terça-feira, 6 de setembro de 2011

Anita Prestes exalta socialismo em tributo a Gregório

Autobiografia escrita por Gregório Bezerra conta partes marcantes de sua história.



Presente no Recife para participar do lançamento da segunda edição do livro Memórias do pernambucano Gregório Bezerra, Anita Leocadia Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes, reaviva a mensagem de luta dos dois líderes comunistas. “É possível, sim, contribuir para transformar o Brasil, para acabar com a miséria. E eles diriam que só tem uma saída: o socialismo”, afirmou Anita.



A relação entre a família Prestes e Gregório Bezerra sempre foi de muita proximidade, daí a naturalidade com que Anita, que é historiadora, falava sobre o autor do livro. Durante a coletiva que concedeu ao lado de Jurandir Bezerra, filho de Gregório, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), ela contou traços do caráter do amigo do pai, que a viu crescer.



“Gregório morou na nossa casa quando eu tinha entre nove e dez anos. Ele sabia lidar com crianças e nós adorávamos ouvir as histórias que ele contava. Na década de 70, quando já era adulta, na época do exílio, convivemos em Moscou”. Segundo ela, a preocupação com o próximo era um dos traços mais marcantes de Gregório. Jurandir, no final da coletiva, confirmou a veracidade da informação ao tirar da carteira um manuscrito do pai solicitando remédio para os companheiros de prisão.



Anita lamentou, no entanto, o fato dos mais jovens desconhecerem a história do comunista pernambucano. Na tentativa de reverter este quadro, não se limitou apenas a escrever a apresentação do livro, veio do Rio de Janeiro, concedeu coletiva no relançamento da obra e proferiu, ontem, palestra sobre o homem que considera ser “a expressão do povo brasileiro”.



Memórias é uma autobriografia de Gregório Bezerra inicialmente escrita no período em que ele ficou na cadeia, longos 23 anos, finalizada no exílio em Moscou e publicada em 1979. A edição, de dois volumes, com a narrativa detalhando momentos marcantes da ditadura militar, em que foi duramente torturado, assim como sua infância pobre em Panelas, Agreste pernambucano, foi rapidamente esgotada.



Agora o livro é relançado pela Boitempo, em um único volume de 600 páginas, com fotografias, índices cronológicos e depoimentos de Florestan Fernandes, Eduardo Campos, Mércia Albuquerque, Oscar Niemeyer, Jorge Amado e Ziraldo, entre outros, cartas escritas por Gregório e poemas de Ferreira Gullar e Francisco Julião. Depois do evento de ontem no Recife, será relançado nos próximos dias 13 e 14 no Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente.



FONTE: Diário de Pernambuco, 2/9/2011.

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