domingo, 19 de agosto de 2012

Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas


Nos dias 20 a 22 de agosto organizações sociais do campo realizam Encontro Nacional Unitário dos Trabalhadores (as), Povos do Campo, da Águas e das Florestas, no Parque da cidade em Brasília. Mais de 5 mil delegados de todo o Brasil participarão do encontro que relembra o primeiro Congresso Camponês, realizado em 1961. 




"O significado deste Encontro e do processo que  este pretende desencadear é de três dimensões: política, no sentido da unidade dos movimentos sociais agrários em torno de agenda comum na luta pela terra, superando a fragmentação que permite ao governo federal ignorar sistematicamente demandas legítimas desta base social; social, no sentido da auto defesa contra as ameaças concretas de destruição social, cultural e física dos campesinatos brasileiros; histórica, no sentido de evocar e homenagear o meio século decorrido deste o I Congresso Camponês, de caráter nacional, ocorrido em Belo Horizonte em 1961." (Documento-base: "Pela construção de um modelo alternativo de agricultura")






sábado, 18 de agosto de 2012

Manipulação dos meios de comunicação: o caso de Anita Prestes e o escândalo do "Mensalão"

Mídia tenta promover "linchamento" político através da mentira

Por Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro

Não deixe de assinar o MANIFESTO DE SOLIDARIEDADE A ANITA PRESTES 

Torna-se cada vez mais urgente levar às ruas o debate sobre a democratização do setor de comunicações e sua importância para a consolidação da democracia brasileira. Faz-se necessário lutar pela liberdade de expressão para todos e todas em oposição à ideia de liberdade de expressão como liberdade de imprensa restrita aos grandes conglomerados de comunicação. 

Desde o início do caso do "Mensalão" em 2005, os grandes meios de comunicação, em uma atitude estranha, quando noticiam a respeito do caso colocam as fotos e os nomes completos dos supostos "mensaleiros", com exceção da acusada Anita Leocádia Pereira da Costa, que nunca aparece o sobrenome  nem a foto. Referem-se à acusada apenas por Anita Leocádia. Bem, com o início do julgamento do mensalão, alguns meios de comunicação estão buscando associar o nome da suposta "mensaleira" com Anita Leocádia Prestes, que nada tem com o suposto crime do "Mensalão". O Canal UOL, vinculado ao Grupo Folha de São Paulo, ao falar sobre a Anita Leocádia [Pereira da Costa] como uma dos 38 réus do julgamento do "Mensalão" divulgou a foto da homônima da acusada, a historiadora Anita Prestes, personalidade pública, filha dos revolucionários comunistas  Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes. Na última terça-feira, dia 14/8/2012, a Globo News, canal pertencente à Rede Globo, também cometeu o mesmo "ERRO JORNALÍSTICO". Como pode ser constatado clicando no link abaixo:

 https://dl.dropbox.com/u/58781008/anita.mp4


Fica evidente a tentativa dos grandes conglomerados de comunicação de, aproveitando-se do julgamento do "Mensalão", promover uma espécie de "linchamento político" de Anita Prestes, considerada pela mídia burguesa uma inimiga. Como ficou demonstrado na reportagem "Retrato de família", publicada no jornal O Globo, em 15 de janeiro de 2012, no encarte “Revista O Globo” (no 390, p. 22-26). Na página 22 da referida matéria está escrito o seguinte: A ‘imprensa burguesa’, por exemplo, não passa nem pela portaria do prédio. Esta, ela [Anita Prestes] açoita com cartas desaforadas, sempre em desacordo com as reportagens publicadas” (p. 22).

Valendo-se de sua liberdade de imprensa e da manipulação da opinião pública, os meios de comunicação desenvolveram uma forma sutil de, sem recorrer ao ataque direto, causar danos morais e políticos à figura de Anita Prestes. 

Mas por que Anita Prestes se tornou uma persona non grata dos grandes meios de comunicação e das classes dominantes?

