Nesta terça-feira, 10/6/2025, o Blog da Boitempo publica o texto da historiadora Anita Prestes, em que, passado um século desde o início da "invicta" Coluna Prestes, escreve sobre as investidas anticomunistas e pós-modernas sobre a memória do movimento tenentista e seu episódio culminante: a Marcha empreendida a partir de 1924 pelo país.
"O centenário da Coluna Prestes constitui uma oportunidade especial para o resgate dessa página heroica da nossa História, o que certamente será inspirador para os jovens latino-americanos de hoje em luta contra a dominação imperialista de nossos povos, por justiça social e democracia para as grandes massas populares e, em última instância pelo socialismo — a única solução verdadeira e radical para os graves problemas em que vive o continente latino-americano."
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Foto: Wikimedia Commons. |

A Coluna Prestes, de Anita Leocadia Prestes
Em comemoração aos cem anos da Coluna Prestes (que durou de 1924 a 1927), a Boitempo relança a obra de Anita Leocadia Prestes sobre o assunto. Fruto da tese de doutorado da autora defendida em 1989 na Universidade Federal Fluminense (UFF), o livro é a mais completa obra de pesquisa e reconstrução sintética sobre a Coluna, apoiada em sólida formação teórica e aparato documental em grande parte inédito à época de sua primeira edição.
Dividida em três partes, a obra começa com um panorama da sociedade na época, ainda com resquícios do sistema escravocrata e caminhando para um maior desenvolvimento capitalista, em meio a uma crise econômica, política e social. A segunda parte aborda a marcha da Coluna, numa narrativa enriquecida por diversos depoimentos, entre os quais o de Luiz Carlos Prestes, pai da autora. Nela, Anita Prestes busca responder à questão central de como uma força armada com parco aparelhamento bélico e dotado de poucos recursos nunca foi derrotada. Já na parte final, é tratado o relacionamento da Coluna com as populações urbanas e rurais e as forças políticas da época.
“Anita conseguiu enveredar pelo difícil caminho da fonte oral – o herói invencível a relatar sua própria história – e saiu-se com rara felicidade dessa empreitada, demonstrando notável isenção como observadora do seu fato histórico e superando a ligação afetiva com aquele que era, ao mesmo tempo, o principal ator e a fonte fundamental de seu relato. Eis o primeiro e não menos importante mérito do trabalho, isto é, não cair na armadilha de seu próprio método”, escreve Maria Yedda Leite Linhares no prefácio.