quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ruy Santos: Imagens apreendidas

"Ruy Santos: imagens apreendidas" até 13 de junho no Gabinete Fotográfico do CCJF

O Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro é o guardião desde 1992 de vasta documentação produzida e apreendida pela implacável e obsessiva Policia Política Brasileira atuante por mais de sessenta anos no controle e repressão da sociedade.

No caso das apreensões, as muitas investidas na sede do Partido Comunista Brasileiro permitiram à Polícia constituir um acervo razoável da trajetória do PCB e, ironicamente, tornou-se sua maior fonte de informações.

Esta exposição exibe imagens apreendidas do fotógrafo e cineasta comunista, Ruy Santos, preso “para averiguações” em 1948. Ruy nos traduz um dos momentos mais importantes do PCB : o comício de Luiz Carlos Prestes, no estádio do Pacaembu, em 15 de julho de 1945, em São Paulo.

De criminosas e apreendidas, estas imagens tornaram-se redentoras. Foram aqui restituídas à sua condição de arte.
Teresa Bastos
Curadora
Exibição de filmes e debate sobre Ruy Santos no Centro Cultural Justiça Federal

Em paralelo à exposição Ruy Santos: imagens apreendidas, serão exibidos no Teatro do Centro Cultura Justiça Federal, nos dias 15 e 22 de maio, filmes com direção ou com outro tipo de participação do cineasta Ruy Santos (1916 – 1989).
Ruy fotografou e dirigiu mais de 30 documentários, dos quais alguns foram premiados no Brasil e no exterior. De sua estréia ainda jovem, como assistente de fotografia do lendário filme Limite (1930), de Mário Peixoto, até sua morte, em 1989, foram mais de quarenta anos de cinema e fotografia.
Ruy foi fotógrafo oficial do PCB e comungava, como muitos artistas e intelectuais da época, dos ideais e da proposta do Partido. Foi preso em 1948 e sua produção fotográfica apreendida.
Em sua incursão pelo cinema, Ruy Santos, além de documentários, dirigiu, produziu, escreveu roteiros e fez a fotografia de filmes de ficção. Apesar de extensa cinematografia, Ruy Santos é desconhecido do grande público.
Após a exibição haverá debate e conversa com o público, de acordo com a programação abaixo. A intenção da mostra é dar visibilidade ao trabalho de Ruy Santos no cinema, cuja enorme produção está dispersa e inacessível.

Programação

Dia de exibição: 15 de maio, 2010 (sábado)
Exibição de filme seguido de debate

Sol sobre a lama (1963), de Alex Viany com câmera e direção de fotografia de Ruy Santos
Sinopse: A luta pela preservação do canal de acesso à Feira de Água de Meninos em Salvador, BA, movida por diversos personagens-tipo (prostituta, saveirista, ceramista, etc) contra os poderosos que ambicionam os terrenos sobre os quais se desenrola a feira.
Duração: 90 minutos
Classificação: 14 anos

Debatedores: Hernani Heffner (Conservador-chefe da Cinemateca do MAM ) e José Carlos Monteiro (Professor do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF)
Mediadora: Adriana Cursino (Cineasta, pesquisadora de Cinema e doutoranda do Programa de Pós-graduação da ECO/UFRJ)
Horário: 14 às 17 horas

Dia de exibição: 22 de maio
Exibição de cinco filmes, seguida de conversa com o público. A sessão contará com a participação da diretora executiva da Verona Filmes, Rossana Ghessa, uma das últimas parcerias cinematográficas de Ruy Santos.

Comício: São Paulo a Luiz Carlos Prestes (1945), com direção, roteiro e fotografia de Ruy Santos, curta que já está sendo exibido em monitor durante a exposição Ruy Santos, imagens apreendidas, no Gabinete Fotográfico do 1º andar do CCJF.
Sinopse: o documentário retrata a preparação e a realização do comício, realizado em 15 de julho de 1945 no estádio do Pacaembu, em São Paulo. O filme mostra o encontro do líder comunista Luiz Carlos Prestes com o povo após nove anos de prisão, boa parte desse tempo incomunicável.
Duração : 9min14seg
Classificação: livre

O saci ( 1951 – 53), com direção de Rodolfo Nanni e fotografia de Ruy Santos
Sinopse: Primeiro filme infantil brasileiro, O Saci foi um marco na história do cinema nacional. O filme narra as aventuras de Pedrinho e suas tentativas de capturar o endiabrado Saci, que depois irá ajudá-lo a desfazer a bruxaria da Cuca, tudo com a ajuda de Emília e Narizinho do Sítio do Pica Pau Amarelo, onde vivem Dona Benta e Tia Anastácia.
Duração: 65min
Classificação: livre

O Coronel Delmiro Gouveia: o homem e a terra (1968), com direção, roteiro, fotografia e produção de Ruy San tos.
Sinopse: No curta-metragem de Ruy Santos, feito em 1968, temos um perfil laudatório, que associa o personagem, pioneiro comerciante e industrial nordestino, Delmiro Gouveia (1863-1917) a outras glórias nacionais, como Villa Lobos (trilha sonora) e Jorge de Lima (citação). Parte desse trabalho de construção de um herói é denunciar nominalmente os supostos autores e mandantes de seu assassinato.
Duração: 9min
Classificação: 12 anos

O Homem e o limite (1976), com direção, fotografia e montagem de Ruy Santos.
Sinopse: Documentário sobre Mário Peixoto e seu filme Limite (1931), considerado um clássico do cinema brasileiro, acompanhado de parte do comentário musical originalmente utilizado por Mário Peixoto. Filme dedicado à memória de: Edgard Brazil, Brutus Pedreira e Plínio Susssekind Rocha.
Duração: 30min
Classificação: livre

Jorge Amado (2002), com fotografia e direção de Ruy Santos
Sinopse: O documentário remonta a trajetória de Jorge Amado a partir de imagens de arquivo inéditas, além de entrevistas com escritores, cineastas e amigos. O filme analisa a obra do autor baiano, sua militância no Partido Comunista e a forte relação com o Nordeste, sempre presente em seus romances.
Duração: 45 min
Classificação: livre

Serviço
Data: 15 e 22 de maio (ambos sábado)
Local: Teatro do Centro Cultural Justiça Federal
Endereço: Av. Rio Branco, 241 – Centro – (Cinelândia, ao lado da Biblioteca Nacional)
Capacidade do Teatro : 140 lugares
Horário: 14 às 17 horas
Entrada: valor simbólico de 1,00
Filmes serão exibidos em DVD

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