segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Lançamento: Lutas de classes na França de 1848 a 1850, de Karl Marx




Boitempo Editorial acaba de lançar a As lutas de classes na França de 1848 a 1850de Karl Marx, com tradução de Nélio Schneider. Nesta obra, Marx analisa um período longo e extremamente movimentado da história francesa, apresentando algumas experiências conceitualmente importantes da Revolução de 1848-1849 e seus resultados. Ao aprofundar o desenvolvimento da teoria do Estado e da teoria da revolução, o filósofo alemão chega à consciência fundamental de que a realização da tarefa histórica da classe trabalhadora é impossível no quadro da república burguesa, demonstrando que a ditadura do proletariado é uma fase de transição necessária para a abolição de todas as diferenças de classe, para a reconfiguração econômica da sociedade e para sua construção em uma ordem socialista. Marx também trata detalhadamente da situação e do papel do campesinato, fundamentando a necessidade de sua aliança com a classe operária. 
Escritos no “calor da hora”, os textos de As lutas de classes na França também mostram como as noções de classes e luta de classes, Estado burguês, poder político, revolução social, partidos, ideologia, entre outras – sob a perspectiva do materialismo histórico – são decisivas para a explicação das origens, dinâmica, contradições, impasses, crise e derrota da Revolução de 1848.
Leia a orelha do livroescrita por  Caio Navarro de Toledo
“Publicados originalmente em 1850 na Nova Gazeta Renana, os quatro artigos de Karl Marx sobre a conjuntura política e social da França no final dos anos 1840 foram, posteriormente, editados por Friedrich Engels em livro sob o títuloAs lutas de classes na França de 1848 a 1850. Juntamente com O 18 de brumário de Luís Bonaparte (1852) e A guerra civil na França (1871), este trabalho se insere entre aqueles que os intérpretes convencionaram denominar “obras históricas” de Marx. Em contraposição às leituras que privilegiam os textos da crítica da economia política – ”científicos” e da “maturidade intelectual” –, deve-se reconhecer que apenas uma concepção positivista concederia às “obras históricas” um lugar secundário ou menor no conjunto da produção teórica marxiana. Não se pode, afinal, desconsiderar que nesses trabalhos se evidencia de forma nítida e sistemática aquilo que distingue e particulariza o marxismo de todas as teorias conhecidas, qual seja a indissociável relação entre análise científica da realidade histórica e social e a perspectiva radical e transformadora.
Comprometido em toda sua obra com a revolução social, Marx dedicou atenção especial à história  política e social da França; de um lado, por ter sido esse país o cenário da mais importante revolução burguesa até então ocorrida na Europa e, de outro, por possuir a mais organizada e revolucionária classe proletária de seu tempo. Escritos por Marx no “calor da hora”, os textos de As lutas de classes na França não fazem longas digressões teóricas sobre a noção de “determinação em última instância da economia” nem elaboram os conceitos de classes e luta de classes, Estado burguês, poder político/poder de classe, revolução social/revolução política, partidos/representação política, ideologia etc. No entanto, já com pleno domíniio do método dialético, Marx mostra como tais noções – sob a perspectiva do materialismo histórico – são decisivas para a explicação rigorosa de origens, dinâmica, contradições, impasses, crise e derrota da Revolução de 1848.
As Lutas de classes na França é um livro exemplar, no qual se evidencia o rigor da análise dialética da história; é, assim, uma cabal negação do chamado reducionismo e esquematismo atribuídos à obra de Marx por críticos equivocados de todos os tempos.
 – Caio Navarro de Toledo

Nenhum comentário:

Postar um comentário