domingo, 30 de setembro de 2018

Disseminando a produção de "Germinal: Marxismo e Educação em Debate"

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Diante da profissionalização e da conversão dos periódicos em um comércio que coloca o conhecimento como mercadoria, que vem desafiando os editores que optaram por trabalhar com as plataformas de acesso aberto, a única arma que temos para a defesa deste patrimônio é a recepção que Germinal tem entre seus leitores.

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terça-feira, 25 de setembro de 2018

Vídeo-reportagem sobre a abertura da exposição "Linha do tempo de Luiz Carlos Prestes... Fragmentos"

Depois de doar um grande acervo de Luiz Carlos Prestes, a historiadora Anita Prestes esteve na Biblioteca Comunitária da UFSCar para a abertura da exposição. A filha do político brasileiro também contou porque escolheu a Universidade para abrigar objetos, livros e documentos que revelam parte da história do país.

Confira matéria produzida também pela TV UFSCar:



Anita Prestes inaugura na UFSCar exposição histórica inédita

Por Adriana Arruda

Na última segunda-feira, dia 24 de setembro, a Biblioteca Comunitária (BCo) da UFSCar recebeu a professora Anita Leocádia Prestes, filha de Luiz Carlos Prestes - militar e político brasileiro que comandou a revolucionária marcha Coluna Prestes entre os anos de 1925 e 1927 - e de Olga Benário Prestes, para a inauguração de uma linha do tempo retratando a trajetória do político e para a abertura da exposição "Linha do tempo de Luiz Carlos Prestes... Fragmentos", com 34 objetos que pertenceram a ele, cuja exibição pública é inédita. Os itens expostos são presentes recebidos por Prestes de familiares e amigos, em diversas épocas de sua vida. Já a linha do tempo destaca momentos marcantes da carreira do político.




A inauguração contou com a presença da Reitora da UFSCar, Wanda Hoffmann; do Diretor do Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi), Roniberto Morato do Amaral; e da Diretora da Biblioteca Comunitária (BCo), Marisa Cubas Lozano, que enfatizou a importância do evento. "Esta inauguração simboliza a confiança depositada pela professora Anita à BCo, que se enriquece com a chegada deste acervo", destacou Lozano.



Segundo Amaral, a UFSCar tem papel e responsabilidades relevantes na preservação da história nacional. "Mais do que a preservação, a Universidade tem também o compromisso de possibilitar o acesso ao conhecimento produzido dentro dela. Nesse sentido, essa Biblioteca é comunitária e  conta com uma participação muito significativa da população de São Carlos e dos demais municípios da região, além de ter alcance em âmbito mundial, através das plataformas multimídias. Assim, o acervo Prestes está aqui, mas alcançará muitas pessoas de outros lugares", afirmou o Diretor do SIBi.

Já a Reitora ressaltou a importância do material que a Universidade recebeu e, agora, disponibiliza ao público. "Este é um material muito importante, que revela parte da história do Brasil. Agradeço à professora Anita, que confiou à UFSCar todo esse acervo, que gerará estudos e reflexões capazes de transformar a sociedade. Faremos todo o esforço para preservar este conjunto de preciosidades e reforçamos que a BCo está aberta não só para a comunidade acadêmica, mas também para toda a população de São Carlos e região, para que possa apreciar e refletir sobre a trajetória de Luiz Carlos Prestes", disse Hoffmann.

Na opinião de Amarilio Ferreira Júnior, docente do Departamento de Educação (DEd) da UFSCar, o acervo auxiliará em futuras pesquisas e descobertas sobre a política do País. "A UFSCar ganha um tesouro correspondente à história do Brasil do século XX. Trata-se de um grande patrimônio político relacionado às memórias de Prestes, um dos personagens históricos mais importantes do País. A aquisição deste acervo tem uma responsabilidade histórica, já que a Universidade passa a ser uma referência para se estudar o Brasil dessa época", defendeu o professor.

Durante a cerimônia, Anita Prestes revelou que a existência do acervo faz parte de seus esforços e, principalmente, dos de sua tia, Lygia Prestes, em preservar os objetos. "Muitos materiais se perderam devido aos exílios, prisões e perseguições sofridos pelo meu pai. Mas, ainda assim, o cuidado da Tia Lygia preservou muitos itens e nos permite hoje inaugurar essa exposição", relatou Anita Prestes. 



De acordo com ela, a ideia de doar o material para a UFSCar surgiu quando tomou conhecimento de que na BCo já estava o acervo do sociólogo Florestan Fernandes, amigo de Luiz Carlos Prestes. "Resolvi visitar a UFSCar e conhecer as pessoas, o que me inspirou confiança para fazer a doação. Parabenizo a Biblioteca Comunitária, principalmente pela concretização de atividades destinadas à população em geral. Esse trabalho de extensão é fundamental na preservação de arquivos e, no caso do acervo de Prestes, auxiliará para que as novas gerações conheçam uma fase importante da história do Brasil. Reunimos aqui materiais e documentos não só de interesse da comunidade universitária, mas também da juventude e, sobretudo, do povo brasileiro", afirmou Anita Prestes.

Estiveram presentes na cerimônia de inauguração José Paulo Gomes, Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Carlos; Cristina de Fátima Perucci,  representando Nino Mengatti, Secretário Municipal de Educação; Aline Ulrich, documentalista do Arquivo Público Histórico da Fundação Pró-Memória de São Carlos; Ana Cristina Cruz, Vice-Diretora do Centro de Educação e Ciências Humanas (CECH) da UFSCar; Marilde Santos, Secretária Geral de Educação a Distância da UFSCar; Amália Cristina Dias da Rocha Bezerra, professora da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense da UERJ; e Luiz Antonio Ragon, Vice-Presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes.

A mostra "Linha do tempo de Luiz Carlos Prestes... Fragmentos" está disponível para visitação gratuita até 19 de outubro, no saguão da BCo, na área Norte do Campus São Carlos da Universidade, de segunda a sexta-feira, das 8 horas às 22 horas, e aos sábados, das 8 às 14 horas.




