segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Um espectro ronda o mundo: 165 anos do Manifesto Comunista



No final de fevereiro de 1848, exatos 165 anos atrás, foi publicado em Londres um pequeno panfleto que acabaria por se tornar o documento político mais importante de todos os tempos: o Manifesto Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels. Passado mais de um século e meio, a atualidade e o vigor deste texto continuam reconhecidos por intelectuais das mais diversas correntes de pensamento. 


Confira, abaixo, as aulas de Chico de Oliveira e Osvaldo Coggiola sobre o Manifesto Comunista, no Curso Livre Marx-Engels, nas edições I e III, respectivamente:





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Pelos 165 anos do Manifesto do Partido Comunista

Jorge Henrique Costa Junior

Há quem não acredite que existam classes sociais. Há quem não acredite que o universo tem mais de 13 bilhões de anos e o planeta terra alguns bilhões. Há quem não acredite na observação científica da história. Há quem duvide que o homem esteve na lua. Há quem duvide que temos um ancestral em comum com os macacos modernos e que, como espécie possuímos em torno de 200 mil anos. Há quem duvide que o socialismo é o caminho para a emancipação humana.

Por outro lado, não faltam os que acreditam em Seres do além e demônios possuidores de senhoras indefesas. Não faltam os que acreditam nos maiores disparates, completamente irracionais; de sucessivos fins de mundo falhos a mapas astrais que definem comportamentos.

Ou seja, ao que parece, hoje é mais difícil crer no que é inquestionavelmente provado, do que crer no improvável e fantasioso. Pela lógica, o oposto deveria ser verdadeiro. Mas, definitivamente, são muito mais numerosos os que creem em fantasias sem evidências, ou que a própria realidade evidencia o contrário.

Não por acaso, as doutrinas reacionárias contém sempre um componente religioso ou místico, de tradição, família, propriedade, igreja e afins.

Um mundo imutável é uma crendice. Uma sociedade imutável é uma crendice. Propagar a ideia de que há igualdade num sistema baseado na desigualdade é uma crendice; mais que apenas isso, é charlatanismo econômico. Querer fazer crer que é possível reestruturar tal sistema sócio-econômico, garantindo pleno emprego e igualdade, utilizando “troikas” liberalizantes ou medidas de “aquecimento de mercado”, é curandeirismo econômico.

Infelizmente (neste caso, pois o princípio da legalidade é de fato um direito fundamental) o direito penal não permite expandir tipos penais por analogia… Talvez por isso o charlatanismo e o curandeirismo clássicos, religiosamente ministrados, sejam acoitados pelo Estado brasileiro, pela mera identificação.



Há 165 anos o Manifesto do Partido Comunista apresentava ao mundo o materialismo histórico-dialético, e a compreensão científica da história e dos fatos. 165 anos depois a regressão ao obscurantismo religioso e político é evidente. Mas, claro está, a realidade não se modificou, bem como as teorias advindas da sua observação científica não perderam a validade. Apenas tornaram-se mais desenvolvidos os aparatos ideológicos de mistificação e acobertamento da realidade. Algo como uma idade das trevas sui generis.

O conhecimento da realidade leva necessariamente à necessidade de transformá-la. E a transformação começa pela derrocada das relações de dominação de classe. O Manifesto do Partido Comunista é um dos textos mais vivos já escritos pela humanidade, desejosa de se ver livre da opressão classista que oprime a todos. Eis por que seu desfecho ainda faz tremer a Classe burguesa e seus lacaios.

“[...] Podem as classes dominantes tremer ante uma revolução comunista! Nela os proletários nada têm a perder a não ser as suas cadeias. Têm um mundo a ganhar.
Proletários de Todos os Países, Uni-vos!” (MARX e ENGELS, 1848)

Fonte: JCA

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