sábado, 3 de maio de 2014

Em discurso, Lula diz que dinheiro faz do PT um partido convencional

O dilema da classe política brasileira: a sociedade é incapaz de reconhecer a honestidade dos políticos. E os políticos são incapazes de demonstrá-la.

Confira a abertura oficial do 14º Encontro Nacional do PT no link abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=R1W-2v2r3PI 
(os trechos citados abaixo podem ser conferidos a partir das duas horas e trinta e nove minutos no vídeo)

Ao discursar no Encontro Nacional do PT, que aclamou Dilma Rousseff como pré-candidata à reeleição, Lula instou os dirigentes e militantes da legenda a perseguirem um desafio extra em 2014. 
“Junto com a eleição da Dilma, nós temos que fazer um processo de recuperação da imagem do PT, mas, sobretudo, precisamos fazer uma campanha para construir uma nova utopia na cabeça de milhões e milhões de jovens brasileiros”.
Comparando o PT que ele fundou em 10 de fevereiro de 1980 e a legenda que ocupa a Presidência da República há quase 11 anos, desde janeiro de 2003, Lula concluiu, em tom de uma autocrítica, que o dinheiro fez muito mal àquela legenda fundada há 34 anos.
“Nós criamos um partido político foi para ser diferente de tudo o que existia quando nós criamos esse partido. Esse partido não nasceu para fazer tudo o que os outros fazem. Esse partido nasceu para provar que é possível fazer política de forma mais digna, fazer política com ‘P’ maiúsculo.”
“Nós precisamos, então, voltar a recuperar o orgulho que foi a razão da existência desse partido em momentos muito difíceis, porque a gente às vezes não tinha panfleto para divulgar uma campanha. Hoje, parece que o dinheiro resolve tudo. Os candidatos a deputado nao têm mais cabo eleitoral gratuito. É tudo uma máquina de fazer dinheiro, que está fazendo o partido ser um partido convencional.”
Antes de discursar, em conversa com o presidente da CUT, Vagner Freitas, Lula ouviu dele um relato sobre o que sucedera na véspera, nos festejos do Dia do Trabalhador. Na celebração da CUT, os petistas que ousaram se interpor entre a plateia e as atrações musicais tomaram vaias e foram alvejados por latas, garrafas e bolas de papel.
“Eu ouvi do companheiro Vagner, presidente da CUT, hoje, que o 1º de Maio estava muito grande”, discursou Lula. “Mas ninguém queria ouvir falar de político. Não podia citar o nome de político que era vaiado. Então, companheiros, acho que esse é um desafio tão importante e tão grave quanto a gente eleger a Dilma.”

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