“Armanda” conta a história da fundadora de escola progressista que em 1921 foi a primeira do país a servir alimentação aos estudantes. Perseguida pelo Estado Novo, ela foi presa ao lado de Nise da Silveira e Olga Benário.
Por Ana Paula Tavares | Agência Café História
Dirigido por Liliane Leroux e Rodrigo
Dutra, o documentário “Armanda” estreia dia 31 de maio, às 20h, no III
Festival Mate com Angu de Cinema Popular. O média-metragem aborda a
trajetória de Armanda Álvaro Alberto, que além de criar uma escola
progressista e pública no subúrbio do Rio de Janeiro, fundou também a
Associação Brasileira de Educação (ABE) e a União Feminina do Brasil
(UFB).
A Escola Proletária de Meriti, que
fundou em 1921, era altamente influenciada pelo método pedagógico de
Maria Montessori e fundamentada em princípios educacionais de vanguarda,
que viriam as ser sistematizados anos mais tarde no Manifesto dos
Pioneiros da Educação Nova, em 1932. Não havia notas, prêmios ou
castigos; atuava em horário integral; era uma instituição laica e
pública; possuía biblioteca e introduziu a merenda escolar no país – que
lhe rendeu o apelido “Mate com Angu”, nome popular na cidade e que
batiza seu festival de cinema. Nesse desafio, contou o apoio do marido e
também educador, Edgar Süssekind de Mendonça.
Chamada pelo jornal “O Globo” de “Eva agitadora”, que acusava a UFB de ser “um disfarce do Partido Comunista” [1],
Armanda ficou presa entre outubro de 1936 e junho de 1937 por causa da
associação da UFB com a Aliança Nacional Libertadora (ANL) e acusada de
participação na Intentona Comunista de 1935.
O filme conta com entrevistas da
historiadora Ana Chrystina Mignot, que escreveu sua tese de doutorado
sobre Armanda, e de Anita Prestes, também historiadora, que relembra a
relação da educadora com sua mãe, Olga Benário.
“Armanda” foi idealizado de Liliane
Leroux e Flavio Machado, e realizado pelo Núcleo de Estudos Visuais em
Periferias Urbanas da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Nuvisu – FEBF/ UERJ). O
documentário foi produzido pela Dunas Filmes e patrocinado pela FAPERJ.
O lançamento é aberto ao público, na
Lira de Ouro, na Rua José Veríssimo n° 72, no Centro de Duque de Caxias
(RJ). Confira o trailer em https://www.youtube.com/watch?v=URofGcL3Zcw e mais informações o Festival Mate com Angu aqui.
Notas
[1]
O GLOBO, 13/09/1935. In: MORAES, José Damiro. "Armanda Álvaro Alberto:
Pensamento e ação nos anos 1930". IV Congresso Brasileiro de História da
Educação, 2006.
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