A historiadora Anita Leocádia Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes com Olga Benário, executada pelos nazistas em 1942, está escrevendo um livro sobre a mãe a partir de arquivos inéditos da Gestapo que foram digitalizados.
Ela revelou a descoberta dos documentos à revista de cultura cubana "La Jiribilla".
Quando o Exército soviético tomou Berlim, no fim da Segunda Guerra Mundial, os arquivos da Gestapo foram confiscados e permaneceram na Rússia. O governo dos dois países assinou recentemente um acordo para digitalizar esses papéis e disponibilizá-los na internet.
Cerca de 2.000 documentos alemães falam sobre Olga e contém informações inéditas sobre o tempo que ela passou em campos de concentração, até ser executada em abril de 1942 em Lichtenburg (Alemanha).
"Acredito que o livro será muito extenso, porque há materiais muito interessantes e novos, entre eles uma quantidade razoável de cartas dela e de meu pai que penso em publicar a versão integral, a colaboração entre a polícia brasileira e a Gestapo, o comportamento dela nos interrogatórios e os comentários dos oficiais sobre eles... Tudo está muito bem conservado e completo", afirmou Anita ao site cubano "La Jiribilla".
Os documentos também contam as histórias que Olga inventava quando lhe perguntavam sobre a militância comunista nos interrogatórios.
Anita nasceu em um campo de concentração nazista e foi afastada da mãe com 14 meses de idade. Ela só conheceu o pai aos nove anos, mas manteve uma relação muito estreita com ele até sua morte, em 1990.
Em 2015, Anita lançou "Luiz Carlos Prestes - Um Comunista Brasileiro" (ed. Boitempo), livro sobre o pai em que trabalhou por mais de três décadas e que classifica como uma "biografia política".
FONTE: Folha de São Paulo
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