sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

128 países desafiam Trump e votam a favor de resolução da ONU sobre Jerusalém

Do UOL, em São Paulo

A Assembleia Geral da ONU adotou nesta quinta-feira (21), por uma ampla maioria, uma resolução condenando o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel. A resolução foi aprovada por 128 países, que desafiaram o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump e apoiaram a resolução que pede que os EUA voltem atrás de sua decisão de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel.

Trump ameaçou cortar a ajuda financeira aos países que votassem a favor da resolução, e seu alerta parece ter tido algum impacto sobre nove países que votaram contra e 35 que se abstiveram. Entre os que apoiaram os EUA estão Israel, Guatemala, Honduras, Palau, Nauru, Togo, Ilhas Marshall e Micronésia. O Brasil votou com os 128 que rejeitaram a decisão dos EUA.

"Eles tomam centenas de milhões de dólares – e até bilhões de dólares – e depois votam contra nós", disse Trump. "Bem, estamos assistindo a estes votos. Deixe que votem contra nós. Iremos economizar bastante. Não nos importa."

As pressões americanas, no entanto, se traduziram em um número maior de abstenções do que o habitual nesse tipo de resolução. Entre os que se abstiveram estão Canadá, México, Colômbia, Panamá, Paraguai, Argentina, Antigua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Benin, Butão, Bósnia, Camarões, Croácia, República Checa, República Dominicana, Guiné Equatorial, Fiji, Haiti, Hungria, Jamaica, Kiribati, Lesoto, Malaui, Filipinas, Polônia, Romênia, Ruanda, Ilhas Salomão, Sudão do Sul, Trinidad e Tobago, Tuvalu, Uganda, Letônia e Vanuatu. Na última segunda-feira, os EUA vetaram um texto similar no Conselho de Segurança, mas nenhum país dispõe deste privilégio na Assembleia, cujas resoluções carecem de caráter vinculativo como acontece no Conselho. O texto desta quinta, que foi apresentado pela Turquia e pelo Iêmen, é praticamente igual àquele apresentado pelo Egito e rejeitado pela embaixadora norteamericana, Nikki Haley, durante votação no Conselho de Segurança.

O documento pede que todos os Estados respeitem as precedentes resoluções do Conselho de Segurança, 10 ao todo desde 1967, segundo as quais o "status final de Jerusalém" deve ser decidido apenas no âmbito das negociações diretas entre israelenses e palestinos. O texto afirma que qualquer outra decisão sobre o tema deve ser considerada "não válida". Todas as decisões que "pretendam modificar o caráter, o status ou a composição demográfica da Cidade Santa de Jerusalém não tem efeito jurídico algum, são nulos e sem valor, e devem ser revogados".

Além disso, sem mencionar diretamente os EUA, a resolução pede que todos os países não estabeleçam missões diplomáticas na cidade.

Os palestinos comemoraram o resultado da votação nesta quinta-feira na ONU condenando o reconhecimento pelos Estados Unidos de Jerusalém como a capital de Israel. "Esta decisão reafirma que a justa causa dos palestinos tem o apoio internacional (...) Vamos prosseguir com os nossos esforços na ONU e em outros fóruns internacionais para acabar com a ocupação (israelense) e criar um Estado palestino tendo Jerusalém Oriental como capital", afirmou o porta-voz do presidente palestino Mahmoud Abbas.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou estar satisfeito com o número de países que não votaram pela resolução. "Em Israel nós rejeitamos esta decisão da ONU e reagimos com satisfação diante do número importante de países que não votaram a favor desta decisão", afirmou o primeiro-ministro em um comunicado.

O anúncio do magnata, ocorrido em 6 de dezembro, causou críticas de aliados históricos dos norte-americanos e aumentou para níveis extremos a tensão no Oriente Médio.
Cidade disputada

O status de Jerusalém é uma das questões centrais no conflito entre israelenses e palestinos. Israel capturou a parte oriental, predominantemente árabe, da cidade sagrada durante a Guerra dos Seis Dias (1967). Sua reivindicação para toda a cidade, a qual Israel vê como a antiga capital do povo judeu, nunca foi reconhecida internacionalmente.

Israel considera a Cidade Sagrada a sua capital "eterna e indivisível", enquanto os palestinos defendem que a porção leste de Jerusalém deve ser a capital de seu almejado Estado, sendo este um dos maiores desentendimentos entre as duas partes.

As Nações Unidas estabelecem que o status de Jerusalém deve ser definido em negociações entre israelenses e palestinos, razão pela qual os países com representação diplomática em Israel têm suas embaixadas em Tel Aviv e imediações.

(Com agências internacionais)


quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

"Manda Quem Pode, Obedece Quem Tem Prejuízo"

Trump ameaça cortar ajuda de quem votar contra EUA sobre Jerusalém

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quarta-feira (20) cortar a ajuda financeira a países que votarem a favor de uma resolução condenando o reconhecimento por Washington de Jerusalém como a capital de Israel, na ONU.

"Tomaremos nota dessa votação", declarou Trump, denunciando "todos esses países que pegam nosso dinheiro e depois votam contra nós no Conselho de Segurança e na Assembleia das Nações Unidas".

"Deixe que votem contra nós. Vamos economizar um bocado. Não nos importa", acrescentou a repórteres na Casa Branca.

Antes, a embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley,havia alertado que iria "anotar os nomes" da sessão emergencial da Assembleia Geral das Nações Unidas desta quinta-feira (21) que vai votar uma resolução não vinculante criticando a decisão sobre Jerusalém.

"Sempre nos pedem para fazer mais e dar mais", disse Haley num post no Twitter. "Então, quando tomamos uma decisão, sob a vontade do povo americano, sobre onde localizar NOSSA embaixada, não esperamos que aqueles a quem ajudamos agora nos ataquem."

Haley acrescentou que a votação iminente "critica nossa escolha" e que "os EUA vão anotar nomes".

Sessões emergenciais da Assembleia Geral são raras. Esta foi marcada a pedido da Autoridade Nacional Palestina após a votação de uma resolução pelo Conselho de Segurança terminou com 14 votos a favor e o veto dos EUA.

A resolução, redigida pelo Egito, não citava especificamente os EUA ou Trump, mas expressava "profundo desgosto por recentes decisões sobre o status de Jerusalém".

Foi o primeiro veto dos EUA em mais de seis anos, segundo Haley, que qualificou a situação de um "insulto" que "não será esquecido".

Miroslav Lajcak, presidente da Assembleia Geral da ONU, não quis comentar a fala de Trump, mas disse que "está no direito e na responsabilidade dos Estados membros expressar suas opiniões".

Um porta-voz do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também não quis comentar.


