segunda-feira, 13 de novembro de 2017

O Estado Ampliado como Ferramenta Metodológica

Texto da historiadora Sonia Regina de Mendonça publicado na Revista Marx e o Marxismo v.2, n.2, jan/jul 2014

Casa-museo de Antonio Gramsci
Resumo
Inúmeros estudos dedicados ao Estado brasileiro insistem em concebê-lo ora como questão da “natureza”, ora como “via de mão única” onde os atores sociais são tomados como “entidades” estranhas entre si. Isso remete a origem do Estado à ideia do contrato social, resultando num Estado-Sujeito que “paira” acima da sociedade, dotado de vontade própria e desvinculado dos grupos sociais. Foi o marxismo que se contrapôs a esta matriz, criticando seu extremo individualismo. Todavia, mesmo em seu interior algumas simplificações mecanicistas adulteram o conceito de Estado. As transformações sociopolíticas de inícios do século XX propiciaram condições para renovações no marxismo e sua noção de Estado, sobretudo aquela elaborada por Gramsci. Este, superando a dicotomia das matrizes anteriores, resgatou os conceitos de sociedade civil e sociedade política recriando o conceito de Estado Ampliado que, além de inovar teoricamente, institui-se em ferramenta metodológica contendo em si mesmo um “roteiro” de pesquisa.




sábado, 11 de novembro de 2017

Astrojildo Pereira: A Revolução Russa

Blog da Boitempo disponibiliza um artigo clássico de Astrojildo Pereira, recuperado para a edição especial da revista Margem Esquerda, um volume inteiramente dedicado ao centenário da Revolução Russa.

Escrito no calor da hora, texto foi e publicado no primeiro número periódico carioca O Debate, de julho de 1917. No ano seguinte, o jovem jornalista anarcossindicalista seria preso por participar da frustrada insurreição anarquista de 1918, sendo libertado em 1919. É sob o impacto mundial da experiência revolucionária russa que começava a se desdobrar que Astrojildo eventualmente adere ao comunismo, chegando a fundar, em 1921 o Grupo Comunista do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, o Partido Comunista do Brasil.



* * *

A Revolução Russa

Por Astrojildo Pereira

Bem difícil, sem dúvida, é precisar o curso dos atuais acontecimentos na Rússia. Aliás, seria rematada tolice pretender firmar tais ou quais traços definitivos do grande movimento que deu por terra, abruptamente, com a casta dos Romanov, e com ela, de cambulhada, todas as demais castas aristocráticas e monopolizadoras das riquezas e do poder.


Movimento de tal magnitude e complexidade, revolvido por mil correntes diversas, há de por força manifestar-se confuso e contraditório, com altos e baixos, com claros e escuros violentos. Impossível, pois, determinar em linhas inflexíveis os traços essenciais dos fatos revolucionários e suas consequências. O que não quer dizer que, em meio do cipoal dos telegramas e correspondências e de outros documentos mais raros, não se possa fazer uma ideia mais ou menos aproximada do grande drama político – grande por si mesmo e ainda maior pelas suas consequências – da orientação que o tem guiado e das tendências que o caracterizam.

Os dois núcleos orientadores do movimento, a Duma e o Comitê de Operários e Soldados – este surgido da própria Revolução –, logo tomaram posições antagônicas, terminado o primeiro golpe demolidor. A Duma, vinda do antigo regime, pode-se dizer que representa, em maioria, a burguesia moderada e democrática, ao passo que o Comitê de Operários e Soldados, composto de operários, representa o proletariado avançado, democrata, socialista e anarquista. A Duma deu o governo provisório e o primeiro ministério; o Comitê de Operários e Soldados derrubou o primeiro ministro, influiu poderosamente na formação do segundo e tem anulado quase por completo, senão de todo, a ação da Duma.

Insignificante, sem nenhum peso, ao menos até agora, o elemento reacionário e aristocrático, a situação russa tem de obedecer, na sua luta pela estabilização pública, às duas forças principais enfeixadas pelo proletariado socialista e anarquista e pela burguesia democrática e republicana. A qual das duas forças está destinada a preponderância na reorganização da vida russa? O que se pode afirmar com certeza é que essa preponderância tem cabido, até agora, ao proletariado.

E como o proletariado, cuja capacidade política já anulou o papel da Duma burguesa, está também com as armas na mão, não encontrando, pois, resistência séria aos desígnios, não muito longe da certeza andará quem prever a sua contínua preponderância, até a completa absorção de todos os campos da vida nacional, extinguindo-se, de tal modo num prazo mais ou menos largo, a divisão do povo em castas diversas e inimigas.

E inútil é insistir na influência que tais acontecimentos exercerão no resto do mundo, na obra de reconstrução dos povos, cujos alicerces estão sendo abalados pelo fragor inaudito dos grandes canhões destruidores…


sexta-feira, 10 de novembro de 2017

terça-feira, 7 de novembro de 2017

Duas décadas depois, um encontro (nunca visto) entre dois gigantes do samba

Por André Barcinski



Em meados dos anos 1990, eu morava em Nova York e comecei o projeto de um documentário sobre a história do samba. Vim ao Brasil algumas vezes, por conta própria, e entrevistei músicos e historiadores, com a intenção de esboçar um roteiro para o filme.

Em 1996, um dos entrevistados, o cantor e compositor Nelson Sargento, me procurou para informar que Carlos Cachaça, à época com 94 anos de idade, estava muito mal de saúde, e que talvez fosse prudente filmá-lo logo.

Nelson Sargento e Carlos Cachaça (1902-1999) 


Carlos é um pioneiro do samba carioca. Nascido em 1902, foi um dos fundadores da Mangueira, em 1928, e compôs sambas clássicos, vários em parceria com o amigo Cartola. Em 1996, era o último sobrevivente entre os fundadores da Mangueira.

Nelson Sargento, embora 22 anos mais novo que Carlos, sabia tudo sobre a Mangueira. Cantor , compositor , pesquisador do samba e pintor , Carlos viveu na adolescência na casa de Alfredo Português, compositor da escola. Conheceu de perto Cartola, Nelson Cavaquinho, Carlos Cachaça, Jamelão, e todos os nomes importantes da história da Mangueira. Ninguém melhor do que Nelson, portanto, para entrevistar Carlos.

Vim ao Brasil, arrumei uma ótima equipe, com meus amigos Heitor D’Alincourt na produção e Fernando Lemos a cargo da fotografia, e filmamos, em 16 mm, o encontro de Carlos e Nelson, na casa do primeiro, no Morro da Mangueira.

Apesar da fragilidade física, Carlos deu um depoimento muito bonito e cantou alguns de seus sambas.
A entrevista toda durou cerca de 45 minutos. Editei as melhores partes e fiz uma versão de 23 minutos, que legendei em inglês, para tentar atrair investidores internacionais. Também busquei financiadores no Brasil.

Depois de dois ou três anos tentando conseguir grana para o filme, sem sucesso, desisti. O material ficou guardado em caixas.