Palestras e lançamentos de livros´

Além das inaugurações, Anita Prestes proferiu na UFSCar a palestra "Luiz Carlos Prestes, a Constituinte e a Constituição de 1988", sobre a Constituição, que comemora 30 anos em 2018. A atividade contou com apresentação do professor Marcos Cesar de Oliveira Pinheiro, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), que abordou o tema "A relevância histórica de Luiz Carlos Prestes e seu legado político para as novas gerações", destacando um conjunto de ideias, condutas e posturas de Prestes relacionadas à política brasileira. "Com 92 anos de vida, sendo 70 de militância, destacaria três pilares do legado de Prestes: o primeiro é o repúdio às injustiças sociais e a luta para superá-las; o segundo diz respeito ao altruísmo e à solidariedade, já que prezou pelos interesses coletivos em detrimento dos individuais; por fim, destaco sua vontade política voltada às transformações como motivação das ações da vida pública", elencou Pinheiro.





Na ocasião, também foram realizados os lançamentos dos livros "Luiz Carlos Prestes: um comunista brasileiro" e "Olga Benário Prestes: uma comunista nos arquivos da Gestapo", os dois de autoria de Anita Prestes. O conjunto dos eventos foi uma promoção do Departamento de Ação Cultural (DeAC) em parceria com o Departamento de Coleções de Obras Raras e Especiais (DeCORE), ambos da BCo, vinculada ao SIBi da UFSCar. 



Doação do acervo de Prestes à UFSCar

A exposição "Linha do tempo de Luiz Carlos Prestes... Fragmentos" e a linha do tempo são compostas por parte do material do acervo do político doado para a UFSCar. No último mês de março, chegaram à Universidade mais de 360 pacotes, com livros, documentos, correspondências, fotos, quadros, medalhas e outros objetos pessoais do militar. A intenção da BCo é montar um minimuseu com todas as peças e disponibilizar os livros pertencentes a Prestes para consulta. Segundo Izabel da Mota Franco, bibliotecária do DeCORE da BCo, cada obra doada passa por um processo de análise para, em seguida, ser disponibilizada para consulta. "Elas comumente recebem higienização e pequenos reparos. Além disso, as que necessitarem serão encaminhadas para restauro, seguido de catalogação no sistema da Biblioteca. Após finalizarmos esta etapa, com certeza teremos um acervo histórico muito rico para pesquisas", garante Franco. Detalhes sobre a doação do acervo estão neste link.

Sobre Anita Prestes

Anita Leocádia Prestes nasceu em 1936, na prisão de mulheres de Barnimstrasse, em Berlim, na Alemanha nazista. É filha do militar e político brasileiro, Luiz Carlos Prestes, e de Olga Benário Prestes, alemã. Afastada da mãe aos 14 meses de idade, antes de vir para o Brasil, em outubro de 1945, viveu exilada na França e no México, com a avó paterna, Leocádia Prestes, e a tia, Lygia Prestes. Autora de vários livros sobre a atuação política de Prestes e a história do comunismo no Brasil, é doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), professora do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ) e Presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes. 


Anita Prestes inaugura exposição sobre o militar e político Luiz Carlos Prestes na UFSCar

Mostra foi montada com acervo doado à universidade em março pela própria filha.

Por G1 São Carlos e Araraquara
24/09/2018

A historiadora Anita Prestes, filha do militar e político Luiz Carlos Prestes e Olga Benário Prestes, está em São Carlos nesta segunda-feira (24) para inaugurar uma exposição sobre seu pai, fazer uma palestra e lançar livros sobre seu pai e sua mãe na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).




Exposição

A exposição "Linha do tempo de Luiz Carlos Prestes... Fragmentos” traz objetos que nunca foram exibidos, presentes recebidos por Prestes de familiares e amigos, em diversas épocas de sua vida.

Entre os itens expostos há a cítara que ele tocava na prisão, uma vitrola que ele ganhou no exilio na Argentina em 1928, roupas dele e de Anita. Junto há uma linha do tempo que destaca momentos marcantes da carreira do político.



A exposição é feita com parte do material do acervo do político doado à Biblioteca Comunitária (BCo) da UFSCar, em março pela própria Anita Prestes, que disse que optou pela universidade após saber que ela já abriga o acervo de Florestan Fernandes.

"A minha tia, Lygia Prestes, que preservou esse acervo, e eu tínhamos a preocupação de disponibilizar esse acervo para o público brasiliero e até para pesquisadores estrangeiros, o problema era ter um lugar confiável e depois que eu soube que o acervo do Florestan Fernandes estava aqui eu tive interesse de conhecer e vim aqui e achei que valia a pena trazer para cá, era confiável, e eu acho que foi um gesto acertado disponibilizar isso aqui na Universidade Federal de São Carlos", disse.

Foram mais de 360 pacotes, com livros, documentos, correspondências, fotos, quadros, medalhas e outros objetos pessoais do militar. A intenção da BCo é montar um minimuseu com todas peças e disponibilizar os livros pertencentes a Prestes para consulta.

A mostra estará aberta à visitação até 19 de outubro no saguão da Biblioteca Comunitária (BCo), de segunda a sexta-feira, das 8h às 22h, e aos sábados, das 8h às 14h.



Anita Prestes

Anita Prestes está com 82 anos. Filha do militar e político Luiz Carlos Prestes, que comandou a revolucionária marcha Coluna Prestes entre os anos de 1925 e 1927, e da alemã judia e comunista Olga Benário Prestes, nasceu em 1936, na prisão de mulheres de Barnimstrasse, em Berlim, na Alemanha nazista.



Afastada da mãe aos 14 meses de idade, antes de vir para o Brasil, em outubro de 1945, viveu exilada na França e no México com a avó paterna. Autora de vários livros sobre a atuação política de Prestes e a história do comunismo no Brasil, é doutora em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF), professora do Programa de Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal de Rio de Janeiro (UFRJ) e Presidente do Instituto Luiz Carlos Prestes.


domingo, 16 de setembro de 2018

Coletiva de imprensa da historiadora Anita Leocadia Prestes (14/09/2018)

Entre os temas abordados, a conjuntura atual pós-golpe jurídico-parlamentar de retirada de direitos e ataques à classe trabalhadora, as tentativas de privatização das universidades públicas, o Museu Nacional, o poder militar, os 30 anos da Constituição.

Esta atividade antecedeu a conferência de abertura do X Congresso da Associação de Docentes da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (ADUERN), na cidade de Mossoró.

Segue abaixo o link da entrevista coletiva na Aduern.



