O assassinato da missionária estadunidense Dorothy Stang completa cinco anos nesta sexta-feira (12/2). Morta a tiros em Anapu, no Pará, a missionária era uma liderança popular e atuava junto à Comissão Pastoral da Terra (CPT) em defesa dos projetos de democratização da terra. Sua morte ganhou repercussão nacional e internacional. O episódio deixou evidente as conseqüências da estrutura fundiária no Brasil e a omissão do Estado.
A luta de Irmã Dorothy criou, durante 30 anos, muitos obstáculos aos interesses de madeireiros e latifundiários da região.
Cinco anos após o crime, o intermediário do assassinato, Amair Feijoli da Cunha, cumpre pena de 18 anos; os pistoleiros Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, e Rayfran das Neves, cumprem pena de condenado a 18 anos e 17 anos de prisão, respectivamente. Um dos mandantes do assassinato, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, que estava solto até o último sábado (6/2), foi condenado a 30 anos de prisão. Já o principal mandante, Regilvado Pereira do Galvão, conhecido como Taradão, ainda não foi a julgamento.
Os problemas estruturais que causaram a morte da religiosa continuam sem solução. A situação fundiária continua sendo responsável pelas injustiças cometidas contra sem terra, ativistas, posseiros e indígenas.
Segundo Ulisses Manaças, da coordenação do MST no Pará, o problema da violência no campo no estado tem aumentado em função da expansão de projetos extrativistas e do agronegócio.
“Foram consolidados na Amazônia vários projetos, especialmente no campo agromineral extrativista. Foi implementado no baixo Amazonas o ciclo da soja, através da multinacional Cargill, com os grandes fazendeiros disputando território com aqueles que já residiam naquele espaço, como indígenas, quilombolas. No sul e sudeste do estado também se consolidou essa aliança, da pecuária extensiva, das indústrias madeireiras com as mineradoras. E através do sistema financeiro também, no caso do Opportunity, que comprou 49 propriedades devolutas no estado. Os camponeses, por outro lado, têm feito luta para conseguir a posse da terra. No Pará, hoje, há 300 lideranças populares ameaçadas de morte, o que é um número extremamente alarmante”, aponta.
Para Manaças, a impunidade é que dá amparo a novos casos de violência e de violação dos direitos humanos no estado. "Nos últimos 20 anos, só no Pará, houve 600 assassinatos. Desses, só sete mandantes foram condenados, mas somente 3 estão na cadeia. Isso aponta a inoperância ou a parcialidade do Judiciário, o que consolida a impunidade no Estado. Essa impunidade é que dá força e amparo para novos casos acontecerem", completa.
Fonte: http://www.mst.org.br/node/9091
A luta de Irmã Dorothy criou, durante 30 anos, muitos obstáculos aos interesses de madeireiros e latifundiários da região.
Cinco anos após o crime, o intermediário do assassinato, Amair Feijoli da Cunha, cumpre pena de 18 anos; os pistoleiros Clodoaldo Carlos Batista, o Eduardo, e Rayfran das Neves, cumprem pena de condenado a 18 anos e 17 anos de prisão, respectivamente. Um dos mandantes do assassinato, Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, que estava solto até o último sábado (6/2), foi condenado a 30 anos de prisão. Já o principal mandante, Regilvado Pereira do Galvão, conhecido como Taradão, ainda não foi a julgamento.
Os problemas estruturais que causaram a morte da religiosa continuam sem solução. A situação fundiária continua sendo responsável pelas injustiças cometidas contra sem terra, ativistas, posseiros e indígenas.
Segundo Ulisses Manaças, da coordenação do MST no Pará, o problema da violência no campo no estado tem aumentado em função da expansão de projetos extrativistas e do agronegócio.
“Foram consolidados na Amazônia vários projetos, especialmente no campo agromineral extrativista. Foi implementado no baixo Amazonas o ciclo da soja, através da multinacional Cargill, com os grandes fazendeiros disputando território com aqueles que já residiam naquele espaço, como indígenas, quilombolas. No sul e sudeste do estado também se consolidou essa aliança, da pecuária extensiva, das indústrias madeireiras com as mineradoras. E através do sistema financeiro também, no caso do Opportunity, que comprou 49 propriedades devolutas no estado. Os camponeses, por outro lado, têm feito luta para conseguir a posse da terra. No Pará, hoje, há 300 lideranças populares ameaçadas de morte, o que é um número extremamente alarmante”, aponta.
Para Manaças, a impunidade é que dá amparo a novos casos de violência e de violação dos direitos humanos no estado. "Nos últimos 20 anos, só no Pará, houve 600 assassinatos. Desses, só sete mandantes foram condenados, mas somente 3 estão na cadeia. Isso aponta a inoperância ou a parcialidade do Judiciário, o que consolida a impunidade no Estado. Essa impunidade é que dá força e amparo para novos casos acontecerem", completa.
Fonte: http://www.mst.org.br/node/9091
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