Vinte e um anos depois da entrevista, em julho de 2017, reencontrei Nelson durante um debate na Casa Folha, na FLIP . Ele havia acabado de completar 93 anos, quase a mesma idade de Carlos quando o entrevistamos. Lembrei que aquela entrevista ainda era inédita, deixei a preguiça de lado, tirei a fita U-matic embolorada do armário e pedi a meus amigos da produtora Kuarup para digitalizá-la.

A fita estava em condição ruim, já bastante mofada, e som e imagem não haviam sido tratados. Mesmo assim, dá para assistir .

Fica aqui essa pequena homenagem a dois nomes fundamentais de nossa música…


domingo, 5 de novembro de 2017

O que “fazem os historiadores quando fazem História” e a relação desse “fazer” com a intervenção pública do historiador.

HISTORIOGRAFIA POLITICA: entrevista com o Prof. Dr. Josep Fontana
Revista de Teoria da História, Volume 16, Número 2, Dezembro/2016.
Revista da Faculdade de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Goiás.  v. 16, n. 2 (2016)

Texto completo:

Resumo


Josep Fontana Lázaro nasceu em Barcelona no ano de 1931. Estudou Filosofia e Letras na Universidade de Barcelona, obtendo sua licenciatura em 1956 e seu doutorado em 1970. Foi expulso da universidade em 1966 por motivos políticos, ainda no período do franquismo. Especialista em História da Espanha (séculos XIX e XX), História Econômica e Teoria da História, áreas que ministrou aulas durante sua trajetória acadêmica na Universidade de Barcelona, Universidade Autônoma de Barcelona e Universidade de Valência. Seus livros voltam-se, nomeadamente, para o século XIX espanhol, a transição do antigo regime para o capitalismo e a formação da sociedade da indústria a partir de um ponto de vista marxista. Além disso, publicou vários livros que visam perscrutar a historicidade da teoria da história em sua imbricação com a política. Intervém regularmente no periódico alternativo eletrônico Sin Permiso (http://www.sinpermiso.info/). No Brasil publicou os livros Introdução ao Estudo da História Geral, A Europa diante do Espelho, A História dos Homens e A História depois do Fim da História. Em decorrência de sua influência no campo da Teoria da História no Brasil enviamos ao professor algumas perguntas para esclarecer algumas de suas posições em torno do que “fazem os historiadores quando fazem História” e também a relação desse “fazer” com a intervenção publica do historiador.

Palavras-chave

Historiografia, Politica, Espanha, Marxismo.


Eugenia: como movimento para criar seres humanos "melhores" nos EUA influenciou Hitler

Milhares de pessoas foram esterilizadas em programa promovido por cientistas americanos, uma história que caiu no esquecimento. 

Peter Lang-Stanton e Steven Jackson
Da BBC
23 abril 2017

A logomarca do programa de eugenia dizia: 'Eugenia é a direção própria da evolução humana. Como uma árvore, retira seus materiais de muitas fontes e os organiza em uma unidade harmoniosa'

A uma hora de Nova York, no vilarejo de Cold Spring Harbour, há um laboratório de investigação genética que foi fundado em 1890, pouco depois de Charles Darwin publicar a teoria de evolução e seleção natural.

O guia do local explica que, "entre o final do século 19 e o começo do século 20, havia uma tendência de reprodução seletiva. Se um humano era considerado indigno de transmitir sua hereditariedade a gerações futuras, era esterilizado contra sua vontade".

"Felizmente, essa prática já não é aceitável, mas nós somos muito honestos sobre essa parte da nossa história. Falando sobre os erros do passado se pode aprender a adotar práticas melhores no futuro", afirma. Essa é a história da eugenia nos Estados Unidos.

"Muita gente associa a palavra 'eugenia' aos nazistas e ao Holocausto. Mas isso está errado. Na verdade, Hitler aprendeu com o que os EUA haviam feito", afirma Daniel Kevles, historiador da ciência da Universidade de Yale, aposentado recentemente.

Segundo Kevles, para entender a eugenia, é preciso voltar à Inglaterra vitoriana, em meados de 1800. "Tudo começou com as ideias de Francis Galton, cientista que era primo de Darwin. Ele era antropólogo, geógrafo, explorador, inventor, meteorologista, estatístico, psicólogo. Mas o que lhe fascinava acima de tudo era a genialidade e a herança biológica."

Galton acreditava que, se conseguíssemos encontrar a maneira de quantificar essa hereditariedade, poderíamos controlá-la e produzir humanos melhores, como fazemos com o gado e com as plantas. A esse novo programa de reprodução seletiva que permitiria tomar as rédeas da nossa evolução, se deu o nome de eugenia.

"Não era irracional que biólogos como Galton pensassem que, se as ciências físicas estavam mudando o mundo tão dramaticamente - as ferrovias, a luz elétrica, o telefone -, as ciências da vida poderiam fazer o mesmo."

Contexto americano

Local onde se realizavam esterilizações agora se chama Centro de Treinamento Central da Virgínia
Até a virada do século, a ideia de Galton estava se disseminando pelo mundo. Começou a enraizar-se nos Estados Unidos em parte porque nessa época as pessoas estavam preocupadas com o que estava acontecendo com suas cidades. Seus apoiadores tinham uma tendência de ser "da classe média, brancos e bem educados, que se sentiam perturbadas com as favelas industriais".

Desde a Revolução Industrial, a partir de meados do século 19, os camponeses começaram a ir para as cidades em busca de trabalho nas fábricas. Foi uma das primeiras vezes na história que os Estados Unidos tiveram de enfrentar problemas sociais urbanos.

"Crime, prostituição, alcoolismo, pobreza. Além dos camponeses, os imigrantes também estavam chegando em grandes ondas vindos do sul e do leste da Europa. Houve uma confluência de fatores nos primeiros 15 anos do século 20 nos Estados Unidos que criou um público para a eugenia", explica o historiador.

A teoria deu àqueles que estavam aterrorizados com o que viam nas ruas uma estrutura biológica para a compreensão da situação: tudo se resumia a problemas hereditários. No entanto, não era precisamente a isso que Galton se referia: para o vitoriano, a eugenia tratava de fomentar a reprodução de gênios.

Foi nos Estados Unidos que a eugenia ganhou contornos mais negativos: o controle de quem se reproduziria e quem não teria esse direito. "Isso acontecia porque os Estados Unidos pareciam estar se 'degenerando' - essa era a palavra usada na época", disse Kevles.

"A eugenia é normalmente tratada como uma pseudociência. Mas, no meu ponto de vista, ciência é o que os cientistas fazem. E nessa época, muitos cientistas estavam interessados na eugenia."

Mãos à obra

Uma revista do começo do século 20 exibe a manchete: 'Devemos reproduzir ou esterilizar os defeituosos?'
A eugenia não interessou somente a cientistas maus, mas também àqueles que queriam saber como herdávamos certas características. Em 1910, foi criado um laboratório perto da cidade de Nova York, citado no começo dessa reportagem, que se chamava "Oficina de Registro de Eugenia".

