo) da UERJ. O livro foi organizado por Angélica Borges e Amália Dias, professoras da UERJ, e contou com a participação de 30 autores. O lançamento será dia 19/10 às 18h30 na FEBF-UERJ (Campus Caxias). 

Link para o site da editora: 

https://editoraappris.com.br/produto/historia-da-educacao-do-reconcavo-da-guanabara-a-baixada-fluminense/



História da Educação do Recôncavo da Guanabara à Baixada Fluminense é uma obra destinada a reunir e divulgar os estudos sobre História da Educação deste território, sobretudo as pesquisas desenvolvidas no grupo de pesquisa Estudos de História da Educação Local (Ehelo), fundado em 2013 na Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).




HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DO RECÔNCAVO DA GUANABARA À BAIXADA FLUMINENSE

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO: O EHELO E A PESQUISA EM HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DA BAIXADA FLUMINENSE
Amália Dias e Angélica Borges, Líder e vice-líder do grupo de pesquisa Ehelo, Professoras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro

PARTE I
PROCESSOS DE ESCOLARIZAÇÃO E PROJETOS EDUCACIONAIS NO SÉCULO XIX: ENTRE ENGENHOS, QUILOMBOS E CAPELAS


1 DIFUSÃO DA ESCOLARIZAÇÃO NO RECÔNCAVO DA GUANABARA: INSTALAÇÃO E AMPLIAÇÃO DA MALHA ESCOLAR PRIMÁRIA NO PERÍODO DO IMPÉRIO
Angélica Borges

2 “BENEFÍCIO INDISPENSÁVEL À CLASSE POUCO FAVORECIDA DA FORTUNA”: CONSIDERAÇÕES ACERCA DO DERRAMAMENTO DA INSTRUÇÃO NA VILA DE ESTRELA (1846-1889)
Beatriz Souza dos Santos

3 A INSTRUÇÃO DA INFÂNCIA NO RECÔNCAVO DA GUANABARA: UMA ANÁLISE DA INSTRUÇÃO E DO MAGISTÉRIO FEMININO NO MUNICÍPIO DE MAGÉ (1839-1889)
Kimberly Araujo Gomes Pereira

4 SUJEITOS, INSTITUIÇÕES E NORMAS: ASPECTOS DA ESCOLARIZAÇÃO EM IGUAÇU NO ÚLTIMO DECÊNIO DO IMPÉRIO (1879-1889)
Aline de Morais Limeira, Ana Carolina de Farias Miranda

PARTE II
PROCESSOS DE ESCOLARIZAÇÃO E PROJETOS EDUCACIONAIS NO SÉCULO XX: ENTRE REORDENAÇÕES GEOPOLÍTICAS E DISPUTAS EDUCACIONAIS

5 “VISTES QUE DA VERDADE A ESCOLA É UM TEMPLO”: EDUCAÇÃO E DOUTRINA ESPÍRITA NO ENSINO SECUNDÁRIO EM IGUAÇU (1930-1945)
Ana Paula da Silva Esteves

6 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NAS ATAS DA CÂMARA MUNICIPAL DE DUQUE DE CAXIAS (1947-1955)
Angélica de Sá de Oliveira Bauer Rodrigues

7 DUQUE DE CAXIAS, CIDADE INDUSTRIAL: PROJETOS DE EDUCAÇÃO E DISCIPLINARIZAÇÃO DE TRABALHADORES NA FÁBRICA NACIONAL DE MOTORES (1942-1970)
Maissi de Cássia Julião Alves, Angélica Borges

8 O PATRONATO SÃO BENTO E AS ESCOLAS INSTALADAS EM SEU TERRITÓRIO (1950-1969)
Márcia Spadetti Tuão da Costa

9 OS COMITÊS POPULARES DEMOCRÁTICOS NA BAIXADA FLUMINENSE (1945-1947): EXPERIÊNCIA DE EDUCAÇÃO POLÍTICA E ORGANIZAÇÃO POPULAR
Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro, Vitor da Silva Batista, Láiza Bianca Luna de Souza de Oliveira

