Indicação de leitura:
Centenário do PCB: os comunistas e o “queremismo”
Texto da historiadora Anita Prestes publicado no Blog da Boitempo, em 23/11/2022. No artigo, a autora faz um consistente balanço bibliográfico de como textos historiográficos, memorialísticos, biográficos, sociológicos e de ciência política abordam a posição dos comunistas frente ao queremismo. A autora mostra como se tornou lugar comum, sem sustentação empírica nos documentos da época, a afirmação de que em 1945 Luiz Carlos Prestes e os comunistas teriam aderido ao movimento consagrado com o nome de “queremismo”, criado em junho daquele ano. As evidências apresentadas pela autora são reveladoras da função exercida pela História Oficial na consagração de falsificações históricas de acordo com os interesses dos setores dominantes numa sociedade dividida em classes antagônicas. A historiadora Anita Prestes procura nos mostrar como as versões historiográficas consagradas pela História Oficial, elaborada pelos “intelectuais orgânicos” (segundo Gramsci) a serviço dos interesses dominantes, adquiriram foros de verdade e passaram a ser transmitidas de geração em geração, exercendo influência inclusive em intelectuais progressistas e/ou de esquerda e na própria militância de partidos de esquerda. E conclui chamando a atenção que revelar as falsificações difundidas pela História Oficial é parte constitutiva da luta ideológica permanente que devemos conduzir contra a dominação burguesa nas sociedades capitalistas.
O texto nos alerta para o necessário reconhecimento da diferença entre as consignas dos queremistas e dos comunistas, pois um exame sério nas fontes históricas da época, em especial na imprensa e relatórios comunistas, analisando o discurso dos comunistas e não somente o discurso produzido sobre os comunistas na época, pode esclarecer de que "Queremos uma Assembleia Constituinte com Getúlio" jamais foi um slogan oficial do Partido Comunista em 1945. Considerando seus acertos e erros, é necessário entender do que se tratava a chamada política de "União Nacional" defendida pelos comunistas e no que era distinta das propostas da campanha queremista.
Ao final da leitura do texto da professora Anita Prestes, grande estudiosa do movimento comunista brasileiro, nos remete a pertinência de uma célebre frase de Karl Marx, usada como epígrafe do livro A miséria da teoria, do historiador E. P.Thompson: "Deixar um erro sem refutação é estimular a imoralidade intelectual"
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