terça-feira, 20 de março de 2012

Chanceler boliviano critica exclusão de Cuba da Cúpula das Américas



Segundo David Choquehuanca, os países da Alba ainda estudam a possibilidade de boicotar a VI Cúpula das Américas. A postura é um protesto ao veto imposto pelos Estados Unidos à participação de Cuba. “Estamos em tempos de inclusão, não em tempos de exclusão”, afirmou. Argentina e Brasil também defendem a presença cubana.




Vinicius Mansur

 
Brasília - Em visita ao Brasil, o ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, criticou, nesta segunda-feira (19), a exclusão de Cuba da VI Cúpula das Américas, que ocorrerá na Colômbia nos dias 14 e 15 de abril. “Estamos em tempos de inclusão, não em tempos de exclusão”, afirmou, em um recado direto aos Estados Unidos, único país que se opõe à presença cubana no evento.



De acordo com Choquehuanca, os países que compõe a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América) estão em pleno processo de discussão para decidir se comparecerão, ou não, à Cúpula caso Cuba não seja convidada. O ministro boliviano informou também que o presidente Evo Morales foi convidado hoje para o encerramento da Cúpula dos Povos, que ocorrerá em paralelo ao encontro dos chefes de Estado na Colômbia, mas salientou que a participação de Morales no evento das organizações sociais não significa que ele comparecerá à Cúpula das Américas.



Também em visita ao Brasil, na semana passada, o ministro argentino de Relações Exteriores, Héctor Timerman, havia dito que a presença de Cuba era necessária para que "finalmente a Cúpula seja das Américas". "Esta tem que ser a última cúpula da qual Cuba não participa", disse Timerman. O chanceler brasileiro, Antônio Patriota, concordou com a postura argentina e lembrou que na V Cúpula, em Trinidad e Tobago, em 2009, o ex-presidente Lula já havia defendido a participação de Cuba no encontro.



Os Estados Unidos defendem que a reunião na Colômbia seja restrita aos países-membros da Organização dos Estados Americanos (OEA), órgão do qual Cuba foi expulsa em 1962 por seu alinhamento aos países comunistas. O veto à participação da ilha caribenha na OEA foi cancelado em 2009, mas até hoje o país não pediu sua readmissão ao organismo.



Em visita à Cuba no último dia 7, o presidente colombiano Juan Manuel Santos afirmou que, apesar do interesse de seu governo em ter a participação cubana na Cúpula, “esse tema requer consenso, consenso que infortunadamente não conseguimos encontrar”.

 
FONTE: Carta Maior
 
 

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