PARTE III
PROFISSÃO DOCENTE NA BAIXADA FLUMINENSE


10 DOCÊNCIA E ESTRATÉGIAS EDUCACIONAIS NEGRAS (FORMAIS E INFORMAIS) DE INSERÇÃO SOCIAL NO RECÔNCAVO DA GUANABARA
Lucimar Felisberto dos Santos, Jessica Tomaz Ferreira, Angélica Borges

11 AGENTES DA INSTRUÇÃO PÚBLICA ESTADUAL EM IGUAÇU: EXPERIÊNCIAS DE FUNCIONARIZAÇÃO DOCENTE NA DÉCADA DE 1890
Isabela Bolorini Jara

12 LUGARES DE MAGISTÉRIO NO CENTENÁRIO DE IGUAÇU (1933)
Amália Dias, Sara Cristina Gomes Barbosa da Silva, Mariana Hapuque Raphael da Silva,
Cristiane Gonçalves de Araújo
13 NAS PÁGINAS DE O INFANTIL: O CAPITAL SOCIAL DOCENTE EM BELFORD ROXO (1939/1940)
Kátia Maria Soares
14 FACULDADE DE EDUCAÇÃO DA BAIXADA FLUMINENSE: PATRIMÔNIO EDUCACIONAL COMO DESAFIO
Icléa Lages de Melo, Amália Dias

PARTE IV
MEMÓRIA E PATRIMÔNIO NO CAMPO DA EDUCAÇÃO


15 PELOS CAMINHOS DA HISTÓRIA ORAL: MEMÓRIA, RESISTÊNCIA E EDUCAÇÃO PATRIMONIAL EM DUQUE DE CAXIAS
Cristiane Dias Nunes, Marcia Montilio Rufino, Márcia Spadetti Tuão da Costa,
Marluce Souza de Andrade, Renata Spadetti Tuão, Thays Rosalin de Araujo

16 HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DA BAIXADA FLUMINENSE NA DITADURA CIVIL-MILITAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE PESQUISAS
Alzira Batalha Alcântara, Marlucia Santos de Souza

17 INSTITUTO HISTÓRICO: A FUNÇÃO EDUCATIVA NA CONSTRUÇÃO DE MEMÓRIAS NA CIDADE DE DUQUE DE CAXIAS (2001-2008)
Eliana Santos da Silva Laurentino

18 “ENTÃO, COMO TRABALHAR A HISTÓRIA DA CIDADE, SE A HISTÓRIA DA CIDADE ESTÁ SENDO APAGADA AOS POUCOS?”: SENSIBILIDADES E EXPERIÊNCIAS NO ENSINO DA HISTÓRIA LOCAL DOS JOVENS MUNICÍPIOS DA BAIXADA FLUMINENSE
Claudia Patrícia de Oliveira Costa

SOBRE OS AUTORES 

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Seminário Elos do Magistério na Baixada Fluminense





quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Salário de professores pesa mais na qualidade do ensino do que formação profissional

Leia este esclarecedor artigo do professor Luciano Mendes de Faria Filho, na coluna Cidades das letras no Brasil de Fato MG, abordando a questão do mito da (má) formação docente

Artigo | Profissão docente: o mito da formação

Por Luciano Mendes de Faria Filho


O leitor já deve ter notado que, de um modo geral, quando se fala dos problemas da saúde no Brasil e da precariedade do transporte público nas grandes cidades, raramente ou nunca se imputa o problema à insuficiente formação da classe média ou das pessoas que trabalham na organização do trânsito.

O mesmo não ocorre, no entanto, em relação à educação escolar. Nesta, quase sempre quando se fala da suposta falta de qualidade da escola, imediatamente se argumenta que o principal problema é a falta de formação docente.

Nesta semana em que se comemora o Dia da Professora, é preciso combater o mito de que o principal problema da escola pública brasileira decorre da precária formação de seus profissionais. Essa é uma condição fundamental para que possamos, de fato, atacar os problemas estruturais para que a escola pública básica brasileira possa ter a qualidade socialmente referenciada que todas as nossas crianças, adolescentes e jovens têm direito e merecem.

