sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais uma vez a Assembleia Geral da ONU condenou o embargo americano contra Cuba



N O T Í C I A S
Havana. 29 de outubro, de 2009

NA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU

Majoritário apoio mundial a Cuba na resolução contra o bloqueio dos EUA• Votaram a favor do projeto de resolução apresentado pela Ilha 187 países; três deles contra e dois se abstiveram


• NAÇÕES UNIDAS — Os Estados Unidos ficaram de novo isolados nas Nações Unidas diante da nova condenação emitida pela Assembleia Geral contra o bloqueio a Cuba.
O máximo fórum da ONU aprovou, em 28 de outubro, com 187 votos a favor, três contra (EUA, Israel e Palau) e duas abstenções (Micronésia e Ilhas Marshall), a resolução intitulada "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba".
Desta maneira, o apoio à Ilha aumentou em dois sufrágios, em comparação com o ano passado.
Trata-se da 18ª ocasião sucessiva que a reunião plenária das Nações Unidas exige o fim da guerra econômica imposta por Washington a Cuba há mais de meio século. •

O presidente Barack Obama tem a oportunidade histórica de liderar a mudança política a respeito de Cuba• Expressou o chanceler Bruno Rodríguez na Assembleia Geral da ONU

• NAÇÕES UNIDAS (PL) — Cuba enfatizou na Assembleia Geral da ONU que o bloqueio dos EUA à Ilha não mudou e constitui uma violação absoluta, flagrante e sistemática dos direitos humanos.
Esse cerco "continua sendo uma política absurda que provoca carências e sofrimentos" e na Convenção de Genebra de 1948 aparece classificado como um ato de genocídio e é eticamente inaceitável, afirmou o chanceler cubano, Bruno Rodríguez.
O Ministro das Relações Exteriores cubano falou na reunião plenária da Assembleia Geral das Nações Unidas na debate do tema intitulado "Necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba".
Rodríguez declarou que esse assédio norte-americano é um ato soberbo e inculto e assinalou que os representantes de Washington mentem quando afirmam que se trata de um assunto bilateral.
A respeito disso, explicou que a aplicação extraterritorial das leis do bloqueio, como a Helms-Burton e a Torricelli, também atinge os demais Estados-membros da ONU e salientou que 56 países foram alvo de medidas no último período.
"Essas proibições, desumanas e impróprias desta época, são aplicadas não só a Cuba, mas também aos países que vocês representam", ressaltou.
O chanceler cubano pôs numerosos exemplos sobre o impacto do bloqueio na população cubana, especialmente nas crianças, em matéria de medicina, saúde, comunicações, internet, alimentação, cultura, ciências, e outros.
Também se referiu à recente proibição do governo norte-americano de que a Orquestra Filarmônica de Nova Iorque se apresentasse em Cuba.
"Entre julho de 2008 e julho de 2009, 1.941 navios ancorados em Cuba foram proibidos de entrarem nos portos dos EUA durante 180 dias", acrescentou.
Rodríguez destacou que, segundo pesquisas recentes, 76% dos cidadãos norte-americanos se opõem ao bloqueio e precisou que "ignorar a decisão de mudar e mantê-lo é antidemocrático".
"Os empresários estadunidenses são proibidos de comerciarem com o mercado cubano. Também são proibidos de investirem em Cuba. As companhias do mundo não têm concorrência norte-americana em Cuba porque o governo dos Estados Unidos o proíbe", acrescentou o chanceler cubano.
Ao se referir à prorrogação da aplicação do assédio em setembro passado, Bruno Rodríguez rejeitou o pretexto do interesse nacional dos EUA utilizado pelo presidente Barack Obama.
Nenhuma pessoa séria pode dizer que Cuba representa uma ameaça para a segurança nacional da única superpotência. Nossa força é a força do direito, da verdade e da razão, afirmou.
Além disso, também exigiu que se ponha fim à inclusão de Cuba nas listas espúrias de supostos Estados patrocinadores do terrorismo e exigiu a libertação dos Cinco lutadores antiterroristas cubanos, presos injustamente nos cárceres norte-americanos desde 1998.
"O presidente Barack Obama tem a oportunidade histórica de liderar a mudança política a respeito de Cuba e a eliminação do bloqueio. Inclusive, tem faculdades executivas que lhe permitiriam, agora e por si próprio, modificar substancialmente a aplicação das medidas do bloqueio", disse.
A seguir, Bruno Rodríguez qualificou de "positivos, porém extremamente limitados e insuficientes" diversos passos dados pela Casa Branca para eliminar as brutais restrições aplicadas pelo ex-presidente George W. Bush.
"A realidade é que nem sequer se retornou à situação existente no início de 2004, quando os EUA permitiam certo nível de intercâmbio com contrapartes cubanas, que atualmente continua proibido", precisou.
Assegurou que algumas propostas feitas na área das telecomunicações são simplesmente inaplicáveis, enquanto não sejam eliminadas outras restrições em vigor.
"Também será necessário pôr fim à prática de roubar fundos cubanos procedentes de operações nesse setor, congelados em bancos norte-americanos", indicou.
Bruno Rodríguez assinalou que Cuba respondeu conforme sua disposição histórica para conversar diretamente com os Estados Unidos.
"O presidente Raúl Castro Ruz, como fez antes Fidel, reiterou sua disposição para dialogar sobre todos os assuntos e para negociar todos os problemas bilaterais, com base no respeito e na igualdade soberana e sem menosprezar nossa independência e autodeterminação", destacou.
Além disso, sublinhou: "Estamos à espera de respostas do governo dos EUA à proposta da agenda, apresentada por Cuba em julho passado, para iniciar um diálogo blilateral"
Quanto à resolução apresentada na Assembleia Geral, o ministro cubano explicou que "apoiá-la é um ato contra a agressão e o uso da força. É um ato a favor da paz, do direito e da esperança".
"É um ato de justiça com o heroico povo de Cuba que hoje presta homenagem a Camilo Cienfuegos, jovem e alegre comandante da Serra Maestra, com quem aprendemos que a lealdade a nossas conquistas sagradas e a nossas convicções profundas é o único caminho para a vitória", concluiu. •

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