domingo, 7 de novembro de 2021

Festa do Livro da USP (edição 23)

Amanhã começa a feira de livros mais incrível de todas, a Festa do Livro da USP! Oportunidade única de comprar aqueles livros que você estava querendo com 50% de desconto. 

Acontecerá virtualmente entre os dias 8/11 e 15/11/21.

Acesse na página do evento para ver as editoras participantes: https://festadolivro.edusp.com.br/editoras.


Entre as editoras participantes, está a Boitempo Editorial com cerca de 100 títulos com 50% de desconto (clique aqui). Entre eles, o livro Viver é tomar partido: memórias, no qual a historiadora Anita Leocadia Prestes narra sua extraordinária trajetória de vida, militância e pensamento.  Um relato memorialístico em que momentos importantes da história mundial são mesclados à narrativa de suas vivências pessoais. O título "Viver é tomar partido", frase do poeta e dramaturgo alemão Christian Friedrich Hebbel retomada pelo intelectual italiano Antonio Gramsci, resume o modo peculiar como a autora encara sua vida, totalmente imbricada em seu ativismo político.

De R$ 59,00 por R$ 29,50.




Trecho do livro

Apesar da separação, não fui uma criança triste nem infeliz. Minha avó sempre se referia à alegria contagiante da neta. Embora longe dos meus pais, cresci cercada do carinho deles, que me chegava através das cartas, da dedicação de Leocadia e Lygia e da atenção, amizade e cuidados de numerosas pessoas de diversas nacionalidades.


A partir de junho de 1941, com o ataque hitlerista à União Soviética, lembro-me bem da angústia da minha avó, preocupada com a violência da invasão do território soviético pelos nazistas e, certamente, com o destino das filhas e do netinho que viviam em Moscou. Imediatamente foi pendurado numa parede da nossa casa um grande mapa do cenário da guerra, em que os movimentos das tropas (tanto soviéticas quanto hitleristas) eram indicados com alfinetes de cabeças coloridas. Leocadia e Lygia acompanhavam essa movimentação torcendo, evidentemente, pelos soviéticos. Mesmo durante os períodos de maiores dificuldades para o exército soviético, minha avó se mantinha confiante em sua vitória final, afirmando aos amigos e companheiros que nos visitavam: “Eu conheço aquele povo e sei que vencerão a guerra.” Escreveu ela a meu pai:

 

"Eu, por mim, procuro reagir contra o desânimo, que muitas vezes vejo empolgar certa gente menos firme, quando os jornais, sempre ávidos de notícias retumbantes, exageram os fatos da Guerra. Muitas vezes discuto com essas pessoas que querem convencer-me de que tudo está perdido e que o nazismo governará o mundo."

 

Lamentavelmente, minha avó faleceu antes da vitória da União Soviética na Segunda Guerra Mundial.




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