Por Renato Rovai
O primeiro debate presidencial das eleições 2014 na Band foi muito mais movimentado do que o de eleições anteriores. Talvez o fato de existirem três candidatos disputando uma vaga no segundo turno permitiu mais interação entre eles.
Ninguém ganhou e ninguém perdeu.
Aécio, Dilma e Marina Silva defenderam seus programas e suas histórias políticas.
E ninguém se atacou de maneira mais grosseira ou rude.
Foi um debate de bom nível.
A grande escorregadela da noite acabou sendo de Marina Silva, exatamente ela que estava indo bem e entrou no estúdio como a estrela da noite, embalada pela pesquisa Ibope. Ela se embananou toda numa pergunta de Levy Fidelix, o homem do Aerotrem, que a atropelou falando de Neca Setúbal, do Itaú, e Guilherme Leal, da Natura.
Marina ficou visivelmente irritada e saiu em defesa dos aliados, dizendo que a primeira era educadora o que segundo tem compromisso histórico com a sustentabilidade e o meio ambiente. E que ela não tem problema nenhum com quem é de elite. Que o problema do Brasil não é a sua elite. E ao final, cravou a pior das suas frases. Disse que Chico Mendes também era de elite tanto quanto Guilherme Leal.
Esse foi um dos temas mais debatidos no twitter. Muita gente se indignou com a frase de Marina. No twitter, quem também fez muito sucesso foi Eduardo Jorge, do PV. Ele defendeu a legalização do aborto e das drogas. E ainda deu uma provocada em Marina, pedindo-lhe para parar de apertar sua bíblia, que provavelmente estava em cima do púlpito onde ela estava, porque senão a bíblia iria ficar tão magrinha quanto ela.
Outro momento quente do debate foi quando Aécio e Dilma debateram a Petrobrás. Dilma atacou de Petrobrax e da plataforma que afundou no mar no governo do PSDB e disse que o discurso do tucano era uma leviandade. Aécio devolveu a leviandade pra Dilma, falando que a empresa nunca se viu envolta em tanta corrupção.
O debate serviu para testar hipóteses. Os marqueteiros certamente estavam fazendo pesquisas qualis para verificar em que momento os argumentos dos seus candidatos fizeram mais estrago na campanha dos adversários.
Ninguém ganhou e ninguém perdeu, mas alguém pode ter passado o recibo que a outra campanha vai usar daqui pra frente.
Marina piscou quando confrontada com a influência que Neca Setúbal e Guilherme Leal exercem ou podem exercer sobre ela.
No final do debate, Boris Casoy fez a pergunta mais estapafúrdia. Quis saber o que Eduardo Jorge achava do projeto do controle da mídia E Dilma avançou no tema. Disse que defende a regulação econômica do setor, porque é contra o monopólio. Os irmãos Marinho devem ter se ligado neste momento. E acertado que vale qualquer um para derrotar Dilma.
Na sua fala final, Aécio diz que não dá pra o país nem continuar como está e nem entrar numa aventura, dando a entender que falava da candidatura de Marina. E anunciou que seu ministro da Economia será Armínio Fraga.
Na verdade, Aécio deixou para o final dois anúncios. O nome do ministro da Economia e a forma como vai atacar Marina. Vai dizer que ela é uma aventura.
FONTE: Portal Fórum - blog do Rovai
ELITE INTELECTUAL. MARINA CONCEITUOU ESSA PALAVRA DE FORMA DIFERENTE! Ela conviveu com Chico Mendes, ela têm propriedade para falar de Chico Mendes. A questão é que: ou alguns não entenderam o que ela disse, ou estão usando de leviandade para critica-la. Quando digo elite intelectual me refiro ao sentido primeiro da palavra, no sentido de ter um intelecto especial, avançado. não me refiro à erudição acadêmica. O que ela disse é sim difícil de entender. O pensamento e modo de falar de Marina se influencia muito por Hannah Arendt. Por isso, creio eu, muito do que ela diz é incompreensível aos parâmetros de atividade política vigentes no Brasil. é preciso um esforço para compreender o que ela quer dizer. Acompanho a atividade política dela desde 2010 e não penso igual a ela em certos pontos. No entanto, integro a REDE por crer nas diretrizes do movimento.
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