Fotos da Conferência de abertura do X Congresso da ADUERN














terça-feira, 11 de setembro de 2018

Salvador Allende: un recordatorio y una enseñanza

Por Atilio A. Boron


Días atrás, el 4 de Septiembre, para ser más precisos, se cumplieron 48 años del triunfo de Salvador Allende en las elecciones presidenciales de Chile de 1970. Con el paso de los años se comprueba, con dolor, que su figura no ha cosechado la valoración que se merece mismo dentro de algunos sectores de la izquierda, dentro y fuera de Chile. En vez de honrar la figura del presidente-mártir y su obra muchos se plegaron irreflexiblemente a las críticas que el consenso neoliberal dominante formuló a su gestión, sin ofrecer un análisis alternativo que tuviese en cuenta las dificilísimas, extremadamente adversas condiciones que rodearon su acceso a La Moneda y toda su labor de gobierno. El advenimiento de la “democracia de baja intensidad” en el Chile pos-Pinochet -producto de una sobrevaluada transición cuyas limitaciones económicas, sociales y políticas son hoy evidentes- corrigió sólo en parte la subestimación que había sufrido la figura de Allende y el gobierno de la Unidad Popular. No obstante, luego de casi treinta años de una decepcionante transición que acentuó las inequidades de la sociedad chilena y su dependencia externa las cosas comienzan a cambiar y, afortunadamente, se notan numerosas tentativas de revalorizar su fértil legado.

Se trata de un acto de estricta justicia porque, como lo hemos manifestado en más de una ocasión, Allende fue el precursor del “ciclo de izquierda” que conmovió América Latina (y el sistema interamericano) hasta sus cimientos a partir de finales del siglo pasado. Las experiencias vividas en Venezuela con Hugo Chávez, en Ecuador con Rafael Correa, en Bolivia con Evo Morales en donde se recuperaron los recursos naturales tienen en el gobierno de Allende un luminoso precedente en la nacionalización de la gran minería del cobre en manos de oligopolios norteamericanos, en la nacionalización de la banca, la expropiación de los principales conglomerados industriales y la reforma agraria. Teniendo en cuenta las condiciones de esa época, comienzos de los años setenta, lo que hizo el gobierno de la UP fue una proeza en un país rodeado de dictaduras de derecha y atacado con saña por Estados Unidos.

De estricta justicia, decíamos, porque Allende fue un hombre extraordinario de Nuestra América. Un socialista sin renuncios, un antiimperialista sin concesiones, un latinoamericanista ejemplar. Cuando Cuba padecía de un aislamiento casi completo y el Che iniciaba su última campaña en Bolivia Allende asumió nada menos que la presidencia de la Organización Latinoamericana de Solidaridad (OLAS) para apoyar a la Isla rebelde y al Comandante Heroico. Era por entonces Senador por su partido, y ya entonces fueron muchas las voces que se alzaron para reprocharle por su incondicional apoyo a la isla caribeña y a la insurgencia que brotaba no sólo en Bolivia de la mano del Che sino en casi toda América Latina. Yo vivía en Chile en esos años y fui testigo de la campaña de difamaciones, agresiones, insultos y escarnio que se descargó en su contra. El diario El Mercurio, una de las expresiones más indignas del periodismo latinoamericano    –en realidad, no es periodismo sino propaganda y nada más- lo atacaba a diario en sus páginas políticas y en sus opiniones editoriales, invariablemente acompañadas por una caricatura que reproducía al líder socialista en la carta del rey (K) en el naipe de póquer, la mitad superior empuñando una metralleta y sosteniendo en sus manos la campana de Senado en la mitad inferior. El mensaje era clarísimo: Allende no era sino un guerrillero castrista que se había puesto la piel de cordero de un demócrata y que desde su posición en el Senado engañaba a chilenas y chilenos.

Este también era el diagnóstico de la CIA, que detectó tempranamente el peligro que su figura representaba para los intereses de Estados Unidos. Ya en la campaña presidencial de 1964 la agencia había movilizado grandes recursos para impedir el posible triunfo de la coalición de izquierda que lo postulaba para el cargo. Documentos recientemente desclasificados demuestran que destinó para tales fines 2.6 millones de dólares para financiar la campaña de Eduardo Frei, paladín de la Democracia Cristiana y la malhadada “Revolución en Libertad” que se proponía como la alternativa a la Revolución Cubana. Y otros 3 millones para financiar una campaña de terror en donde la figura del dirigente socialista era presentada como la de un monstruo que enviaría niños chilenos a estudiar a Cuba o a la URSS y acusaciones por el estilo. En total, unos 45 millones de dólares si los computamos a su valor actual[1] 

De lo anterior se desprende con meridiana claridad las razones por las que Washington se opuso desde la noche misma del 4 de Septiembre de 1970 a la posibilidad de que Allende asumiera la presidencia de la república. Había triunfado en la elección popular pero al no alcanzar la mayoría absoluta necesitaba ser ratificado como presidente por el voto del Congreso Pleno. Su victoria era un resultado inaceptable en plena contraofensiva imperial, y el dinero invertido para frustrar la llegada de Allende a La Moneda fue mucho mayor que el canalizado para la anterior elección, aunque todavía no hay un consenso acerca de la cifra exacta. Estados Unidos se encaminaba hacia una derrota inapelable en Vietnam y había saturado el continente con dictaduras militares. Lo de Allende era un grito de guerra contra el imperio y para Washington esto era totalmente inadmisible. Había que acabar con él de cualquier manera.

Según la documentación de la CIA, el 15 de Septiembre de 1970, pocos días después de las elecciones, el Presidente Richard Nixon convocó a su despacho a Henry Kissinger, Consejero de Seguridad Nacional; a Richard Helms, Director de la CIA y a William Colby, su Director Adjunto, y al Fiscal General John Mitchell a una reunión en la Oficina Oval de la Casa Blanca para elaborar la política a seguir en relación a las malas nuevas procedentes desde Chile. En sus notas Colby escribió que “Nixon estaba furioso” porque estaba convencido que una presidencia de Allende potenciaría la diseminación de la revolución comunista pregonada por Fidel Castro no sólo a Chile sino al resto de América Latina.[2] En esa reunión propuso impedir que Allende fuese ratificado por el Congreso y que inaugurara su presidencia. El mensaje tomado por Helms, a su vez, expresaba con claridad la visceral mezcla de odio y rabia que el triunfo de Allende provocaba en un personaje de la calaña de Nixon. Según Helms, sus instrucciones fueron las siguientes: “una chance en 10, tal vez, pero salven a Chile”; “vale la pena el gasto”; “no involucrar a la embajada”; “no preocuparse por los riesgos implicados en la operación”; “destinar 10 millones de dólares para comenzar, y más si es necesario hacer un trabajo de tiempo completo.”; “Mandemos los mejores hombres que tengamos.”; “En lo inmediato, hagan que la economía grite. Ni una tuerca ni un tornillo para Chile;” “En 48 horas quiero un plan de acción.” [3] Y eso fue lo que ocurrió, desde el asesinato del general constitucionalista René Schneider hasta el reclutamiento de grupos paramilitares cuyas acciones terroristas eran adjudicadas a fantasmales brigadas de izquierda, mismas que la prensa canalla de la época, con El Mercurio  a la cabeza, propagaba con fervor para alimentar la creencia de que el triunfo de la Unidad Popular era sinónimo de caos, destrucción y muerte en Chile. Pero la intervención de Estados Unidos contemplaba también presiones diplomáticas, el desabastecimiento programado de artículos de primera necesidad para fomentar el malhumor de la población, la organización de sectores medios para luchar contra el gobierno (caso del gremio de camioneros, entre los más importantes) y la canalización de enormes recursos para financiar a los revoltosos y atraer a la oficialidad militar a la causa del golpe.

