quinta-feira, 7 de junho de 2012

O fortalecimento do KKE determinará a posição do povo no dia seguinte às eleições


por KKE

A secretária-geral do CC do KKE, Aleka Papariga, apresentou as posições do Partido perante as eleições de 17 de Junho numa conferência de imprensa realizada terça-feira 5 de Junho. Citamos trechos do discurso introdutório:

Comício do KKE, 14/Maio/2012. 

O dilema "euro ou dracma" colocado pela ND ou o dilema "memorando ou SYRIZA" colocado pelo SYRIZA são falsos e enganosos. Eles não dão resposta aos perigos reais que o povo da Grécia e os povos da Europa estão a enfrentar devido ao agravamento da crise capitalista na Eurozona.

O dilema real é:


  • Contra-ataque do movimento popular ou despojamento dos extratos populares?

    Qualquer que seja o governo que vier a ser constituído após as eleições, ele escalará o assalto contra os rendimentos e os direitos da maioria dos trabalhadores assalariados e os auto-empregados, utilizando como álibi algumas migalhas dadas a grupos sociais em pobreza extrema – e estas migalhas desvanecer-se-ão devido às consequências mais gerais da linha política anti-povo.

    As pré-condições para o contra-ataque no dia seguinte às eleições são:

  • A organização dos trabalhadores nos locais de trabalho 

  • A promoção da aliança popular entre a classe trabalhadora, os auto-empregados pobres e os agricultores pobres. 

  • A preparação do povo para defrontar-se com todos os resultados possíveis – incluindo antes de mais nada a possibilidade de uma bancarrota descontrolada, para levar praticamente ao empobrecimento e despojamento em massa. 

  • A mudança drástica da correlação de forças no movimento sindical.

    Num período em que o futuro da Eurozona de hoje é incerto, independentemente dos sacrifícios do povo grego, o próximo governo defrontar-se-á com duas possibilidades:

    a) A renegociação do acordo de empréstimo dentro da Eurozona, com os credores, a qual levará a um novo "haircut" e também a um novo memorando implacável.

    b) O impulso para uma saída da Eurozona com a possibilidade de uma bancarrota descontrolada do estado.

    O SYRIZA tem estado ultimamente a recorrer à política do presidente Obama dos EUA. Um rápido vislumbre à explosão de desemprego e pobreza nos EUA, a qual tem provocado protestos populares dispersos (unfocused), é suficiente para qualquer pessoa retirar conclusões. Mas a promoção da sua retórica "anti-alemã" pelos grandes media de referência dos EUA é extremamente significativa, o que é acompanhado pela falta de compromissos categóricos no programa governamental do SYRIZA de que a base de Suda não será utilizada contra a Síria e Irão. Trata-se de um programa que tão pouco coloca objectivos governamentais claros quanto ao cancelamento do acordo estratégico com Israel e a saída da NATO.

    Após as eleições o KKE confrontará a lógica da ND e do SYRIZA avançando e especializando sua linha de luta, a qual inclui objectivos radicais como:

    Término do acordo de empréstimo e do memorando, emprego pleno e estável, cuidados de saúde e educação exclusivamente públicos e gratuitos, sistema de segurança social exclusivamente público para todos, taxa fiscal de 45% para lucros distribuídos e não distribuídos (...)

    A vitória popular e a soberania exigem que o povo possua a riqueza que produz, que tome o poder nas suas mãos. Isto significa que a imensa riqueza que é produzida neste país e que hoje é transformada em lucros nos mercados de acções, aplicada como depósitos bancários na Suíça, investimentos nos Balcãs e em Londres, na construção de novos navios na China, será utilizada para a satisfação das necessidades do povo. Isto significa um poder e um governo que não estará preso pelos tratados e os planos de todas as alianças imperialistas inter-estatais e pelas convenções internacionais, a UE, as formações militares como a NATO. O KKE desempenhará um papel decisivo e principal no governo deste poder popular.

    A secretária-geral do CC do KKE efectuou uma apresentação pormenorizada da plataforma para a organização do contra-ataque do povo a qual inclui objectivos de luta em relação a rendimento, fiscalidade, protecção dos desempregados, sistema de segurança social, cuidados de saúde, educação, etc.

    06/Junho/2012




    Este documento encontra-se em http://resistir.info/


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