Por Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro
Questionamento pertinente é saber o porquê de Rio das Ostras não cumprir a Lei Federal 11738\08, tendo em vista que vários municípios do estado já estão adotando. Hoje saiu a resolução da Prefeitura do Rio de Janeiro adotando 1\3 de planejamento da carga horária do professor na sua rede de ensino.
Quem tiver interesse em ver a resolução, está abaixo.
Bem acredito que de um governo medíocre como é o de Rio das Ostras, para não usar outras adjetivações, que impõe ao magistério um plano de carreira definido como "instrumento normativo" e recheado de arbitrariedades, não se pode esperar nenhum comprometimento efetivamente sério com a educação. O único comprometimento realmente levado a sério pelo referido governo é garantir os interesses privados ($$$$$) de alguns em detrimento do interesse público e coletivo. Depois do projeto do Instituto Airton Senna, agora vem o projeto do Augusto Cury. Alguém vai ganhar com isso. Efetivamente não serão os professores, muito menos os alunos. O histórico de implantação de "projetos" e "políticas educacionais" em nosso país nos leva a certo pessimismo. Porém, como educador comprometido com as lutas de emancipação das classes populares, acredito que se deve continuar lutando por uma educação realmente pública e de qualidade, mas com armas que não o "fetichismo de projetos". Não serão "projetos", envolvendo somas consideráveis de recursos financeiros, fatores de solução, nem menos parciais, para os problemas da educação. Mas, como afirma o notável pensador italiano Antonio Gramsci, "viver é tomar partido". Estou do outro lado da grande trincheira das lutas de classes, ao lado dos explorados e oprimidos.
Tenho convicção da justeza das minhas escolhas. Procuro, e exijo de mim, ter coerência nas minhas ações, nos pequenos gestos do dia-a-dia. Evidentemente que estou longe da perfeição, mas me sacrifico a cada dia para honrar tudo aquilo que acredito. Honestidade, honradez, responsabilidade, ética, respeitabilidade, integridade, lealdade. Até o presente momento, não tenho porque me envergonhar de mim, não me curvo a ninguém em troca de favores, sejam eles os mais tentadores possíveis, tenho a consciência do dever cumprido e continuo, inspirado em Olga Benario Prestes, a lutar pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo, uma sociedade mais justa e igualitária.
E em tempos obscuros como os que vivemos nos dias de hoje, é sempre bom recordar e recitar Bertold Brecht:
E em tempos obscuros como os que vivemos nos dias de hoje, é sempre bom recordar e recitar Bertold Brecht:
O pior analfabeto
é o analfabeto político.
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.
Ele não sabe que o custo da vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.
O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.
Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política,
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.
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