Si miramos el panorama actual de América Latina y el Caribe veremos que poco o nada ha cambiado. Por eso es necesario volver a estudiar minuciosamente lo ocurrido en el Chile de Allende. La actuación del imperialismo en los países de Nuestra América, y especialmente en la vanguardia formada por  los países del ALBA-TCP, no difiere hoy de los mismos lineamientos que la CIA y las otras agencias del gobierno estadounidenses aplicaron con brutal salvajismo en el Chile de Allende. Sería ingenuo pensar que hoy, en la Oficina Oval de la Casa Blanca, Donald Trump convoque a sus asesores para elaborar estrategias políticas distintas a las utilizadas para derrocar y causar la muerte de Allende. El manual de operaciones de la CIA y otras agencias de inteligencia del gobierno de Estados Unidos para hacer frente a las resistencias que se alzan en contra del imperialismo y para derrocar gobiernos dignos, que no se arrodillan ante el mandato de la Casa Blanca, no ha cambiado mucho en los últimos cincuenta años. Esto es verdad, como lo estamos viendo en los casos de Venezuela y Nicaragua. Informaciones incuestionables demuestran la estrecha vinculación entre los liderazgos de la oposición en esos dos países y los más sórdidos representantes de la derecha neofascista en Estados Unidos. Lo de la oposición venezolana es ya harto conocido. Pero datos muy recientes demuestran también la íntima vinculación existente entre los radicalizados opositores de Daniel Ortega y los organismos de inteligencia y fuentes financieras de la derecha en Washington.[4] Que quienes se oponen al sandinismo no tengan empacho alguno en fotografiarse con personajes tan impresentables desde el punto de vista de la democracia como Ted Cruz, Marco Rubio e Ileana Ros-Lehtinen, personeros de la mafia anticastrista de Miami, arroja un baldón insanable sobre los supuestos demócratas nicaragüenses. Si realmente quisieran la democracia en su país, como propalan a los gritos, jamás deberían haber acudido a la madriguera de aquellos terroristas amparados por el Congreso y por sucesivos gobiernos de Estados Unidos. 

 Como lo decía el canto de Violeta Parra, “el león es sanguinario en toda generación.” El imperio no cambia. En su inexorable proceso de decadencia y descomposición se tornará cada vez más violento y criminal. Hoy, a casi medio siglo de la gran jornada que iniciara Chile de la mano de Salvador Allende no olvidemos las lecciones que nos deja su paso por el gobierno y no bajemos la guardia -¡ni por un segundo!- ante tan perverso e  incorregible enemigo, cualesquiera sean sus gestos, retóricas o personajes que lo representen. Y tengamos en cuenta que aquellos que acuden a la Roma americana para buscar apoyo diplomático, cobertura mediática, dinero y armas para derrocar a sus gobiernos jamás podrán dar nacimiento a algo bueno en sus países.



[1] Ver, para más detalle, los siguientes documentos (a)  «Chile 1964: CIA Covert Support in Frei Election Detailed». The National Security Archive, https://nsarchive2.gwu.edu/news/20040925/index.htm; (b) «Foreign Relations of the United States, 1964-1968, Document 269». U.S. Department of State: Office of the Historian. United States Department of State;  (c) «Foreign Relations of the United States, 1964-1968, Document 254». Office of the Historian, Bureau of Public Affairs, United States Department of State, 5 de mayo de 1964.
[3] Una información muy detallada sobre estos proyectos del gobierno norteamericano para desestabilizar y tumbar gobiernos adversarios, no sólo el caso de Chile, se encuentra en US Congress, Senate, Alleged Assassination Plots Involving Foreign Leaders, Interim Report of the Select Committee to Study Government Operations with Respect to Intelligence Activities, 94th Congress, 2nd Session, (Washington, DC: US Government Printing Office, 20 November 1975). Las referencias al dictado de Nixon se encuentran en la página 227 de este volumen. 



segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A INSURREIÇÃO POPULAR HAITIANA E A NOVA FRONTEIRA IMPERIAL

DOSSIÊ DA REVISTA TRICONTINENTAL
(Setembro de 2018)



A INSURREIÇÃO POPULAR
HAITIANA E A NOVA FRONTEIRA IMPERIAL


Em 1980, a revista Tricontinental, publicada pela Organização de Solidariedade com os Povos da Ásia, África e América Latina (OSPAAAL), dedicou sua edição no. 119 ao Haiti. Os editores escreveram: "Muito pouco se sabe sobre a luta do povo haitiano", pois os imperialistas "ergueram um muro de silêncio em torno do Haiti".  "Apesar disso", escreveram os editores, "vozes que denunciam os assassinatos e a injustiça social no Haiti podem ser ouvidas sobre o muro, anunciando a disseminação da luta popular e clamando pela solidariedade mundial com ela".

Esses muros existem hoje. A compreensão genuína do povo raramente é vista de fora dos muros.

Nos dias 6 e 7 de julho, um estado de insurreição geral tomou todo o Haiti, em resposta à tentativa de aumentar o preço dos combustíveis pelo FMI e pelo governo nacional. O aumento de preço foi anunciado durante o popular jogo de futebol da Copa do Mundo entre o Brasil e a Bélgica. O governo esperava evitar o escrutínio público do aumento de preços. Nenhuma sorte para o primeiro-ministro Jack Guy Lafontant. Em poucas horas após o término do jogo, milhares de pessoas foram às ruas. Eles bloquearam as estradas e expressaram sua raiva contra as lojas que vendiam mercadorias inacessíveis para a maioria do povo.