De fato, Anita Prestes é uma personalidade incômoda, uma vez que não captulou diante do inimigo de classe, não se vendeu em troca de cargos políticos, não se utiliza dos nomes de seus pais para ser favorecida diante de interesses menores ou de caráter pessoal. Por exemplo, na ocasião do lançamento do filme Olga, em 2004, a Comissão de Anistia do Ministério da Justica apressou-se em julgar o processo de Anita Prestes, certamente, para tirar proveito político do fato. Porém, Anita não considerou justo receber a indenização de cem mil reais que lhe foi concedida pela Comissão de Anistia, quantia que doou publicamente ao Instituto Nacional do Câncer (INCA). Sobre o ocorrido fez o seguinte pronunciamento em entrevista ao Programa Revista Brasil, da Rádio Nacional AM:  


"Os que precisam muito recebem pouco e os precisam pouco recebem muito. O que eu tinha solicitado era a contagem do meu tempo de serviço, pois eu fiquei muito tempo sem poder trabalhar por causa da perseguição política. Para mim seria muito desagradável receber esse dinheiro, então eu vou doar para o Instituto do Câncer, que é uma instituição muito séria e sei que vai usá-lo da melhor forma possível.”


Anita Prestes incomoda e, assim como seus pais, tem despertado o ódio dos donos do poder e de numerosos comunistas "arrependidos", que sempre procuraram criar uma história oficial cuja tônica tem sido a falsificação. O combate empreendido por Anita Prestes contra a História Oficial - aquela elaboração histórica que convém aos grupos dominantes na sociedade - é intencional e falsamente difundido como um querer de Anita em ter o monopólio sobre a memória de Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes. Entretanto, como uma historiadora comprometida com as lutas populares, com os interesses dos explorados e dos oprimidos, a sua meta é contribuir para a elaboração de outra história, comprometida não só com a evidência, mas também com o imperativo de construir um futuro de justiça social e liberdade para o povo.



Por se posiocionar publicamente contra o status quo, negando-se a uma neutralidade aparente, sua produção acadêmica, tanto sobre o tenentismo quanto sobre o movimento comunista brasileiro,  é escandalosamente ignorada, um notório caso de desonestidade intelectual por parte dos meios acadêmicos; suas declarações em defesa da memória de seus pais são levianamente transformadas em querer o direito exclusivo de herdeira política deles; a firmeza de suas convicções políticas é maldosamente difundida como incapacidade de compreender as nuanças da política, de que os tempos são outros, de que a solução está na reforma e humanização do capitalismo.






Não deixe de assinar o MANIFESTO DE SOLIDARIEDADE A ANITA PRESTES clicando no link abaixo:






sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Cuba: Uma escola de solidariedade

Documentário sobre os brasileiros estudantes de medicina em Cuba e o Projeto da Escola Latinoamericana de Medicina

Parte 1


Parte 2



FONTE: JCA


Lançamento do blog MARXISMO21



Foi lançado nesta 4a. feira, 15/8, o blog marxismo21.Trata-se de proposta editorial de caráter unitário, pluralista e democrático no campo das esquerdas brasileiras.

proposta editorial

marxismo21

           Tantas vezes anunciada como superada ao longo de mais de um século, a teoria marxista tem despertado um significativo e abrangente interesse em todo o mundo. Para nós, isso decorre de sua natureza científica e de sua dimensão crítica, decisivas não apenas para a análise e diagnóstico da crise estrutural do capitalismo como também para a radical superação desta forma de sociabilidade, sobretudo a partir da mais recente crise da economia capitalista.

          Entendemos também que o marxismo apenas conseguirá responder aos desafios do século 21 caso se mantenha aberto à confrontação permanente com os novos fenômenos da atualidade, seja na economia, seja na política, na cultura, etc., testando sempre a validade de suas hipóteses. Por sua vez, a afirmação teórica do marxismo nunca será um ato gratuito, implicando sempre um compromisso com as lutas sociais e políticas contra o capitalismo e pelo socialismo.

