Aplicativos do Laboratório de Arqueologia Romana Provincial da USP utilizam a realidade virtual para reconstruir a vida em Roma
Aplicativos do Laboratório de Arqueologia Romana Provincial da USP utilizam a realidade virtual para reconstruir a vida em Roma
Quem disse que as aulas de história antiga precisam ser monótonas e desinteressantes? Com um pouco de tecnologia, elas podem se tornar muito mais atraentes. Os dispositivos desenvolvidos pelo Larp (Laboratório de Arqueologia Romana Provincial) do Museu de Arqueologia e Etnografia da USP são um exemplo disso. Utilizando tecnologia 3D, o aplicativo Roma 360 faz uma viagem pelo mapa da cidade no período de 360 d.C., apresentando uma reconstrução das estruturas urbanas da época. Ficou curioso para descobrir como era uma casa romana por dentro? O aplicativo Domus dá conta do recado.
“A ideia é fazer com que o professor e o aluno consigam explorar o mapa desse período, fazendo um paralelo com os dias de hoje”, explicou o idealizador Alex Martire, historiador e arqueólogo. Com o Roma 360, por exemplo, o usuário pode percorrer, de forma interativa, por edifícios públicos, religiosos e políticos da época, notando que existem semelhanças com as formas de organização das cidades atuais.
O primeiro aplicativo desenvolvido pelo Larp foi o Roma 360. O projeto teve ligação com o doutorado em cyberarqueologia, realizado por Martire com a orientação da professora Maria Isabel Fleming, coordenadora do laboratório. A intenção era unir os recursos digitais com a arqueologia. Para isso, foram retiradas referências bibliográficas e imagéticas de fontes como o atlas histórico de Willian Shepherd, datado de 1923. A reconstrução da cidade foi desenvolvida com o apoio dos softwares Autodesk Maya, responsável pela modelagem dos objetos, e o Unity, que permitiu a interação do usuário e a rotatividade 360 graus pela plataforma.
O período de 360 d.C. foi escolhido pela proximidade com o fim do Império e a possibilidade de trabalhar com uma época mais recente. “Quanto mais antigo, mais difícil conseguir material e vestígios arqueológicos”, contou Martire. Segundo ele, ao vivenciar esse período e ter a possibilidade de adentrar em um universo com recursos tridimensionais, os estudantes conseguem passar por uma experiência de aprendizado mais completa. “A realidade virtual fortalece o processo cognitivo dos alunos.”
Para o pesquisador, além dos recursos tecnológicos, outro fator que proporciona um ensino mais amplo é a possibilidade de trabalhar com dados levantados a partir da arqueologia, que vai muito além dos documentos escritos que são reproduzidos nos livros didáticos. “Os documentos costumam mostrar apenas a história dos vencedores. Por outro lado, a arqueologia consegue apresentar um panorama de como eram as organizações sociais e as cidades da época”, pontuou.
Conhecendo uma casa romana
Após desenvolver o Roma 360, a equipe do Larp começou a trabalhar na criação do Domus, outro aplicativo que utiliza recursos tridimensionais para aumentar o conhecimento sobre história antiga. Com uma interface semelhante à utilizada em games, o dispositivo permite que o usuário navegue pelo interior da casa de uma família da elite romana.
Passando por cômodos como a cozinha, o banheiro e o escritório, é possível interagir, manipular objetos e ler textos interativos que trazem uma explicação sobre os espaços visitados. Em cada quarto da casa é possível observar a decoração de um período artístico romano. No primeiro estilo arquitetônico, por exemplo, a decoração utiliza blocos ou painéis de pedras coloridas do século 2 a. C..
No aplicativo também é possível encontrar materiais de apoio com galerias de imagens, que mostram objetos reais encontrados em escavações arqueológicas, e textos de apoio para educadores, que apresentam conteúdos didáticos para auxiliar no entendimento de temas como religião e arquitetura.
Atualmente os dois aplicativos estão disponíveis gratuitamente na internet e podem ser baixados para acesso offline. A equipe do Larp está trabalhando no desenvolvimento de uma versão Android para ser utilizada em aparelhos móveis.
FONTE: Porvir
Quem disse que as aulas de história antiga precisam ser monótonas e desinteressantes? Com um pouco de tecnologia, elas podem se tornar muito mais atraentes. Os dispositivos desenvolvidos pelo Larp (Laboratório de Arqueologia Romana Provincial) do Museu de Arqueologia e Etnografia da USP são um exemplo disso. Utilizando tecnologia 3D, o aplicativo Roma 360 faz uma viagem pelo mapa da cidade no período de 360 d.C., apresentando uma reconstrução das estruturas urbanas da época. Ficou curioso para descobrir como era uma casa romana por dentro? O aplicativo Domus dá conta do recado.
“A ideia é fazer com que o professor e o aluno consigam explorar o mapa desse período, fazendo um paralelo com os dias de hoje”, explicou o idealizador Alex Martire, historiador e arqueólogo. Com o Roma 360, por exemplo, o usuário pode percorrer, de forma interativa, por edifícios públicos, religiosos e políticos da época, notando que existem semelhanças com as formas de organização das cidades atuais.
O primeiro aplicativo desenvolvido pelo Larp foi o Roma 360. O projeto teve ligação com o doutorado em cyberarqueologia, realizado por Martire com a orientação da professora Maria Isabel Fleming, coordenadora do laboratório. A intenção era unir os recursos digitais com a arqueologia. Para isso, foram retiradas referências bibliográficas e imagéticas de fontes como o atlas histórico de Willian Shepherd, datado de 1923. A reconstrução da cidade foi desenvolvida com o apoio dos softwares Autodesk Maya, responsável pela modelagem dos objetos, e o Unity, que permitiu a interação do usuário e a rotatividade 360 graus pela plataforma.
O período de 360 d.C. foi escolhido pela proximidade com o fim do Império e a possibilidade de trabalhar com uma época mais recente. “Quanto mais antigo, mais difícil conseguir material e vestígios arqueológicos”, contou Martire. Segundo ele, ao vivenciar esse período e ter a possibilidade de adentrar em um universo com recursos tridimensionais, os estudantes conseguem passar por uma experiência de aprendizado mais completa. “A realidade virtual fortalece o processo cognitivo dos alunos.”
Para o pesquisador, além dos recursos tecnológicos, outro fator que proporciona um ensino mais amplo é a possibilidade de trabalhar com dados levantados a partir da arqueologia, que vai muito além dos documentos escritos que são reproduzidos nos livros didáticos. “Os documentos costumam mostrar apenas a história dos vencedores. Por outro lado, a arqueologia consegue apresentar um panorama de como eram as organizações sociais e as cidades da época”, pontuou.
Conhecendo uma casa romana
Após desenvolver o Roma 360, a equipe do Larp começou a trabalhar na criação do Domus, outro aplicativo que utiliza recursos tridimensionais para aumentar o conhecimento sobre história antiga. Com uma interface semelhante à utilizada em games, o dispositivo permite que o usuário navegue pelo interior da casa de uma família da elite romana.
Passando por cômodos como a cozinha, o banheiro e o escritório, é possível interagir, manipular objetos e ler textos interativos que trazem uma explicação sobre os espaços visitados. Em cada quarto da casa é possível observar a decoração de um período artístico romano. No primeiro estilo arquitetônico, por exemplo, a decoração utiliza blocos ou painéis de pedras coloridas do século 2 a. C..
No aplicativo também é possível encontrar materiais de apoio com galerias de imagens, que mostram objetos reais encontrados em escavações arqueológicas, e textos de apoio para educadores, que apresentam conteúdos didáticos para auxiliar no entendimento de temas como religião e arquitetura.
Atualmente os dois aplicativos estão disponíveis gratuitamente na internet e podem ser baixados para acesso offline. A equipe do Larp está trabalhando no desenvolvimento de uma versão Android para ser utilizada em aparelhos móveis.
FONTE: Porvir
Nenhum comentário:
Postar um comentário