sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Após pressão da UE e acordo com oposição, Grécia recua e cancela referendo sobre a crise

Premiê Giorgos Papandreou voltou atrás após ameaças de expulsão do país da Zona do Euro



O governo da Grécia anunciou oficialmente nesta quinta-feira (03/11) que não haverá um referendo popular sobre o pacote de medidas de austeridade fiscal para combater a crise econômica que afeta o país.

 
A decisão foi confirmada pelo ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, três dias depois de o primeiro-ministro Giorgos Papandreou dizer que caberia ao povo grego decidir sobre a aceitação ou não do acordo firmado com a União Europeia, que prevê um perdão parcial da dívida pública do país em troca de uma série de medidas de arrocho fiscal para reequillibrar as contas do governo. O anúncio de plebiscito pegou autoridades e mercados fincanceiros de supresa, o que levou a uma queda generalizada das bolsas de valores em todo o mundo.

 
Em um comunicado divulgado pela manhã, Papandreou havia dito que a consulta popular não seria necessária, caso o plano de ajuda internacional recebesse o apoio da oposição, especialmente do partido conservador, o que acabou ocorrendo.

 
O premiê ainda está ameaçado de perder o cargo, já que até mesmo membros de sua base de apoio o criticarem pela convocação do referendo. Ele ainda deverá se submeter a um voto de confiança no Parlamento nesta sexta. "Estou satisfeito por não convocarmos uma consulta popular, porque este não era meu propósito", disse Papandreou.



Após meses de crise e incerteza sobre a situação da economia grega, o plano aprovado na semana passada, durante uma cúpula extraordinária dos países da Zona do Euro concede à Grécia uma ajuda financeira internacional de 100 bilhões de euros. Esse valor sobe para 130 bilhões se for levado em conta os 30 bilhões que a UE está disposta a fornecer aos credores como garantia para que assumam perdas de 50% sobre a dívida do país.



Os bancos perdoariam dessa maneira US$ 100 bilhões de euros, o que permitiria à Grécia reduzir sua dívida de 150% para 120% do PIB até 2020.



Por outro lado, União Europeia e FMI exigem que a Grécia adote uma série de medidas consideradas recessivas e injustas pela população, como o corte de gastos do governo, a demissão de funcionários públicos, a redução de salários e benefícios sociais, além da privatização de empresas públicas.



Com isso, a possibilidade de a proposta ser aprovada pelo voto popular era considerada improvável. Líderes europeus passaram então a pressionar fortemente o governo grego para o cumprimento do acordo. A chanceler alemã, Angela Merkel, chegou a dizer que a União Europeia estava preparada para lidar com a saída da Grécia. O presidente francês Nicolas Sarkozy, por sua vez, disse que aceitar a entrada dos gregos na Zona do Euro foi um ‘erro’.


FONTE: Opera Mundi

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