sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Ministra Cármen Lúcia reconhece que o STF precisa pedir perdão pela conivência com o crime praticado contra Olga Benario Prestes

No evento ocorrido na tarde desta sexta-feira, dia 19/08/2022, no Centro Cultural Justiça Federal, intitulado "O Caso Olga Benário: O Supremo Tribunal Federal e o Habeas Corpus nº 26.155/1936", a ministra Cármen Lúcia, em mensagem gravada em vídeo, especialmente para o evento, reconhece que o Supremo Tribunal Federal (STF) precisa pedir perdão. Segundo a ministra, é um "caso trágico porque houve a negativa da jurisdição". Ou seja, "o Supremo não tomou conhecimento deste Habeas Corpus, do qual dependia a vida de Olga Benario e até a vida da pessoa que ela trazia em seu ventre naquele momento, que hoje se apresenta Anita Leocadia". Prossegue a ministra: "Ainda que ineficaz do ponto de vista humana ou ainda que seja do ponto de vista jurídico, o Supremo precisa de perdir perdão...".

O evento contou com a participação das historiadora Anita Leocadia Prestes, filha de Olga Benario e de Luiz Carlos Prestes, que afirmou a conivência do STF com o crime impetrado contra Olga Benario, cuja responsabilidade do crime foi do então presidente Getúlio Vasrgas, que assinou - juntamente com o então ministro da Justiça, o fascista, Vicente Rao - o decreto de expulsão do país de Olga Benario Prestes e de Elise Ewert, outra comunista alemã, barbaramente torturada pela polícia do famigerado Filinto Müller.

A historiadora Anita Prestes durante sua fala chamou a atenção para a importância de resgatar, criticamente, acontecimentos como o de Olga Benario Prestes, em que os culpados por esse crime e por muitos outros jamais foram punidos. Por duas vezes, Anita Prestes denunciou que os torturadores das décadas de 1960 e 1970 da Ditadura Militar até hoje nenhum deles foi punido, seguiram suas vidas tranquilamente e estão morrendo de velhice ou doença. 

Assista abaixo o vídeo do evento disponibilizado no canal do Centro Cultural Justiça Federal no YouTube:


O debate ocorreu na sala de sessões da antiga sede do Supremo Tribunal Federal, local em que se deu o julgamento do habeas corpus de Olga Benario Prestes, onde hoje funciona o Centro Cultural Justiça Federal.


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