terça-feira, 3 de março de 2020

“A Revolução de Anita”

Escrito pela autora canadense Shirley A. Langer, a obra é um relato ficcional da campanha de alfabetização realizada em Cuba no ano de 1961, em que mais de 700 mil pessoas – em sua maioria camponeses pobres – aprenderam a ler e a escrever. Tal ação tornou a pequena ilha território livre de analfabetismo. Essa campanha foi uma das primeiras iniciativas da Revolução Cubana para libertar o povo e o país do domínio colonial e da ignorância.

Ao acompanharmos a trajetória de Anita Fonseca, vemos a transformação de uma menina, de 14 anos de idade, cheia de privilégios, mas que impactada pela revolução – e pelo assassinato de Conrado Benítez, um jovem que queria alfabetizar camponeses – decide se tornar voluntária da campanha de alfabetização. Por meio de seu diário e de suas cartas, vivenciamos as contradições de uma jovem que está passando por várias transformações tanto sentimentais quanto físicas.

Além disso, podemos ver também uma pequena (grande) parte das mudanças que ocorreram na vida de Ramón, Clara e Zenaida, camponeses educandos de Anita, principalmente com relação à perspectiva de que suas vidas e seu futuro poderiam ser diferentes.


Trechos do livro
“1º de janeiro de 1962. Queridos Clara, Ramón e Zenaida, acredito que provavelmente sou a primeira pessoa a escrever-lhes uma carta. É maravilhoso estar em casa com a minha família, mas sinto saudades da minha vida com a família Pérez, mais do que eu possa lhes dizer. Outro dia, o meu pai disse algo maravilhoso quando falávamos sobre a campanha. Ele disse que durante a campanha, os camponeses descobriram o mundo das palavras e os brigadistas descobriram o povo esquecido de Cuba. Agora que eu os descobri, não quero perdê-los, então espero que vocês me respondam e contem sobre vocês. Por favor, não se preocupem com erros. Havia 1 milhão de pessoas ou mais no comício. Quando as pessoas aplaudiam, eu imaginava que estavam aplaudindo vocês”. (Diário de Anita, Trinfo da Campanha de Alfabetização)




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