Benin: ancestralidade e contemporaneidade
Cerca de 300 obras, entre peças ancestrais e trabalhos contemporâneos de nove artistas africanos, estão em cartaz na mostra. Até 4 de setembro, no Centro de Arte Hélio Oiticica do Rio de Janeiro.
O Benin é um país onde as tradições são e estão muito presentes . E as tradições são antes de tudo, a expressão da rica espiritualidade que caracteriza os cultos e impregna a vida cotidiana . Não é, então, por acaso que artistas beninenses sejam marcados por uma carga emocional muito forte. Essas tradições falam diretamente à sensibilidade do homem. Extraindo suas raízes de um passado que assumem, testemunha o presente e interpelam o futuro.Elas preconizam uma mestiçagem temporal, geográfica e cultural. O artista ''transpõe, literalmente, com uma pernada, os oceanos para criar passarelas, elabora uma rede de continentes, mas também entre as culturas, as gerações, os povos, as histórias e as diversas temporalidades. Sua obra manifesta a realidade da linguagem pictórica distinta das escolas, das correntes, das academias. A obra não é exótico-africana. Ela nos acompanha num pensamento profundamente humano e universal.''
A exposição traduz bem, ao mesmo tempo, a dualidade tradição-contemporaneidade e o caráter universal das mensagens que essas obras dos artistas contemporâneos comunicam ao espectador.
As telas de Cyprien Tokoidagba, as estatuetas de Euloge Glèlè e os ''apliques'' de Alphonsea Yémadjè, se situam na herança direta dos pintores, escultores e tecedores da corte do reino de Abomey.
Os contemporâneos, por causa vez, mostram sua precupação com os compromissos sociais e culturas atuas, do Benin e do mundo.
Aston ressuscita a longa e dolorosa história do tráfico negreiro em sua intalação ''Estúpidos e Inúpidos'' que, ao mesmo tempo, é um apelo a favor do respeito ao meio ambiente.
Gérard Quenum nos transmite com a metáfora dos bonecos abandonados, a sua revolta diante das injustiças sofridas pelas criançãs do mundo inteiro.''Meu trabalho me permite ter um poder de expressão, revelar minhas entranhas, minhas emoções'' diz Zinkpè.
As obras de Edwige Aplogan são marcadas pela sensibilidade de uma artista propensa a compartilhar, a se proucupar com os demais, com os artista iniciantes ou, em seu ofício de advogada, com os deserdados despossuídos. Tchif proclama, em seu nome,mais bambém a todos seus colegas, a universalidade da arte contemporânea na África: ''A única coisa africana em meu trabalho sou eu. Não faço exotismo''.
As fotos de Charles Placide-Tossou retratam, num vai e vem permanente, a ligação estreita que existe no Benin, entre ancestralidade e contemporaneidade.
Por último, Lambustagor e Abdoul-Ramane, se inscrevem nas manifestações da vida cotidiana do Benin, presentes em sua cultura popular, com fundas raízes em suas tradições.
Há ainda fotografias de Pierre Verger.
Serviço:
Exposição “O Benin, ancestralidade e contemporaneidade”
Curadoria: Emanoel Araujo, artista plástico e diretor-curador do Museu Afro Brasil.
Local: Centro de Arte Hélio Oiticica do Rio de Janeiro
Rua Luis de Camões, 68. Tel: 2242-1012
De 20 de julho a 04 de setembro.
Horários: Terça a sexta-feira, das 11h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 17h
Gratuito - Acesso para deficiente físico: sim, elevador.
Assessoria de Imprensa
Flávia Tenório
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