O conflito, atualizou importantes debates de movimentos populares em relação à espontaneidade e organização, insurreições antineoliberais e a construção de sujeitos e alternativas emancipatórias. A dramática situação social haitiana, evidenciada pelos protestos, faz parte da atual fase da globalização neoliberal e das disputas interimperiais em relação a uma área de importância geoestratégica como o Caribe.

O nosso dossiê do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social no. 8 (setembro de 2018) faz um balanço dos eventos que ocorreram neste verão no Haiti e em seu significado de longo prazo. O dossiê é baseado em relatórios da Brigada de Solidariedade Jean Jacques Dessalines do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e do Movimento Popular Patria Grande da Argentina. Somos gratos a eles por seu detalhado relatório prático e a Camille Chalmers, do Plateforme Haïtienne de Plaidoyer pour Développement Alternatif (Papda), bem como à Dra. Yvette Bonny por seu trabalho na crise da saúde no Haiti.

O dossiê completo pode ser acessado aqui.

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Instituto Tricontinental de Pesquisa Social 

domingo, 9 de setembro de 2018

La educación cubana y los nombres artísticos del capitalismo

Por Dayron Roque
La Tizza


El neoliberalismo nos acosa por todas partes; incluyendo las que, hasta hace poco, considerábamos “intangibles” como la educación. Al menos, ese es el sabor que me queda después de leer el texto: “Gestión de la calidad de la colaboración académica internacional para la Universidad de La Habana”, de Marien Lledó Arias, ponencia presentada por su autora en el Congreso de LASA 2018 y reproducida por La Tizza el pasado 12 de julio.

El asunto en cuestión, la “gestión de la calidad de la colaboración académica internacional” puede parecer aséptico, y, a la vez, muy atemperado a los tiempos que corren en Cuba y, en particular, en la educación superior. Incluso, puede parecer que solo tiene que ver con el ámbito de la educación superior y no guarda relación con los múltiples problemas y aristas de las reformas — el llamado proceso de “Actualización del socialismo” — que hoy tienen lugar en nuestro país y que, también, implican a la universidad.

El propio término “colaboración académica internacional”, parece desprovisto de aquel sentido y aquellos contenidos que tenía una cosa que se llamaba “solidaridad”, mediante la cual de algunos países — hoy exsocialistas — vinieron a Cuba muchos profesores; pero, sobre todo, de Cuba fueron muchos maestros y profesores a muchos lugares — eso sí, del tercer mundo — y dieron clases y fundaron escuelas y universidades. Algunos dieron su vida. La mayoría, sino todos, aprendieron más de lo que enseñaron; aquello sí fue en “beneficio mutuo”.

Para empezar, si no fue ese el modelo más exitoso de “colaboración académica internacional”, al menos fue el más bonito; y aunque la belleza, como la poesía, no cuente en el PIB, no deberíamos renunciar a ellas.

Pero sucede que la “Actualización” abrió las puertas a mayores relaciones de mercado — es decir, a mayor presencia de relaciones capitalistas — en un escenario de disputa de sentidos que se agudiza de manera notable ante otros fenómenos concomitantes.

El proceso de reformas en curso es complejo, multidimensional y sistémico. Tiene un componente económico de indudable fuerza; pero destaca por su impacto en otras dimensiones de la realidad nacional, tal y como destaca la Conceptualización del modelo económico y social cubano de desarrollo socialista y las Bases del Plan nacional de desarrollo económico y social hasta 2030 y el, ya en curso, proceso de reforma total de la Constitución.

Descargue aquí el Tabloide con el Proyecto de Constitución de la República de Cuba (+ PDF)


En el contexto creado por la “Actualización”, la educación superior cubana comienza a revelar matices distintos al de las necesidades de una profundización en el socialismo cubano; expresado ello en:
- Reacomodo, hacia la reducción, de la red escolar; en la educación superior se produce bajo el proceso de “integración” de las universidades, que han dejado dos universidades por provincia, una “general”, que incluye carreras técnicas, de ciencias exactas, naturales, de humanidades, pedagógicas, y de cultura física, y otra, la facultad correspondiente de ciencias médicas — .
- Reducción de la matrícula, que no puede ser explicada solo en términos de la transición demográfica que vive el país desde hace cuarenta años.
- Revisión del contenido de la educación bajo la nueva generación de planes de estudio, “E”.
- Reducción de la duración de las carreras universitarias, con tendencia a una extensión estándar de cuatro años — excepto en la carrera de Medicina — . La reducción del tiempo de duración de las carreras universitarias en el discurso público cubano ha tenido explicaciones diversas.[1]
- La inserción de Cuba en los sistemas internacionales de “evaluación” de la educación, en sus distintos niveles, ha hecho que se haya producido una apropiación — difícil de discernir en qué medida crítica — de un lenguaje y conceptos mercantiles, tales como: “calidad”, para referirse a las características del proceso y el producto de la educación; “capital humano”, en alusión al magisterio y profesorado, así como a quienes egresan, de modo particular, de las universidades e institutos tecnológicos; “acreditación”, “excelencia”, “evaluación institucional”, para referirse a procesos de calificación de carreras, programas de postgrados e instituciones universitarias, en correspondencia con el argot internacional en este campo y con el declarado propósito de homologar el estatus de las universidades cubanas con las extranjeras; “publicaciones de impacto”, según el nivel de “visibilidad” que asignan a publicaciones científicas bases de datos y buscadores internacionales; “competencias” profesionales y “profesionales competentes”, para referir la cualificación del magisterio, el profesorado o los egresados de los procesos formativos.
- Los cambios en la relación entre la educación y el mundo del trabajo y el empleo. La relación que, durante el tiempo de la Revolución se había construido entre ambos niveles contenía diversas contradicciones: 1; por un lado, ha habido una “oferta”[2] ―incluso creciente en algunos momentos― de plazas para estudiar especialidades deficitarias y necesarias para el país, como las carreras pedagógicas y los técnicos medios, y por otro lado, una “demanda” nunca satisfecha de las mismas ―en realidad, ni siquiera cabe el término “demanda”, ante carreras y especialidades técnicas que, de manera crónica, no son solicitadas por los estudiantes―; 2; el “desbalance” en la composición de la matrícula que daba preponderancia a las carreras de humanidades, en un contexto donde, de manera clara, no se podría emplear a todos los graduados en su especialidad;[3] 3; la progresiva desaparición de oficios para los cuales el sistema educativo no proveía de reemplazo.
En este contexto tan complejo para la educación superior cubana, ningún concepto que se utilice en el argot universitario es ingenuo o inocente. No surge de la nada, ni llega a la nada cotidiana… es en ese sentido que “gestión de la calidad académica de la colaboración internacional”, merece un análisis, a partir del artículo a que he hecho alusión.

