marxismo21 publica em sua página inicial um dossiê sobre A CRISE DA UNIVERSIDADE.
Um extenso material (artigos, trabalhos acadêmicos, vídeos, etc.) busca
contribuir para apresentar um quadro dinâmico e ampliado
da questão da crise universidade brasileira em sua totalidade nacional e
internacional, relacionando-o com a
crise em curso das forças produtivas capitalistas e com os projetos em
disputa (das classes dominantes e anti-hegemônicos).
ACESSE O DOSSIÊ CLICANDO AQUI.
A CRISE DO CAPITALISMO E A UNIVERSIDADE, OU A UNIVERSIDADE EM CRISE
Atualmente, as universidades passam por
uma importante crise que ameaça a sua existência enquanto espaço
privilegiado de produção, reprodução e divulgação do conhecimento em
suas diferentes formas e modalidades, especialmente aquele comprometido
com o pensamento crítico e com a práxis revolucionária.
Na Europa, nos Estados Unidos, na
América Latina e no Brasil, a crise pela qual atravessa o capitalismo
impacta o funcionamento das universidades, sejam elas públicas ou
privadas, acarretando em dificuldades de financiamento das instituições,
das pesquisas nelas realizadas e também dos próprios discentes. Nos
EUA, por exemplo, o crescente endividamento dos estudantes
universitários para com as instituições financeiras que financiam o
pagamento dos cada vez mais caros cursos de graduação cria uma geração
de jovens profissionais endividados.
Além disso, o projeto político-econômico
neoliberal para a educação e o ensino superior, hegemônico em muitos
países, aumentou a inserção da lógica do capital no ambiente
universitário, tanto nas universidades privadas como também nas próprias
universidades mantidas e financiadas pelo Estado, ampliando o papel das
grandes corporações universitárias administradas por fundos de pensão
cujo principal objetivo é expandir o máximo possível o capital
investido.
No Brasil, o “ajuste fiscal” do governo
federal ora em curso cortou parte substancial das precárias verbas das
universidades públicas federais, inviabilizando seu pleno funcionamento
até o final de 2015, caso se mantenham as atuais condições. Além disso,
várias universidades públicas estaduais passam também por sérios
problemas de financiamento nesta conjuntura de crise nas contas públicas
de diferentes estados da federação. Enquanto isso, o governo federal
transfere vultosas verbas públicas para o ensino superior privado, por
intermédio do PROUNI, programa que financia as mensalidades dos
estudantes matriculados em instituições privadas de ensino superior. Por
outro lado, o Projeto de Lei número 7200/2006 que “estabelece normas
gerais da educação superior, regula a educação superior no sistema
federal de ensino e altera a lei de diretrizes e bases da educação
nacional” tramita vagarosamente há anos no Congresso Nacional sem que
tenha sido amplamente debatido nas universidades e nos diferentes
setores da sociedade civil brasileira interessados no tema.
As condições de trabalho dos docentes e
dos demais profissionais pioram progressivamente, principalmente devido
à precarização das condições de trabalho causada, principalmente, pelo
arrocho salarial e pela introdução de ferramentas de avaliação de
desempenho que privilegiam a produtividade de viés quantitativo e
burocrático. A necessidade dos professores de produzir artigos em
profusão e, assim, preencher o notório currículo Lattes produz
distorções importantes na produção científica e acadêmica brasileira,
muitas das quais anedóticas e até escandalosas.
A greve de estudantes, funcionários e
professores de inúmeras universidades federais e estaduais em andamento é
uma das consequências dessa crise e uma oportunidade política para a
discussão de seus aspectos conjunturais e estruturais.
Esse dossiê procurou compilar textos,
vídeos, etc. que contribuem para formar um quadro dinâmico e ampliado da
questão da crise universidade brasileira em sua totalidade nacional e
internacional; relacionando-o com a crise em curso das forças
produtivas capitalistas e com os projetos para a universidade em
andamento, sejam eles das classes dominantes ou aquelas balizadas por
projetos anti-hegemônicos. Desse modo, incluímos material em língua
estrangeira que ajude a pensar a questão a partir de uma perspectiva
internacional, ainda que tendo como referência o caso brasileiro.
Somos gratos à colaboração de Lalo Watanabe Minto (Unicamp), Paulo Denisar Fraga (UNIFAL) e Sebastian Budgen (Historical Materialism).
Editoria do blog marxismo21
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