Homenagem à Carolina Maria de Jesus (1914-1977)

Música: Carolina Maria de Jesus
Na voz de Didi Assis
Composição: Marcelo Amaro & Wanderson Lemos 
Arranjos: Tiago Machado


DIDI ASSIS - Carolina Maria de Jesus (LYRIC VIDEO)



Sobre Carolina e sua obra

Carolina Maria de Jesus representa, no contexto da produção literária brasileira, uma convergência valiosa de condições de ‘impossibilidades’ para uma carreira literária: é uma mulher negra, semialfabetizada, favelada, mãe solteira e, acima de tudo, dona de um gênio forte e inflexível ao ponto de frustrar os projetos de moldá-la ao gosto público. A sua obra não se resume aos diários publicados, às versões organizadas pelo jornalista Audálio Dantas: Quarto de Despejo – o diário de uma favelada (1960), e Casa de Alvenaria, diário de uma ex-favelada (1961). Além desses dois títulos, que projetaram o nome de Carolina Maria de Jesus dentro e fora do Brasil em apenas dois anos, a escritora publicou por sua conta Pedaços da Fome e Provérbios (1963). Após mais de uma década no ostracismo, seu nome reaparece na capa de um livro, Diário de Bitita (1986), após a morte da escritora. Antes de ser revelada ao público, Carolina já havia tentado chamar a atenção de editores para os seus escritos: poemas, crônicas, contos, máximas e romance. Seu diário, por outro lado, chamou a atenção do público leitor da época por permitir uma visão "de baixo" das condições sociais do Brasil em plena década do desenvolvimentismo. Esse público leitor era também responsável pelas manifestações culturais engajadas, marcadamente populista.  Segundo José Carlos Sebe Bom Meihy, seu diário teria despontado

no cenário nacional nas agitações políticas que marcaram os chamados “anos dourados”, iniciados no governo de JK. No quadro da contracultura cabiam tipos sociais que representassem as contradições nacionais. nacionais. Nesse conjunto, a experiência de mulher batalhadora que sobrevivia graças ao lixo da cidade valia como argumento de interesse social. Foi assim que Carolina se transformou em representante de temas que empolgavam o debate político da esquerda e da direita. (Meihy, 2010, p.61).

A partir do processo de abertura política promovido ainda pelo governo militar, em finais dos anos 1970 e início da década de 80, testemunhou-se uma virada significativa nos rumos da produção literária nacional. Para Flora Süssekind, esse momento histórico engendrou uma “prosa com dicção autobiográfica que dominou o panorama literário brasileiro de fins dos anos 70 e início da década de 80” (Süssekind, 2004, p.93-4). Em princípio, eram os relatos de ex presos políticos e exilados o que caracterizava a nova onda do retorno autobiográfico. Essa dicção, contudo, chega a contaminar também a produção literária ficcional e, mais adiante, vem possibilitar a abrangência de outras experiências de vida – estas, dispostas a privilegiar a voz subalterna, a experiência de vida das minorias e da vida da periferia. Nesse sentido, era pertinente um olhar menos radical em relação à produção literária de Carolina de Jesus, o que veio a acontecer na década seguinte.

Na década de 1990, através da pesquisa dos professores José Carlos Sebe Bom Meihy, da Universidade de São Paulo, e do professor Robert M. Levine, da Universidade de Miami, que resultou no livro Cinderela Negra, a saga de Carolina Maria de Jesus, foi possível não somente reintroduzir o nome da escritora nos círculos de pesquisas literárias, mas também recuperar parte de seu arquivo contendo manuscritos dos diários publicados e mais de cinco mil folhas de textos inéditos. Esse material, tratado e microfilmado, encontra-se depositado na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, e na Biblioteca do Congresso, em Washington D. C.  

Em uma entrevista, por ocasião do lançamento do filme Cinco vezes favela, agora por nós mesmos, o cineasta Cacá Diegues se preocupa em esclarecer que sua participação no projeto – um filme composto por sete histórias diferentes, todas escritas, dirigidas e estreladas por jovens moradores de favelas - foi apenas a de  “um produtor que apostou em um projeto não por caridade, mas por acreditar na sua competência artística, comercial e cultural” (Apud Ventura, 2010, p.07). Emblemático posicionamento do diretor que, nos anos 1960, fez parte da intelectualidade encarregada de “dar voz” ao oprimido e de divulgar a realidade da periferia. Atualmente, como o artigo de Zuenir Ventura de onde foi retirada essa afirmação aponta, há uma invasão do centro:

a favela está procurando ser o seu próprio porta-voz. Não está querendo mais ser vista apenas pelo olhar exterior; quer ser protagonista e autor de sua história. É um movimento de dentro para fora, bem diferente da atitude que movia os intelectuais de esquerda dos anos 60 que, generosos mas paternalistas, subiam o morro atraídos pelo tema e “levando” cultura. (loc. cit.).

A partir de 1958, quando começaram a ser publicados em jornais paulistas  trechos de seu diário, como preparação para a versão em livro que surgiria em 1960, Carolina Maria de Jesus se encontrava em situação ambígua: se, por um lado, devia sua exposição à interferência do jornalista Audálio Dantas e, dessa forma, estaria sendo “mediada” por ele, por outro recusava a mediação e acreditava poder instaurar um discurso seu e somente seu, dentro do ambiente literário e cultural no qual conquistara algum espaço. Essa ambiguidade favorece uma compreensão da obra de  Carolina como portadora de uma potência que resistiu aos imperativos conjunturais, apesar de ter sabido tirar proveito direta ou indiretamente deles. Sua literatura produzida “de dentro da favela” – e talvez uma das primeiras obras com tal característica – não pode ser considerada essencialmente periférica, uma vez que uma leitura mais atenta de seu diário mostra sua convicção de pertencer ao mundo literário por conta de seu talento e não por concessão de uma tendência ideológica qualquer. Descrever a vida na favela, tarefa à qual seu diário se dedica, não resume a totalidade da obra literária de Carolina Maria Jesus. O imaginário presente em seus contos, romances e peças teatrais compõe-se de diversas realidades e de diversas imaginações (trabalhadores, serviçais, homens e mulheres elegantes e ricos, palácios e muito luxo), resultando em uma literatura para a qual o rótulo de “periférica” somente  reduziria seu valor e perpetuaria uma atitude complacente em relação ao seu exame através de uma perspectiva estética.


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

CONTRIBUIÇÕES DE JOSÉ CARLOS MARIÁTEGUI ÀS ANÁLISES EM POLÍTICA EDUCACIONAL

Por Gilcilene Oliveira Damasceno Barão e Leandro Sartori Gonçalves
Revista Germinal, v. 9, n. 3 ( set./dez. 2017)

Resumo

O estado da arte no âmbito das políticas educacionais apontam lacunas quanto aos aportes teóricos-metodológicos nas análises dos processos sócios históricos sobre as sociedades latino-americanas.  O presente artigo inventaria alguns destes fundamentos teóricos-metodológicos no contexto latino-americano, dialogando com a produção do peruano José Carlos Mariátegui. Desta forma, situa-se o autor, o seu contexto e alguns dos pontos centrais em sua produção sobre educação. Ademais, tem-se como pressuposto que na América Latina, a partir de sua inserção dependente no âmbito da divisão internacional do trabalho, desdobra-se relações específicas de desenvolvimento desigual e combinado na economia, na política e na educação.