Antes de pensar que términos y conceptos como la internacionalización de la educación y la colaboración académica internacional están desprovistos de consecuencias prácticas que no son contrarias al proyecto social socialista cubano, cabría mirar qué ha sucedido en otros contextos y de dónde han salido tales conceptos que ahora, alegremente, “aterrizan” en nuestras universidades.

Se empieza apuntando a un camino peligroso. Es el resultado de leer algo como esto: “Para lograr una mayor competencia y éxito en el mercado laboral y en el contexto del siglo XXI, las nuevas tendencias de la Educación Superior recomiendan que la educación internacional sea más accesible y universal”.

Está claro que ello tiene que ver con un punto de partida: ¿para qué se necesitan la educación superior, las universidades y, por extensión, la educación en general? Si se necesitan para formar mano de obra, más o menos calificada, para el mercado laboral y su filosofía perversa de la competencia o para formar mejores personas, más felices, más educadas en capacidad de transformar su entorno inmediato y el mundo. Son dos propósitos distintos, difícilmente compatibles entre sí. Si “al mundo nuevo corresponde la universidad nueva” — concepto meridiano de un graduado universitario de dos carreras que nunca vio sus títulos porque no tuvo cómo pagarlos, un tal José Martí Pérez — ; lo primero es preguntarse ¿qué mundo nuevo queremos?, porque no nos da lo mismo cualquier camino, ni cualquier universidad; ni nos resultan factibles todas las (perversas) armas de la educación superior contemporánea.
Ya por ahí pasamos: el Plan Bolonia se propuso eso mismo: adaptar la Universidad a las necesidades del mercado laboral, porque, en definitiva, ¿acaso no se estudia para encontrar trabajo?, pero esa trampa solo ha terminado empobreciendo las universidades y convirtiéndolas en maquilas procesadoras de gentes con titulaciones que sirven de poco, porque el mercado laboral exige, justamente, nuevas “competencias” y nuevos “saberes”, que ya no se enseñan en la universidad. En otros tiempos se podía esperar que un lingüista fuera profesor de lengua, o un licenciado en filosofía, profesor de filosofía, uno en historia, profesor de historia. Pero el deterioro mismo de la escuela primaria y secundaria hace que esto tampoco sea ya una buena idea. La sociedad misma pareciera, con independencia de ciertos eslóganes, que ya no necesita que la gente en general sepa tanta historia o tanta filosofía, de modo que tampoco hacen falta tantos profesores dedicados a ello.

Hoy, el “mercado laboral” — donde habría que lograr más éxito, según el punto de partida del artículo — no necesita licenciados que sepan mucho de una cosa, necesita de estos una buena disposición para adaptarse a lo que sea, como sea, donde sea, con el sueldo que sea. Para el caso cubano, esto es trágico por partida doble: por una parte esta exigencia existe en los empleos público-estatales a donde son asignados los nuevos graduados, con una connotación de sacrificio social — dado que los salarios en ese sector enfrentan las consecuencias de todas las distorsiones conocidas y desconocidas de la economía cubana y su doble moneda, cuádruple o quíntuple tasa de cambio y el largo etcétera — , pero desprovisto de la labor de concientización que lo evidencie — lo que redunda en que los nuevos graduados apenas “logran” pasar el “servicio social” antes de “emigrar” a otro empleo, sino a otro país — ; y por otra parte esta exigencia se manifiesta, cada vez más, en el floreciente sector privado de la economía nacional — sin que ello no implique que también la sufran los que decidan emigrar — . Un “daño colateral” ha sido el desestímulo a los estudios en general y los universitarios en particular.
Si los actuales licenciados no encuentran trabajo que les satisfaga a plenitud — el matemático como matemático; el físico como físico; el lingüista como filólogo; etc. — no es porque la universidad esté mal, sino porque el “mercado laboral”, o el mundo del trabajo, está mal. Si no hay trabajo decente es porque no hay trabajo, no porque los egresados estén “sobrecualificados”.
La internacionalización de la educación superior ha impuesto un “aprendizaje a lo largo de toda la vida”, cuya traducción al español más llano es estar dispuesto a aprender lo que haga falta, para cuando haga falta para estar “cualificado”.
En otras palabras, pensar que la universidad debe estar para satisfacer el mercado laboral es entregar a las fauces del capitalismo, para su sacrificio, una de las armas que deberían servir para combatirlo.
Lo que más se resiente el artículo es la ausencia — aparente — de un punto de partida filosófico que sustente la propuesta en sí y la terminología que utiliza. Por ejemplo, la afirmación de que “debido a la globalización, las IES, actúan cada vez más en un ambiente crecientemente competitivo. Ejemplo de ello son los rankings por sus dimisiones o indicadores de actuación”, es muy grave.
Globalización es el nombre artístico del capitalismo en su fase trasnacional: el imperialismo; dejar ese concepto así, sin más análisis de su significado real desconoce que la globalización no ha significado lo mismo para todos los países y todas las personas — por ejemplo, mientras la globalización rompe las fronteras en las cuales se mueven los productos, la misma globalización plantea, de forma selectiva las rutas de la movilidad humana y los filtros para la misma; en la “aldea global” no son edificios a los que se pueda acceder con similar facilidad Harvard que la Universidad de La Habana — .

