Por Marcos César de
Oliveira Pinheiro*
A organização em
sindicatos é um direito dos trabalhadores para se defenderem da brutal
exploração dos patrões e lutarem pelas reivindicações e defesa dos seus
direitos garantidos pela legislação vigente, além da conquista de novos
direitos. Ou seja, é um importante instrumento de luta dos trabalhadores.
A meu ver, um sindicato
atuante é aquele que orienta, esclarece, uni e organiza a categoria. Contudo,
isso não de dará sem uma densa e sistemática construção “desde baixo”, baseada
na mobilização e na luta da categoria. É sabido que, onde o sindicato atua
corretamente, defendendo os interesses da categoria que representa, ele tem
CREDIBILIDADE, LEGITIMIDADE e REPRESENTATIVIDADE. Efetivamente, se pode dizer “O
SINDICATO SOMOS NÓS”. As pessoas procuram o sindicato, pois vêem nele o legítimo representante de seus interesses enquanto categoria.
Do contrário, o que se
vê é uma direção sindical preocupada em preservar seus cargos, lutando para a
manutenção de seu status quo. Também
é sabido que, quando o sindicato não atua corretamente, aguçam-se as tensões
provenientes da base da categoria com as orientações da direção sindical. Com o
tempo, as direções sindicais vão ficando desacreditadas junto à categoria. Porque
a base começa a perceber que as direções sindicais só lutam por suas vantagens
relativas, para se perpetuarem no poder, negando espaço às pressões de baixo
para cima, ou seja, às classes que dizem representar. A base começa a perceber
que a direção do sindicato procura sempre neutralizar o protagonismo da
categoria e, principalmente, abocanhar todas as posições de comando, para
manter a mobilização da categoria dentro do controle “aceitável”, explorando-a
de acordo com seus próprios fins, e manter a acefalia do movimento dos trabalhadores.
A quem interessa uma
classe trabalhadora desacreditada de sua entidade sindical???? Quem ganha e
quem perde com isso???? Ganham os patrões e os dirigentes sindicais corrompidos
pelo desejo de poder. Perdem os trabalhadores. Por isso, é imprescindível lutar
para criar uma correlação de forças que transforme os sindicatos em legítimos
representantes dos trabalhadores e não em um espaço para uma minoria se
encastelar defendendo seus interesses corporativos.
Não se pode sobrepor os
interesses das direções sindicais aos anseios e reivindicações de toda uma
categoria.
Deve-se dizer NÃO à prática cupulista das lideranças sindicais, que só provoca o distanciamento das bases e dificulta o desenvolvimento da luta da categoria pelo atendimento de suas reivindicações. As formas de atuação dos sindicatos devem ser a expressão de uma agenda representativa, de fato, da vontade de uma classe trabalhadora mobilizada e combativa.
* Professor de História da Rede Municipal de Ensino Público de Rio das Ostras.
Teoricamente, o distanciamento das bases gera, a curtíssimo prazo, um forte sentimento de descrédito perante a categoria, e ainda mais, este controle ou neutralização do protagonismo da classe além de desacreditar, fragiliza muito um movimento carente de reais lideranças e encaminhamento. É como uma propaganda, todos esperamos que seja correta, que atenda as nossas demandas, porém quando ela é negativa os danas são irreparáveis... Um abraço Maurice
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