Palavras-chave

Mariátegui; América Latina; Educação

Texto completo:


sábado, 16 de dezembro de 2017

AMÉRICA LATINA, 100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA, EDUCAÇÃO E ENSINO

Germinal: Marxismo e Educação em Debate
Produção conjunta de Grupos de Pesquisa que assumem o marxismo como referencial teórico de sustentação de suas investigações e visa difundir e debater a problemática educacional à luz do marxismo.


Revista Germinal, v. 9, n. 3 ( set./dez. 2017)
AMÉRICA LATINA, 100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA, EDUCAÇÃO E ENSINO

Sumário

Editorial

AMÉRICA LATINA, 100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA, EDUCAÇÃO E ENSINO
André Paulo Castanha, João Carlos da Silva
1-6

Debate

CRISIS MUNDIAL, OFENSIVA CAPITALISTA Y EL PAPEL DE LOS PUEBLOS DE NUESTRAMÉRICA
Julio Cesar Gambina
7-19

EBOLIÇÃO FRENTE AO AJUSTE NA ARGENTINA: A cleptocracia desafiada
Claudio Katz
20-28

A GRAMÁTICA DO CHAVISMO: ENTRE A PULSÃO SOCIALISTA E O REDENTORISMO POPULAR. NOTAS DE INVESTIGAÇÃO
Ramon Casanova Mattera
29-45

AMÉRICA LATINA À ESPERA PELO GRITO DOS LIVRES
Paulino José Orso
46-58

Artigos

FIDEL CASTRO: ALGUMAS DE SUAS CONTRIBUIÇÕES TEÓRICO-PRÁTICAS PARA AS INCONCLUSAS LUTAS PELA EMANCIPAÇÃO DE NOSSA AMÉRICA
Luis Suárez Salazar
59-81

MECANISMOS INSTITUCIONAIS DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL E BARREIRAS ESTRUTURAIS: O CASO DO EQUADOR
Agatha Justen Gonçalves Ribeiro, Claudio Roberto Marques Gurgel
82-100

¿Qué cambios se pueden desatar con la implementación del Acuerdo de Paz en Colombia?
Carolina Jimenez
101-118

Una reforma jurídico-administrativa llamada educativa: el caso de México
Guadelupe Teresinha Bertussi
119-135

A EDUCAÇÃO PARAGUAIA: QUATRO MARCOS HISTÓRICOS DECISIVOS.
Patricia Simone Roesler
136-150

CONTRIBUIÇÕES DE JOSÉ CARLOS MARIÁTEGUI ÀS ANÁLISES EM POLÍTICA EDUCACIONAL
Gilcilene Oliveira Damasceno Barão, Leandro Sartori Gonçalves
151-160

Impeachment no Brasil: O governo Temer e a privatização nas universidades públicas brasileiras
Julio Carlos Figueiredo
161-181

COUP D'ÉTAT E EXCLUSIVISMO POLÍTICO-EDUCACIONAL: UMA ANÁLISE DA MEDIDA PROVISÓRIA 746/2016.
Marcelo Lira SILVA
182-210

Paradigmas positivistas nas reformas educacionais do (des)governo Temer: Do Escola sem partido ao Novo Ensino Médio
Renan Dos Santos Sperandio, Ana Carolina Henriques do Nascimento Muniz
211-219

TRABALHO E PRODUÇÃO ASSOCIADA EM COMUNIDADES TRADICIONAIS: EXPERIÊNCIAS DE EXISTÊNCIAS E RESISTÊNCIAS
Ana Paula Bistaffa de Monlevade, Edson Caetano
220-229

A PROFISSIONALIZAÇÃO IMPOSTA POR DECRETO: NOTAS SOBRE A REFORMULAÇÃO NEOLIBERAL NA EDUCAÇÃO DOS TRABALHADORES BRASILEIROS
José Deribaldo Gomes dos Santos
230-240

O FASCISMO EXPLICADO PELOS FILMES “A ÁRVORE DOS TAMANCOS”, “GERMINAL” E “1900”: ASCENSÃO IDEOLÓGICA NO BRASIL
Luciano Ferreira Rodrigues Filho
241-254

LÊNIN E CHE GUEVARA
Luiz Bernardo Murtinho Pericás
255-261

APONTAMENTOS SOBRE O LEGADO DA REVOLUÇÃO RUSSA DE 1917
MARCO ANTONIO DE OLIVEIRA GOMES, MARILSA MIRANDA DE SOUZA, MÁRCIO MARINHO MARTINS
262-275

100 ANOS DA REVOLUÇÃO RUSSA: AS LIÇÕES DA POLÍTICA PARA A EDUCAÇÃO – NOTAS DE ESTUDOS DE OBRAS DE LENIN E KRUPSKAYA –
Elza Margarida de Mendonça Peixoto
276-291

A REVOLUÇÃO RUSSA E OS DESAFIOS À PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
José Claudinei Lombardi
292-306

O TRABALHO COMO REFERÊNCIA EDUCACIONAL NA FORMAÇÃO DO HOMEM SOVIÉTICO
VANDERLEI AMBONI
307-316

A PEDAGOGIA DE MAKARENKO: APROXIMAÇÕES DE UM MODELO SOCIOEDUCATIVO NA REVOLUÇÃO RUSSA
WALACE ROZA PINEL, Erlando da Silva Reses
317-324

Clássico

Dialética da Dependência
Rui Mauro Marini
325-356

Entrevista

O BRASIL, A VENEZUELA E OS MOVIMENTOS SOCIAIS NO CONTEXTO DA AMÉRICA LATINA E DO IMPÉRIO
Paola Claudia Carolina Estrada Camargo, João Pedro Stédile, Jorde Giordani
357-376

Resenhas

O tempo longo e a obra: exigências da história
Maria de Fátima Rodrigues Pereira
377-385

Resenha: KONDER, Leandro. Introdução ao fascismo. Rio de Janeiro: Edições do Graal, 1977
Adriana Almeida Sales de Melo
384-390

Teses e Dissertaçoes: Resumos

Contribuição à crítica da Base Nacional Comum Curricular – a máscara do conformismo na educação do Banco Mundial
Carolina Ramos Heleno
391

DITADURA, AGRICULTURA E EDUCAÇÃO: A ESALQ/USP E A MODERNIZAÇÃO CONSERVADORA DO CAMPO BRASILEIRO (1964 A 1985)
Rodrigo Sarruge Molina 
392

MARXISMO E EDUCAÇÃO NO BRASIL (1922-1935): o discurso do PCB e de seus intelectuais
Aparecida Favoreto
393

OS FUNDAMENTOS ECONÔMICOS POLÍTICOS DA DEPENDÊNCIA BRASILEIRA E AS SUAS CONTRIBUIÇÕES À APREENSÃO DA “QUESTÃO SOCIAL”
Pedro Rafael Costa Silva
394

A reforma educacional paraguaia de 1994
Patricia Simone Roesler
395

Educação do Campo e Ensaios da Escola do Trabalho: A materialização do trabalho como princípio educativo na escola itinerante do MST Paraná
Valter de Jesus Leite
396


quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

Escritos de Rosa Luxemburgo ganham nova edição acrescida de textos inéditos

Dividida em três volumes, a obra é a mais importante coletânea de textos da pensadora socialista alemã já publicada em português e agora incrementada com textos inéditos


"Liberdade é sempre a liberdade de quem pensa de modo diferente", pontificou a pensadora socialista alemã Rosa Luxemburgo em seu A Revolução Russa, de 1918. Esse e outros escritos igualmente importantes compõem os três volumes de Rosa Luxemburgo: textos escolhidos, publicação organizada pela professora de Filosofia da Unesp Isabel Loureiro e que chega à segunda edição, numa parceria entre a Editora Unesp e a Fundação Rosa Luxemburgo, com um novo projeto gráfico e inclusão de novos textos.

