segunda-feira, 31 de julho de 2023

Para download: LA HISTORIA DE LOS HOMBRES. EL SIGLO XX, por Josep Fontana. (edición económica; biblioteca de bolsillo)

«Cuando acabé de escribir La historia de los hombres, hace algo más de un año, me di cuenta de que se trataba en realidad de dos libros distintos: un ensayo de historia de la historiografía desde los orígenes hasta el siglo XX y un análisis crítico de las corrientes historiográficas actuales, con algunas propuestas para la reconstrucción de una nueva historia económica y social adecuada a las exigencias y a las necesidades de nuestro tiempo», nos dice el profesor Fontana en el prólogo a este libro. Esa segunda parte es la que se ofrece aquí. Pensando en un tipo de lectores a quienes tal vez no interese excesivamente la primera, Fontana ha desgajado la parte que estudia las corrientes historiográficas desde el fin de la primera guerra mundial hasta la actualidad, ha eliminado el aparato de notas del original, ha limitado las referencias bibliográficas a una lista final y ha revisado y actualizado un texto que, de una forma o de otra, es un torrente de ideas fecundas sobre el tipo de historia que requiere el siglo XXI y sobre los caminos que ha de seguir en nuestro tiempo el oficio de historiador.

LA Historia De Los Hombres: El Siglo XX

Autor: Josep Fontana

Editorial ‏ : ‎ Crítica; 1ª edición (1 de abril de 2002)

Idioma ‏ : ‎ Español

Edición económica: 230 páginas

Para download:

https://drive.google.com/file/d/1FvwszYnoTP4TqLaLhkzbbjvHSyxcEglh/view?fbclid=IwAR26cQjQowVMtu8JQFN1vNtaWq7K5oBZQ_x1Bqzei9PpH_DZ_bhKZlV7Gi0



Sobre el Autor

Josep Fontana (Barcelona, 1931 - Barcelona, 2018) , discípulo de Pierre Vilar, Ferran Soldevila y Jaume Vicens Vives, fue uno de los pensadores más reconocidos en nuestro país. Enseñó Historia contemporánea e Historia económica en las universidades de Barcelona, Valencia y Autónoma de Barcelona. Fundó y dirigió el Instituto Universitario de Historia «Jaume Vicens i Vives» de la Universidad Pompeu Fabra de Barcelona, de la que fue catedrático emérito. También fue colaborador de las revistas de historia Recerques (1970) y L’Avenç (1976). Entre otros múltiples reconocimientos nacionales e internacionales, Josep Fontana recibió el primer Premi Nacional de Cultura de la Generalitat de Catalunya por su trayectoria profesional, fue doctor honoris causa por las universidades de Comahue (Argentina), Rovira i Virgili (Tarragona), Valladolid y Girona. Y, en 2018, el Ayuntamiento de Barcelona le otorgó a título póstumo la Medalla de Oro de la Ciudad. Enseñó Historia contemporánea e Historia económica en las universidades de Barcelona, Valencia, Autónoma de Barcelona y Pompeu Fabra, de la que fue catedrático emérito. Entre sus libros destacan La quiebra de la monarquía absoluta 1814-1920 (1971 y 2000), La historia después del fin de la historia (1992), Europa ante el espejo (1994 y 2000), Introducción al estudio de la historia (1999) y De en medio del tiempo (2006), todos ellos publicados por Crítica. Sus últimas obras son Por el bien del imperio. Una historia del mundo desde 1945 (2011) y El futuro es un país extraño. Una reflexión sobre la crisis social de comienzos del siglo XXI (2013).



sábado, 29 de julho de 2023

Exposição “Olga Benario Prestes: Amor materno, ideais de luta e revolução”.

Coleções Especiais e Obras Raras da Biblioteca Comunitária da UFSCar (COLESP BCo/UFSCar) apresenta a exposição “Olga Benario Prestes: Amor materno, ideais de luta e revolução”, de 9 de agosto a 5 de setembro de 2023. Inauguração, dia 9/8, com a presença de Anita Leocadia Prestes, filha de Olga e Luiz Carlos Prestes.