Lá, as informações eram coletadas, processadas e arquivadas. Eles estavam interessados em todo tipo de característica: desde a cor dos cabelos e olhos até o daltonismo e a epilepsia, além de curiosidades como "o amor pelo mar", algo que chamavam de "ciganismo", "genes de guerreiros", até outros menos exóticos, como a promiscuidade, controle moral, "vagabundagem" e sobriedade.

Apesar disso, a eugenia se converteu em uma palavra familiar nos Estados Unidos: aparecia nos jornais, no rádio, nos filmes. Nas feiras agrícolas, começaram a aparecer alguns "concursos de famílias mais aptas" - eram como os de gado, só que as famílias se submetiam a provas médicas, psicológicas e de inteligência, além de entregarem um histórico familiar. Os ganhadores recebiam uma medalha com a seguinte frase bíblica: "Tenho uma bela herança" (Salmo 16:6).

Além desses, também havia concursos nas universidades, e os jovens mais privilegiados eram incentivados sobre o "dever de se reproduzir". "Todo mundo era eugenista, porque não sabiam dos crimes que seriam cometidos por causa dessa palavra", afirmou Kevles.

'Três gerações de imbecis são suficientes'

Em meados de 1920, esterilizar pessoas era legal em alguns Estados americanos. Mas ainda não havia uma lei federal para a esterilização compulsiva nos EUA. Muitas das leis estaduais foram levadas às cortes e anuladas, porque os juízes não aprovavam esterilização sem consentimento.

Mas em 1927 foi emitida uma decisão sobre a constitucionalidade da esterilização por eugenia. O caso Bucks versus Bell ficou famoso na Suprema Corte e representou um ponto de inflexão na história da eugenia nos Estados Unidos.

Carrie Buck era uma jovem interna na Colônia Estatal de Virginia para Epiléticos e Débeis Mentais. O superintendente era John Bell, que queria impedir que ela tivesse filhos. O caso chegou à Suprema Corte, e os juízes, depois de aceitarem que tanto ela como a mãe era "débeis mentais e promíscuas", votaram 8 a favor e 1 contra por sua esterelização.

Além de determinarem que isso era constitucional, os juízes ainda afirmaram que seria "irresponsável" não fazê-lo. O veredito escrito pelo juiz Oliver Wendell Holmes Junior em 2 de maio de 1927 dizia:

"É melhor para todo mundo se, em vez de esperar para executar os descendentes degenerados por algum crime ou deixar que morram de fome por causa da imbecilidade, a sociedade possa prevenir aqueles que são manifestadamente inaptos de se reproduzirem. O princípio que sustenta a vacinação obrigatória é suficientemente amplo para cobrir o corte das trompas de Falópio. (...) Três gerações de imbecis são suficientes."

Se a eugenia era popular antes desse veredito, a partir desse momento, era lei. "Nos anos 30 a esterilização disparou", lembra Kevles. Os surdos, cegos, epiléticos, "débeis mentais" e até pobres eram esterilizados, já que a pobreza tinha seu próprio diagnóstico médico: o pauperismo. Qualquer pessoa considerada um obstáculo para a sociedade estava em risco.

Cerca de 60 a 70 mil indivíduos foram esterilizados nos Estados Unidos. E o mais surpreendente é que, em alguns Estados, como a Virginia, a esterilização continuou até 1979.

Esquecimento

Alguns dos participantes do concurso "família mais apta" no estado do Kansas, nos anos 1920

Quando o advogado Mark Bold, da cidade de Lynchburg, na Virginia, estava cursando a universidade, uma de suas aulas era dedicada a "sentenças lamentáveis'. Entre elas, ele ficou obcecado pelo caso Bucks vs. Bell. "Eu me dei conta de que a maioria das pessoas não sabia do que tinha acontecido."

Depois da 2ª Guerra Mundial, a eugenia foi associada aos nazistas, e, quase ao mesmo tempo, nossa compreensão sobre a genética começou a se expandir e ideias como a da teoria caíram em descrença. Por isso, a lembrança da eugenia não relacionada ao Terceiro Reich foi se apagando.

E. Lewis Reynolds recebeu indenização, mas nunca pôde ter filhos
Bold sentiu que "tinha que fazer algo", por isso estudou a história, conversou com a maior quantidade de pessoas que conseguiu e até encontrou alguns dos útimos sobreviventes. Um deles, E. Lewis Reynolds, tem 88 anos de idade. Quando criança, seu primo jogou uma pedra na sua cabeça, o que lhe causou convulsões.

Pelo menos, essa é uma versão do que pode ter acontecido, já que não se recorda muito bem. O que ele sabe, e está registrado, é que o levaram à Colônia Estatal da Virgínia para Epilépticos e Débeis Mentais.

Somente anos mais tarde, depois de fazer um exame médico para se alistar no Exército dos Estados Unidos, é que ele foi saber do que havia acontecido. "O médico me disse que eu poderia dormir com quantas mulheres eu quisesse, porque eu 'disparava cartuchos vazios' - foi isso que ele me disse", contou ele à BBC.

"Contei para minha noiva, mas ela disse que gostava muito de mim para me abandonar. Casamos e ficamos juntos muitos anos. Ela morreu há oito. Acho que me fizeram mal. Não deveriam ter me operado. Tiraram meu direito de ter uma família", lamenta Reynolds.

Perguntas perigosas

Cartazes afirmava que tanto a epilepsia quanto a pobreza são herdadas e que no 'triângulo da vida' se pode melhorar a educação, o ambiente, mas não se pode fazer nada para melhorar a hereditariedade


Já há alguns anos, Mark Bold pressionava os legisladores de Virgínia para que compensem as vítimas. "Não podemos esperar, elas vão morrer", disse.

Finalmente, seu trabalho surtiu efeito: o Estado aceitou pagar US$ 25 mil (R$ 77mil) para cada uma. "Não sei como colocar um preço quando te tiram o direito de ter filhos, por isso é arbitrário. Mas é um gesto: declara que o Estado se portou mal", afirmou Kevles.

Mas não há dúvida de que o Estado não foi o único culpado - a ciência também foi. "A ciência é um processo, sempre está em mudança constante. O que hoje é verdade absoluta, não será amanhã. É especialmente importante prestar atenção quando o que está em jogo é a liberdade, a dignidade, e os direitos humanos", acrescentou.

Ao nos esforçarmos para entender e melhorar a condição humana, Kevles pede que não nos esqueçamos da eugenia porque, ainda que muito tenha mudado desde que Francis Galton concebeu a ideia, há algo que segue igual: os cientistas seguem sendo seres sociais.

As perguntas que eles fazem podem ser produtos de seus preconceitos sociais.

"'As meninas são melhores em matemática do que os meninos' ou 'as pessoas de cor são menos inteligentes do que as outras'... por que fazemos essas perguntas? Também há perguntas sobre as características genéticas da violência, ou do vício. E fazemos essas perguntas porque elas têm uma importância social, política e econômica, não porque sejam inerentemente interessantes", explica.

E conclui: "Devemos ter muito mais cuidado e não 'genetizar' ou 'medicalizar' as condições humanas que nos assustam, nos incomodam e nos custam".

FONTE: BBC

sábado, 4 de novembro de 2017

Para download: "História de América Latina" en 16 volúmenes, Leslie Bethell, ed.



1. Colonial. Conquista
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjeFBEb2Q5WC1xZHM

2. Colonial. XVI, XVII e XVIII
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjYVlMN2xZWk1BaEE

3. Colonial. Economia
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjMTdfSEdiNC1sMUk

4. Colonial. População, sociedade e cultura
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjT1EtZnZMMVpZdzg

5. Independência
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjUjZwS0ZROEd1UUU

6. Independente. 1820-1870
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjaVNHYnVIdVVlOFU

7. Economia e sociedade. 1870-1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjaW9ONkZGbHJQaXM

8. Cultura e sociedade. 1830-1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjd2w1MW1fVkQxU2s

9. México, América Central e Caribe. 1870-1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjWjltNlRka25UZk0

10. América do Sul. 1870-1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjVHFudHdjQnhLTnM

11. Economia e sociedade desde 1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjd2RaV3pyWlZrSTA

12. Política e sociedade desde 1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjMVlqZmRPdm9sck0

13. México e Caribe desde 1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjbE1jZWRTSU5jRXc

14. América central desde 1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjc0JaSEtuVDZBalU

15. O CONE SUL DESDE 1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjeTNKaFpNWmZxSGM

16. Os países andinos desde 1930
https://drive.google.com/open?id=0B8Za9iTvwAEjM0FwV1ZFbm1vUW8

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Os dois mais explosivos textos políticos da modernidade.

A Revolução Russa de 1917 transformou o Manifesto Comunista no texto fundamental para socialistas em todo o mundo. No centenário do evento que marcou o século XX, esse volume coloca a obra mais famosa de Marx e Engels ao lado de outro texto clássico, Teses de abril, o manifesto revolucionário de Lênin que eleva a política a uma forma de arte. Essa edição comemorativa apresenta ainda textos introdutórios de Tariq Ali, contextualizando o período em que o Manifesto foi redigido – às vésperas das revoluções de 1848 – e traçando sua influência sobre as Teses de abril, texto que por sua vez daria novo fôlego ao Manifesto Comunista.  

"Lênin compreendia Marx melhor do que a maioria dos dirigentes políticos de sua época. Em abril de 1917, entre as duas revoluções que transformaram a Rússia tsarista durante a primeira guerra imperialista, o bolchevique escreveu uma série de teses baseadas na teoria marxista, exortando seu partido a fazer os preparativos necessários para uma revolução social – teses estas que estão incluídas na parte final deste livro. Por outro lado, sem a Revolução Russa de novembro de 1917, o Manifesto Comunista – que abre o volume – acabaria confinado às bibliotecas especializadas em vez de rivalizar com a Bíblia como o texto mais traduzido na história moderna", afirma Ali. 

O Manifesto Comunista é o texto político mais influente já escrito – poucos chamados à ação foram capazes de tão efetivamente agitar e mudar o mundo. Agora, no despertar de um novo século, sob uma dura crise financeira e em um mundo construído sobre regimes de austeridade permanente, cada vez mais dominado por terríveis disparidades econômicas, ele permanece um ponto de referência para quem tenta compreender as transformações que são hoje forjadas pelo capitalismo e suas formas concomitantes de exploração.

É nas Teses de abril, escritas em 1917, que Lênin apresenta dez máximas analíticas de modo a traçar um programa para acelerar e completar a revolução que havia se iniciado em fevereiro daquele ano. Nessa edição, são incluídas também as Cartas de longe, escritas por Lênin no exílio e endereçadas a seus camaradas em Petrogrado. Nessas correspondências, Lênin dá conselhos e instruções aos que levariam adiante seus ideais no rescaldo da Revolução de Fevereiro.

Prosa com Perillo: Anita Prestes (Vale muito a pena dar um conferida nesse prosa de 7 minutos)

VÍDEO COM ENTREVISTA DA HISTORIADORA  ANITA PRESTES
A filha de Luiz Carlos Prestes e Olga Benario Prestes comenta o seu mais recente livro "Olga Benario Prestes - Uma Comunista Nos Arquivos da Gestapo" (Boitempo Editorial, 2017)




quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Emília Viotti da Costa (1928-2017): lucidez intelectual e política (vídeo da entrevista ao programa Roda Viva e download de livro)

Faleceu na manhã de hoje, 02/11/2017, a historiadora Emília Viotti da Costa, autora de obras clássicas da historiografia brasileira.

Em nota, o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), do qual a historiadora era entusiasta e próxima, disse que perdeu "uma grande amiga e lutadora e intelectual exemplar, comprometida com seu povo".


Emília Viotti presente ao Simpósio História Viva do Brasil, em 19 de maio de 2017, na Editora Unesp, ocasião em que foi celebrado os seus 50 anos de contribuições à historiografia brasileira.




A lucidez intelectual e política de EMÍLIA VIOTTI DA COSTA pode ser conhecida pela entrevista que ela concedeu, em 2001, ao Programa "Roda Viva", da TV Cultura:



Para download  "Da Monarquia à República - Momentos Decisivos"


Cientistas detectam "vazio" do tamanho de um avião na pirâmide de Quéops

AFP
Em Paris 02/11/2017 


PIRÂMIDE OCA: Um grupo internacional de cientistas descobriu uma nova estrutura no interior da Grande Pirâmide de Quéops, em Gize (Egito). A pesquisa, liderada por especialistas de Japão, França e Egito, levou à descoberta de uma grande câmara vazia (do tamanho de um avião) na maior das pirâmides de Gizé e poderia ajudar a explicar como este espetacular monumento foi erguido.


A pirâmide de Quéops no Egito, uma das sete maravilhas do mundo antigo, escondia há 4.500 anos uma surpresa. Cientistas anunciaram nesta quinta-feira a descoberta de uma enorme cavidade em seu interior que nenhuma teoria havia antecipado.

A cavidade é "tão grande como um avião de 200 passageiros no coração da pirâmide", declarou à AFP Mehdi Tayubi, codiretor do projeto ScanPyramids, responsável pela descoberta.

Uma equipe de cientistas egípcios, franceses, canadenses e japoneses trabalha desde o final de 2015 na pirâmide, utilizando tecnologia de ponta não invasiva, que permite observar através dela para descobrir possíveis espaços ou estruturas internas desconhecidas.

O objetivo é aprender um pouco mais sobre a construção das pirâmides, que sempre foi cercada de mistérios.

O monumento, de 139 metros de altura e 230 de largura, fica no complexo de Gizé, próximo do Cairo, perto da Grande Esfinge e das pirâmides de Quéfren e Miquerinos.

"Há muitas teorias sobre a existência de possíveis câmaras secretas nas pirâmides. Se juntássemos todas, obteríamos um queijo gruyere", brinca Mehdi Tayubi.

"Mas nenhuma delas previa a existência de algo tão grande", completou.

De acordo com o estudo publicado na Nature, o "big void" (grande vazio), como os cientistas denominam a descoberta, mede pelo menos 30 metros de comprimento e tem características similares às da grande galeria, a maior sala conhecida da pirâmide.