"Os três volumes de Rosa Luxemburgo: textos escolhidos constituem a coletânea mais importante já publicada em português de escritos da socialista nascida numa região polonesa sob ocupação russa", anotam, na apresentação, Gerhard Dilger e Jorge Pereira Filho, da Fundação Rosa Luxemburgo. "Organizados [por] Isabel Loureiro, uma das principais estudiosas do pensamento luxemburguista na América Latina, os textos aqui selecionados apresentam uma formulação teórica comprometida com a causa revolucionária e o espírito democrático radical."

Apresentam-se nos dois primeiros volumes obedecendo à cronologia, desde traduções revisadas de clássicos como “Reforma social ou revolução?”, “Greve de massas, partido e sindicatos”, “A crise da social-democracia” e “A Revolução Russa”, até originais escritos em polonês que nunca antes haviam sido publicados em português, como “Credo” e “O que queremos?”.

Já o terceiro volume dedica-se a examinar as cartas produzidas por Rosa Luxemburgo, nas quais se observam características acentuadamente humanistas e literárias, como nesta passagem, em que a pensadora escreve, da prisão, a uma amiga: “No fundo eu me sinto muito mais em casa num pedacinho de jardim como aqui ou no campo entre as vespas e a relva do que num congresso do partido. Para você posso dizer tudo isso sem preocupação: você não vai farejar logo uma traição ao socialismo. Você sabe que eu, apesar de tudo, espero morrer a postos: numa batalha urbana ou na penitenciária”.

Se o mundo dual da Guerra Fria ficou para trás e o capitalismo "venceu", o que se apresenta hoje como modelo social e econômico está longe de solucionar múltiplas crises. Entretanto, ao olhar os textos de Rosa Luxemburgo reside, ainda, algo de atual. "Rosa, é claro, não tem as respostas para nossa época", escrevem Gerhard Dilger e Jorge Pereira Filho. "No entanto, para além da mitologia que envolve seu nome, sua produção teórica – amputada e adormecida por décadas pelos dirigentes do “socialismo real” – ainda contém uma potência transformadora capaz de inspirar gerações de inconformados e inconformadas mundo afora."

Autora: Rosa Luxemburgo
Organizadora: Isabel Loureiro 
Tradução Volume 1: Grazyna Maria Asenko da Costa, Stefan Fornos Klein, Pedro Leão da Costa Neto, Bogna Thereza Pierzynski
Tradução Volume 2: Isabel Loureiro 
Tradução Volume 3: Pedro Leão da Costa Neto, Mário Luiz Frungillo, Grazyna Maria Asenko da Costa
Número de páginas: 511 (v. 1); 413 (v. 2); 397 (v. 3)
Formato: 16 x 23 cm
Preço: R$ 80 (cada)
ISBN: 978-85-393-0676-3; 978-85-393-0677-0; 978-85-393-0678-7

Assessoria de Imprensa da Fundação Editora da Unesp


As concepções de educação nos editoriais da Folha de São Paulo e do Estadão

Via AVALIAÇÃO EDUCACIONAL – Blog do Freitas

Estudo de Maurício de Souza analisa 30 editoriais da Folha de São Paulo e do Estadão e mostra a serviço de quais concepções de educação eles estão.

Gerencialismo e perfomatividade: o único caminho para a escola pública de qualidade?

Resumo: Este texto apresenta uma pesquisa sobre editoriais de dois dos principais jornais impressos e de maior circulação e alcance no Brasil: “Folha de São Paulo” e “O Estado de São Paulo”. São analisados os editoriais que se referem à relação entre o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e a gestão escolar, publicados entre os anos de 2007 e 2016. A partir dos conceitos: performatividade e gerencialismo, desenvolvidos por Stephen Ball, utilizados para analisar as reformas educacionais ocorridas nas últimas décadas na Europa, e que resultaram na introdução dos valores do mundo do mercado, na definição da qualidade, sendo essa obtida através da competição, da eficiência, do desempenho e da responsabilização dos profissionais. Como consequência destas reformas, temos a desqualificação da gestão do serviço público, em especial, da educação. Utilizando-se da análise do discurso como metodologia, foram estudados 30 editoriais, e, verificamos que assim como na Europa, a educação pública brasileira é de má qualidade, pois o desempenho dos alunos nas avaliações externas nacionais e internacionais é muito baixo. Assim, considera-se que o caminho para a melhoria da qualidade da educação pública, seria reformar a gestão escolar de maneira eficiente e competitiva. Dessa forma, os editoriais analisados deixam claro que uma educação de qualidade é aquela que qualifica os estudantes para o mercado de trabalho e não para uma transformação social, na perspectiva de uma qualidade social da educação, valorizando a formação integral do ser humano.

Acesse o artigo aqui.


terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Filmes sobre a Revolução de Outubro de 1917

Por Miguel Gonçalves Trujillo Filho



Organizei uma lista de filmes disponíveis na web para quem quer estudar, conhecer mais ou aprofundar os conhecimentos sobre esse importante momento da história do Século XX e um dos mais brilhantes da história dos povos em luta.

1.     Outubro
Obra prima de Sergei Eisenstein, que reproduziu, em 1929, os acontecimentos anteriores ao levante de 25 de outubro de 1917.

2.     A Revolução Russa e o adeus a Lenin (Imagens raras)

3.     Do Czar a Lênin
Lançado em 1937 (Nova Iorque) e dirigido por Herman Axelbank. O filme foi tratado como uma versão trostskista da história.
Legendas em português.

4.     Encouraçado Potenkin
Outro filme clássico do diretor Sergei Eisenstein. Nesse filme ele retrata uma rebelião de marinheiros em 1905


5.     Requiem para Lenin ou As três canções para Lenin.
Direção de Dziga VERTOV, (1934) é uma grande obra do diretor soviético responsável nesse trabalho, que apresenta três canções anônimas sobre Lenin, com muita propaganda, especialmente sobre as mudanças da vida na Rússia pela Revolção através dos olhos do campesinato. Esse foi tratado e recebido como parte da propaganda pró Stalin.


6.     Eles se atreveram - A Revolução Russa de 1917
Documentário realizado por Contraimagem em colaboração com o Instituto do Pensamento Socialista Karl Marx, dedicado aos 90 anos da Revolução Russa de 1917. Uma história com uma visão mais próxima de Trotsky, mas não cai na disputa acima do suportável. É MUITO bom, mesmo.


