Por Giovanni Semeraro
Revista HISTEDBR On-line, Campinas, nº 54, p. 54-69, dez2013 – ISSN: 1676-2584
O texto tem como objetivo resgatar a concepção de filosofia da história que emerge dos Cadernos do Cárcere de Antonio Gramsci, um autor que mostra uma fecunda relação dialética não apenas entre filosofia e a política, mas, também, entre filosofia e a história. Ao longo da investigação destaca-se a ligação de Gramsci com Hegel e Marx, mas, se colocam particularmente em evidência as diferenças entre eles. Dessa forma, o foco das atenções é direcionado sobre os aspectos inovadores que o marxista italiano desenvolve ao interpretar a história moderna, as formas que assume a burguesia na consolidação do seu poder e as novas estratégias de lutas das classes subalternas para conquistar a hegemonia e criar um Estado de caráter nacional-popular. Para Gramsci, o mundo moderno não é apenas a história da burguesia e da “revolução passiva”, mas é também a época em que emergem novos sujeitos políticos que procuram se organizar com uma “vontade coletiva nacional-popular”. Uma “vontade” que Gramsci nunca separa da “necessidade histórica”, de modo a formar nas lutas populares uma “consciência operosa”, ou seja, uma visão lúcida da realidade inseparável da ação política eficaz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário