A historiadora Anita Prestes é capa da edição da última sexta-feira, dia 12/05/2023, do jornal alemão Berliner Zeitung e é retratada na página 3 por Niklas Franzen. Anita está na Alemanha participando de uma série de atividades relacionadas com o lançamento do seu livro Olga Benario Prestes. Eine biografische Annäherung (Olga Benario Prestes. Uma abordagem biográfica), publicado pela editora alemã Verbrecher Verlag.
A reportagem aborda notícias do lançamento da edição alemã do seu livro e sobre sua visita à "pedra do tropeço" (Stolperstein)* em homenagem à sua mãe, Olga Benario Prestes (1908-1942). O título da matéria de Niklas Franzen é "Stolpersteine: Wofür Anita Prestes ihre Mutter Olga Benario bewundert" ("Tropeços: por que Anita Prestes admira sua mãe Olga Benario"). O subtítulo diz: "Nascida em uma prisão de Berlim, Anita Prestes veio a Berlim para visitar o Stolperstein em Neukölln por causa de sua mãe, que foi assassinada pelos nazistas". O primeiro parágrafo diz o seguinte:
Anita Leocádia Prestes vira na Innstraße, passa por uma loja noturna, passa por homens com garrafas de cerveja. Ela para em frente à casa número 24, olha para a fachada e depois para o chão. Sobre uma superfície dourada, ligeiramente desgastada, está escrito: “Olga Benario viveu aqui. Nascido em 1908. Preso desde 1936. Campo de concentração de Ravensbrück em 1939. Assassinado no sanatório de Bernburg em abril de 1942.” No meio de Neukölln está a pedra de tropeço para uma mulher que foi muitas coisas. Comunista, judia, internacionalista, vítima do terror nazista. Anita Prestes, 86 anos, uma mulher elegante com grandes óculos escuros, lenço de seda e cabelos tingidos de ruivo, é sua filha.
Na revista BuchMarkt, os editores Kristine Listau e Jörg Sundermeier da editora Verbrecher Verlag, falam da felicidade de ter Anita na capa da edição de 12/05/2023 do jornal alemão Berliner Zeitung.
Jörg Sundermeier comenta: “Anita Prestes é filha da mundialmente famosa revolucionária Olga Benario, que estava grávida e, portanto, extraditada ilegalmente pelas autoridades brasileiras para a Alemanha nazista em 1936. Em novembro do mesmo ano, Benario deu à luz sua filha Anita em uma prisão feminina em Berlim, e é somente graças à perseverança da avó e tia brasileiras de [Anita] Prestes, que lançaram uma campanha mundial de Paris para libertar Olga Benario e sua filha, que Anita, de pelo menos 14 meses, foi entregue à família pelos nazistas. Infelizmente, a mãe não foi libertada, embora o México tenha oferecido asilo. Olga Benário Prestes foi assassinada pelos nazistas em 1942.”
Kristine Listau acrescenta: "É bom ver que Anita Prestes ainda está tendo um impacto tão amplo com a história de sua mãe - e também sua própria história - e continua atingindo um grande público. As leituras anteriores foram todas completamente esgotadas. Também estou pessoalmente satisfeito por poder conversar com ela sobre a publicação do livro "Berliner Kommunistische Jugend" que Olga Benario publicou na União Soviética em 1929 e que estou apenas traduzindo de volta para o alemão para a primeira edição em língua alemã . O livro vai aparecer na nossa programação de outono – Anita Prestes nos prometeu um posfácio, o que também me deixa muito feliz.”
* As “Pedras de Tropeço”, Stolpersteine, são plaquinhas feitas por iniciativa de Gunter Demnig, com as informações mais importantes sobre a vida das vítimas do nazismo (não só judeus, mas também ciganos, perseguidos políticos, homossexuais e pessoas deficiências físicas e mentais), e são colocadas na frente de onde essas pessoas moravam, ou de onde elas trabalhavam.
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