“Quando (...) um partido está tomando soluções que são confirmadas pela prática, o partido se transforma num imã, é um elemento de atração. Mas, quando a linha é errada, surgem logo as tendências, para a direita e para a esquerda. E a divisão vai se dando”Luiz Carlos Prestes, Programa Roda Viva, 1986
No seu 12° Encontro Nacional, que ocorreu esse ano, a Corrente Comunista Luiz Carlos Prestes decidiu pela mudança do nome para Polo Comunista Luiz Carlos Prestes. A organização segue sendo a mesma, quer dizer, seguem sendo os mesmos militantes, a mesma política, a mesma estratégia. Não houve divisões nem rachas em seu interior. No entanto, a mudança não foi gratuita, pois é a expressão e a conclusão de um conjunto de debates.
A Corrente foi fruto da necessidade de manter organizados os “comunistas que se alinhavam às posições revolucionárias de Luiz Carlos Prestes”, que junto com ele romperam com o PCB em defesa da estratégia socialista. Comunistas estes que durante toda a década de 80 militaram junto com Prestes, mesmo com muitas dificuldades organizativas, já que não podiam mais contar com o PCB como esse instrumento, que havia enveredado pelo caminho do oportunismo. A Corrente tem seu primeiro Encontro Nacional em 1990, com a presença de representantes de 17 estados, após a morte de Prestes, e decide por dar continuidade à organização, criando instâncias e desenvolvendo a política elaborada na década anterior.
No entanto, os anos que seguiram foram muito duros para os comunistas de todo o mundo. Com o fim da URSS e a degeneração de muitos dos partidos comunistas tradicionais, o abandono das posições revolucionárias e a renúncia do marxismo-leninismo se tornaram a tônica mesmo da dita esquerda que vinha ganhando força. No Brasil, não podia ser diferente, e a Corrente acabou expressando a necessidade de manter unido um conjunto de militantes que não se deixaram vergar pelo reformismo. A dispersão também foi grande em nosso meio.
Ao longo dos anos 2000, o refluxo segue, mas a política gestada nos anos do governo PT começa a dar mostras de desgaste e esgotamento. Por consequência, volta a crescer o interesse pelo debate do socialismo, animado por uma conjuntura específica da América Latina. Volta da mesma forma, a crescer o interesse pela esquerda revolucionária e suas organizações políticas.
No ano de 2013, não só mudamos de nome. O Polo se afirma como alternativa para os comunistas revolucionários em nosso país. Aprovamos nossos Estatutos e sistematizamos elementos essenciais de nossa estratégia socialista em um país cortado pelo desenvolvimento capitalista dependente e uma dominação burguesa autocrática. Em nosso último encontro, aprovamos um programa mínimo com vistas a contribuir para guiar a atuação da militância combativa.
Polo é um elemento de atração, concepção muito utilizada por organizações comunistas que se desgarraram do oportunismo de muitos partidos tradicionais. Ao mesmo tempo, reconhece como abertos os caminhos para a construção de um partido revolucionário de novo tipo, que não existe ainda no Brasil, mas para o qual pretendemos contribuir, juntamente com outros revolucionários e organizações diversas. Esse caminho passará pela construção do bloco de forças sociais anti-imperialista, antimonopolista e antilatifundiário que criará as condições para a tomada do poder, abrindo caminho para transformações de caráter socialista.
A mudança de nome representa assim abertura de um novo momento organizativo da antiga Corrente. Afirmamo-nos como um Polo Comunista num momento em que voltamos a crescer, buscando intervir de modo crescente na cena política nacional. Num momento em que a própria conjuntura exige que os comunistas se fortaleçam. Os cavernosos anos de contrarrevolução não foram revertidos, mas a conjuntura demonstra que possibilidades novas podem se abrir nos anos que seguem. O Polo Comunista Luiz Carlos Prestes estará presente nas lutas de hoje e nas que virão, abrindo caminhos e cavando trincheiras para a revolução brasileira!
Polo Comunista Luiz Carlos Prestes
Direção Nacional
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