A cavidade se encontra a 40 ou 50 metros da câmara da rainha, no centro do monumento.

"O 'grande vazio' está totalmente fechado, nada foi tocado desde a construção da pirâmide. É uma descoberta muito emocionante", disse Kunihiro Morishima, da Universidade de Nagoya no Japão, integrante da missão ScanPyramids.

                    O 'grande vazio' se encontra a 40 ou 50 metros da câmara da rainha, no centro do monumento

Por quê este vazio?

Para encontrar este "bonito presente", escondido desde o reinado do faraó Quéops, os cientistas recorreram a partículas cósmicas, os chamados múons. 

Quando estas partículas elementares, criadas na alta atmosfera por raios cósmicos, entram em contato com a matéria, são freadas até parar.

Os pesquisadores medem portanto a quantidade de múons que recuperam atrás de um objeto sondado. Se comprovam um excedente em algum lugar, significa que os múons atravessaram menos matéria, isto é, um vazio.

"Esta tecnologia não é nova, mas os instrumentos são mais precisos e mais robustos hoje. Podem sobreviver às condições do deserto egípcio", explica Sébastien Procureur, cientista francês que se uniu ao projeto em 2016.

Tecnologia de ponta não invasiva que permite observar além das paredes da pirâmide para descobrir possíveis espaços ou estruturas internas desconhecidas


Para evitar polêmicas, a existência da cavidade foi confirmada por três técnicas diferentes de detecção com múons, realizadas pela Universidade de Nagoya, o laboratório de pesquisas japonês Kek e o francês CEA.

O segredo revelado nesta quinta-feira apresenta novas perguntas sobre a pirâmide: Por quê existe esta cavidade? Há algo dentro?

"Não podemos saber se o vazio contém artefatos porque seriam muito pequenos para ser detectados por este tipo de técnica", afirmou Kunihiro Morishima, coautor do estudo.

Os cientistas tampouco têm informações sobre o papel deste vazio. Poderia ser uma "sucessão de câmaras contíguas, um enorme corredor horizontal, uma segunda grande galeria. Há muitas hipóteses possíveis", disse Tayubi.

O que já está claro é que será complicado alcançar o "grande vazio".

"É uma descoberta muito emocionante", disse Kunihiro Morishima, da Universdade de Nagoya no Japão, integrante da missão ScanPyramids


"Pensamos em modos de investigação bastante leves, não destrutivos", explicou o codiretor da missão.

"O CNRS (Centro Nacional para a Pesquisa Científica) e o Inria (Instituto Nacional de Pesquisa em Informática e Automatização) se uniram ao nosso trabalho no ano passado para estudar um novo tipo de robô que consiga passar por buracos muito pequenos", concluiu. 
ScanPyramids


“El pueblo cubano no renunciará a construir una Nación soberana”

ONU, el 1ro. de noviembre de 2017 : 191 países votaron a favor de Cuba y contra el bloqueo, solo Israel respaldó a EEUU
Una vez más, y ya son 26 veces consecutivas, la comunidad internacional votó a favor de Cuba y contra el bloqueo.

"El pueblo cubano no renunciará jamás a construir una Nación soberana, independiente, socialista, democrática, próspera y sostenible. Persistiremos, con el consenso de nuestro pueblo y especialmente el compromiso patriótico de los cubanos más jóvenes, en la lucha antimperialista y en defensa de nuestra independencia, por la que ya han caído decenas de miles de cubanos y hemos corrido los mayores riesgos, como demostramos en Playa Girón y frente a todas las amenazas." Bruno Rodríguez Parrilla, ministro de Relaciones Exteriores de Cuba, en la sede de las Naciones Unidas, Nueva York, el 1ro. de noviembre de 2017.


Discurso del ministro de Relaciones Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez Parrilla, bajo el tema “Necesidad de poner fin al bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos de América contra Cuba”, en la sede de las Naciones Unidas, Nueva York, el 1ro. de noviembre de 2017.

(Versiones Taquigráficas – Consejo de Estado)

Señor Presidente;
Excelentísimos señores Representantes Permanentes;
Distinguidos delegados:

Ciudadanos norteamericanos y cubanos residentes en los Estados Unidos que se encuentran en esta sala:

Quisiera expresar al pueblo y gobierno de los Estados Unidos, al alcalde Bill De Blasio; al gobernador Andrew Cuomo y demás autoridades de Nueva York, así como a sus ciudadanos y muy especialmente a los familiares de las víctimas, las más sentidas condolencias en nombre del pueblo y gobierno cubanos, por el acto terrorista ocurrido en la tarde de ayer.

Expreso también sentidas condolencias a los pueblos y gobiernos de Argentina y Bélgica.

Señor Presidente:

Expreso la más enérgica condena a las declaraciones irrespetuosas, ofensivas e injerencistas de la Embajadora de los Estados Unidos ante las Naciones Unidas contra Cuba y contra el gobierno cubano hace pocos minutos proferidas.

Le recuerdo que los Estados Unidos, donde se cometen flagrantes violaciones de los derechos humanos que suscitan profunda preocupación de la comunidad internacional, no tienen ni la más mínima autoridad moral para criticar a Cuba, un país pequeño, solidario, de amplia y reconocida trayectoria internacional; un pueblo noble, trabajador y amistoso.

Habla ella a nombre del Jefe de un imperio que es responsable de la mayor parte de las guerras que se libran hoy en el planeta y que asesinan inocentes, y es el factor decisivo de inestabilidad mundial y de gravísimas amenazas a la paz y a la seguridad internacional, pisoteando el Derecho Internacional y la Carta de las Naciones Unidas que cínicamente ella acaba de invocar.

No han sido 55 años, señora Embajadora, se equivoca en su primera frase, han sido 26 de estas sesiones y más de un siglo del origen de los hechos que hoy se discuten.

Ella miente, usa el mismo estilo que prevalece hoy en la política estadounidense. Todo empezó antes de que existiera, incluso, la Nación cubana. Cuando el pueblo cubano por vez primera se alza en armas en 1868, ya se habían desatado los apetitos anexionistas y de dominación de lo que era y es hoy el imperialismo estadounidense.

En 1898, usando un pretexto —como caracteriza a la historia moderna de los Estados Unidos—: la voladura del buque Maine en puerto cubano, entraron como aliados de las fuerzas independentistas cubanas y ocuparon el país después como invasores, impusieron la Enmienda Platt, cercenaron la independencia y la soberanía de Cuba; tres ocupaciones militares realizaron, impusieron 60 años de dominio absoluto que terminó el Primero de Enero de 1959 con la entrada del Ejército Rebelde en La Habana y el triunfo de la Revolución Cubana, que hasta hoy libra las mismas luchas que inspiraron a nuestro pueblo hace más de 100 años (Aplausos).

Ella miente, ha usado una frase, supuestamente atribuyendo a una fuente cubana una afirmación sobre la llamada Crisis de Octubre o de los Misiles, que invito a que diga su fuente, a que diga su autor, a que presente evidencias. Parece un twit de los que proliferan en este país en estos tiempos de odio, división y política sucia (Aplausos).