Data: 09 de Agosto de 2023, a partir das 17h.

Local: Hall de entrada da BCo, Piso 2 e Sala COLESP no Piso 5.



Dia 9 de Agosto, quarta-feira, às 17h, ocorre a abertura da exposição “Olga Benario Prestes - Amor materno, ideais de luta e revolução”, com a presença de Anita Leocadia Prestes, filha de Olga e Luiz Carlos Prestes.



No saguão principal da BCo, serão exibidas cópias de cartas de Olga e Luiz Carlos Prestes e correspondências com a família, incluindo o período em que Olga esteve presa no campo de concentração de Ravensbrück, na Alemanha. Além das cópias, estarão expostos objetos pessoais de Luiz Carlos Prestes e um exemplar de um livro raro, escrito em russo por Olga durante os anos de militância na Juventude Comunista.



Todos os itens da exposição foram doados por Anita ao Fundo Luiz Carlos Prestes da BCo-UFSCar.



Na Sala das Coleções Especiais da BCo, no Piso 5, serão expostas as cinco cartas originais, além de quadros de fotos com a reprodução do livro “Olga”, doadas pelo escritor Fernando Morais à Anita Prestes.



Às 17:30h, ocorre o Café com a historiadora, professora e pesquisadora Anita Leocadia Benario Prestes, filha de Olga e Luiz Carlos Prestes. O encontro tem como tema a sua obra “Olga Benario Prestes: Uma Comunista nos Arquivos da Gestapo”, lançado pela editora Boitempo em 2017. Baseada em registros inéditos liberados com a abertura dos arquivos da polícia secreta nazista, a Gestapo, a obra foi escrita após extensa pesquisa da autora, incluindo oito dossiês com mais de dois mil itens, entre cartas, telegramas, anotações e fotografias. Finalista do 65º Prêmio Jabuti, a obra foi lançada recentemente em Berlim, em alemão.

O evento terá a mediação da Pró-Reitora Adjunta de Pesquisa da UFSCar, a Profa. Dra. Diana Junkes Bueno Martha.


-

Anita Leocadia Prestes, filha de Olga Benario Prestes, comunista e ativista alemã de origem judaica e de Luiz Carlos Prestes, conhecido internacionalmente pela Coluna Prestes.

Anita nasceu em 17 de Novembro de 1936, na prisão feminina Barnimstrasse, em Berlim, na Alemanha nazista.

FONTEColeções Especiais da BCo (COLESP)_Instagram



quarta-feira, 26 de julho de 2023

Lançamento [PRÉ-VENDA]: "A história me absolverá e o movimento 26 de julho: 70 anos do assalto ao quartel Moncada", por Fidel Castro, Haydee Santamaría, Martha Rojas (Editora Expressão Popular)

Coleção Nuestra America


FIDEL CASTRO

HAYDÉE SANTAMARÍA

MARTA ROJAS

A HISTÓRIA ME ABSOLVERÁ E O

MOVIMENTO 26 DE JULHO

70 anos do Assalto ao Quartel Moncada

Miguel Yoshida (org.)

1a edição

Expressão Popular

São Paulo – 2023


PRÉ-VENDA: 

https://expressaopopular.com.br/livraria/a-historia-me-absolvera-e-o-movimento-26-de-julho/?utm_smid=10704354-1-1

SINOPSE

No dia 26 de julho de 1953 em Cuba, um grupo de jovens organizados na luta contra a ditadura de Fulgêncio Batista – iniciada em 10 de março de 1952 – levou a cabo uma tentativa de tomar dois quartéis do exército cubano na região oriental do país: um na cidade de Bayamo, o Carlos Manuel de Céspedes; outro em Santiago de Cuba, o Moncada. Sob o comando de Fidel Castro e Abel Santamaría, essa ação era parte da estratégia de luta para derrubar a ditadura de Batista. Apesar de não ter sido bem-sucedida, ela foi um ponto de virada na organização do processo da revolução cubana que triunfará em 1959.