         Com características inéditas no Brasil, marxismo21 visa responder às necessidades intelectuais não apenas de estudantes e pesquisadores, mas também de militantes sociais e partidários, professores e estudantes do ensino médio, informando-os sobre as programações, os eventos e as distintas produções teóricas comprometidas com as obras teóricas de Marx e Engels.

         Convencidos de que a riqueza e a complexidade da teoria marxista se manifestam pelo seu pluralismo e diversidade, os editores se empenharão em divulgar as diferentes interpretações sobre a obra de Marx. Comprometido com uma orientação democrática, não-sectária e pluralista, marxismo21 não privilegiará nenhuma tradição teórica nem se filiará a qualquer corrente político-partidária atuante na cultura política brasileira. Além disso, pretende ser um espaço de articulação da pesquisa marxista buscando conferir-lhe um caráter mais articulado e coletivo num país de dimensões continentais como é o Brasil.

        O blog pretende ser, sobretudo, um instrumento útil e valioso na luta teórica, política e ideológica pela difusão do pensamento marxista, crítico e transformador. Esta expectativa funda-se na convicção de que as ferramentas oferecidas pelos novos suportes e mídias digitais, bem como os temas relativos à sua democratização e socialização, devem ser questões e desafios enfrentados pelo marxismo no século 21.

        Iniciativa de pesquisadores marxistas, marxismo21 se consolidará e será bem sucedido desde que tenha a solidariedade ativa das entidades de pesquisa e estudos, dos editores, dos autores e dos movimentos sociais e políticos de esquerda do país.

        marxismo21 não é propriedade intelectual de seus atuais criadores, mas um compromisso de todos os marxistas que se dispuserem a participar de sua construção, produção e funcionamento.


sábado, 11 de agosto de 2012

Ídolos de barro, heróis de farelo


Cevadas no pasto da ditadura, empresas e personalidades posam hoje de democratas e benfeitoras do país, desdenhando da memória popular