Al triunfo de la Revolución Cubana, el gobierno de los Estados Unidos fijó como objetivo el cambio de régimen. No es nueva la política enunciada por el presidente Trump el 16 de junio, es la misma política, es una vieja política anclada en el pasado.

Mencionó ella al ilustre embajador norteamericano Adlai Stevenson. Se olvidó de comentar que fue él a quien correspondió el triste deber, engañado por su gobierno, de mostrar, en una sesión del Consejo de Seguridad, fotos de supuestos aviones cubanos, realmente estadounidenses, con el emblema de la Fuerza Aérea Cubana, que el 15 de abril bombardearon la ciudad de La Habana, provocaron numerosas bajas y fue entonces el preludio del ataque de la invasión de Playa Girón o Bahía de Cochinos.

Esos bombardeos y la mentira involuntaria del embajador Stevenson, quien había sido engañado por su gobierno, se produjeron, incluso, antes de la declaración del carácter socialista de la Revolución Cubana. Esos bombardeos fueron anteriores a la declaración del carácter socialista de nuestra Revolución.
Ha hablado de la Crisis de Octubre.

Se habla en estos días del asesinato del presidente Kennedy y la desclasificación de documentos. Ha sido ocultada al pueblo de los Estados Unidos la verdad por demasiado tiempo. Desclasifíquese todo.

Pero si ella quiere hablar de estos temas, le sugiero que lea el libro Entrenado para asesinar a Castro, del agente de la CIA Veciana, que cuenta allí de su encuentro con el agente de la CIA David Phillips y con Lee Harvey Oswald, en Dallas, en la tercera semana de septiembre de 1963.

Ha sido una historia de mentiras y agresiones: la Operación Northwoods, la Operación Mangosta. Acaba de desclasificarse la información de que en ese momento los Estados Unidos tenían preparados 261 000 soldados listos para una invasión directa a Cuba. Funcionaba en la Florida la base de la CIA más grande de la historia hasta ese momento, con más de 700 oficiales, y hasta la creación de aquella base de la CIA, aún mayor, en Saigón.

Usa ella el estilo del juicio a Alicia en el país de las maravillas: sentencia primero, el juicio después.

Hablo por mi pueblo, y hablo también por los que no pueden llamar al presidente Trump y a la Embajadora de los Estados Unidos por sus nombres, pero sienten y piensan como yo. Al menos ha reconocido ella el absoluto aislamiento de los Estados Unidos en esta sala y en este mundo. ¡Están solos en el tema del bloqueo a Cuba! (Aplausos.) Ignora ella el peso de la verdad, subestima la fuerza de una idea justa en el fondo de una cueva, más poderosa que un ejército, como decía José Martí, quien escribió llevando en su pecho, en carta inconclusa, la siguiente frase: “Ya estoy todos los días en peligro de dar mi vida por mi país, y por mi deber (…), de impedir a tiempo con la independencia de Cuba que se extiendan por las Antillas los Estados Unidos y caigan, con esa fuerza más, sobre nuestras tierras de América.”

El canciller cubano condenó el discurso retórico e ingerencista de la embajadora norteamericana ante la ONU.
El canciller cubano condenó el discurso retórico e ingerencista de la embajadora norteamericana ante la ONU.
Embajadora, todo empezó hace mucho más que 26 años, muchísimo más que 55 años. Junto a la agresión militar, la fabricación de pretextos, los planes para una invasión directa, las medidas de asfixia de nuestra economía, el terrorismo de Estado, la desestabilización y la subversión, se propusieron —y cito el memorándum infame del subsecretario de Estado Lester Mallory, firmado el 6 de abril de 1960— “…provocar el desengaño y el desaliento mediante la insatisfacción económica y la penuria (…), negándole a Cuba dinero y suministros, con el fin de reducir los salarios nominales y reales. Con el objetivo de “provocar hambre, desesperación y el derrocamiento del gobierno”, fue creado el bloqueo contra Cuba.

Sin embargo, cuando el presidente Raúl Castro Ruz y el presidente Barack Obama realizaron aquellos sorpresivos y esperanzadores anuncios del 17 de diciembre de 2014, el presidente Obama, calificó el bloqueo como fracasado y obsoleto, ineficaz respecto a sus objetivos, causante de daños al pueblo cubano y de aislamiento al gobierno de los Estados Unidos. Después lo describió como inútil para hacer avanzar los intereses estadounidenses; fallido, sin sentido, inviable y una carga para los ciudadanos, lo calificó.

Pero nunca se reconoció al bloqueo como una violación flagrante, masiva y sistemática de los derechos humanos de los cubanos, lo que omitió cínicamente la Embajadora de los Estados Unidos hace unas horas; ni se reconoció a este como un quebrantamiento del Derecho Internacional o un acto de genocidio, según la Convención de Ginebra; ni se renunció a sus fines de avasallamiento de nuestro pueblo. No obstante, el Presidente de los Estados Unidos entonces declaró reiteradamente su decisión de emplear sus facultades ejecutivas y de trabajar con el Congreso para levantar el bloqueo.

Un reflejo práctico de esta voluntad fue el voto en abstención de los Estados Unidos, en 2016, de esta resolución, sobre lo que la Embajadora de Estados Unidos acaba de burlarse.

En este periodo, se produjeron progresos sustanciales en materia de relaciones diplomáticas, diálogo y cooperación en áreas de mutuo interés y beneficio; pero el bloqueo, en estos dos años pasados, en todo lo fundamental, se mantuvo, aunque se adoptaron algunas decisiones ejecutivas que modificaron su aplicación de forma muy limitada, pero en la dirección positiva. Fue significativa la forma en que, dentro de la prohibición legislativa de viajar a Cuba, que constituye una violación de los derechos y las libertades civiles de los ciudadanos estadounidenses —que ella tampoco menciona—, sin embargo, se expandió el uso de las licencias de viajes. Se alcanzaron también resultados tangibles en materia de cooperación bilateral, en beneficio mutuo, en ámbitos tan importantes como el del enfrentamiento al terrorismo, al narcotráfico o al crimen digital.

Señor Presidente:

El pasado 16 de junio el presidente Donald Trump proclamó al bloqueo como un eje fundamental de su política anticubana y anunció un grupo de medidas dirigidas a su endurecimiento.

En un discurso anticuado y hostil, propio de la Guerra Fría, y ante un auditorio compuesto, entre otros, por rancios batistianos, anexionistas y terroristas, el gobernante estadounidense retomó gastadas alegaciones sobre supuestas violaciones de los derechos humanos en Cuba para justificar el fortalecimiento del bloqueo. En este podio se ha escuchado esta mañana a su eco, a su caja de resonancia.

El presidente Trump no tiene la menor autoridad moral para cuestionar a Cuba. Preside un gobierno de millonarios destinado a aplicar medidas salvajes contra las familias de menos ingresos y los pobres de este país, las minorías y los inmigrantes. Sigue un programa que alienta el odio y la división. Pregona un peligroso excepcionalismo y supremacismo, disfrazado de patriotismo, que provocará más violencia. Ignora la voluntad de los electores: dos tercios de los estadounidenses y también de los cubanos residentes en los Estados Unidos apoyan el fin del bloqueo.