Este livro traz reflexões e relatos de dois protagonistas dos acontecimentos – Fidel Castro e Haydee Santamaría – e de uma testemunha ocular dos fatos – Martha Rojas. Por meio deles conseguimos compreender os aspectos políticos e militares dessa ação, além disso também fica evidente o necessário papel da agitação e propaganda para a luta política. Nesse volume também está presente o fundamental discurso de defesa de Fidel diante do tribunal contra a acusação pelo assalto ao quartel moncada – A história me absolverá. Nesse texto está sintetizado o que seria o programa da revolução cubana, cujo principal objetivo, num primeiro momento, era a conquista da soberania popular e o fim da ditadura de Batista.

Dirigido a todos e todas interessados em conhecer a história dos povos latino-americanos e as formas de luta para se conquistar a libertação nacional para a construção de uma nação soberana e popular.


LEIA UM TRECHO DO LIVRO, contendo a Apresentação de Miguel Yoshida:

https://drive.google.com/file/d/18j1cnh5TkC-HzDQatJY7csmWOBmv-LVP/view



Cinema no calor da hora: "Cuba sí" (1961) e "Historia de una batalla" (1962)

Conhecendo um pouco da história da Revolução Cubana através do audiovisual.

Aniversário 70 do assalto aos quarteis Moncada y Carlos Manuel de Céspedes, em 23 de julho de 1953.

Cuba sí

Dirigido por Chris Marker, 1961 (53 min.)

Bastante conhecido por seus filmes em países socialistas, Cuba sí visava o combate às críticas da imprensa conservadora a Fidel, capturando diversas cenas significativas do cotidiano cubano contextualizadas dentro do trabalho de construção dos primeiros momentos da revolução cubana.



Historia de una batalla

Dirigido por Manuel Octavio Gómez, 1962 (33 min.)

O filme trabalha com o acervo audiovisual da Campanha de Alfabetização, uma batalha histórica contra o analfabetismo travada por um exército de jovens, adolescentes e crianças cubanos munidos de lápis, cartilhas e manuais, intercalados com memórias do ataque à Baía dos Porcos, ocorrida no ano anterior.



Video: Acto Central por el 70 Aniversario del asalto a los cuarteles Moncada y Carlos Manuel de Céspedes.

Siete décadas después, volvemos al mismo lugar. Comienza el acto por el Día de la Rebeldía Nacional en Santiago de Cuba.



Con la presencia del General de Ejército Raúl Castro Ruz y Miguel Díaz-Canel,  Presidente de la República, se desarrolla en Santiago de Cuba el acto político cultural por el aniversario 70 de los asaltos a los cuarteles Moncada y Carlos Manuel de Céspedes, el 26 de julio de 1953.




Uno de los momentos más esperados fueron las palabras centrales del acto, a cargo del presidente Miguel Díaz-Canel.

"Aquí estamos, 70 años después, en otra mañana de la Santa Ana, otra madrugada animada por congas. Sin tiros rompiendo la alborada -solo los gritos del asalto juvenil-, entramos a los jardines de la Ciudad Escolar 26 de Julio, que ahora es Escuela y Museo", expresó el mandatario.

Se refirió a la historia de la Ciudad Héroe, que en la jornada de ayer arribó a su aniversario 508, y enfatizó el privilegio de estar hoy en el lugar del asalto con algunos de sus protagonistas.

El Moncada es el reinicio de la Revolución tantas veces frustrada desde 1868 por el quiebre de la unidad y la intervención extranjera. Por ello, mantener lo conquistado y avanzar más allá es el deber de las nuevas generaciones, dijo Díaz-Canel. Como parte de esos desafíos, asoma su mano la política hostil del gobierno estadounidense contra Cuba.

Mientras el gobierno de Estados Unidos persista en su intento de asfixiarnos con su genocida bloqueo, mientras no alcancemos un nivel de prosperidad digna para cada cubano, tendremos un Moncada que asaltar, aseveró el presidente. “Cada día, cada hora tendremos un Moncada por asaltar”.