Por Luiz Ricardo Leitão

A Justiça da Argentina condenou a 50 anos de prisão o General Jorge Videla, acusado não só pela morte e desaparecimento de centenas de militantes da resistência à ditadura, como também pelo sequestro e ocultação de inúmeros bebês filhos desses combatentes. A sentença exemplar assinala o fim do longo processo deflagrado por uma denúncia das Avós da Praça de Mayo e representa uma enorme vitória do movimento social argentino, cuja intensa mobilização e organização tem sido decisiva para reescrever a história de sua pátria desde a queda do regime militar em 1983.
Cá nesta nossa Bruzundanga, no entanto, continuamos a padecer as sequelas de uma história truncada e obscura, repleta de ídolos de barro e heróis de farelo. Basta lembrar a “Independência”, proclamada sobre o lombo de um cavalo por um príncipe português em meio às intrigas da sua Corte, ou então a tosca “República”, decretada sem nenhum tiro na agonia do Império – cujo final, aliás, Caio Prado Jr. descreveu com rara ironia: “uma simples passeata militar bastou para lhe arrancar o último suspiro...”
Durante séculos, prevaleceu nas escolas e na imprensa essa história oficial, capaz de exaltar os feitos ‘gloriosos’ de D. Pedro I ou dos marechais da I República, ignorando sistematicamente as lutas de Zumbi dos Palmares, a resistência de Canudos e do Contestado – e estigmatizando sem dó os lutadores do povo, como tão bem o sabem nossos companheiros do MST, tachados de atrasados ou criminosos pelos coronéis da mídia contemporânea. Mas essas vozes dissonantes continuam a desafiar o “coro dos contentes” que se lambuza nas tetas do Estado – e já não há como abafar as maracutaias do estranho consórcio que reúne monopólios, banqueiros, o agronegócio, a grande mídia e os emergentes desta era dita pós-moderna, em que se incluem Eike Batista, Daniel Dantas e outros arrivistas de igual jaez.
Sua prepotência é apenas fachada, pois, como nos ensinou o velho Marx, se tudo que é sólido se desmancha no ar, imaginem o destino de tais patrimônios erguidos sobre mentiras e riquezas virtuais. Um símbolo de tamanha farsa é o senador Demóstenes Torres: autoproclamado “arauto da moralidade”, o democrata (!) foi cassado por suas relações mui perigosa$ com o bicheiro Carlinhos Cachoeira. Outro cuja desfaçatez veio abaixo é João Havelange, ex-presidente da Fifa, entidade pródiga em escândalos de suborno & corrupção: a Justiça suíça acaba de confirmar que esse “herói do esporte” recebeu R$ 3,1 milhões da ISL para beneficiar a empresa nos contratos de TV das Copas de 1998 e 2002.
Há muita carne debaixo desse angu, meu caro leitor. Além de Havelange, seu pupilo Ricardo Teixeira (ex-presidente da CBF, hoje ‘exilado’ em Miami) também abocanhou uma nota: R$ 26,4 milhões! Já imaginaram o dinheiro que outros mafiosos têm faturado com suas ‘ações’ em prol do desporto local e mundial? E as poderosas redes de TV, como a Globo, que geniais ‘jogadas’ terão promovido em seus contratos com a Fifa e a CBF? (Isso sem falar no COI e no COB, cujos negócios têm sido geridos por figuras como Juan Antonio Saramanch e Carlos Arthur Nuzman, gente mui proba e desprendida...).
Cevadas no pasto da ditadura, essas empresas e personalidades posam hoje de democratas e benfeitoras do país, desdenhando da memória popular. E quando algum de seus próceres cai em desgraça (caso de Havelange e Teixeira) ou vem a falecer (como ocorreu com dom Eugênio Salles), sua trajetória ou obituário atinge tons inusitados de heroísmo e grandeza. Nas páginas da Veja e da Época, ou nos telejornais da Globo e da Band, o cardeal foi descrito como um mártir da luta contra a ditadura, que abrigou “milhares” (?) de perseguidos pelo regime militar... Bem, na vida real, fora da tela, a história é bem diferente.
O mundo, porém, dá muitas voltas... Aqui no Rio, aliás, corre um abaixo-assinado para rebatizar o Engenhão, substituindo o João de farelo pelo saudoso João Sem Medo (isto é: em vez de João Havelange, o estádio cedido ao Botafogo ganharia o nome de João Saldanha). Mesmo simbólico, não seria um gol de letra?

Luiz Ricardo Leitão é escritor e professor associado da UERJ. Doutor em Estudos Literários pela Universidade de La Habana, é autor de Noel Rosa – Poeta da Vila, Cronista do Brasil e de Lima Barreto – o rebelde imprescindível.


FONTE: Brasil de Fato


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Declaração de Anita Prestes no Programa Faixa Livre

Comentando sobre o manifesto contra a inclusão de seu nome no mensalão

Clique no link abaixo para ouvir a entrevista:


http://www.programafaixalivre.org.br/?id=1278&participante=6675


Para assinar o Manifesto em solidariedade a Anita Prestes, clique no link abaixo:

http://www.peticaopublica.com.br/?pi=ANILEPRE



quinta-feira, 9 de agosto de 2012

As armas da crítica: antologia do pensamento de esquerda

KARL MARX e FRIEDRICH ENGELS, VLADIMIR ILITCH ULIANOV LENIN, LEON TROTSKI, ROSA LUXEMBURGO, ANTONIO GRAMSCI

Lançamento


As armas da crítica

antologia do pensamento de esquerda
Ivana Jinkings e Emir Sader (orgs.)