Este verdadeiro mito sobre a “má formação docente como sendo a causa de todos os males da escola pública” vem de longe e é reiteradamente atualizado nos mais diversos discursos, inclusive daquelas pessoas que, bem-intencionadas, acabam por repeti-lo sem notar o desserviço que prestam à causa.

Há, inclusive, muitos programas atuais de melhoria da qualidade da escola pública que se baseiam, fundamentalmente, nessa premissa.

Problema não está na formação

A primeira razão da força do mito é sua fundação e sua reiteração. Ele vem de longe. Surge no século XIX, momento em que se percebia o “atraso” brasileiro no concerto das nações e buscava-se expandir a escola; porém, não havia dinheiro suficiente. Há quase 150 anos, Rui Barbosa, uma grande referência para políticos, juristas e educadores afirmava a necessidade de duas reformas: “a reforma dos métodos e a reforma do mestre: eis, numa expressão completa, a reforma escolar inteira”.

A segunda razão, possível de vislumbrar já no texto de Rui Barbosa, é que sistematicamente, se escolhe, em política pública para a educação no Brasil, o que é mais barato em detrimento ao que é mais fundamental ou estruturante. Reformar métodos e o mestre é a coisa mais barata em educação. O difícil mesmo é criar condições de salário, carreira e trabalho que garantam as boas condições do exercício da profissão.

Não por acaso, dizia o Secretário do Interior de Minas Gerais, pasta responsável pela instrução pública, em 1906: “O regulamento estabelece a preferência da professora para o ensino primário [por] que a professora com mais facilidade sujeita-se aos reduzidos vencimentos com que o Estado pode remunerar o seu professorado”.

Em terceiro lugar, a reiteração do mito é generificada, ou seja, a centralidade da formação advém do fato de que os discursos e as representações sobre a docência, como se pode ver acima, não representam vozes das mulheres que passaram a ocupar, a partir do final do século XIX, a sala de aula. Ele é sistematicamente atualizado na voz cada vez mais potente dos homens que, não estando na escola, dirigem os “negócios da educação”.

Não por acaso, como lembravam Zeila Demartine e Fátima Antunes em um estudo clássico sobre o tema:   o magistério é uma profissão feminina, mas uma carreira masculina. Talvez, neste sentido, não seja por acaso que a gente não tenha tido, até hoje, nenhuma Ministra da Educação durante o regime democrático.

Ainda relacionado à generificação das análises e das políticas defendidas para o magistério, em que se sobrelevam as vozes em defesa de uma maior e melhor formação das mestras, está o fato de que, até hoje, perdure a errônea representação de que o salário das mulheres professoras é para complementar o salário dos maridos.

Ainda que o movimento sindical das professoras tenha buscado desmascarar este mito, ele persiste na cabeça de boa parte do parlamento brasileiro – majoritariamente masculino – que legisla sobre as carreiras e salários docentes.

Uma quinta razão para a permanência no mito é que ele é realimentado, continuamente, pelas próprias instituições de formação de professores, as quais, como forma de justificar e sua permanência e centralidade, não poupam esforços para oferecer razões para que o mito permaneça.

Hoje, boa parte das pessoas “qualificadas” para participar do debate sobre o tema se encontrem nas universidades e não se sentem cúmplices fundamentais de suas colegas que atuam na educação básica. Um sintoma disso é que, por exemplo, são raras as instituições de formação que celebram a Semana da Professora ou que têm o dia 15 de outubro como feriado.

Sendo claramente um mito, este da falta de formação docente como o aspecto central da educação brasileira, por que ele permanece e é reiteradamente atualizado nas políticas públicas, inclusive de governos ditos de “esquerda”?

Formação x salário e condições de trabalho

E por que ganha tamanha centralidade no debate educacional, ocupando, por exemplo, o lugar que deveria ser do debate sobre salário, carreira e condições de trabalho?