Díaz-Canel mencionó la situación actual de Cuba, agravada por cinco medidas fundamentales impuestas por el imperio: la inclusión en la Lista de Estados Patrocinadores del Terrorismo; la aplicación del Título III de la Ley Helms-Burton, que internacionaliza el bloqueo; la persecución energética contra Cuba y los buques que le suministren combustible; la persecución de los servicios médicos que la Isla presta a otras naciones; y las acciones dirigidas contra el turismo, uno de los principales sectores de la economía.


FUENTE: Cubadebate



domingo, 23 de julho de 2023

Para download: "Simón Bolívar y nuestra independencia. Una mirada latinoamericana" [Libro completo en PDF]

Versión con arte e ilustraciones y un prólogo inédito. Una historia latinoamericana dirigida a la juventud rebelde de todo el mundo. Prólogo de Iván Márquez.

Autor del libro original: Nestor Kohan

Arte e ilustraciones: Matíz, M.Gustavo

Prólogo: Iván Márquez

Para descargar el libro entero en PDF:

http://nuevaradio.org/lhblog/b2-img/KohanSimonBolivarNuestraIndependencia.pdf



domingo, 9 de julho de 2023

"INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL: TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER"

"IA não é inteligência, nem artificial"

Vídeo muito interessante e útil do neurocientista e cientista brasileiro Miguel Nicolelis no Programa 20 Minutos, do Opera Mundi, com apresentação do jornalista Breno Altman.

Nicolelis foi o primeiro cientista a receber no mesmo ano dois prêmios dos Institutos Nacionais de Saúde estadunidenses e o primeiro brasileiro a ter um artigo publicado na capa da revista Science.

Formado e pós-graduado em fisiologia pela Universidade de São Paulo, Nicolélis é Professor Emérito da Universidade Duke, onde lecionou por 27 anos, e lidera o projeto do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN).



00:00 Abertura 01:30 Miguel Nicolelis explica o que é Inteligência Artificial 01:45 Miguel Nicolelis: "IA não é inteligência, nem artificial" 07:00 Miguel Nicolelis: "Chat GPT faz plágio" 09:50 Quais as vantagens do uso de Inteligência Artificial? 12:00 O maior problema é eliminar o trabalho humano ou a concentração dos lucros das ferramentas? 22:10 Computação quântica pode eliminar as limitações atuais da IA? 23:30 Miguel Nicolelis: "Sou poster boy anti-Elon Musk" 24:20 Robôs não podem se tornar humanos. Humanos podem se tornar robôs? 25:40 Miguel Nicolelis: "Vivemos a robotização da mente" 36:20 Yuval Noah Harari, autor de “Sapiens” e “Homo Deus”, escreveu artigo afirmando que “a inteligência artificial hackeou o sistema operacional da nossa civilização”. Essa afirmação faz sentido? 47:50 Miguel Nicolelis responde perguntas da audiência 50:15 O momento que estamos vivendo é parecido com o filme “Jogos de Guerra”, do início dos anos 1980, no qual um garoto tem a inglória tarefa de “ensinar” a IA que comanda a defesa norte-americana de que uma guerra nuclear total seria destrutiva para a própria IA? 52:30 Na educação, a questão da IA se coloca como um problema para além do plágio dos alunos no método agora antigo, o do copia e cola. Os professores devem temer a IA? Ou ela é, como foi o uso de planilhas e calculadoras, uma ferramenta que vai aprimorar a produção dos alunos, se bem usada? Ela não é uma espécie de “excel” para a escrita de textos? 56:00 Miguel Nicolelis: "Chat GPT não é Carlos Drummond, nem Manuel Bandeira" 56:35 Quais são os maiores riscos da inteligência artificial? 59:10 Miguel Nicolelis: "Inteligência artificial precisa ser regulada" 1:00:10 Qual deve ser a posição de esquerda sobre a inteligência artificial? 1:10:10 Qual seria o papel do Ministério da Ciência e Tecnologia no desenvolvimento e acompanhamento dessas tecnologias? 1:12:00 Miguel Nicolelis: "Ciência virou economia" 1:13:40 Miguel Nicolelis responde mais perguntas da audiência 1:14:00 Miguel Nicolelis: "Vivemos a ditadura do algoritmo" 1:15:30 Indicações culturais de Miguel Nicolelis