Confira texto sobre o livro no Blog da Boitempo
Quase cem anos depois da primeira revolta proletária bem-sucedida no mundo, a Revolução Russa, quando a palavra “revolução” de certo modo se banaliza e alguns chegam a proclamar o fim da história, a Boitempo Editorial publica uma antologia que reúne alguns dos principais textos “clássicos” do pensamento marxista. As armas da crítica, organizado por Ivana Jinkings e Emir Sader, traz textos de Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Lenin, Leon Trotski, Rosa Luxemburgo e Antonio Gramsci. A escolha pelos marxistas para esta coleção se deve ao fato de o marxismo constituir a espinha dorsal das teorias e práticas da esquerda desde que esta se firmou como força política e ideológica ao longo do século XX.
Este livro inaugura um projeto planejado para três volumes, divididos entre os autores clássicos, os do chamado marxismo ocidental e os contemporâneos. Abrindo o primeiro volume – dos clássicos – estão escritos dos fundadores do marxismo, Marx e Engels. Seguem-se a eles textos redigidos pelos mais destacados teóricos e dirigentes políticos do ciclo revolucionário do fim dos anos 1910 e do momento imediatamente posterior à Primeira Guerra Mundial: Lenin, Trotski, Rosa Luxemburgo e Gramsci. Todos são exemplos consagrados da capacidade de articulação entre teoria e prática, reflexão e ação, nos momentos de ascensão e de refluxo do movimento comunista.

Cada texto tem uma introdução, na qual se encontram as referências bibliográficas das edições originais e o nome dos tradutores e revisores técnicos. O volume inclui ainda um índice onomástico e indicações bibliográficas para os leitores que quiserem se aprofundar mais nos temas abordados.

Os autores apresentados também compartilham características. Foram ao mesmo tempo teóricos e militantes, pensadores e dirigentes revolucionários. Além disso, a prática política, o âmbito partidário, as esferas nacionais e internacionais foram sempre seus espaços de reflexão e de ação. Nenhum deles se dedicou a carreiras acadêmicas, nem por isso deixaram de valorizar extraordinariamente a teoria, construindo obras de porte monumental como formas de decifrar a realidade e fundamentar a ação política.

“Melhor que uma ferramenta: um arsenal de armas, as tais ‘armas da crítica’, tão indispensáveis ao combate revolucionário quanto seu complemento dialético, a crítica das armas”, afirma o sociólogo radicado em Paris, Michael Löwy, diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS). Para ele, o livro “constitui sem dúvida uma excelente ferramenta não só para entender, mas também para transformar o mundo, como bem diz a famosa Tese 11 de Karl Marx sobre Ludwig Feuerbach”.

Mas, por que voltar aos clássicos do marxismo em um momento destes? Löwy ressalta três características marcantes dos textos selecionados: a relevância e pertinência dessas análises que se mostram atuais 100 ou 150 anos depois de sua publicação; a impressionante diversidade dos grandes textos do marxismo, muitas vezes convergentes, outras divergentes ou complementares; e a natureza dinâmica do pensamento que se desenvolveu a partir de Marx e Friedrich Engels, produzindo conceitos novos, como imperialismo, hegemonia e revolução permanente.

“Os grandes pensadores comunistas pagaram caro por seu compromisso com a causa dos oprimidos e dos explorados. O que seus algozes não conseguiram matar, prender ou exilar foram suas ideias, as quais, graças a livros como este, continuarão a atrapalhar o sono dos poderosos – e a inspirar a revolta dos subalternos”, afirma o sociólogo.

“Se ser de esquerda é lutar pela igualdade, esperamos que a leitura – ou a releitura – desses escritos represente um passo adiante na luta, sempre atual e renovada, contra a fonte maior de desigualdades, o capitalismo”, concluem os organizadores no texto de apresentação. “Que a leitura desses clássicos nos torne cada vez mais contemporâneos do nosso presente. Que nos leve a pensar na história como uma permanente aventura de liberdade e de utopias, fazendo da articulação entre teoria e prática a chave da construção de um futuro que vislumbre a emancipação humana”.