7.     Lenin em Outubro
Neste clássico de Mikhail Romm, retratando 1917, desde a Frota do Báltico e unidades do Exército sublevadas contra o governo Kerenski, os operários e camponeses que exigem paz à construção da insurreição e o processo da contra revolução até o triunfo.
Mikhail Romm (1937), 108 min.


8.     Dez Dias que Mudaram o Mundo
Belas imagens e um pequeno documentário sobre os fatos que desencadearam no levante de outubro de 1917.
Dublado.
Vídeo de 41':54", sobre a Revolução Russa. Produzido pelo Partido Operário Socialista Espanhol (POSI) e com legendas e áudio em português. Com imagens originais, mostra o período que antecede a Revolução Russa de 1917.


9.     Batalha da Rússia (Porque lutamos?)
Filme norte americado produzido como peça de propaganda para convencer o povo das razões da entrada na Guerra em 1942. O diretor produziu 5 filmes a pedido do Departamento de Estado Produzido. Essa é a parte 5 e ganhou o Oscar em 1943. Nele, os EUA, após passar duas décadas atacando a URSS, ao se aliar a URSS contra o eixo (Alemanha, Itália e Japão) foi obrigado e fazer um filme para mostrar uma “outra” Russia.
O conjunto de filmes foram intitulado Porque Lutamos (Why we fight) e esse sobre a Rússia é o A Batalha da Russia. Bem interessante sobre a história da Russia.


domingo, 10 de dezembro de 2017

PEC do Teto dos Gastos inviabilizou a educação pública no país, diz Dermeval Saviani

Em entrevista ao Brasil de Fato, o filósofo e pedagogo critica as medidas de Temer e aponta caminhos para a resistência


Mauro Ramos
Brasil de Fato | São Paulo (SP), 8 de Dezembro de 2017 


Dermeval Saviani. São Paulo, 25 de novembro de 2017.
Dermeval Saviani, tem 73 anos. Ele é considerado o criador da chamada Pedagogia Histórico-Crítica, que visa, segundo expressa o próprio autor no livro A pedagogia no Brasil: história e teoria (2008, Autores Associados), que o ponto de referência da educação seja o compromisso de transformação da sociedade em vez de sua manutenção ou perpetuação. 

Autor de diversas obras sobre a questão educativa no Brasil, Saviani tem uma visão crítica sobre as políticas que vem sendo implementadas sob o governo golpista de Michel Temer (PMDB).

Em entrevista ao Brasil de Fato, Saviani afirmou, por exemplo, que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, conhecida como PEC do Teto dos Gastos, que congela os investimentos públicos durante 20 anos, inviabilizou o Plano Nacional de Educação (PNE), criado em 2014 pelo governo da presidenta Dilma Rousseff. O PNE previa aumentar o valor dos investimentos na educação pública gradativamente em um período de dez anos. 

O pedagogo, que é professor emérito da Universidade de campinas (UNICAMP), também criticou a reforma do Ensino Médio decretada neste ano pelo governo Temer através da lei n.º 13.415, e cuja implementação pode ocorrer entre 2019 e 2020. Para Saviani, a reforma significa um retrocesso que nos levaria para a década de 1940, já que as atuais mudanças propostas são comparáveis às leis orgânicas criadas nessa época, que previam um ensino secundário diferenciado para “elites condutoras”, e outro para "o povo conduzido", conforme explica.

Durante a entrevista, Saviani ainda falou sobre a iniciativa chamada de “Escola Sem Partido”, a qual considera “uma proposta que procura se sintonizar com a visão fundamentalista das seitas religiosas”, e apontou caminhos para a construção de resistências às políticas de retrocessos que estão impactando na educação brasileira. 

Confira a entrevista na íntegra:

Brasil de Fato: Em sua fala recente, você citou diversos retrocessos do governo golpista de Michel Temer. Um deles é a inviabilização do Plano Nacional de Educação de 2014. Por que ele ficou inviabilizado e quais as consequências?

Dermeval Saviani: Um dos pontos chaves que provocou o golpe foram os interesses econômicos do sistema financeiro, daí o foco na dívida e nas contas públicas, para fazer caixa, para fazer o superávit primário, para o pagamento dos bancos. Isto levou àquela emenda constitucional, a chamada PEC do Fim do Mundo, que congelou por 20 anos os gastos públicos, limitada apenas à inflação do ano anterior. 

Então, isto inviabiliza o Plano Nacional de Educação (PNE) porque as metas do plano estão vinculadas aos recursos financeiros. Uma das metas principais, a meta 20, que determinava atingir 7% do PIB [para o investimento na educação] nos primeiros cinco anos, chegando a 10% ao final do período de dez anos. Como o plano foi aprovado em 2014, então a meta de 10% do PIB, deveria ser atingida até 2024.

Com a aprovação da emenda constitucional por 20 anos, impedindo investimentos públicos, e iniciando-se a partir de 2017, isto conduz essa limitação até 2037. Como o plano vence em 2024, as metas ficaram inviabilizadas; algumas delas que deveriam ser atingidas no prazo de 2 anos, portanto em 2016, já venceram e não foram atingidas, e aquelas cujo vencimento se estende até 2024, também estão inviabilizadas por conta dessa PEC.

O senhor critica o fato da reforma do Ensino Médio ter sido feita sem diálogo com os atores principais da educação. Quais os problemas que apresenta esta reforma?

Essa é uma reforma que, na verdade, implica um retrocesso para a década de 1940, quando estava delimitada a formação profissional de um lado e a formação das elites de outro. Então, em 1942, o decreto que é conhecido como Lei Orgânica do Ensino Secundário, determinava que o ensino secundário se destinava às elites condutoras, e nesse mesmo ano de 1942, foi baixado um outro decreto, conhecido como Lei Orgânica do Ensino Industrial, regulando o ensino industrial, com o mesmo período de duração do ensino médio, quatro anos de primeiro ciclo, chamado ginásio, e três anos do segundo ciclo, o colegial, para formar os chamados técnicos de nível médio. Se o ensino secundário era destinado às elites condutoras, infere-se que o ensino profissional era destinado ao povo conduzido. Em 1942 foi a Lei Orgânica do Ensino Industrial, e em 1943 a do Ensino Comercial, depois em 1946 saiu a do Ensino Agrícola.

No caso dessa reforma atual, eles preveem cinco itinerários: os quatro primeiros correspondem àquelas áreas do antigo ensino secundário, e o último é o ensino profissional. Argumenta-se que esses itinerários são para flexibilizar o curso e permitir a escolha dos alunos. Mas isso é um outro absurdo porque estariam atribuindo a adolescentes de 15 anos, a responsabilidade de definirem o seu percurso, os seus projetos de vida.

Como é que um adolescente de 15 anos vai ter um projeto de vida para poder escolher já entre os cinco itinerários, àquele que corresponde ao que ele pretende desenvolver na sociedade? Nós sabemos que os jovens de 18, 20 anos que ingressam no ensino superior não têm clareza ainda da opção.

