domingo, 2 de agosto de 2015

O ESTADO AMPLIADO COMO FERRAMENTA METODOLÓGICA

Artigo escrito pela historiadora Sônia Mendonça e publicado na revista Marx e o Marxismo, v. 2, n. 2 (2014).

LINK DO TEXTO COMPLETO EM PDF:


 
RESUMO
 


Inúmeros trabalhos dedicam-se ao estudo do Estado no Brasil contemporâneo, embora, em sua maioria, não procedam do esforço de historiadores. Em seu conjunto, eles repetem uma mesma problemática: a concepção do Estado ora como problema da “natureza” ora como uma espécie de “via de mão única” onde os atores sociais envolvidos são vistos como “entidades” estranhas umas às outras. Neste registro a origem do Estado ancora-se na ideia de um contrato social, cuja herança responde pela consagração de um Estado-Sujeito, a “pairar” acima da “frágil” sociedade, dotado de vontade e iniciativa próprias, sem vínculos explícitos com os interesses de grupos sociais distintos. Foi o marxismo que propiciou uma matriz alternativa a esta, partindo da crítica ao individualismo subjacente à leitura liberal de Estado. Todavia, a concepção marxista de Estado não está imune a problemas, sendo também responsável por simplificações do conceito segundo suas diferentes “linhagens”. Foram as transformações sociopolíticas ocorridas em inícios do século XX, que geraram as condições necessárias para renovações no próprio âmbito do marxismo, gerando novas reflexões sobre o Estado, notadamente aquela produzida por Antonio Gramsci, que supera a dicotomia presente nas matrizes jusnaturalista e marxiana, resgatando os conceitos de sociedade civil e sociedade política de modo a recriar um conceito de Estado: o Estado Ampliado. Este, não prima apenas pela inovação teórica, mas, sobretudo, pelo fato de instituir-se numa ferramenta metodológica, posto conter em si mesmo, os passos de um “roteiro” para a execução da pesquisa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário