Por Max Altman
Crucial vitória de Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e da Revolução Socialista Bolivariana; contundente derrota de Henrique Capriles, da MUD e dos setores golpistas de oposição; agora a atacar e resolver os problemas da economia e avançar nas conquistas sociais.
“Dedicaram-se, durante todo o ano de 2013 e, principalmente, após a morte de Chávez, a sabotar a economia, a sabotar o sistema elétrico, à desestabilização, ao caos, à guerra psicológica. Trataram de converter eleições municipais em plebiscito. E o que ocorreu: o triunfo da Revolução Socialista Bolivariana derrotou os planos golpistas da direita.” Nicolás Maduro
Notaram, meus caros amigos e amigas, que o noticiário sobre a Venezuela desapareceu da grande imprensa quando antes do 8 de dezembro enchiam suas páginas vaticinando a ‘débâcle’ do governo Maduro pelos inúmeros enviados especiais e correspondentes?
Disseram que era um plebiscito e foram com tudo. Os oligarcas são sempre insolentes. Ainda mais se são apoiados pelos Estados Unidos. Contavam que o empurrão definitivo para derrocar Maduro viria com o 8 de dezembro. Estavam cuidando dessa tarefa fazia meses. Remarcação de preços de todos os produtos muito acima da inflação, provocando desespero na população, desabastecimento induzido, sabotagem elétrica, açambarcamento, insegurança. (E mais erros do próprio governo, que as manchetes gritantes dos jornais, rádios e televisão punham em evidência). O mesmo cenário que se havia preparado para Salvador Allende antes do golpe de 1973. Desde os Estados Unidos, Roger Noriega escreveu e descreveu a tese do colapso total, que seria arrematado oportunamente, quando a situação ficasse insustentável, pelo exército norte-americano. Que a Venezuela tem demasiado petróleo. Parte importante da oposição estava de pleno acordo com esse roteiro. Por fim, o chavismo aniquilado. Fim do pesadelo. Malditos vermelhos.
Disseram que as eleições eram um plebiscito. E estavam disso plenamente convencidos. E o repetiram El País, ABC, El Mundo, Clarín, The New Yor Times, Newsweek, a CNN, Fox News, RAI, Excelsior, Miami Heral, Folha de S. Paulo, O Globo, TV Globo, o Estado de S. Paulo… Todavia eram apenas eleições municipais, com suas características próprias, conhecidas em todo o mundo político. Apresentavam-se candidatos a prefeito, vereador que iriam dar conta da prestação de serviços, asfaltamento de ruas, tráfego, varrição de lixo …, coisas de município. Mas que importância tinha tudo isso? Para que perder a ocasião? Eram as primeiras eleições municipais sem Chávez. Disseram que eram mais que urnas municipais, que o chavismo sem Chávez estava ferido de morte, que o ilegítimo e incompetente Maduro ganhara a presidencial por diferença mínima e por meio de fraude, e que agora sim, agora teria que abandonar o Palácio Miraflores, por bem ou expulso pela força. Ah, se resistisse por que não envolto num saco de lona.
Porém eis o que o povo falou:
Comparecimento nacional de 58.92%. (Recorde nacional em eleições similares. Na Venezuela o voto não é obrigatório.)
1. As 335 prefeituras ficaram assim distribuídas:
242 (72,24%) para o PSUV e aliados;
75 (22,32%) para a MUD e aliados;
18 (5,44%) para independentes.
242 (72,24%) para o PSUV e aliados;
75 (22,32%) para a MUD e aliados;
18 (5,44%) para independentes.
2. Das 40 cidades mais populosas, o PSUV ganhou em 30.
3. Das 25 capitais, o PSUV conquistou 15 e a MUD 10. Se a oposição venceu em Barinas, capital do estado Barinas, governado pelo irmão de Chávez, Adan Chávez – o que foi intensamente alardeado – a Revolução conquistou Los Teques, Guaicaipuro, estado Miranda, gobernado por Capriles – o que foi escondido.
4. PSUV e aliados obtiveram um total nacional de 5.277.491 votos; a MUD e aliados, 4.423.897. Diferença: 853.594 votos. (Cumpre lembrar que a diferença a favor de Maduro nas eleições presidenciais foi de cerca de 230 mil votos ou 1,6%.).
5. Se levarmos em conta apenas os votos da Revolução e da Oposição teremos, respectivamente, 54,40% e 46,60. (Vale destacar, por exemplo, que entre as agremiações políticas que concorreram independentemente está o Partido Comunista, firme aliado da Revolução, e que obteve 9 prefeituras, sendo 2 sem aliança, e cerca de 1,6% dos votos ou cerca de 175 mil votos. Se acrescentarmos somente esses votos à Revolução, a diferença ultrapassa os 10 pontos percentuais.)
6. No Estado Miranda, governado pelo líder da oposição, Henrique Capriles, o Psuv e aliados obtiveram 560.826 votos (52,1%) contra 514.796 votos (47,9%) da Mud e aliados.