Então, na verdade, isto por um lado é uma justificativa falsa porque a tendência é que a maioria vá para esse itinerário profissional; inclusive, segundo a justificativa que normalmente se apresenta com esse itinerário ele teria imediatamente a chance de ter um emprego, enquanto que nos outros itinerários ele dependeria de ir para o ensino superior. De outro lado, não há garantia de que as escolas ofereçam os cinco itinerários. Então, a tendência vai ser oferecer dominantemente o quinto itinerário de formação profissional, e algum dos outros de forma mais restrita.

Por detrás disto está o entendimento de que a grande maioria vai para aquelas profissões de caráter não-intelectual, que implica maior precariedade e salários mais baixos. Então, a diferença entre as elites condutoras e a população trabalhadora de modo geral, proclamada lá na reforma de 1942, tende a se acentuar com uma proposta como essa. 

Você têm afirmado que a proposta da "Escola Sem Partido" é, na verdade, uma proposta de Escola de Partidos, ao ser uma iniciativa de partidos da direita. Quais são os riscos de propostas como esta?

Quando esse movimento de Escola Sem Partido procurou traduzir em projetos de lei, tanto no Congresso Nacional, como nas Assembleias e nas Câmaras Municipais, [percebeu-se que] trata-se de uma proposta visando a cercear a formação crítica dos alunos por parte dos professores. Uma proposta que visa a cercear a liberdade de pensamento, que é prevista como um direito na Constituição. Uma proposta que procura se sintonizar com a visão fundamentalista das seitas religiosas, pretendendo que os professores nas escolas, se limitem a uma formação isenta de criticidade e de capacidade analítica dos alunos. Então, se trata de uma proposta que visa, em última instância, a conformar a população à ordem estabelecida, e nesse sentido, é uma proposta conservadora e mais do que isso, reacionária. 

Por último, o senhor vem falando da necessidade de "resistências ativas" no âmbito educativo. O que já está sendo feito nesse sentido e quais elementos devem ser levados em conta no futuro próximo para fortalecer estas resistências?

O que eu venho propondo é a retomada dos Fóruns em Defesa da Educação Pública, tanto no âmbito local, como no regional, no nível dos estados, e no nível nacional. Esses fóruns são uma experiência que já aconteceu, como o Fórum em Defesa da Escola Pública na Constituinte, que as propostas dos educadores para figurar no capítulo da educação na Constituição foram apresentadas, e, de fato, conseguiu-se que praticamente a totalidade fosse incorporada à Constituição.

Depois, esse fórum se manteve na discussão da LDB [Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional], e isto possibilitou alguns avanços na tramitação na Câmara dos Deputados. Entre 1989, quando começou a tramitação, o projeto foi encaminhado como uma novidade porque, tradicionalmente, os projetos de lei de educação são de iniciativa do Executivo, mas nesse caso, em dezembro de 1988, deu entrada na Câmara Federal, o projeto de LDB oriundo do movimento dos educadores.

E aí tramitou de 1989 até 1994, quando foi aprovado na Câmara dos Deputados, com idas e vindas, havia o Centrão lá fazendo resistência, impedindo, por exemplo, que o título de Sistemas Nacionais de Educação fosse introduzido, então mudou-se para Organização da Educação Nacional, mas com alguns avanços importantes. Só que aí, passando para o Senado, veio a nova legislatura com o governo FHC [Fernando Henrique Cardoso], que assumiu em março de 1995, e todo esse trabalho foi posto de lado e apresentado um substitutivo, de iniciativa do senador Darcy Ribeiro, articulado com o MEC [Ministério da Educação e Cultura], sendo aprovado e resultando na atual LDB que, do ponto de vista dos educadores, apresenta vários limites. E aí a mobilização continuou com os Congressos Nacionais de Educação que elaboraram uma proposta de Plano Nacional de Educação, que também se antecipou do governo.

Então, esse é um movimento de resistência que avança em alguns momentos, em outros momentos acaba não conseguindo muitos avanços, mas que é necessário para evitar os retrocessos e retomar os avanços que os educadores vêm defendendo já há várias décadas como necessários para o desenvolvimento da educação pública e o atendimento das necessidades educacionais da população.

É importante não só retomar, mas ampliar, não ser fóruns organizados apenas para as entidades do campo educacional, mas incorporando também as entidades do campo sindical, dos sindicatos dos trabalhadores e dos movimentos sociais populares, para reforçar essa mobilização e, nesse sentido, fazer reverter as medidas retrógradas que o atual governo vem tomando. 

Edição: Simone Freire



segunda-feira, 4 de dezembro de 2017

Honduras: el “golpe blando preventivo”

Por Atilio A. Boron

La interminable epidemia de “golpes blandos” propiciada por la Casa Blanca se ha ensañado una vez más con Honduras. Fue allí, en el año 2009, donde por vez primera se aplicó esta metodología una vez que fracasara el golpe militar tradicional ensayado un año antes en Bolivia. A partir de ese momento los gobiernos indeseables de la región serían barridos por un letal tridente conformado por la oligarquía mediática, el poder judicial y los legisladores, cuyo “poder de fuego” combinado supera el de cualquier ejército de la región. José Manuel “Mel” Zelaya fue su primera víctima, a quien seguirían en el 2012 Fernando Lugo en Paraguay y en 2016 Dilma Rousseff en Brasil. Bajo ataque se encuentran los gobiernos de Bolivia, Venezuela y, va de suyo, Cuba, mientras que en Ecuador el viejo recurso del soborno y la traición unidos a la técnica del “golpe blando” parecen haber detenido el rumbo de la Revolución Ciudadana de Rafael Correa. El objetivo estratégico de Washington con sus “golpes blancos” es regresar América Latina a la condición neocolonial imperante en la noche del 31 de diciembre de 1958, un día antes del triunfo de la Revolución Cubana.

En el caso hondureño el golpe funciona preventivamente, a través de un escandaloso fraude electoral que sólo ha suscitado la crítica de algunos pocos observadores enviados por la Unión Europea. En cambio, la misión de la OEA, presidida por un demócrata de credenciales tan impecables como el boliviano Jorge “Tuto” Quiroga, ha consentido todas y cada una de las violaciones de la legislación electoral y las normas constitucionales del Gobierno de Juan Orlando Hernández, heredero del golpe del 2009. Claro que Quiroga no las tiene todas consigo porque el Tribunal Constitucional de Honduras ha declarado que la reelección es un derecho constitucional que no puede ser conculcado por ninguna norma de rango inferior lo que, aplicado al caso de Bolivia, consagra la legitimidad de la aspiración del presidente Evo Morales de presentarse a una nueva contienda presidencial.