Sumário

KARL MARX e FRIEDRICH ENGELS 

1 Manifesto Comunista
2 A ideologia alemã
3 Mensagem do Comitê Central à Liga [dos Comunistas]
4 O 18 de brumário de Luís Bonaparte
5 Grundrisse
6 Contribuição à crítica da economia política
7 O capital
8 A guerra civil na França

VLADIMIR ILITCH ULIANOV LENIN 

9 Que fazer?
10 Imperialismo, fase superior do capitalismo
11 O Estado e a revolução

LEON TROTSKI 

12 Balanço e perspectivas
13 A revolução permanente
14 A revolução traída

ROSA LUXEMBURGO 

15 Greve de massas, partido e sindicatos
16 A acumulação do capital ou O que os epígonos fizeram da teoria marxista: uma contracrítica (excertos)
17 Sobre a Revolução Russa

ANTONIO GRAMSCI 

18 A revolução contra O capital
19 O conceito de revolução passiva
20 O problema da direção política na formação e no desenvolvimento da nação e do Estado moderno na Itália
21 Observações sobre alguns aspectos da estrutura dos partidos políticos nos períodos de crise orgânica



Sobre os organizadores


Ivana Jinkings: é editora da Boitempo e da revista Margem Esquerda. Coordenou aLatinoamericana: enciclopédia contemporânea da América Latina e do Caribe (com Emir Sader, Rodrigo Nobile e Carlos Eduardo Martins, 2006) – vencedora do Prêmio Jabuti de Melhor Livro do Ano de Não Ficção em 2007 – e coorganizou As utopias de Michael Löwy: reflexões sobre um marxista insubordinado (com João Alexandre Peschanski, 2007) e István Mészáros e os desafios do tempo histórico (com Rodrigo Nobile, 2011), todos pela Boitempo.

Emir Sader: é professor aposentado de Sociologia da Universidade de São Paulo (USP), professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e secretário-executivo do Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (Clacso). É autor, entre vários outros livros, de A vingança da história (2003) e A nova toupeira (2009), ambos pela Boitempo, tendo sido este último ganhador do Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Ciências Humanas e também publicado na Argentina (Siglo XXI), Espanha (El Viejo Topo) e Inglaterra/Estados Unidos (Verso).


Ficha técnica
Título: As armas da crítica
Subtítulo: antologia do pensamento de esquerda
Organizadores: Ivana Jinkings e Emir Sader
Autores: Karl Marx, Friedrich Engels, Vladimir Ilitch Ulianov Lenin, Leon Trotski, Rosa Luxemburgo e Antonio Gramsci
Orelha: Michael Löwy
Páginas: 304
ISBN: 978-85-7559-215-1
Preço: R$ 39,00 [em breve em ebook]
Editora: Boitempo


terça-feira, 7 de agosto de 2012

O Custo da Copa


Milhares de arquivos secretos de Pinochet são publicados


A polícia secreta do falecido general Augusto Pinochet liderou uma rede de espionagem dentro e fora do Chile, que se cruzou com o Vaticano, o FBI, as ditaduras latino-americanas e a imprensa mundial, como revelam milhares de arquivos secretos e até agora inéditos.


A reportagem é do sítio Religión Digital, 02-08-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.


Estes documentos, durante décadas catalogados como reservados, confirmam que os órgãos repressivos chilenos, a DINA [Direção de Inteligência Nacional] primeiro e a CNI [Central Nacional de Informações] depois, mantinham correspondência quase diária com ministros e outras autoridades para coordenar operações em todo o mundo.


O coronel Manuel Contreras, que, como diretor da DINA, planejou ataques nos EUAArgentina Itália, tinha poder até para investigar funcionários do Estado, como revela a Circular Reservada 35 F-151 de 1975. "Sua Excelência (Pinochet) determinou que, a partir desta data, nenhum funcionário público seja contratado sem que previamente se anexe a seus antecedentes um relatório da DINA com relação às atividades que o interessado possa ter realizado", informou o ministro do Interior da época, general Raúl Benavides.