Em um texto de 1985, o professor Miguel Arroyo perguntava: “Quem de-forma o profissional do ensino?”. Em resposta à sua própria pergunta Arroyo respondia: as próprias condições de trabalho em que estes profissionais atuam. E este tem sido a resposta também do movimento sindical das docentes da educação básica, que, felizmente, teimam em não cair no conto do vigário.

Mas, continuo perguntando, por que os políticos, jornalistas, profissionais das fundações privadas e até mesmo pesquisadores continuam repetindo o mantra da falta de formação? Por que não ouvem as professoras dizendo que o problema da educação brasileira não é a falta de formação do seu professorado e sim a precariedade de suas condições reais de existência?

Talvez possam ser trazidos aqui mais dois elementos importante para entendermos a questão: a primeira, o esquecimento; a segunda, a falta de cumplicidade com a luta das mulheres trabalhadoras da educação.

O esquecimento: quem conhece a história da universidade pública no Brasil sabe que, até final dos anos de 1960, elas eram quase exclusivamente instituições de ensino. O que as tornou uma potência na produção científica nas décadas seguintes, não foi o apelo à formação de seus quadros: foi a instituição de salários, carreiras, dedicação exclusiva... ou seja, a profissionalização.

A busca por uma maior formação foi uma consequência das exigências e dos benefícios da carreira, e não o contrário. Quem defende que a (boa) formação vem antes de salários e carreiras querem, na verdade, colocar o carro à frente dos bois (ou enganar a patuleia).

Falta de cumplicidade

Não é de hoje que se sabe que a profissão docente na escola básica brasileira vem sendo exercida nas últimas décadas por trabalhadoras pobres e, cada vez mais negras. Em contraste, as pessoas que dizem publicamente da profissão e legislam sobre a mesma são, majoritariamente, masculinas e brancas.

Então, este dia 15 de outubro – Dia da Professora - é ocasião, mais uma vez, de nos perguntarmos: com quais discursos e razões nos identificamos? Por que nos toca mais saber que as professoras brasileiras são mal formadas do que saber que recebem o pior salário do mundo? Quais os mitos abraçamos?

A quem prestamos nossa solidariedade e emprestamos a nossa cumplicidade?


Luciano Mendes de Faria Filho é pedagogo e doutor em Educação e Professor Titular da UFMG. Publicou, dentre outros, “Uma brasiliana para a América Hispânica – a editora Fondo de Cultura Econômica e a intelectualidade brasileira” (Paco Editorial, 2021)


quinta-feira, 5 de outubro de 2023

¡Cuba Vive y Resiste!

Campanha Pela Retirada de Cuba da Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo

Por mais de 60 anos, o governo dos Estados Unidos da América tem adotado uma política hostil contra Cuba, com a clara intenção política de sancionar e isolar o povo cubano.

Em meio à pandemia, o governo Trump tentou prejudicar ainda mais a economia cubana, não apenas reforçando o bloqueio, mas também incluindo Cuba na Lista de Estados Patrocinadores do Terrorismo.

Essa designação impediu que Cuba realizasse transações usando sistemas bancários internacionais e, por fim, adquirisse bens necessários no mercado internacional, como combustível, alimentos, materiais de construção, produtos de higiene e medicamentos.

Queremos alcançar um milhão de assinaturas para exigir da atual administração dos Estados Unidos a exclusão de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo e a eliminação incondicional do bloqueio, que é repudiado por toda a comunidade internacional.

ASSINE E COMPARTILHE - #CubaVive #ForaDaLista

Assine no link: https://pt.letcubalive.info/

Você também pode coletar assinaturas para o abaixo-assinado em papel. Seguem as orientações de como proceder:

ABAIXO-ASSINADO EM PAPEL

1. Faça o download dos abaixo-assinados em papel e colete assinaturas pessoalmente. 

Download do abaixo-assinado no link: 

https://static1.squarespace.com/static/64c032bf036eda58c60a4b88/t/64d55967c89b5301ad9c9825/1691703655594/PT_Petition.pdf

2. Faça o upload de imagens dos abaixo-assinados impressos preenchidos no link: https://pt.letcubalive.info/sign-on