sexta-feira, 10 de julho de 2015

Dossiê "A CRISE DA UNIVERSIDADE"

marxismo21 publica em sua página inicial um dossiê sobre A CRISE DA UNIVERSIDADE. Um extenso material (artigos, trabalhos acadêmicos, vídeos, etc.) busca contribuir para apresentar um quadro dinâmico e ampliado da questão da crise universidade brasileira em sua totalidade nacional e internacional, relacionando-o com a crise em curso das forças produtivas capitalistas e com os projetos em disputa (das classes dominantes e anti-hegemônicos).


ACESSE O DOSSIÊ CLICANDO AQUI.

Texto de apresentação do dossiê sobre A CRISE DA UNIVERSIDADE
 
A CRISE DO CAPITALISMO E A UNIVERSIDADE, OU A UNIVERSIDADE EM CRISE

Atualmente, as universidades passam por uma importante crise que ameaça a sua existência enquanto espaço privilegiado de produção, reprodução e divulgação do conhecimento em suas diferentes formas e modalidades, especialmente aquele comprometido com o pensamento crítico e com a práxis revolucionária.
Na Europa, nos Estados Unidos, na América Latina e no Brasil, a crise pela qual atravessa o capitalismo impacta o funcionamento das universidades, sejam elas públicas ou privadas, acarretando em dificuldades de financiamento das instituições, das pesquisas nelas realizadas e também dos próprios discentes. Nos EUA, por exemplo, o crescente endividamento dos estudantes universitários para com as instituições financeiras que financiam o pagamento dos cada vez mais caros cursos de graduação cria uma geração de jovens profissionais endividados.

Além disso, o projeto político-econômico neoliberal para a educação e o ensino superior, hegemônico em muitos países, aumentou a inserção da lógica do capital no ambiente universitário, tanto nas universidades privadas como também nas próprias universidades mantidas e financiadas pelo Estado, ampliando o papel das grandes corporações universitárias administradas por fundos de pensão cujo principal objetivo é expandir o máximo possível o capital investido.

No Brasil, o “ajuste fiscal” do governo federal ora em curso cortou parte substancial das precárias verbas das universidades públicas federais, inviabilizando seu pleno funcionamento até o final de 2015, caso se mantenham as atuais condições. Além disso, várias universidades públicas estaduais passam também por sérios problemas de financiamento nesta conjuntura de crise nas contas públicas de diferentes estados da federação. Enquanto isso, o governo federal transfere vultosas verbas públicas para o ensino superior privado, por intermédio do PROUNI, programa que financia as mensalidades dos estudantes matriculados em instituições privadas de ensino superior. Por outro lado, o Projeto de Lei  número 7200/2006 que “estabelece normas gerais da educação superior, regula a educação superior no sistema federal de ensino e altera a lei de diretrizes e bases da educação nacional” tramita vagarosamente há anos no Congresso Nacional sem que tenha sido amplamente debatido nas universidades e nos diferentes setores da sociedade civil brasileira interessados no tema.

As condições de trabalho dos docentes e dos demais profissionais  pioram progressivamente, principalmente devido à precarização das condições de trabalho causada, principalmente, pelo arrocho salarial e pela introdução de ferramentas de avaliação de desempenho que privilegiam a produtividade de viés quantitativo e burocrático. A necessidade dos professores de produzir artigos em profusão e, assim, preencher o notório currículo Lattes produz distorções importantes na produção científica e acadêmica brasileira, muitas das quais anedóticas e até escandalosas.

A greve de estudantes, funcionários e professores de inúmeras universidades federais e estaduais em andamento é uma das consequências dessa crise e uma oportunidade política para a discussão de seus aspectos conjunturais e estruturais.

Esse dossiê procurou compilar textos, vídeos, etc. que contribuem para formar um quadro dinâmico e ampliado da questão da crise universidade brasileira em sua totalidade nacional e internacional;  relacionando-o com a crise em curso das forças produtivas capitalistas e com os projetos para a universidade em andamento, sejam eles das classes dominantes ou aquelas balizadas por projetos anti-hegemônicos. Desse modo, incluímos material em língua estrangeira que ajude a pensar a questão a partir de uma perspectiva internacional, ainda que tendo como referência o caso brasileiro.

Somos gratos à colaboração de Lalo Watanabe Minto (Unicamp), Paulo Denisar Fraga (UNIFAL) e Sebastian Budgen (Historical Materialism).

Editoria do blog marxismo21
 

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