Votação nas capitais:
Município Libertador Distrito Capital (1.625.151 eleitores)
Jorge Rodríguez – Psuv - 54,55
Ismael Garcia – Mud - 43,34%
Município Bolívar, Estado Anzoategui (85.764)
Guillermo Martínez - Psuv - 84,63%
Olga Azuaje – Mud - 14,39%
Município San Fernando; Estado Apure (109.817)
Ofelia Padrón - Psuv - 65,27%
Yadala Abouhamud – Mud - 32,19%
Município Girardot, Estado Aragua (341.979)
Pedro Bastidas - Psuv - 51,55%
Tonny Real – Mud - 45,89%
Município Barinas, Estado Barinas (224.115)
Machin Machin – Mud - 50,44%
Edgardo Ramirez – Psuv - 48,58%
Município Heres, Estado Bolívar (224.297)
Sergio Hernández – Psuv - 47,25%
Victor Fuenmayor – Mud - 40,92%
Município Valencia, Estado Carabobo (578.193)
Michele Cochiola – Mud - 54,24%
Miguel Flores – Psuv - 44,28%
Município Ezequiel Zamora, Estado Cojedes (71.330)
Pablo Rodríguez – Psuv - 54,68%
Ramon Moncada – Mud - 36,62%
Município Tucupita, Estado Delta Amacuro (63.649)
Alexis Gonzalez – Psuv - 54,38%
Maria Mercano – Mud - 33,30%
Município Iribarren, Estado Lara (682.682)
Alfredo Ramos – Mud - 52,41%
Luis Bohorquez – Psuv - 46,04%
Município Libertador, Estado Mérida (168.040)
Carlos García - Mud - 63,82%
Maria Castillo – Psuv - 33,49%
Município Guaicaipuro, Estado Miranda (191.070)
Francisco Garcés - Psuv - 52,21%
Romulo Harrera – Mud - 45,89%
Francisco Garcés - Psuv - 52,21%
Romulo Harrera – Mud - 45,89%
Município Arismendi, Estado Nueva Esparta (21.262)
Richard Fermín – Mud - 48,20%
Luiz Dias – Psuv - 44,38%
Município Guanare, Estado Portuguesa (124.094)
Rafael Calles – Psuv - 70,76
Francisco Mora – Mud - 23,97%
Município Sucre, Estado Sucre (241.194)
David Velásquez – Psuv - 54,71%
Robert Alcalá – Mud - 42,35%
David Velásquez – Psuv - 54,71%
Robert Alcalá – Mud - 42,35%
Município San Cristóbal, Estado Tachira (208.183)
Daniel Ceballos – Mud - 67,67%
Jose Zambrano – Psuv - 29,42%
MunicípioTrujillo, Estado Trujillo (43.027)
Luz Castillo – Psuv - 53,16%
Luis Briceño – Mud - 40,18%
Município San Felipe, Estado Yaracuy (69.258)
Alex Sánchez – Psuv - 49,68%
Jose Reyes – Mud - 46,79%
Município Vargas, Estado Vargas (265.837)
Carlos Alcalá Cordones – Psuv - 53,92%
Fabiola Colmenares – Mud - 37,99%
Município Maracaibo, Estado Zulia (944.129)
Eveling de Rosales – Mud - 51,74%
Perez Pirela – Psuv - 46,64%
Município Metropolitano, Alcaldia Mteropolitana (2.474.833)
Antonio Ledezma – Mud - 51,28%
Ernesto Villegas – Psuv - 47,22%
Município Atures, Estado Amazonas (72.005)
Adriano Gonzalex – Mud - 49,57%
Delmis Bastidas – Psuv - 46,78%
Município Maturin, Estado Monagas (338.694)
Warner Jimenez – Mud - 38,63
Jose Maicovares – Psuv - 37,26%
Município Miranda, Estado Falcón (138.895)
Pablo Acosta – Psuv - 47,97%
Victor Jurado – Mud - 46,87%
Município Roscio, Estado Guarico (86.493)
Gustavo Mendes – Psuv - 49,88%
Douglas Gonzalez – Mud - 48,22%
Dados do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela
FONTE: Blog do Rovai
LEIA TAMBÉM:
(Venezuela) “Devemos aproveitar o 2014″
Editorial do jornal do Partido Comunista da Venezuela, 14 Dez 2013 - Tribuna Popular Nº 230
Comunistas venezuelanos celebram triunfo em eleições municipais
Caracas, 9 dez. 2013, Tribuna Popular TP
Aqui podemos ver toda a podridão e corrupção das esquerdas brasileiras, compradas a peso de ouro para combater o modelo venezuelano de democracia direta.
ResponderExcluirNa Venezuela, o povo tem direito de cassar os políticos, propor e derrubar leis, tudo por iniciativa popular, decidido no voto, através de referendos.
Alguém pode explicar por que as esquerdas combatem isso aqui no Brasil?