Los ránquines de las IES (Instituciones de Educación Superior) son el equivalente, en materia de educación superior, de las listas de calificación de riesgo del crédito de los países: expresan una ponderación de la presunta calidad de una institución a partir de indicadores manipulables y no homologables en todos los casos — por ejemplo, los conocidos índices de publicaciones en revistas de “alto impacto” con revisiones a “doble ciego” han demostrado su falencia y su fácil manipulación hasta el ridículo; sin contar el desbalance entre ciencias naturales, exactas y humanísticas en las publicaciones — . Tales escalafones privilegian cierto “centro académico”, al cual intentan llegar las periferias académicas, de la misma manera en que los países subdesarrollados intentan llegar al desarrollo… y no lo consiguen.
Reconocer que las universidades actúan en un ambiente competitivo, puede tener diversas interpretaciones, pero una que resulta muy perjudicial es la de pensar que lo que debemos hacer es “ser más competitivos”, pues es tratar de competir — ¡nunca mejor dicho! — en un terreno que no está diseñado para que superemos ese reto.
En los indicadores de la “internacionalización para la gestión de la colaboración académica internacional”; cabe destacar, más allá de lo obvio — “movilidad académica y estudiantil”, “presencia de estudiantes extranjeros”, el “dominio de otros idiomas” — la “doble titulación”. El tema no es perverso por sí mismo, lo que resulta inquietante es su descripción como un sistema “altamente demandado [que] permite, en la mayoría de las veces, asumir el reto de otro idioma, especialmente del inglés, […] [y] la obtención de dos títulos académicos en un menor tiempo. […]. Las dobles titulaciones se realizan de la misma rama de conocimiento y pueden existir varios tipos de combinación”. Esta idea rompe con las largas licenciaturas y así cada estudiante podría formarse un currículo que le permita diseñar su propio perfil laboral; de esta manera, por ejemplo, un estudiante puede decidir hacer una licenciatura de Economía y luego un posgrado de Periodismo para especializarse como analista económico en algún periódico. Puede parecer exagerada la afirmación, pero un estudiante que curse una licenciatura de Economía, un máster de Periodismo y un cursito de Power Point y Excel no sabrá ni economía, ni periodismo, ni de informática.
El asunto parecería pedestre si no fuera porque detrás de tanta “individualización” y “flexibilización” lo que se esconde son las exigencias del neoliberalismo — y aquí sí parece que es una “mano oculta” — al cual le conviene, de manera extraordinaria, una individualización de los empleos y los salarios. Su objetivo es hacerse con un inmenso ejército de graduados flexibles y dóciles, obligados a negociar individualmente sus salarios y sus condiciones laborales. El Código de Trabajo, de 2014, apenas introdujo algunas salvaguardas frente a esto.
Otro indicador que da “miedo” mirar es el de la “internacionalización de los planes de estudio”, cuyo corolario es la homologación de títulos — justamente así se inició Bolonia — y que terminó en fracaso.

Sobre la “movilidad del estudiantado”, cabe también apuntar otras cosas: lo que parecía muy bueno, terminó convirtiéndose en una pesadilla, porque necesitaba de financiamiento para mantener las becas Erasmus, las cuales, al día de hoy, están en vía de extinción. Si a ello le sumamos un sistema de migraciones particularmente injusto — y para el caso cubano, muy manipulado y aun preso de no pocas contradicciones — , estamos hablando de algo que sencillamente no funcionó — excepto para las élites que sí han podido darse esos lujos — .
El modelo de solidaridad de Cuba con los países del Tercer Mundo — que ha ofrecido y aun, aunque mucho menos, ofrece becas y formación a decenas de miles de estudiantes — , resultó más efectivo en materia de movilidad que esas otras propuestas — aunque, en rigor, habría que reconocer que hoy sería necesario un escenario simétrico para estudiantes cubanos, lo cual, por desgracia, tras el derrumbe del “socialismo real” ya no fue posible más nunca — . No fue la gestión de la colaboración académica internacional lo que propició eso, fue la voluntad política de compartir, en condiciones de igualdad con países hermanos.
En relación con la “utilización de Tecnologías de la Información y las Comunicaciones”, da para hacer otra novela. La promesa del uso de las TIC ha sido, precisamente, la de cambiar el modelo de enseñanza; pero para ello hace falta algo más que tecnologías en las aulas. Es necesaria la utilización de las TIC como un recurso más dentro del proceso pedagógico, pero no creerse que ellas, por sí mismas, producen milagros. No hace falta un teleprofesor internacional, o un mando a distancia para operar presentaciones electrónicas presentes en repositorios internacionales. Parecerá exagerado, pero cosas parecidas se propusieron en Europa con el cuento del aumento de las TIC para crear el Espacio Europeo de Educación Superior (EEES).

Si miramos al entorno mundial donde ya ha habido “internacionalización” de la educación superior y del currículo — y aquí Europa y su Plan Bolonia y su “Espacio Europeo de Educación Superior”, son el referente, al menos así le escuchamos decir al ministro cubano del ramo, nada más y nada menos que en la correspondiente comisión parlamentaria, hace tan poco como el 3 de junio de 2018— , tendremos algunas consecuencias que valdría la pena tener en cuenta antes de lanzarnos a aplaudir tales cosas:
- Redujo el tiempo de duración de las carreras universitarias, se suprimió el quinto año de las licenciaturas, y de ahí vino el aluvión de “másteres”, para “completar” la calificación.
- Sustituyó el título de doctor por otra cosa con el mismo nombre: por ejemplo, en España, en 2015, se aprobaron normativas, bajo las cuales, una facultad podría autorizar el título de Doctorado (el PhD) con la presentación de cuatro artículos “académicos”.
- Redujo la cantidad de estudiantes que ingresaban — y en consecuencia — se graduaban de las universidades.
- Reacomodó, “flexibilizó”, y eliminó carreras, departamentos y facultades enteras.
- Eliminó los precios públicos de las universidades, haciéndolas más inaccesibles para las capas más pobres.
La lista puede seguir, pero no es necesario. Creo, en cualquier caso, que hay que observar con precaución no solo los conceptos, sino las prácticas que como esta de la “gestión de la calidad de la colaboración académica internacional” se nos proponen como un camino — ¡ay, de peligrosas sillas! — para alcanzar “una mayor visibilidad y excelencia a través de los intercambios académicos; celebración de conferencias y talleres; difusión de resultados científicos a través de publicaciones y eventos; capacitación de profesionales; intercambio de información y asesoramiento mutuo; y participación de profesores visitantes”.
La universidad cubana tiene una misión social que no es compatible ni con los conceptos ni con las prácticas del capitalismo. Su impacto social no puede medirse como “optimización de cada proceso universitario”, ni por el número de publicaciones “científicas” o eventos. La probidad y “pertinencia” de sus profesionales no guarda relación numérica con el relleno de una especie de tarjeta magnética donde se vayan acumulando licenciaturas, másteres, doctorados, cursitos de Power Point o de “aprender a aprender”. El intercambio de información y el asesoramiento mutuo es útil y necesario, pero sin deslumbramientos y, sobre todo, sin perder de vista que la “universidad europea ha de ceder a la universidad americana”, como quería José Martí.
La pretensión de que la colaboración académica redunde en un “mayor aporte económico de recursos materiales y financieros” puede parecer muy atractiva, pero es una promesa que solo puede cumplirse sobre la base de hipotecar determinados principios, como el de la solidaridad — si de lo que se trata es de compartir las experiencias con otras universidades — , o el del propio carácter público de la educación.