Las políticas vigentes en los Estados Unidos dañan a los ciudadanos, impera la corrupción de la política, secuestrada por los llamados “intereses especiales”, es decir, los intereses y el dinero corporativos; la falta de garantías de educación, salud y seguridad social, las restricciones a la sindicalización y la discriminación terrible de género.

Merecen condena el uso de la tortura, el asesinato de afroamericanos por la policía, las muertes de civiles por sus tropas, el uso indiscriminado y racialmente diferenciado de la pena de muerte, el asesinato, la represión y vigilancia policial de inmigrantes, la separación de familias y la detención o deportación de menores y las medidas brutales con que amenaza a los hijos de inmigrantes ilegales que crecieron y se educaron en los Estados Unidos.
Es el gobierno que perdió el voto popular.

La Embajadora de los Estados Unidos nos ha expresado su sueño. Yo prefiero repetir el de Martin Luther King, cuando dijo: Sueño que un día esta nación se levantará y vivirá el verdadero significado de su credo. Todos los hombres son creados iguales. Que repique la libertad (Aplausos).

Ha venido a decirnos que ella reconoce que el futuro de la Isla descansa en las manos del pueblo cubano. Miente rotundamente, jamás fue así en toda la historia. Es la historia del intento de la dominación y la hegemonía sobre Cuba.
La política anunciada, se propone retrotraer las relaciones a un pasado de confrontación para satisfacer espurios intereses de círculos extremistas de la derecha estadounidense y de una frustrada y envejecida minoría de origen cubano en la Florida.

El “Memorando Presidencial estableciendo la política hacia Cuba, incluye, entre otras medidas, nuevas prohibiciones a las relaciones económicas, comerciales y financieras de compañías estadounidenses con empresas cubanas. Restringe adicionalmente la libertad de viajar de los ciudadanos estadounidenses con la eliminación de los viajes individuales en la categoría de intercambios llamados “pueblo a pueblo”, y medidas de vigilancia sobre el resto de los visitantes de ese país.

En las últimas semanas, el presidente Donald Trump ha reiterado en cuatro ocasiones diferentes, (incluyendo ante esta Asamblea el pasado mes de septiembre,) que su gobierno no levantará el bloqueo a Cuba a menos que esta realice cambios en su ordenamiento interno.

Reafirmo hoy que Cuba jamás aceptará condicionamientos ni imposiciones y le recordamos al Presidente y a su Embajadora que este enfoque, aplicado por una decena de sus predecesores, nunca ha funcionado ni va a funcionar. Será uno más en la cuenta de una política anclada en el pasado.

Más recientemente, con el pretexto de las afecciones a la salud de algunos diplomáticos en La Habana, sin que exista la menor evidencia sobre su causa y origen —porque mienten cuando hablan de ataques o incidentes—, ni resultados de las investigaciones en curso, el gobierno de los Estados Unidos adoptó nuevas medidas de naturaleza política contra Cuba, que profundizan el bloqueo y afectan las relaciones bilaterales en su conjunto.

Entre ellas, suspendió la emisión de visas de viajeros y emigrantes cubanos en su Consulado en La Habana, lo que perjudica el derecho de los ciudadanos a viajar libremente y visitar por periodos breves ese país, como han hecho este año más de 163 000 cubanos, o dificulta seriamente la reunificación familiar de otros bajo el acuerdo bilateral de conceder no menos de 20 000 visas anuales de inmigrantes. La exigencia de una entrevista presencial a los viajeros de Cuba en los consulados estadounidenses en terceros países, y a los emigrantes en la sección consular estadounidense en Bogotá, encarecerá enormemente los trámites y los hará inviables para una buena parte de ellos. ¿Dónde están sus derechos en el discurso de los Estados Unidos?

No hay forma de justificar que se dañe a las personas y a las familias para intentar alcanzar objetivos políticos contra el orden constitucional en Cuba.
El gobierno estadounidense, con el propósito político de limitar los viajes y dañar el turismo internacional a Cuba, también emitió una infundada y absolutamente mendaz advertencia a los ciudadanos estadounidenses para que eviten visitar nuestro país.

Mediante la injustificada expulsión del personal de nuestro Consulado General en Washington, único en los Estados Unidos, ha limitado gravemente la capacidad de este para proveer servicios a los viajeros estadounidenses y especialmente a los cubanos residentes aquí, quienes tienen absoluto derecho a visitar y relacionarse con normalidad con su nación.

Igualmente, redujo de manera arbitraria e infundada el personal de nuestra Embajada, lo que ha provocado, entre otras consecuencias, el desmantelamiento de su Oficina Económico-Comercial, con el avieso propósito político de privar de interlocución al sector empresarial estadounidense, genuinamente interesado en explorar las oportunidades de negocios existentes aun dentro del marco restrictivo de las regulaciones del bloqueo.

No sorprende tampoco, con lo que ha dicho la señora Embajadora aquí, ni antes sus líderes, que el Presidente de los Estados Unidos no tome en cuenta el apoyo internacional unánime a los progresos que ahora revierte, ni el similar reclamo al cese inmediato, total e incondicional del bloqueo.

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Señor Presidente:

Como expresó el presidente Raúl Castro Ruz, el 14 de julio pasado, “reafirmamos que cualquier estrategia que pretenda destruir a la Revolución, ya sea mediante la coerción y las presiones o recurriendo a métodos sutiles, fracasará. […] Cuba tiene la voluntad de continuar negociando los asuntos bilaterales pendientes con los Estados Unidos, sobre la base de la igualdad y el respeto a la soberanía y la independencia de nuestro país, y de proseguir el diálogo respetuoso y la cooperación en temas de interés común con el gobierno norteamericano.

“Cuba y Estados Unidos pueden cooperar y convivir, respetando las diferencias y promoviendo todo aquello que beneficie a ambos países y pueblos, pero no debe esperarse que para ello Cuba realice concesiones inherentes a su soberanía e independencia […] o que negocie sus principios o acepte condicionamientos de ningún tipo, como no lo hemos hecho nunca en la historia de la Revolución.” Fin de la cita (Aplausos).

Señor Presidente:

Cuba presenta hoy por vigésima sexta ocasión consecutiva ante la Asamblea General de las Naciones Unidas el proyecto de resolución (titulado) “Necesidad de poner fin al bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos de América contra Cuba”.

En la actual coyuntura, este texto cobra especial relevancia frente al retroceso que significan las acciones del nuevo gobierno de los Estados Unidos contra Cuba.

El bloqueo constituye el mayor obstáculo para el desarrollo económico y social del país y para la implementación del Plan Nacional, en línea con la Agenda 2030 de las Naciones Unidas. Es el principal escollo para el desarrollo de las relaciones económicas, comerciales y financieras de Cuba con los Estados Unidos y el resto del mundo.

