Camarada Olga Benario Prestes, presente!!!
Como militante provada na luta revolucionária e na atividade clandestina do movimento comunista, em 1934, foi convidada a cuidar da segurança de Luiz Carlos Prestes em seu regresso ao Brasil, para participar da luta antifascista, através da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Durante o percurso da viagem clandestina até o Brasil, Olga e Prestes se apaixonaram. Após a derrota dos levantes antifascistas de novembro de 1935, o casal foi preso em março de 1936 e separados para nunca mais se verem. Em 23 de setembro de 1936, Olga foi deportada, grávida de 7 meses, para a Alemanha nazista, onde em 27 de novembro nasceu sua filha e de Prestes, Anita Leocadia, na prisão feminina de Barnimstrasse, em Berlim. Devido à força de uma campanha internacional, sua filha Anita, com 14 meses de idade, foi entregue pela Gestapo à avó paterna Leocadia Prestes, livrando-se das garras do nazismo. Depois da retirada da filha, Olga foi transferida para o campo de concentração de Lichtenburg e, em 1939, para o campo de concentração de Ravensbrück. Apesar das condições de vida nos campos de concentração, marcadas pelo frio, fome, trabalhos forçados e castigos corporais, Olga manteve-se firme, corajosa e solidária com suas companheiras, de acordo com os testemunhos existentes. Em abril de 1942, aos 34 anos de idade, Olga Benario Prestes foi assassinada numa câmara de gás do campo de concentração de Bernburg. As afirmações de Olga, durante os inúmeros interrogatórios a que foi submetida no cárcere nazista, revelaram sua firme e inalterável convicção comunista ao dizer: "Se outros se tornaram traidores, eu jamais o serei".
Olga Benario Prestes – uma comunista nos arquivos da Gestapo
Anita Leocadia Prestes
Boitempo
2017
Essa breve narrativa biográfica contém não apenas preciosidades históricas e raridades documentais - que, por si sós, já valeriam a leitura -, ela oferece a perfeita dimensão da luta diária de Olga Benario Prestes por seus ideais, mesmo nas condições mais adversas. A resistência da jovem revolucionária diante da gigantesca e cruel máquina do Terceiro Reich, que a considerava uma 'comunista perigosa', parece ainda pulsar nestas páginas, como se seu coração, calado há 75 anos, ainda batesse. Um coração destemido, que, encarcerado, soube conjugar a luta política, o amor pelo grande companheiro e a preocupação com a educação da filha, de quem fora afastada prematuramente.Após a abertura dos arquivos da Gestapo, essa filha, a historiadora Anita Leocadia Prestes, debruçou-se sobre as cerca de 2 mil páginas a respeito de Olga, recheadas de documentos inéditos, para trazer à tona informações até então desconhecidas. Com base nos documentos, a autora constrói uma narrativa cronológica que vai da inserção da jovem Olga na luta política até sua morte na câmara de gás do campo de concentração de Bernburg, em abril de 1942, revelando a firmeza inabalável da revolucionária. Enquanto, na prisão, Olga nutria esperanças de conseguir asilo em outro país, e, fora dela, sua sogra e sua cunhada faziam de tudo para que ela fosse libertada, os nazistas nunca consideraram essa hipótese. No entanto, ela jamais se curvou a seus algozes, jamais entregou companheiros e nem sequer revelou suas atividades políticas, ainda que a chantageassem com a perspectiva de voltar a ver a filha. Após o relato biográfico há um caderno de fotos e uma série de anexos com a reprodução de documentos, como o passaporte que Olga se negou a assinar, fotos encontradas no arquivo da Gestapo e a tradução e a reprodução da correspondência inédita de Olga e Prestes, entre outros. Mais do que peças faltantes no quebra-cabeça da história, os documentos reproduzidos nessa obra nos permitem enxergar o presente com outros olhos.
Visite o site do Instituto Luiz Carlos Prestes e saiba mais sobre Olga:
http://www.ilcp.org.br/prestes/index.php?option=com_content&view=category&id=29&Itemid=158
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