domingo, 18 de agosto de 2013

A situação da educação na América Latina: como melhorá-la? (Junho de 1957)

Por Paschoal Lemme
 
 
Trecho do trabalho apresentado na II Conferência Mundial de Educadores, convocada pela Federação Internacional Sindical do Ensino, reunida em Varsóvia, em julho de 1957.
 
 
 
A melhoria substancial da educação e da escola latino-americanas está diretamente vinculada às vitórias do movimento de emancipação econômica, de liquidação das sobrevivências semifeudais e da derrota da ação imperialista opressora e todas as suas consequências: deformação econômica, reação, obscurantismo, atentados às culturas nacionais, etc.
 
 
Somente a libertação das grandes massas rurais das atuais condições de pauperismo poderá permitir que elas possam a vir se beneficiar da instrução e da cultura; somente uma economia independente e a consequente industrialização darão às classes trabalhadoras das cidades condições de vida capazes  de lhes permitir aspirar para si e para os filhos uma frequência regular às escolas até aos níveis mais altas.
Somente uma economia independente, livre das atuais deformações, dará possibilidade a governos democráticos de aumentar substancialmente os orçamentos para a educação e a cultura, para construir e equipar convenientemente as escolas necessárias, para proporcionar aos educadores as condições de trabalho e os níveis de salários compatíveis com a dignidade de sua missão.
 
 
Enfim, somente em regimes verdadeiramente democráticos, as culturas nacionais de nossos países poderão se desenvolver plenamente, libertando-se dos fatores de deformação que agem sobre elas através de poderosos instrumentos de propaganda e divulgação de massa de que dispõem o imperialismo e as forças reacionárias, nacionais e internacionais. (...)
 
 
 
A hora que vivemos é a da “tomada de consciência dos povos denominados subdesenvolvidos que não querem mais se submeter às espoliações econômicas e às servidões ideológicas”, mas querem formar livremente ao lado de todos os outros, contribuindo com os dons de suas culturais nacionais e recebendo a contribuição de todas as experiências, no sentido do progresso, do desenvolvimento. É essa portanto, também, a meta dos educadores, se querem estar identificados com seus povos nessa luta.
 
(LEMME, Paschoal. Problemas Brasileiros de Educação. Rio de Janeiro: Vitória, 1959, p. 187-188).

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