Pero regresando al meollo de nuestra argumentación, el fraude perpetrado en Honduras remeda al que inaugurara en 1988 el PRI mexicano para birlar a Cuauhtémoc Cárdenas de la victoria que estaba claramente obteniendo en las urnas. En medio del recuento de votos se produjo un apagón que afectó a gran parte de la Ciudad de México y cuando finalmente el fluido eléctrico regresó se verificó un verdadero milagro, equivalente moderno al de la multiplicación de los panes y los peces de nuestro señor Jesucristo. En este caso los que se multiplicaron en medio del apagón fueron los votos de Salinas de Gortari, el candidato priísta, mientras que Cárdenas era relegado a un triste segundo lugar. En Honduras acaba de ocurrir exactamente lo mismo, lo que prueba que a la Santa Madre Iglesia le asiste la razón cuando afirma que los milagros existen y se producen casi a diario. Salvador Nasralla, el candidato del frente opositor llevaba cinco puntos porcentuales de ventaja al escrutarse algo más de la mitad de los sufragios y las tendencias eran muy claras. En ese momento el Presidente del Tribunal Superior Electoral declara que no se puede anunciar ningún resultado porque falta escrutar el resto de las actas, pese a que el candidato del tercer partido, Luis Zelaya, reconoce el triunfo de Nasralla. El TSE retoma el conteo selectivo de las actas en distritos en donde se presume que el candidato oficialista tiene alguna ventaja al paso que, simultáneamente, aparecen recurrentes desperfectos en el centro de cómputos del TSE y los consabidos apagones. Una vez subsanados los guarismos van ofreciendo una pequeña ventaja al presidente Juan Orlando Hernández, aunque las sospechas aumentan porque el Ministerio Público allanó una oficina del partido gobernante sorprendiendo a sus ocupantes en la preparación de actas comiciales falsas. Lo interesante del caso es que este fraude es tan rudimentario que dio pie a otro milagro sin precedentes en la historia política mundial: después de los desperfectos y los apagones subían los votos de Hernández en la candidatura presidencial, pero no así los de los alcaldes y diputados del oficialismo que se mantenían en sus registros anteriores. Todo esto, repetimos, ante el cómplice mutismo de la misión de la OEA encabezada por Quiroga, cuyo adn político reaccionario hacía que mirase con buenos ojos esta burla a la voluntad popular. No es de sorprenderse entonces que las bases sociales de los partidos de la oposición hayan ganado las calles exigiendo el respeto a la voluntad de la ciudadanía. Y que el Gobierno fascista de Hernández, el mismo que ha prohijado junto a la “Embajada” el baño de sangre que se produjo en Honduras desde el golpe de 2009 y que el caso de Berta Cáceres es apenas el más conocido, haya declarado toque de queda entre las 6 de la tarde y las 6 de la mañana y estado de sitio. Ya suman unos diez los muertos por las protestas en Honduras pero el Gobierno continúa su marcha impertérrito, con la abierta complicidad del “Canalla Mayor” de las Américas, Luis Almagro y sus enviados y el tácito aval de la “Embajada” que jamás consentiría que un opositor llegara al palacio presidencial.

Es que Honduras es una pieza de gran valor estratégico en el diseño geopolítico de Washington. Limita con dos países como El Salvador y Nicaragua que tienen gobiernos considerados como “enemigos” de los intereses norteamericanos y la base aérea Soto Cano, ubicada en Palmerola, tiene una de las tres mejores pistas de aviación de toda Centroamérica y, además, es escala obligada para el desplazamiento del Comando Sur hacia Sudamérica. Además, la base Soto Cano es la que alberga a la Fuerza de Tarea Conjunta “Bravo” compuesta por unos quinientos militares de EEUU dispuestos a entrar en combate en cuestión de horas. 

Hay que recordar que el ejército hondureño fue refundado por el embajador estadounidense John Negroponte y que, en los hechos, es un comando especial de las fuerzas armadas de Estados Unidos más que un ejército nacional hondureño. Todo esto es lo que está en juego en la elección presidencial de Honduras. Por ello Washington alentó el golpe contra “Mel” Zelaya y, en la actualidad, convalida la maniobra fraudulenta del presidente Hernández. La oposición jamás reconocerá la legalidad y la legitimidad de este proceso electoral, viciado desde sus raíces. La última aberración fue hace instantes comunicada por el TSE: procederá a contar los votos de las actas faltantes sin la presencia de los representantes de los partidos opositores. Es decir, el Gobierno contará los votos y proclamará su fraudulenta victoria al margen de cualquier instancia de control independiente. Ante la monstruosidad de esta farsa electoral la oposición deberá exigir el llamado a nuevas elecciones pero bajo supervisión internacional porque está visto que el TSE es un apéndice del Gobierno y que ni siquiera garantiza el correcto recuento de los votos, para ni hablar del entero proceso electoral. 

Y los gobiernos democráticos de Nuestra América deberán encolumnarse sin hesitar detrás de los reclamos de las fuerzas de la oposición para impedir la consumación de un “golpe blando preventivo” como el que está actualmente en curso hundiendo aún más a Honduras en una tremenda crisis nacional general. Por último, habrá que notificar al “Canalla Mayor” de las Américas que algunas anomalías están ocurriendo en el proceso electoral hondureño, sacándolo de su bien pagada obsesión por monitorear y desprestigiar al Gobierno de Maduro y las elecciones venezolanas.

FUENTE: Rebelión

Povo da cidade de Santiago de Cuba rende homenagem ao líder histórico da Revolução Cubana

Neste dia 4 dezembro de 2017, quando se completa exatos um ano da cerimônia em que as cinzas de Fidel Castro foram depositadas no Cemitério Patrimonial de Santa Ifigenia, em Santiago de Cuba, o povo dessa cidade rendeu homenagens ao líder histórico da Revolução Cubana, falecido em 25 de novembro do ano passado.

Milhares de pessoas tomaram parte de uma caminhada até o Santa Ifigenia para render tributo a Fidel.








Cerimônia em homenagem a Fidel Castro no Santa Ifigenia, presidida pelo presidente cubano Raúl Castro Ruz





FONTE: Cubadebate

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Lançamento Virtual do Samba do Comuna Que Pariu! 2018

Bloco Carnavalesco Revolucionário do Proletariado


COMUNA 2018
O desfile será no dia 12 de fevereiro de 2018, segunda de Carnaval.


 Compositor@s: Alisson Martins, Belle Lopes, Bil-Rait “Buchecha”, Guilherme Sá, Letícia, LG, Nina Rosa, Tiago Sales e Thiago Kobe

Eu vim daqui, eu vim dali, eu vim de lá
¨Foratemer¨ e Crivella , tô na rua pra lutar
Além da dor, também nos une o amor
Chegou Comuna, bando de trabalhador

Lá vai em cada isopor 
O sonho, o suor, feijão e arroz do camelô   
Que tá cansado de vender 
Pra quem não cansa de comprar 
E camelô representa todo mundo que não vai se aposentar
A gente é o rato que roeu a roupa do rei de Roma
Supremo é ter o povo no poder
Dá cá o nosso, se não der a gente toma

A Maluca me embalou (Me embalou)
A Comuna que pariu (Que Pariu!)
Revolução e carnaval
É coisa nossa, nossa classe construiu

E agora, Maria? E agora, José? 
Roubaram teu sono, venderam tua fé
Futuro, promessa, passaram a mão
Na bunda da população
Vambora Maria, vambora José
Viver pra mudar nossa história
Vermelha vitória, desbanca burguês
Ó nós aqui outra vez

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

IX Feira Estadual da Reforma Agrária Cicero Guedes

Organizado por MST - RJ

De 4 a 6 de dezembro de 2017
Das 10 às 19 horas
Largo da Carioca - Centro - Rio de Janeiro - RJ


Durante os dias 4,5 e 6 de dezembro o Largo da Carioca receberá a IX edição da Feira Estadual da Reforma Agrária Cícero Guedes.
Esta feira é um espaço de socialização dos sabores e saberes da terra, da agricultura camponesa do Brasil, de resistências e luta por direitos. 
Venham apoiar a construção deste evento coletivo que depende da participação de todxs em defesa da Feira Estadual que é Patrimônio (Lei 5.999-2016) e também reconhecida como calendário oficial da cidade do Rio de Janeiro.

X Feira Estadual da Reforma Agrária Cicero Guedes

#vaiterfeiraSIM 
#FeiraÉpatrimonio 
#TerraCrioula 

Coletivo de Comunicação MST RJ

MAIS INFORMAÇÕES

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

Conflitos: fotografia e violência política no Brasil 1889-1964

Exposição do Instituto Moreira Salles (IMS) do Rio de Janeiro reúne 338 imagens contradiz a imagem do Brasil como país pacífico

Para Heloisa Espada, curadora da exposição e coordenadora de artes visuais do IMS, a mostra “não é um retrato de um país feliz, é o retrato de um país em convulsão, onde há muita luta, luta de classes e muita gente em busca do poder”. (matéria da revista Vice)

Exposição
Conflitos: fotografia e violência política no Brasil 1889-1964 
Entrada gratuita
De 25 de novembro de 2017 a 
25 de fevereiro de 2018

IMS Rio
Rua Marquês de São Vicente, 476
Gávea - Rio de Janeiro/RJ

Horário
De terça a domingo e feriados (exceto segunda), das 11h às 20h

Heloisa Espada, coordenadora de artes visuais do IMS e curadora de Conflitos, apresenta o conceito da exposição.



No vídeo abaixo, Heloisa Espada, coordenadora de artes visuais do IMS e curadora de Conflitos, apresenta o conceito da exposição.






sábado, 25 de novembro de 2017

La última cita de Fidel Castro

[Tributo a Fidel a un año de su partida]

Por Atilio A. Boron

Fidel Castro (13/08/1926 - 25/11/2016)

Hace un año usted se nos iba. Los medios de todo el mundo dijeron, con ligeras variantes, algo así como “la muerte se llevó a Fidel”. Pero, con todo respeto, Comandante, usted sabe que no fue así porque usted eligió el día de su muerte. Perdone mi atrevimiento pero ella no vino a buscarlo; fue usted, Fidel, quien la citó para ese día, el 25 de noviembre, ni uno antes, ni uno después. Cuando cumplió 90 años, le dijo a Evo Morales y Nicolás Maduro que “hasta aquí llego, ahora les toca a ustedes seguir camino”. Pero usted también siguió su camino, aferrándose a la vida unos meses más hasta el momento preciso en que había citado a la muerte para que lo viniera a buscar. Ni un día antes, ni un día después.

¿Qué me lleva a pensar así? El hecho de que en cada una de las cosas que hizo desde su juventud siempre transmitió un significado revolucionario. La simbología de la Revolución lo acompañó toda su vida. Usted fue un maestro consumado en el arte de aludir a la Revolución y su necesidad en cada momento de su vida, pronunciando vibrantes discursos, escribiendo miles de notas y artículos, o simplemente con sus gestos. Sobrevivió milagrosamente al asalto al Moncada y ahí, de “pura casualidad”, usted aparece ante sus jueces ¡justito debajo de un cuadro de Martí, el autor intelectual del Moncada! ¿Quién podría creer que eso fue un hecho casual? Es cierto: la muerte fue a buscarlo infinidad de veces, pero nunca lo encontró: burló a los esbirros de Batista que lo buscaban en México y sobrevivió a más de seiscientos atentados planeados por la CIA. Usted todavía no la había llamado y ella, respetuosa, esperó que usted lo hiciera.

Un hombre como usted, Comandante, que hacía de la precisión y la exactitud un culto no podía haber dejado librado al azar su paso a la inmortalidad. Revolucionario integral y enemigo jurado del culto a la personalidad (exigió que, a su muerte, no hubiese una sola plaza, calle, edificio público en Cuba que llevara su nombre) quería que la recordación de su muerte no fuese sólo un homenaje a su persona. Por eso le ordenó que lo viniera a buscar justo el mismo día en que, sesenta años antes, hacía deslizar río abajo –sin encender los motores– el Granma, para iniciar con su travesía la segunda y definitiva fase de su lucha contra la tiranía de Batista. Quería de esa manera que la fecha de su deceso se asociase a un hito inolvidable en la historia de la Revolución cubana. Que al recordarlo a usted las siguientes generaciones recordasen también que la razón de su vida fue hacer la Revolución, y que el Granma simboliza como pocos su legado revolucionario.

Conociéndolo como lo conocí sé que usted, con su enorme sensibilidad histórica, jamás dejaría que un gesto como este –el recuerdo de la epopeya del Granma– quedase librado al azar. Porque usted nunca dejó nada librado al azar. Siempre planificó todo muy concienzudamente. Usted me dijo en más de una ocasión “Dios no existe, pero está en los detalles”. Y en línea con esta actitud el “detalle” de la coincidencia de su muerte con la partida del Granma no podía pasar inadvertido a una mente tan lúcida como la suya, a su mirada de águila que veía más lejos y más hondo. Además, su sentido del tiempo era afinadísimo y su pasión por la puntualidad extraordinaria. Usted actuó toda su vida con la meticulosidad de un relojero suizo. ¿Cómo iba a dejar que la fecha de su muerte ocurriese en cualquier día y sepultase en el olvido la partida del Granma y el inicio de la Revolución en Cuba? Usted quiso que cada año, al homenajear a su figura, se recordase también el heroico comienzo de la Revolución en aquel 25 de noviembre de 1956 junto a Raúl, el Che, Camilo, Ramiro, Almeida y tantos otros. Usted la citó y la muerte, que siempre respeta a los grandes de verdad, vino a recogerlo puntualmente. No se atrevió a desafiar su mandato. Y sus médicos tampoco, a los cuales estoy seguro les advirtió que ni se les ocurriera aplicarle medicina alguna que estropeara su plan, que su muerte ocurriera antes o después de lo que usted había dispuesto. Nadie debía interponerse a su voluntad de hacer de su propia muerte, como lo había hecho a lo largo de toda su vida, su último gran acto revolucionario. 

Usted lo planificó con la minuciosidad de siempre, con esa “pasión por los detalles” y la puntualidad con que hizo cada una de sus intervenciones revolucionarias. Por eso hoy, a un año de su partida, lo recordamos como ese Prometeo continental que aborda el Granma para arrebatarle la llama sagrada a los dioses del imperio que predicaban la pasividad y la sumisión para que, con ella, los pueblos de Nuestra América encendieran el fuego de la Revolución y abrieran una nueva etapa en la historia universal. ¡Hasta la victoria siempre, Comandante!

FUENTE: Rebelión