Em 1976, os poderes da DINA foram ampliados e detalhados. Ela podia investigar todos os funcionários, sendo a única responsável para instalar os interfones presidenciais na administração pública.


Polícia secreta tinha arquivo com fichas de detidos e perseguidos


A polícia secreta, responsável por milhares de desaparecidos, executados e torturados, segundo relatórios oficiais, também passou a manter um arquivo com as fichas de todos os presos e perseguidos, cuja informação ela enviava aos ministérios que a pediam. A DINA, cujo diretor está hoje preso, cumprindo uma centena de condenações, tinha poder até para dar ordens a ministros, como revela o Plano de Operação Epsilon.


A iniciativa foi projetada em junho de 1975 por Contreras, antes da visita ao país da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, à qual acudiam centenas de denunciantes da oposição. O coronel Contreras, que sempre se gabou de tomar café da manhã diariamente com Pinochet, repartia nesse plano tarefas a todos os tipos de autoridades, às quais advertia que, perante qualquer dúvida, deviam contatá-lo diretamente por telefone.


A estratégia, contida em 11 páginas distribuídas a ministros e chefes de serviços, tinha por missão "realizar uma campanha de ação psicológica aberta e clandestina", para neutralizar no mundo as denúncias de violações aos direitos humanos.


As ações abrangem desde o uso de jornalistas, que não são nomeados, para que que "festejem" pela visita da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, até a eliminação de fitas da Segunda Guerra Mundial da programação televisiva por aludir ao nazismo.


Também são propostas campanhas de ataques à situação dos direitos humanos em PortugalUnião Soviética,Cuba Vietnã, e a disputa de uma partida de futebol entre Chile Brasil, como distração.


As coordenações entre a polícia secreta e os ministros continuaram mesmo após a dissolução da DINA em 1978, após a eclosão de uma crise com os EUA por causa do atentado explosivo em Washington contra o ex-chanceler socialista Orlando Letelier.


Embaixadas remetiam relatórios sobre exilados e meios de comunicação


CNI, órgão que substitui a DINA, impulsionou a partir desse ano as operações na BolíviaArgentina Brasil, por meio das embaixadas chilenas que remetem relatórios periódicos sobre a atividade dos exilados, os meios de comunicação e órgãos humanitários.


Prova disso é que, no dia 17 de marco de 1978, o vice-ministro das Relações Exteriores do Chile, o general-brigadeiro Enrique Valdés Puga, assinou e enviou o ofício secreto número 35 da Chancelaria ao então diretor da CNI, o general Odlanier Mena.


"De acordo com o conversado com os Srs. sobre a necessidade de normalizar a situação de envio de oficiais da CNIcomo Conselheiros Administrativos ou Civiis a diversas representações diplomáticas do Chile no exterior, eu muito agradeceria que se remetesse, o mais brevemente possível, ao abaixo-assinado, um exemplar do Plano Condor", escreveu  Valdés.


O chefe da polícia secreta, como era de costume, respondeu no dia 21 de fevereiro diretamente ao chanceler da época, o almirante Patricio Carvajal, ratificando os destinos dos militares José AquevequeLeón González Raúl Valley ao PeruBolívia Argentina, respectivamente.


Desacreditar opositores e conquistar aliados


Os arquivos secretos revelam também o esforço contínuo da ditadura (1973-1990) para desacreditar os seus opositores e conquistar aliados, operação em que também aparece envolvido o hoje deputado da Renovação Nacional Alberto Cardemil, correligionário do presidente Sebastián Piñera.


Cardemil, que atuava nos prolegômenos do regime pinochetista como vice-ministro do Interior, enviou à Chancelaria as fichas secretas dos funcionários da Vicaría de la Solidaridad, para pôr em marcha uma ampla ação de desprestígio dessa entidade defensora dos direitos humanos, liderada pela Igreja Católica.