terça-feira, 4 de julho de 2023

O CENTENÁRIO DA COLUNA PRESTES

O ano de 2024 irá marcar as celebrações pelos cem anos de história daquela que é considerada uma das maiores marchas revolucionárias da História da humanidade, a Coluna Prestes. Dessa forma, a Associação Memorial Luiz Carlos Prestes, de Porto Alegre, o Instituto Luiz Carlos Prestes, e o Memorial Coluna Prestes, de Santo Ângelo estão empenhados em viabilizar uma série de eventos com palestras, debates e apresentações teatrais voltados às comemorações de data tão simbólica de um dos acontecimentos mais importantes da História brasileira. 

Inserida no contexto político da crise da Primeira República (1889-1930), nos anos 1920, a Coluna Prestes foi resultado das ações do movimento tenentista, composto por jovens militares de baixa patente do Exército brasileiro, principalmente tenentes e capitães, e por seus aliados civis, que a partir de 1922 lideraram revoltas de contestação à estrutura política do Estado brasileiro, especialmente após a vitória de Artur Bernardes nas eleições presidenciais de março de 1922. Entre outras demandas, os rebeldes questionavam a legitimidade dos pleitos eleitorais e exigiam o direito ao voto secreto. 

Os primeiros levantes ocorreram em 5 de julho de 1922, sendo rapidamente esmagados pelo Governo de Epitácio Pessoa. O mais famoso, do Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, reprimido com violência pelas forças legalistas contra os jovens rebeldes, foi imortalizado pela imagem dos “18 do Forte” que caminharam pelas areias da praia de Copacabana, sendo massacrados pelas tropas governistas; apenas Eduardo Gomes e Antônio de Siqueira Campos sobreviveram. Luiz Carlos Prestes, já naquele momento uma voz ativa do tenentismo não pôde tomar parte na revolta em função de estar acometido por um surto de febre tifoide. Porém, assim como outros envolvidos na revolta, não escapou das punições impostas pelo governo, sendo transferido para o interior do Rio Grande do Sul. 

Apesar das punições e perseguições aos envolvidos, as conspirações do movimento tenentista continuaram, especialmente em 1924, quando os irmãos Joaquim e Juarez Távora articularam com outras lideranças militares, entre elas o próprio Luiz Carlos Prestes, uma nova revolta. A adesão de parte da Força Pública de São Paulo sob a direção do major Miguel Costa, assim como do general da reserva Isidoro Dias Lopes, deu peso ao movimento que desencadeou uma nova ação armada em 5 de julho de 1924, dessa vez em São Paulo. Os rebeldes resistiram durante mais de 20 dias aos intensos ataques das forças legalistas que utilizaram artilharia pesada e até mesmo bombardeios aéreos destruindo boa parte da cidade no episódio que ficou conhecido como a Revolução de 1924. 

Buscando evitar mais destruição da capital paulista e com o objetivo de manter o movimento vivo, os rebeldes deixaram São Paulo e se estabeleceram na região de Foz do Iguaçu, no Paraná. Enquanto isso, no Rio Grande do Sul, passou-se a articular a possibilidade de revoltas naquele estado, sendo delineada uma aliança entre os militares e os civis da Aliança Libertadora, liderados por Joaquim Francisco de Assis Brasil, os quais haviam travado batalha contra o governo de Borges de Medeiros na luta pelo Executivo estadual ao longo de 1923. A aliança entre os militares e os civis maragatos foi circunstancial, tendo em vista que os objetivos dos primeiros era depor o presidente da República e dos segundos o governador do Estado, Borges de Medeiros.

