Por Amália Cristina Dias da Rocha Bezerra e Marcos Cesar Oliveira Pinheiro
Professores Adjuntos de História da Educação da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (UERJ)
Revista Agência Social, volume 10, número 1
Texto completo:
Resumo
A partir de uma síntese histórica do debate educacional e das políticas de educação produzidas pelo Estado Novo brasileiro (1937-1945), analisam-se as funções sociais da escolarização de ensino primário, médio e superior em face da organização do mundo do trabalho e da cultura. Nessa perspectiva, as políticas públicas em educação do governo de Getúlio Vargas aprofundaram a dualidade educacional presente entre os níveis de ensino e os públicos a que se destinavam. Em contrapartida, no período pós-guerra (1945-1964) surgiram experiências educativas contra-hegemônicas organizadas pelo PCB (denominado naquela época Partido Comunista do Brasil), que buscavam a alfabetização da população e sua formação política para luta pelos direitos sociais. Aborda-se neste trabalho a experiência de educação popular desenvolvida pelos Comitês Populares Democráticos e pela Universidade do Povo, que desempenharam um papel de considerável importância na mobilização e organização de setores populares nos bairros e locais de trabalho de várias cidades brasileiras daquele momento histórico, em que a cultura e a educação passam a se integrar com mais força ao rol de preocupações dos movimentos populares. O nível de organização e o alcance dessas experiências educativas da esquerda apontam a necessária problematização da historiografia da educação brasileira, que realiza enquadramentos e seleções temáticas que deixam na invisibilidade o debate educacional enfrentado por intelectuais e movimento sociais de esquerda assim como as ações empreendidas.
Palavras-chave
Partido Comunista, Universidade do Povo, Política Educacional, redemocratização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário