domingo, 24 de fevereiro de 2019

Para download: "MARX, GRAMSCI E VIGOTSKI: aproximações."

MENDONÇA, Sueli Guadalupe de Lima; SILVA, Vandeí Pinto da; MILLER, Stela (Orgs.). Marx, Gramsci e Vigotski: aproximações.   ed. Araraquara, SP: Junqueira & Marin, 2012.

Área (s) / Assunto (s): Filosofia da educação, Sociologia da educação, Psicologia da educação, Formação de educadores, Formação humana.


MARX, GRAMSCI E VIGOTSKI: APROXIMAÇÕES



Descrição Rápida

A contribuição inédita do presente livro reside na junção de Marx, Gramsci e Vigotski, costumeiramente tidos como independentes entre si. O cenário acadêmico buscou camuflar ou se mostrou incapaz de encontrar o fio condutor das valiosas contribuições teóricas desses autores. [...] "Marx, Gramsci e Vigotski: aproximações" foi, então, pensado como um tema e um momento que julgamos adequados para pôr em evidência a produção científica desses autores e buscar, por meio dos debates, compreender e aprofundar seus elos de interação, proporcionando ferramentas teórico-práticas capazes de subsidiar aqueles que lutam por uma nova sociedade e uma nova escola.


Apresentação: 

Os textos desta coletânea são artigos referentes a conferências e palestras proferidas durante três jornadas do Núcleo de Ensino da Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP - Campus de Marília, a saber, a IV Jornada, realizada de 09 a 11 de agosto de 2005, com o tema "Releitura de Marx para a educação atual", a V Jornada, realizada de 15 a 17 de agosto de 2006, com o tema "Escola (d)e Gramsci" e a VI Jornada, realizada de 14 a 16 de agosto de 2007, com o tema "Marx, Gramsci e Vigotski: aproximações", que empresta o título para este livro.

Esses três eventos resultaram de um trabalho coletivo de discussão e organização realizado pelo Grupo de Pesquisa "Implicações pedagógicas da teoria histórico-cultural" e pelo Núcleo de Ensino da Faculdade de Filosofia e Ciências.

Em jornadas anteriores, foram se evidenciando as bases marxistas dos fundamentos epistemológicos da Teoria Histórico-Cultural e, ao mesmo tempo, explicitando a necessidade de recorrer a autores que discutissem a educação escolar e a cultura na perspectiva do marxismo. No Brasil, há diferentes leituras da obra de Gramsci e da Teoria Histórico-Cultural, muitas delas distanciando-se da fundamentação marxista. De uma perspectiva eclética, dentre outras formulações inconsistentes, Gramsci é tido como "escolanovista" e Vigotski como "sócio-interacionista". Desconsiderando-se que a escola nova tem suas bases no pragmatismo de John Dewey e que Piaget concebia a interação com o meio de uma forma naturalizada e não como um ato histórico, o vínculo radical de Gramsci e Vigotski com o materialismo histórico dialético, ou seja, com Marx, é ignorado. 

Recuperar os fundamentos marxistas das concepções de Gramsci e da teoria Histórico-Cultural pressupõe estar aberto ao diálogo com outras teorias, tal como fizeram Gramsci, Vigotski e o próprio Marx. O que aproxima esses autores é o fato de tomarem o materialismo histórico dialético como centro de suas análises.

A contribuição inédita do presente livro reside na junção de Marx, Gramsci e Vigotski, costumeiramente tidos como independentes entre si. O cenário acadêmico buscou camuflar ou se mostrou incapaz de encontrar o fio condutor das valiosas contribuições teóricas desses autores. Assim, foram negados seus princípios fundamentais - a necessidade de transformação e superação da sociedade capitalista e a luta pelo socialismo - que se diluíram em visões fragmentadas e imediatistas, comprometendo o desenvolvimento da trajetória marxista em sua essência, já que Gramsci e Vigotski dão continuidade à produção teórico-prática de Marx. Em momentos históricos diferenciados, os três autores fizeram da teoria um instrumento de reflexão e ação revolucionárias visando ao socialismo.

Marx, no contexto das grandes transformações do século XIX, criou sua teoria fundante, o materialismo histórico dialético, para analisar e transformar o mundo, tal qual expressa a XI Tese sobre Feurbach: "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo" (MARX; ENGELS, 1977, p. 14). Aliada à ideia de transformação do mundo, a problemática da educação também teve seu espaço nas formulações de Marx que apresentou, naquele momento histórico, uma questão central que até hoje se mantém válida: a formação omnilateral do homem. Por meio dela, questiona o determinismo do processo de produção material e da consciência, e defende um processo que opõe dialeticamente teoria e prática, educação e trabalho, e cuja destinação seja a de preparar o homem para transformar as circunstâncias nas quais vive, transformando-se também ele nesse processo.

A doutrina materialista sobre a alteração das circunstâncias e da educação esquece que as circunstâncias são alteradas pelos homens e que o próprio educador deve ser educado. [...]
A coincidência da modificação das circunstâncias com a atividade humana ou alteração de si próprio só pode ser apreendida e compreendida racionalmente como práxis revolucionária. (MARX; ENGELS, 1977, p. 12)

Gramsci - em meio à possibilidade de revolução socialista na Europa, numa franca ofensiva político-conservadora do capital, materializada no fascismo - produziu, no cárcere, sua reflexão tendo como pilares centrais a cultura, o papel dos intelectuais e a análise da política. 

No debate presente nesta publicação, o enfoque acerca do papel da escola, da cultura e do intelectual na sociedade contemporânea aponta a importância de uma reflexão mais cuidadosa sobre as consequências da ausência de um projeto político claramente definido em favor das classes subalternas, que lhes dê a condição material para se apropriarem de conhecimentos vitais à constituição de sua subjetividade.
A elaboração unitária de uma consciência coletiva exige condições e iniciativas múltiplas [...] O mesmo raio de luz passa por prismas diversos e produz diferentes refrações luminosas. [...] Encontrar a identidade real sob a aparente diferenciação e contradição e encontrar a diversidade substancial sob a aparente identidade, essa é a qualidade essencial do crítico das idéias e do historiador do desenvolvimento social. (GRAMSCI apud DEL ROIO, 2005, p. 12)

Elaborar um projeto estratégico com vistas à emancipação das classes subalternas implica pensar qual a contribuição da escola na formação de intelectuais críticos, que integrem, na prática, o processo de transformação social. Tal objetivo exige uma nova concepção de intelectual que resulte da superação de processos formativos fragmentários e elitistas, bem como incorpore a nova dimensão da subjetividade humana, possibilitando às classes subalternas a condição de serem dirigentes.
O modo de ser do novo intelectual não pode mais consistir na eloqüência, motor exterior e momentâneo dos afetos e das paixões, mas numa inserção ativa na vida prática, como construtor, organizador, "persuasor permanentemente", já que não apenas orador puro - mas superior ao espírito matemático abstrato; da técnica-trabalho, chega à técnica-ciência e à concepção humanista histórica, sem a qual permanece "especialista" e não se torna "dirigente" (especialista + político). (GRAMSCI, 2004, p. 53)

Vigotski, na construção objetiva do socialismo na União Soviética, dedicou-se a pensar e a trabalhar na formação do novo homem, isto é, de uma nova perspectiva de formação da subjetividade. Suas investigações, na área da Psicologia, denunciam a fragilidade das tendências idealistas e deterministas e enfatizam a importância da história e do meio cultural no processo de formação humana. 
Ser donos da verdade sobre a pessoa e da própria pessoa é impossível enquanto a humanidade não for dona da verdade sobre a sociedade e da própria sociedade. Ao contrário, na nova sociedade nossa ciência se encontrará no centro da vida. O "salto do reino da necessidade ao reino da liberdade" colocará inevitavelmente a questão do domínio de nosso próprio ser, de subordiná-lo a nós mesmos. (VIGOTSKI, 2004, p. 417)

Quanto à base marxista dos trabalhos de Vigotski, Iaroshevski e Gurguenidze (1997) declaram:
Vygotski dominou, como nenhum dos psicólogos soviéticos de sua época, os princípios metodológicos do marxismo em sua aplicação aos problemas de uma das ciências concretas. A psicologia - assinala - requer seu "O Capital". Seu objetivo não consiste em acumular ilustrações psicológicas ao redor de conhecidos princípios da dialética materialista, mas em aplicar esses princípios como instrumentos que permitam transformar, a partir de dentro, o processo de investigação, descobrir na realidade psíquica umas facetas ante as quais são impotentes outros procedimentos de obtenção e organização dos conhecimentos. (IAROSHEVSKI; GURGUENIDZE, 1997, p. 451)

Para Vigotski, o marxismo expressava a verdade acerca da compreensão da sociedade e era, no seu entender, a única expressão do pensamento filosófico universal capaz de fornecer as bases necessárias para pensar novos rumos para uma nova psicologia.

Marx, Gramsci e Vigotski: aproximações foi, então, pensado como um tema e um momento que julgamos adequados para pôr em evidência a produção científica desses autores e buscar, por meio dos debates, compreender e aprofundar seus elos de interação, proporcionando ferramentas teórico-práticas capazes de subsidiar aqueles que lutam por uma nova sociedade e uma nova escola.

Este livro está organizado em quatro partes. A PRIMEIRA PARTE, "Contribuições de Marx, Gramsci e Vigotski para a compreensão da realidade social", focaliza estudos teóricos acerca de Marx, Gramsci e Vigostki que apresentam um início de diálogo entre esses autores, tendo como referência sua fundamentação teórica mais geral.

Edmundo Fernandes Dias, com o texto "Marx e Gramsci: sua atualidade como educadores", desvela a mentalidade burguesa e suas formas de se manter no comando, ao desqualificar os processos de luta das classes subalternas. Contra a noção de igualdade abstrata, a inteligibilidade do real requer a superação das aparências, a busca da unidade na diversidade e a construção de um discurso crítico a partir do método marxista. O processo educativo deve unificar teoria e prática e intelectuais e trabalhadores na construção de novas individualidades. 

O texto "A mundialização capitalista e o conceito gramsciano de revolução passiva", de Marcos Tadeu Del Roio, parte da questão da possibilidade de se explicar o estágio atual do capitalismo por meio do conceito de revolução passiva, elaborado por Gramsci nos Cadernos do Cárcere. A resposta para esse problema pressupõe, no entanto, um outro que é a discussão do próprio conceito de revolução passiva e outros que lhe são correlatos. Por meio de uma trajetória histórica analítica, o autor problematiza os conceitos centrais gramscianos perpassando pelos principais fatos históricos que constituíram a base da sociedade contemporânea. Apenas feita uma atenta apreensão do conceito é que se pode discutir a sua aplicabilidade para os tempos atuais.

Newton Duarte em "A filosofia da práxis em Gramsci e Vigotski" questiona a pertinência da expressão "filosofia da práxis". Percorrendo diferentes traduções e significações dadas à expressão, Duarte advoga o uso da expressão "filosofia da prática" como o mais adequado para referir-se ao marxismo. Ressalta o marxismo como materialismo histórico, distinguindo "filosofia da práxis" de pragmatismo e teoria vigotskiana de interacionismo. Discute consequências importantes para a educação escolar decorrentes de interpretações indiferenciadas das teorias pedagógicas.

Em "A práxis de Gramsci e o pragmatismo de Dewey", Giovanni Semeraro traça um paralelo entre a filosofia da práxis de Gramsci e o pragmatismo de Dewey, analisando as diferenças conceituais que os situam em campos opostos: o primeiro caminhando "na direção de uma atividade teórico-política para construir a hegemonia das classes subjugadas", visando à superação da ordem existente, e o segundo concentrando-se "sobre o desenvolvimento da atividade inteligente dos indivíduos", visando à validação do pensamento liberal americano.

O texto "Marx, Gramsci e Vigotski: aproximações?", de Rosemary Dore, elege fundamentos marxistas que aproximam Gramsci e Vigotski e aspectos que os distanciam, tais como a concepção de materialismo histórico dialético. Para Gramsci é no campo das ideologias que os homens tomam consciência dos conflitos sociais. A natureza humana é concebida como conjunto das relações sociais. Os conflitos são superados no processo histórico. Questiona o entendimento de cultural e social em Vigotski, sendo apresentada a hipótese de resquícios de dualidade entre suas concepções de materialismo histórico e dialético.

Em "Educação e escola no marxismo: perspectivas" Vandeí Pinto da Silva discute possibilidades reais dos educadores marxistas atuarem em vista da transformação social. Concepções dogmáticas e idealistas paralisam a atuação dos educadores marxistas. Advoga a construção de uma pedagogia marxista referenciada na formação omnilateral, capaz de unificar teoria e prática e educação e trabalho. Se o trabalho é categoria central no marxismo, mesmo nas condições de trabalho alienado pode emergir o gérmen da transformação social.

Antonio Carlos Mazzeo no texto "Notas sobre ser e existência" discute o trabalho como sociabilidade humana. A dimensão teleológica do trabalho torna possível o rompimento com a produção voltada para a satisfação do meramente biológico, voltando-se esta para a complexidade das necessidades humanas. Nas tensões entre alienação e construção da sociabilidade pode emergir o ápice da individualidade alienada ou um novo processo de humanização, centrado na busca da essência genuinamente humana, dilacerada pelo fetiche da mercadoria.

A SEGUNDA PARTE, "Educação e trabalho", contém análises sobre as políticas educacionais na perspectiva marxista, trazendo elementos importantes para a reflexão. 

No texto "Educação no capitalismo dependente ou exclusão educacional?", Roberto Leher problematiza os fundamentos histórico-sociológicos para a real universalização da educação na sociedade capitalista. Por meio da discussão dos conceitos exclusão e inclusão, bem como dos indicadores sociais e educacionais mais gerais, em especial da juventude, o autor desnaturaliza o discurso hegemônico que preconiza os problemas educacionais como decorrência da gestão pedagógica. Ao mesmo tempo, explicita a falsa polêmica exclusão/inclusão como expressão de saídas políticas para problemas sociais ao demonstrar como essas categorias compõem a lógica do capital com interfaces diretas com a educação. 

Neusa Maria Dal Ri e Candido Giraldez Vieitez com o texto "Trabalho como princípio educativo e práxis político-pedagógica" trazem a origem do debate teórico trabalho como princípio educativo, tema controverso presente na legislação educacional brasileira. Tal debate iniciou-se com Marx e Engels no século XIX, perpassando as experiências educacionais socialistas na União Soviética, por meio de seus principais teóricos e militantes como Lênin, Krupskaya, Pistrak, Makarenko, enriquecido com o aporte de Gramsci, intelectual militante socialista contemporâneo aos soviéticos. Essa trajetória propicia a apreensão da realidade contemporânea sobre o mesmo tema, porém numa conjuntura extremamente complexa do desenvolvimento do capitalismo no século XXI, com suas contradições e possibilidades de mudanças como a experiência educacional do MST no Brasil, que se pauta no trabalho como princípio educativo.

Em "Considerações sobre a (des)politização do debate educacional brasileiro", Eduardo Magrone apresenta interessante discussão referente à despolitização do debate sobre as políticas educacionais no Brasil. Partindo do referencial teórico de Gramsci, trabalho como princípio educativo, analisa o debate acerca do sentido e dos objetivos do ensino médio na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) na década de 1990, bem como aponta os limites da posição conteudística e técnica sobre o tema em detrimento da compreensão das determinações políticas mais amplas, a qual denomina de crítica radical à forma escolar.

A TERCEIRA PARTE, "Educação e cultura", recupera uma dimensão importante e pouco explorada na perspectiva marxista ao trazer a produção da sensibilidade, da arte, como elemento fundamental da subjetividade humana. 

Regina Maria Michelotto, em seu texto "A questão metodológica e a formação do intelectual orgânico em Gramsci", discorre sobre o referencial de Antonio Gramsci, "privilegiado para pesquisadores que buscam utilizar o materialismo histórico e dialético como fundamento de suas investigações", enfatizando "o seu aspecto metodológico, subsídio para a formação dos intelectuais críticos, orgânicos à causa dos dominados, de que a criação da nova sociedade necessita." Busca, desse modo, evidenciar as contribuições do autor para pensar a atividade educativa.

O texto de Sueli Amaral Mello, "Cultura, Mediação e atividade", discute esses três conceitos à luz da Teoria Histórico-Cultural, considerando-os como "a tríade de cuja dinâmica resulta o processo de humanização, ou seja, o [...] processo de reprodução individual das qualidades humanas nas novas gerações e em cada sujeito da sociedade humana". Em sua análise, destaca as implicações pedagógicas decorrentes da apropriação de tais conceitos.

Fátima Cabral, em seu texto "Arte para pensar a vida e educar os sentidos", com base na teoria de Marx, ressalta a natureza social da criação artística, "uma dimensão essencial da vida em geral, uma dimensão do homem total [...]", um processo que resulta do trabalho humano e não da simples intuição ou inspiração. Pedagogicamente, arte e cultura são vistas como "vida pensada". 

Em "Estética musical contemporânea e musicalidade brasileira", a autora Consuelo de Paula focaliza as formas de expressão popular que aparecem na canção brasileira, falando a respeito de seu trabalho como artista - cantora e compositora musical. Sob a forma de um diálogo com o público, o texto explicita as influências da cultura popular que marcam o seu fazer artístico e põe em debate a produção musical ligada à cultura popular no seio da indústria cultural brasileira atual. 

A QUARTE PARTE, "Implicações para a formação de professores", encerra o livro com as reflexões acerca das implicações pedagógicas dos estudos da Teoria Histórico-Cultural e de suas bases teóricas para a formação profissional docente. 

Em seu texto "Educación en valores desde la reflexión grupal y la redimensión del rol del educador", Ana Luisa Segarte Iznaga e Oksana Kraftchenko Beoto consideram que "o grupo é o lugar de intermediação da estrutura social e da subjetividade, [...] da gênese e transformação da subjetividade, de onde, portanto, se realiza a formação e o crescimento pessoal-social do ser humano […]". Nesse contexto, redimensionar o papel do professor implica considerá-lo não mais como transmissor de conhecimentos tão-somente, mas como aquele que dirige a atividade conjunta dos alunos, para que sejam tomadas decisões coletivamente visando a um maior protagonismo do aluno em sua formação pessoal e social.

Lígia Márcia Martins, em seu texto "Formação de professores: desafios contemporâneos e alternativas necessárias", aponta para a "desvalorização e esvaziamento" da função docente no presente momento histórico em que "converte-se a educação em mercadoria e se desqualifica a transmissão de conhecimentos pela via da negação de sua existência objetiva". Propõe um processo formador que forneça tanto os conhecimentos teóricos, metodológicos e técnicos, como aqueles relativos às condições histórico-sociais em que se dá sua atuação profissional, com base em três eixos temáticos: ser Gente (natureza histórico-cultural do desenvolvimento humano), ser Professor (trabalho e alienação) e ser Capaz (apropriação de conhecimentos para a construção do pensamento teórico).

Stela Miller, em seu texto "Reflexões acerca da proposta bakhtiniana para uma metodologia do estudo da língua e implicações sobre a profissão docente", objetiva realizar algumas reflexões sobre a proposta feita por Mikhail Bakhtin, em sua obra "Marxismo e filosofia da linguagem", para o estudo da língua, e, a partir daí, pensar uma metodologia para o ensino da língua materna, bem como trazer à discussão um modo de ser do educador compatível com essa escolha metodológic


Sueli Guadelupe de Lima Mendonça
Vandeí Pinto da Silva
Stela Miller

Referências 

DEL ROIO, M. Os prismas de Gramsci: a fórmula política da frente única (1919-1926). São Paulo: Xamã, 2005.

GRAMSCI, A. Cadernos do Cárcere. 3. ed. Tradução de Carlos Nelson Coutinho; co-edição, Luis Sérgio Henrique e Marcos Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. v. 2.

IAROSHEVSKI, M.; GURGUENIDZE, G. Epílogo. 2. ed. In: VYGOTSKI, L. S. Obras escogidas. Tradução de José María Bravo. Madri: Visor, 1997. v. 1. p. 451-477.

MARX, K., ENGELS, F. A ideologia alemã. Tradução de José Carlos Bruni e Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: Grijalbo, 1977.

VIGOTSKI, L.S. Teoria e método em psicologia. 3. ed. Tradução de Cláudia Berliner. São Paulo: Martins Fontes, 2004.


SUMÁRIO 

APRESENTAÇÃO Sueli Guadelupe de Lima Mendonça, Vandeí Pinto da Silva e Stela Miller

PRIMEIRA PARTE: CONTRIBUIÇÕES DE MARX, GRAMSCI E VIGOSTSKI PARA A COMPREENSÃO DA REALIDADE SOCIAL

Marx e Gramsci: sua atualidade como educadores Edmundo Fernandes Dias 
A mundialização capitalista e o conceito gramsciano de revolução passiva Marcos Tadeu Del Roio
A filosofia da práxis em Gramsci e Vigotski  Newton Duarte
A práxis de Gramsci e a experiência de Dewey Giovanni Semeraro
Marx, Gramsci e Vigotski: aproximações? Rosemary Dore 
Educação e escola no marxismo: perspectivas Vandeí Pinto da Silva
Notas sobre ser e existência Antônio Carlos Mazzeo

SEGUNDA PARTE: EDUCAÇÃO E TRABALHO

Educação no capitalismo dependente ou exclusão educacional? Roberto Leher
Trabalho como princípio educativo e práxis político-pedagógica Neusa Maria Dal Ri e Candido Giraldez Vieitez 
Considerações sobre a (des)politização do debate educacional brasileiro Eduardo Magrone 

TERCEIRA PARTE: EDUCAÇÃO E CULTURA

Os intelectuais e a crítica da cultura Regina Maria Michelotto 
Cultura, mediação e atividade Suely Amaral Mello 
Arte para pensar a vida e educar os sentidos Fátima Cabral 
Estética musical contemporânea e musicalidade brasileira Consuelo de Paula 

QUARTA PARTE: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Educación en valores desde la reflexión grupal y la redimensión del rol del educador Ana Luisa Segarte Iznaga e Oksana Kraftchenko Beoto 
Formação de professores: desafios contemporâneos e alternativas necessárias Lígia Márcia Martins 
Reflexões acerca da proposta bakhtiniana para uma metodologia do estudo da língua e implicações sobre a profissão docente Stela Miller

Autores 



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