"Conforme o conversado em nossa reunião almoço de dias passados, permito-me anexar uma pasta com antecedentes completos das pessoas que trabalham na Vicaría de la Solidaridad", escreveu Cardemil no dia 26 de abril de 1985, no ofício secreto 1.953.


Diálogos com o Vaticano


As operações detalhadas nesses arquivos revelam ainda o rastreamento de centenas de correspondentes dentro e fora do Chile, como Pierre Kalfon, do Le Monde, e James Pringle, da Newsweek, entre quase mil referidos nesses documentos.


Também há preocupação com o trabalho de artistas como o escritor Ariel Dorfman, e as equipes de inteligência remetem às autoridades do governo detalhes dos debates em centros de estudo, o que chamam de "ativismo intelectual".


Os textos também revelam os diálogos com o Vaticano para neutralizar os setores da Igreja que criticavam as violações aos direitos humanos, liderados pelo cardeal Raúl Silva Henríquez.


Peças-chave em toda essa rede também são os Relatórios de Apreciação Sociológica que a Marinha preparava para a Junta Militar nos últimos anos do regime. Neles, é delineada a entrega do poder e as características que deveria ter a democracia nascente, em que se espera que os militares não abram mão do "princípio de autoridade".


"Isso merecerá a conveniência de considerar, em 1989, algumas mudanças na organização do Estado, preservando a substância institucional dos três primeiros capítulos da Constituição", propôs o capitão naval Rodolfo Camacho no dia 6 janeiro de 1989 nesses documentos.


As mudanças finalmente foram concordadas com a oposição de centro-esquerda. A Constituição redigida então regeu o Chile até hoje.





Hiroshima e Nagasaki: 67 anos de um genocídio

Para exibir seu poderio militar, no dia 6 de agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram a bomba atômica sobre a cidade de Hiroshima, no Japão, matando indiscriminadamente dezenas de milhares de pessoas. No dia 9, foi a vez de Nagasaki. 

Até o momento na história da humanidade, o único país que teve a coragem de usar armas nucleares contra alvos civis foi os Estados Unidos da América. A preocupação dos EUA com o desenvolvimento de armas nucleares por parte de outros países, como Coreia do Norte e Irã por exemplo, não é a segurança do mundo, mas o medo de que outro país possa superá-los em suas monstruosidades. Como o que fizeram na Guatemala: Nos anos 1940, cientistas dos EUA infectaram sem consentimento prostitutas e doentes mentais na Guatemala




segunda-feira, 6 de agosto de 2012

ARENA CONTA ZUMBI

Homenagem do Instituto Augusto Boal ao musical montado em 1965 e que se tornou um marco da trajetória do Teatro de Arena. De autoria de Augusto Boal e Gianfrancesco Guarnieri, com músicas de Edu Lobo, o texto retrata a luta dos quilombolas de Palmares e sua resistência ao jugo português.



I Curso Livre Marx e Engels: gravações inéditas das aulas



Com o objetivo de renovar o interesse pela leitura e pelo estudo da obra de Karl Marx e Friedrich Engels, a Boitempo Editorial, com o apoio do Programa de Estudos Pós-Graduados em História da PUC-SP, promoveu o Curso Livre Marx e Engels. Ocorrido entre os dias 24 de março e 10 de abril de 2008, o curso contou com aulas abertas e gratuitas sobre 7 obras dos filósofos, cada uma delas ministrada por um importante intelectual marxista brasileiro.
Confira abaixo gravações inéditas de 5 das aulas.

Manuscritos econômico-filosóficos, por Ruy Braga

Crítica da filosofia do direito de Hegel, por Alysson Mascaro




Sobre o suicídio, por Maria Lygia Quartim de Moraes






A situação da classe trabalhadora na Inglaterra, por Ricardo Antunes





Manifesto Comunista, por Francisco de Oliveira




FONTE: Blog da Boitempo