domingo, 9 de julho de 2017

Cais do Valongo, no Rio, é declarado Patrimônio Histórico da Humanidade

Localizado na Zona Portuário do Rio, ele é o único vestígio material da chegada de africanos escravizados no continente americano.


Por G1 Rio

Cais do Valongo, na Zona Portuário do Rio, é uma herança da chegada dos africanos escravizados nas Américas
(Foto: Divulgação \ Marcelo Mena)


O Cais do Valongo, na Zona Portuária do Rio, foi declarado pela Unesco neste domingo (9) o título de Patrimônio Histórico da Humanidade. Encontrado em escavações feitas durante as obras de revitalização da região, o local guarda parte da história da escravidão.

De acordo com o antropólogo Milton Guran, as ruínas do Cais do Valongo são os únicos vestígios materiais de desembarque de africanos escravizados nas Américas.

O Valongo possui cerca de 350 metros de comprimento e vai da Rua Coelho e Castro até a Sacadura. Ele começou a ser construído no no fim do século XVIII e ficou pronto em 1811. A região era desabitada na época e o acesso era difícil. Por isso, foi escolhida para sediar o porto de desembarque de escravos.

A área deixa de funcionar como ponto de entrada de escravos por volta de 1831, quando leis contra a escravidão começaram a ser assinadas. Nessa época, o tráfego passou a ser clandestino e acontecia no período noturno.

Toda a estrutura do cais foi soterrada na reforma urbanística do Rio promovida pelo prefeito Pereira Passos.

Entre os séculos XVI e XIX, 10 milhões de africanos foram levados para o continente americano. Deste total, 40% vieram para o Brasil – cerca de 4 milhões de pessoas – dos quais 60% (2,6 milhões) desembarcaram no Rio.

No Cais do Valongo, historiadores estimam que desembarcaram um milhão de escravos. Por isso, a região ficou conhecida como “pequena África”. Os escravos eram expostos nos mercados e vendidos. O destino dos que morriam logo após a longa e dolorosa viagem era o cemitério dos pretos novos.

O local ficou embaixo de construções. Durante a reforma de uma das casas, os donos encontraram vestígios de milhares de africanos.

FONTE: G1 Rio


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