No país do vale-tudo para ganhar eleição, dos atos secretos, compadrios descarados e notório descaso da classe política pela moralidade pública, parece que o Barão de Itararé (1895-1971), com seu jeito irreverente, debochado e provocativo, está falando sobre os dia de hoje.
Em relação ao vale-tudo nas eleições: "O feio da eleição é se perder."
Entra governo, sai governo e a política é a mesma: "O erro do governo não é a falta de persistência, mas a persistência na falta."
No que tange à mudança de comportamento de quem se torna poderoso: "Queres conhecer o Inácio, coloca-o num palácio."
Quando vemos no Congresso parlamentares, com passado e presente nem um pouco recomendáveis, julgando outros por corrupção: "Negociata é um bom negócio para o qual não fomos convidados."
Quanto a nós, eleitores, resta a seguinte pérola do Barão: "O voto deve ser rigorosamente secreto. Só assim, afinal, o eleitor não terá vergonha de votar no seu candidato."
Humorista, jornalista, pesquisador e militante de esquerda, o Barão de Itararé era uma espécie de voz do povo, dos gozadores críticos, dos que discordavam. E às vezes pagava por isso, sendo preso, agredido e ameaçado.
Leia o livro Barão de Itararé: herói de três séculos, de Mouzar Benedito, da editora Expressão Popular, lançado em 2007.
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