sexta-feira, 31 de julho de 2020

Para download: "Celso Furtado - os combates de um economista"

Em homenagem ao também centenário de nascimento do economista e intelectual brasileiro Celso Furtado, comemorado em 26 de julho, a Editora Expressão Popular indica e está disponibilizando em pdf gratuito a obra "Celso Furtado - os combates de um economista". O lançamento é fruto da parceria entre a Editora Expressão Popular com a Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) e a Fundação Perseu Abramo.



Celso Furtado tratou do conceito de Subdesenvolvimento – da forma clara e rigorosa que é própria do seu método histórico e analítico – no seu clássico Desenvolvimento e subdesenvolvimento de 1961. Não o definiu como uma etapa necessária pela qual teriam passado todos os países desenvolvidos, mas como um processo histórico particular, resultante da penetração das empresas capitalistas modernas em estruturas arcaicas, constitutivo da expansão desigual do Capitalismo. Teoricamente sua concepção é semelhante ao esquema Centro-Periferia de Prebish (1949), mas sua visão é mais completa porque contempla a análise de nossa estrutura subdesenvolvida e a dinâmica da sua articulação interna-externa.

Suas preocupações recorrentes com o tema da construção da Nação frente às diversas formas de dominação internacional e ao pacto interno de dominação estão presentes em quase todos os seus escritos desde 1964. A separação, para fins analíticos, entre as dimensões econômicas, políticas e sociais do nosso subdesenvolvimento nunca o impediu de ter uma visão histórico-estrutural capaz de abranger as três dimensões, desde Formação econômica do Brasil (1959) até Brasil, a construção interrompida (1992).

Furtado não desistiu nunca da ideia da necessidade de um Projeto Nacional capaz de animar a reconstrução do Brasil, mesmo quando a atual conjuntura de desmantelamento do país parece deslocar os resultados desse processo para um horizonte cada vez mais longínquo, como em seu Longo Amanhecer (1998).

No Manifesto da Frente de Esquerda Em defesa do Brasil, da democracia e do trabalho (1999) – que ele assinou, como a maioria dos intelectuais que ainda continuam na luta de resistência às políticas neoliberais – a epígrafe é uma frase sua, esclarecedora do estado de espírito do Mestre: “Em nenhum momento da nossa história foi tão grande a distância entre o que somos e o que esperávamos ser”.

Esta mágoa, que compartilho com paixão, decorre de nosso sentimento comum quanto à situação da Nação em matéria de destruição das forças produtivas e da própria desorganização da sociedade.

Maria da Conceição Tavares


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