Según los cálculos realizados de forma rigurosa por instituciones cubanas, el bloqueo causó, en el año transcurrido desde abril de 2016 hasta abril de 2017, pérdidas a la economía cubana en el orden de 4 305 millones de dólares.

Esa cifra es alrededor del doble de lo que se necesitaría como inversión extranjera directa anual para que la economía cubana pueda avanzar sustancialmente hacia el desarrollo.

Los daños acumulados alcanzan la enorme cifra de 822 280 millones de dólares, calculados tomando en cuenta la depreciación del oro. A precios corrientes, equivalen a 130 178 millones de dólares.

Decenas de bancos de terceros países han sido afectados en el último periodo por la extrema y tenaz persecución de las transacciones financieras cubanas.
El bloqueo es contrario al Derecho Internacional y su aplicación agresivamente extraterritorial daña la soberanía de todos los Estados. También lesiona los intereses económicos y empresariales en todas las latitudes.

Señor Presidente:

La Embajadora de los Estados Unidos omitió mencionar que el bloqueo constituye una violación flagrante, masiva y sistemática de los derechos humanos de las cubanas y cubanos y califica como acto de genocidio a tenor de la Convención para la Prevención y Sanción del Delito de Genocidio de 1948. Es también un obstáculo para la cooperación internacional que Cuba brinda en áreas humanitarias a 81 países del Sur.

Resultan incalculables los daños humanos que ha producido la aplicación de esta política. No hay familia cubana ni servicio social en Cuba que no sufra las privaciones y consecuencias del bloqueo. La emigración cubana sufre también discriminación y perjuicios.

Durante el último año, la empresa cubana importadora y exportadora de productos médicos, Medicuba S.A., realizó solicitudes para comprar insumos a 18 compañías estadounidenses que rehusaron o nunca respondieron.

Otras, como la corporación estadounidense Promega, reconocida por la elaboración de kits de diagnósticos para determinar la carga viral en pacientes portadores de VIH-SIDA, hepatitis C o patologías renales, se negó en junio de 2017 a vender sus productos a Medicuba S.A, alegando que el Departamento del Tesoro mantiene sanciones comerciales que prohíben la venta de sus productos a la Isla.

En esa propia fecha, y con el mismo argumento, se recibió la negativa para el suministro a Cuba por parte de la compañía New England Biolabs Inc., que comercializa una amplia gama de enzimas, como la Proteinasa K, que es un reactivo que permite diagnosticar enfermedades virales como el dengue, el zika y el chikungunya, así como otras enzimas con múltiples usos para el diagnóstico de malformaciones congénitas de los fetos y para determinar la compatibilidad que existe entre los donantes de órganos y los pacientes que van a ser trasplantados de riñón, médula ósea, hígado, entre otros.

Con el mismo argumento esa compañía se negó a realizar suministros de naturaleza totalmente humanitaria a Cuba.

En abril de 2017, el proveedor alemán Eckert & Ziegler Radiopharma Gmbh se negó a la misma compañía médica cubana el Generador Ge-68/Ga-68, con sus componentes, el cual es un equipo empleado en el diagnóstico del cáncer de próstata. Según la compañía, no era posible suministrar el producto directamente a Cuba, ni tampoco a través de un tercer país, pues el bloqueo lo impide.

El servicio de cardiología del Hospital Clínico Quirúrgico “Hermanos Ameijeiras”, necesita imperiosamente un dispositivo de asistencia circulatoria para poder tratar el shock de origen cardiaco, la cardiología intervencio¬nista y para la electrofisiología, que permita la recuperación de fallos cardíacos y la prolongación de la vida del paciente.

La compañía estadounidense Abiomed, líder en el mercado mundial en esos productos, cuenta con el sistema Impella, ideal para tratar esas afecciones. En septiembre de 2016 y en febrero de 2017, la empresa MEDICUBA S.A., contactó a dicha compañía a fin de estudiar la posibilidad de incorporar el producto al sistema de Salud en Cuba, la cual hasta este minuto ha rehusado responder.

Señor Presidente:

Agradecemos profundamente a todos los gobiernos y pueblos, parlamentos, fuerzas políticas y movimientos sociales, representantes de la sociedad civil, organizaciones internacionales y regionales que han contribuido con su voz y su voto, año tras año, a fundamentar la justeza y la urgencia de la abolición del bloqueo.

Extendemos también nuestra gratitud a la amplia mayoría del pueblo estadounidense por su apoyo a este loable propósito.

Ofende a la conciencia de la humanidad que la Embajadora de los Estados Unidos se haya referido de esa manera injerencista e inaceptable al gobierno bolivariano de Venezuela. Ofende al heroico pueblo venezolano, a su unión cívico-militar, al gobierno bolivariano y chavista, encabezado por el presidente Nicolás Maduro Moros.

Miente el gobierno de los Estados Unidos cuando declara a Venezuela una amenaza a su seguridad nacional, que es, curiosamente, la primera reserva certificada de hidrocarburos en el planeta.

Como escribió El Libertador Simón Bolívar, “… los Estados Unidos parecen destinados por la providencia a plagar de miseria la América en nombre de la libertad”. Le respondo a la Embajadora con las palabras de Bolívar.

Estamos en medio de un limpio y constitucional proceso electoral en Cuba, donde no se compran escaños ni prevalen intereses especiales, donde no hay campañas mendaces donde manda el dinero; elecciones en las que no se manipula la voluntad de los electores; elecciones en las que no se atiza la división y el odio.

Señor Presidente:

Encomiamos muy especialmente a todos los que han expresado preocupación y rechazo por las medidas coercitivas anunciadas por el actual gobierno estadounidense.

El pueblo cubano no renunciará jamás a construir una Nación soberana, independiente, socialista, democrática, próspera y sostenible (Aplausos).

Persistiremos, con el consenso de nuestro pueblo y especialmente el compromiso patriótico de los cubanos más jóvenes, en la lucha antimperialista y en defensa de nuestra independencia, por la que ya han caído decenas de miles de cubanos y hemos corrido los mayores riesgos, como demostramos en Playa Girón y frente a todas las amenazas.

Guardaremos eterna lealtad al legado de José Martí y de Fidel Castro Ruz (Aplausos).

Señor Presidente;
Distinguidos representantes permanentes;
Estimadas delegadas y delegados:

Nuestro pueblo sigue con esperanza este debate. En su nombre, les solicito votar a favor del proyecto de resolución A/72/L.30, “Necesidad de poner fin al bloqueo económico, comercial y financiero impuesto por los Estados Unidos de América contra Cuba”.

Muchas gracias (Aplausos prolongados)
Exclamaciones de: “’Viva Cuba!” “Cuba sí, bloqueo no!”

FUENTE: Cubadebate

quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Palestra/Debate "Fascistas na América Latina - NÃO PASSARÃO!"

Com Anita Prestes, Carlos Serrano Ferreira, Eliete Ferrer, Lincoln Penna. Mediação de Bolivar Meirelles
Data: 6 de novembro de 2017
Horário: 18:30
Local: Sindicato dos Engenheiros (SENGE-RJ)
Av. Rio Branco, 277/17o andar - Cinelândia/Centro-RJ