O fato é que desta aliança nasceram as revoltas na região das Missões e fronteira oeste do Rio Grande do Sul, quando quartéis dos municípios de Santo Ângelo, São Luiz Gonzaga, São Borja, Uruguaiana, Alegrete e Cachoeira do Sul se rebelaram a partir do final do mês de outubro. Em Santo Ângelo a liderança do movimento esteve a cargo do capitão Luiz Carlos Prestes, auxiliado pelo jovem tenente Mário Portela Fagundes. Tendo em vista o tratamento humanizado que Prestes garantiu aos seus subordinados do 1º Batalhão Ferroviário durante o período em que atuou nesta guarnição, na noite de 28 de outubro de 1924, quando o quartel foi rebelado, Prestes contou com a adesão quase total do efetivo militar, prendendo o comandante do batalhão e fazendo distribuir um manifesto à população no qual eram explicados os motivos da revolta. 

Entre os meses de novembro e dezembro o efetivo revolucionário foi concentrado no pequeno município de São Luiz Gonzaga. Já nomeado comandante da divisão revolucionária do Rio Grande do Sul, Luiz Carlos Prestes reorganizou as tropas que contavam com cerca de mil e quinhentos homens, além de umas trinta mulheres que se aproximaram dos acampamentos. Algumas delas percorreram os 25 mil quilômetros da Marcha da Coluna Prestes pelo Brasil, revelando grande resistência e heroísmo. 

Ao final do mês de dezembro de 1924, tanto o governo federal de Artur Bernardes quanto o governo estadual de Borges de Medeiros designaram um efetivo de quatorze mil homens visando encurralar os rebeldes na região de São Luiz Gonzaga. Em uma manobra estratégica, Luiz Carlos Prestes conseguiu furar o chamado “anel de ferro” governista, deslocando-se em direção à região norte do estado e buscando juntar-se aos rebeldes paulistas acantonados no estado do Paraná. Naquele momento se delineou a “estratégia da guerra de movimento”, que se tornou uma marca da Coluna Prestes: conhecimento do terreno e das ações do inimigo, deslocamento muito rápido e surpresa. Esta estratégia permitiu a sobrevivência da Coluna – lutando em condições extremamente desfavoráveis contra forças muito superiores - em seu périplo pelo Brasil por 2 anos e 3 meses, através de 13 estados, sem nunca ter sido derrotada e, ao contrário, tendo derrotado 18 generais do Exército nacional. A Coluna Prestes transformou-se num movimento militar, político e social com características populares e dimensão nacional, que empolgou amplos setores anti-oligárquicos, acelerando a desagregação da República Velha.

Naquele período em que os rebeldes furaram o bloqueio legalista, o movimento já se tornara conhecido com o nome de Coluna Prestes, o que significava o reconhecimento da liderança de Luiz Carlos Prestes, assim como do fato de a Coluna Prestes ter iniciado a marcha pelo Brasil no Rio Grande do Sul, a partir de 27 de dezembro de 1924, dia em que os rebeldes romperam o cerco de São Luiz Gonzaga. 

Grande parte da historiografia continua, entretanto, insistindo na ideia de que a marcha da Coluna teve início a partir do encontro das tropas gaúcha e paulista no Paraná, em abril de 1925. Na realidade, os rebeldes paulistas estacionados na região de Foz do Iguaçu haviam sofrido pesada derrota frente às tropas legalistas, cogitando abandonar o movimento e buscar refúgio em país vizinho. Quando Luiz Carlos Prestes, em nome da coluna gaúcha que chegara vitoriosa, decide prosseguir a marcha pelo Brasil, parte dos rebeldes paulistas sob o comando de Miguel Costa adere à Coluna Prestes.

Ao longo dos anos de 1925 e 1926 a Coluna Prestes seguiu a marcha pelo centro-oeste, norte e nordeste do Brasil, sempre perseguida por forças regulares do Exército ou por grupos de jagunços aliciados por fazendeiros a mando do governo federal. Até mesmo Lampião foi atraído para dar enfrentamento ao efetivo da Coluna, o que não aconteceu. Tendo chegado ao norte de Minas Gerais, a Coluna, desprovida de armamentos e de munição, foi forçada a recuar, iniciando um trajeto rumo ao exílio na Bolívia, em fevereiro de 1927. 

