quinta-feira, 2 de abril de 2020

Artigo de Anita Prestes na Revista Cult - Edição do mês de abril / 2020

Filha de Olga Benario Prestes, Anita Leocádia Prestes refaz o percurso revolucionário da mãe, executada há 78 anos pelo regime nazista

Abaixo, trecho inicial do texto.

A militante comunista alemã de origem judaica Olga Benario (Arquivo Pessoal)


Uma comunista convicta

Por Anita Leocádia Prestes



Olga, nascida em 1908 numa família abastada de Munique, saiu de casa aos 16 anos para participar das lutas da juventude no distrito “vermelho” de Neukölln, em Berlim, junto com Otto Braun, seu namorado e dirigente do Partido Comunista. Foi logo aceita nas fileiras do Partido Comunista Alemão e, em 1928, ficou conhecida por ter participado da libertação de Braun, detido por “alta traição à pátria”. A partir daí, Olga se tornaria uma comunista convicta, disposta a fazer qualquer sacrifício na luta pela revolução. Submeteu-se em Moscou à formação militar e procurou aprofundar seus conhecimentos sobre teoria marxista-leninista. No final de 1934, aceitou com entusiasmo a tarefa de cuidar da segurança de Luiz Carlos Prestes em seu regresso ao Brasil. Ambos deixaram a União Soviética disfarçados de casal endinheirado em lua de mel e, após mais de três meses, chegaram ao Rio. Uma profunda compreensão mútua os deixou apaixonados, e foi assim que se tornaram marido e mulher. A convivência durou pouco mais de um ano. Em março de 1936, após a derrota dos levantes antifascistas, os dois foram presos e separados para sempre. Na cela da Casa de Detenção da capital da República, Olga descobriu que estava grávida. Sua extradição para a Alemanha nazista foi a maneira de Getúlio Vargas torturar Luiz Carlos Prestes, mas tanto ele como Olga se negaram a fornecer informações. Minha mãe se disse Maria Prestes, mas Filinto Müller, chefe da polícia, conseguiu que a Gestapo identificasse Olga Benario, fichada por “atividades subversivas�




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