Aconteceu, há exatos 80 anos, dia 24 de outubro de 1929, o que entrou para a posteridade como a “Quinta-Feira Negra da Bolsa de Nova York”, que no período caiu 11%. Depois de anos de “orgia de especulação” – expressão do ministro britânico da Economia à época, Philip Snownden –, o mundo capitalista mergulhou na maior depressão econômica já conhecida. O caos se instalou, muitos perderam sua fortuna, sendo registrado vários casos de suicídio. No entanto, quem pagou a conta da crise foi a classe trabalhadora. A regra do capitalismo é simples: nos momentos de “orgia”, acumulação de capitais por alguns; na hora da crise, socialização dos prejuízos com todos, para minimizar as perdas daqueles que “fazem” a economia produzir, o chamado “setor produtivo”, os “grandes empreendedores”, os “homens de boa vontade”. Marx já afirmara, nos seus Manuscritos econômico-filosóficos, que “o trabalhador não precisa necessariamente ganhar com o ganho do capitalista, mas necessariamente perde quando ele perde”.
Economistas e cientistas sociais, em sua maioria, chamaram a atenção de que a seqüência da crise de 1929 e da do ano passado é mais ou menos a mesma. Ou seja, excessivo otimismo no mercado que não se sustentou e a perda de confiança. A diferença, apontam eles, é que a resposta mais eficiente dos governos de hoje evitou a estagnação. De quem? Injetou-se muito dinheiro no mercado para beneficiar os responsáveis pelo desastre financeiro.
Economistas e cientistas sociais, em sua maioria, chamaram a atenção de que a seqüência da crise de 1929 e da do ano passado é mais ou menos a mesma. Ou seja, excessivo otimismo no mercado que não se sustentou e a perda de confiança. A diferença, apontam eles, é que a resposta mais eficiente dos governos de hoje evitou a estagnação. De quem? Injetou-se muito dinheiro no mercado para beneficiar os responsáveis pelo desastre financeiro.

“A alta no número de pessoas famintas é intolerável”, afirma a intelligentsia (políticos, jornalistas, acadêmicos, etc.), impregnada pela retórica do politicamente correto, do moralmente correto, do bem-pensar. A “indignação” com a fome no mundo é apenas uma idéia feita que se transmite e se repete acriticamente.
Quem produz a fome? Certamente, não é o faminto. Apesar de se fazer presente ao longo da história das sociedades humanas, na atualidade, a fome aumenta em decorrência da radicalidade da alienação e da exploração dos seres humanos pela empresa capitalista. Vivemos num mundo em que o poder perverso do dinheiro transforma e subverte os valores. Profeticamente, Marx denuncia, em seus Manuscritos, que “a valorização do mundo das coisas aumenta em proporção direta à desvalorização do mundo dos seres humanos”.
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Por Marcos César de O. Pinheiro, mestre e doutorando do Programa de Pós-graduação em História Comparada (PPGHC/UFRJ), professor de história da rede de educação pública de Rio das Ostras (RJ)
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