Ao conhecer de perto a realidade do povo pobre do interior do Brasil, das condições de servidão ou semiescravidão em que a maioria vivia, as lideranças da Coluna ficaram impressionadas e especialmente Luiz Carlos Prestes se convenceu de que a simples mudança de homens no poder não resolveria a situação em que o país se encontrava. Para Prestes, o problema era social e ele precisava estudar para encontrar a solução.

Durante o exílio na Bolívia e depois na Argentina e no Uruguai, Prestes teve contato com as ideias do marxismo, encontrando nessa teoria as respostas para os problemas que tinha visto e vivenciado na marcha da Coluna. Sua adesão ao comunismo e ao Partido Comunista o levou a não dar seu apoio a Getúlio Vargas nas eleições de 1930, embora o candidato das oligarquias oposicionistas tivesse buscado se aproximar dos “tenentes”, pois o prestígio do tenentismo e especialmente de Prestes daria um peso simbólico à sua candidatura. 

Após tentar conquistar sem sucesso os antigos companheiros para suas novas posições, Prestes rompe com os “tenentes”, lançando seu Manifesto de Maio de 1930, documento em que se posiciona definitivamente a favor da revolução social e do programa do Partido Comunista.

A partir desse momento, Prestes passa a enfrentar dura rejeição por parte das forças políticas hegemônicas do Brasil, algo que se ampliou após a derrota dos levantes antifascistas de 1935. Ao longo do tempo se construiu no Brasil um imaginário anticomunista que teve em Luiz Carlos Prestes seu principal inimigo.  

Essas representações anticomunistas sobre Prestes acabaram por afetar a história da Coluna Prestes, o que resultou na produção de falsificações e deturpações que seguem até os dias de hoje, gerando também um profundo silenciamento acerca desse acontecimento na historiografia brasileira. 

Ao longo do tempo, a construção de lugares de memória que relembram a trajetória de Luiz Carlos Prestes e da Coluna têm sido alvos de ataques, especialmente de grupos conservadores ligados a partidos e ideologias de extrema direita, casos do Memorial Coluna Prestes, de Santo Ângelo, nos anos 1990 e, mais recentemente, do Memorial Luiz Carlos Prestes, em Porto Alegre, inaugurado em 2017. 

É com o intuito de desfazer tais representações negativas, ao mesmo tempo em que se busca valorizar a trajetória de Luiz Carlos Prestes e da Coluna Prestes, que estão sendo organizados eventos em homenagem ao centenário da Coluna Prestes em 2024. Acontecimento tão marcante na história e na memória brasileiras não deve ser silenciado nem esquecido; é necessário que chegue ao conhecimento das novas gerações, sabidamente expostas às mentiras e falsificações da realidade em tempos de “pós-verdade”.  

ASSOCIAÇÃO MEMORIAL LUIZ CARLOS PRESTES - Geraldo Pereira Barbosa.

INSTITUTO LUIZ CARLOS PRESTES - Anita Leocádia Prestes

MEMORIAL COLUNA PRESTES - Amilcar Guidolim Vitor.

segunda-feira, 3 de julho de 2023

O site da revista Crítica Marxista disponibiliza toda coleção da revista com exceção da última e da penúltima edição.

Revista Crítica Marxista

Uma revista plural no campo do marxismo, fundamentalmente teórica e com um modo de funcionamento democrático.

Crítica Marxista tem interesse em uma ampla gama de temas teóricos, históricos e contemporâneos. Privilegia três tipos de textos: a) textos teóricos que apresentem teses originais e contribuam para o desenvolvimento da teoria marxista, b) textos de análise concreta que, partindo do campo amplo e diversificado da teoria marxista, tomem por objeto de análise e de crítica as transformações e as características da economia, da política e da cultura no capitalismo contemporâneo e c) textos que analisem a situação atual da luta pelo socialismo.

Clique no link abaixo para ter acesso às edições de 1 a 53 da revista:

https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/numeros.php