Diante da chocante reaparição de movimentos neonazistas no mundo em pleno século XXI, como a versão brasileira representada pelo bolsonarismo, lembrar da resistência das lutadoras e dos lutadores antifascistas que arriscaram suas vidas ao longo da história faz parte da luta e resistência dos combatentes antifascistas de hoje para fazer a coisa certa, derrotar as forças nazifascistas.
A GALERIA OLGA BENARIO - fórum contra o neofascismo, sexismo, racismo e imperialismo -, localizada em Berlim, na Alemanha, motivada pelo lançamento do livro e estreia da peça de teatro musical documental sobre Olga, resolveu apresentar novamente a exposição sobre esta lutadora antifascista desenvolvida desde 2011 - e em versão revisada. A inauguração da exposição OLGA BENARIO – Annäherungen an eine Revolutionärin [OLGA BENARIO – Abordagens de uma revolucionária] será no próximo dia 3 de novembro de 2022, com apresentação do livro "Olga Benario Prestes: Eine biografiische Annäherung", da historiadora Anita Leocadia Prestes, publicação da editora Verbrecher Verlag, versão da edição brasileira do livro "Olga Benario Prestes: Uma comunista nos arquivos da Gestapo" (Boitempo, 2017).
No dia 14 de dezembro de 2022, às 20h, na ÓPERA DE NEUKOELLNER, em Berlim, estreia a peça ICH HEB‘ DIR DIE WELT AUS DEN ANGELN [EU VOU LEVANTAR O MUNDO PARA VOCÊ], um teatro documentário sobre Olga Benario de Dariya Maminova (composição) e Kathrin Herm, Änne-Marthe Kühn e Marina Frenk (texto). Temporada de 14 de dezembro de 2022 a 28 de janeiro de 2023. Mais informações: https://www.neukoellneroper.de/performance/ich-heb-dir-die-welt-aus-den-angeln/
Olga Benario Prestes foi um exemplo de combatente antifascista. Apesar dos horrores vividos por ela e milhares de outras mulheres de diversos países que passaram pelo campo de concentração de Ravensbrück, "Olga manteve-se firme corajosa e solidária com suas companheiras, segundo os testemunhos existentes. Por mais de uma vez foi conduzida à sede da Gestapo em Berlim para novos interrogatórios, durante os quais jamais se prestou a delatar quem quer que fosse [Olga declarava em seus interrogatórios à Gestapo: "Se outros se tornaram traidores, eu não o serei".]. Em diversas ocasiões, devido às suas atitudes de rebeldia e defesa de companheiras mais fracas, foi severamente punida, mantida na escuridão de um calabouço no próprio campo de Ravensbrück, com privação da escassa ração destinada às prisioneiras, ou submetida a espancamentos e castigos corporais" (trecho do livro "Viver é tomar partido: memórias", de Anita Prestes, Boitempo, 2019, p. 25).
"Olga foi uma vítima do fascismo entre milhares de outras e que seu martírio deve servir de exemplo para que não permitamos que tais horrores se repitam" (trecho do livro "Viver é tomar partido: memórias", de Anita Prestes, Boitempo, 2019, p. 26).