La idea de alcanzar “mayor acceso a bibliografía” a partir de los mecanismos actuales del mercado académico mundial, debería moverse a la picota pública, en un país que hizo con las Ediciones “R” la base material de estudio necesaria para las primeras generaciones de graduados universitarios tras el triunfo de 1959.

La lectura crítica del artículo de marras y estas imperfectas y apuradas líneas persiguen el propósito de tocar el botón de muestra de lo que sucede cuando le abrimos la puerta a conceptos y prácticas que se contradicen con la pretensión de alcanzar, más que un socialismo próspero y sostenible, uno donde la universidad, cual toda escuela, sea una fragua de espíritus.

Posdata

Cuando terminaba este texto, apareció en el periódico Granma una síntesis de las propuestas para la Constitución. Me llamó la atención que se le ponga un límite a la gratuidad de la educación hasta el nivel de pregrado. Tal acotación es sumamente peligrosa. Ese es un camino que no debemos, ni por asomo, pensar en recorrer; lleva al infierno. Con el modelo que se ha propuesto de formación profesional en Cuba en el que se han acortado los tiempos del pregrado y se impone la necesidad de hacer másteres, especializaciones y doctorados (PhD); abrir las peligrosas puertas de algún tipo o nivel de privatización limitaría el acceso a esas titulaciones. En los lugares donde se impuso un modelo parecido (por ejemplo, en Europa, Bolonia propuso el modelo “3+2”; tres años de licenciatura o grado, a precios púbicos — gratuitos en nuestro caso — más dos años de maestrías — a precio de mercado, que, en el tiempo, es lo que sucedería si se deja abierta esa posibilidad de no gratuidad — ; terminó en la elevación de los precios de la licenciatura — los públicos — y la multiplicación exorbitante de los másteres. En España, los estudiantes lucharon por un “4+1”, pero no han podido impedir la descomunal subida de precio de los másteres) el resultado ha sido desastroso y ha invertido la lógica de que las futuras generaciones lleguen a la universidad.
No nos engañemos: abrir las puertas del mercado en algo tan delicado como esto no tiene ninguna garantía de hacer más rentable o costeable los servicios educativos, ni siquiera de que se eleve su “calidad” — y para esto no hay que ir a Europa, piénsese en lo que ha sucedido por ejemplo con el pago, simbólico es cierto, pero pago al fin, del seminternado en la escuela primaria — ; y sí solo de elitizar el acceso a la educación postgraduada, en un escenario donde las diferencias sociales se han acentuado. Si de verdad queremos hacer nuestra propia versión de “educación a lo largo de toda la vida”, debemos mantener invariable, el principio de gratuidad. En eso, como en otras más cosas, no podemos permitirnos retrocesos.

Notas:

[1] Ver, por ejemplo, lo que dijo el entonces ministro de Educación Superior: “La decisión también tendrá un beneficio económico, tanto desde el punto de vista institucional como familiar, e implicará una respuesta más rápida a las necesidades actuales de la sociedad”; en http://mesaredonda.cubadebate.cu/noticias/2015/04/29/analizan-en-cuba-reducir-tiempo-de-carreras-universitarias-a-cuatro-anos/;
[2] Entrecomillo “oferta” y “demanda” para mostrar mi desacuerdo con la utilización de términos de carácter mercantil asociados al fenómeno educativo. Igual consideración merecen, desde mi perspectiva, otros conceptos utilizados en este ámbito tales como: “mano de obra calificada”, “capital humano”, “competencias”, “mercado laboral”, entre otros…
[3] Este asunto no hay que entenderlo como negativo en sí mismo, como sugiere la crítica liberal. Es resultado, entre otros factores, de una visión impulsada por la dirección del país en la persona de Fidel Castro, que imaginaba posible ―incluso necesario y bello― que un trabajador de cualquier especialidad se convirtiera en graduado universitario con independencia de que pudiera ejercer la profesión estudiada. La tesis sostenida era que mayores conocimientos y habilidades, como los aportados por estudios universitarios, nunca estarían de más en el desempeño laboral y, sobre todo, en el bienestar emocional de las personas. Estamos hablando de una visión de la educación no utilitarista, sino que la ponía al servicio del mejoramiento humano ―la “dignidad plena del hombre” martiana―. Con toda probabilidad, la mejor síntesis de esta idea es la concepción del “programa televisivo” Universidad para Todos, en el invierno del año 2000, existente hasta el día de hoy. Granma, el 6 de octubre de 2000, en su inicio, editorializaba que “la sed insaciable de saber que lleva consigo cada ser humano, encontrará en nuestra sociedad satisfacción concreta y creciente” y ello, como conclusión de toda una larga explicación de cómo diseñar la “parrilla” televisiva de manera que llegara al mayor número posible de personas. La lectura neoliberal del tema es que se trataría de una “enfermedad de los títulos”; es decir, la “oferta educativa” se habría incrementado más rápidamente que las oportunidades laborales y ello habría devenido en una “inflación de las credenciales”; cuya solución pasaría por la reducción del acceso a la titulación. Hay una premisa objetiva para preguntas alrededor de este tema y es que el “umbral” educativo de los profesionales ha crecido, de manera notable, en las dos últimas décadas en Cuba ―por ejemplo, en las universidades es ya una regla no escrita que solo ingresen, como nuevos profesores, personas con titulación de Máster en adelante―. Una lectura crítica llevaría a preguntarse si la educación no estaría reproduciendo una estructura elitista de sociedad que asigna personas a los puestos mejor calificados y reproduce roles laborales desiguales ―lo cual no resultaría del todo absurdo si se revisa y compara, por ejemplo, la composición racial, territorial y de género de las carreras pedagógicas con las carreras técnicas―; en qué medida la educación pública ―que en el caso cubano, es todo el sistema educacional― no estaría participando de un enorme subsidio para el ―creciente― sector privado de la economía nacional. La pregunta última que habría que considerar es si la educación está planteada, diseñada para formar “mano de obra calificada” o personas felices y educadas para ―de una manera distinta, no solo opuesta a la del capitalismo― concebir la producción, organizar la distribución y ser parte del consumo material y espiritual que no comprometa la dignidad del ser humano y la salud de la naturaleza.

FUENTE

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Para baixar: Coleção Cadernos do Povo Brasileiro

Coleção Cadernos do Povo Brasileiro traz livros temáticos sobre temas nacionais, publicados de 1962 a 1964 



O site marxismo21 disponibiliza no formato digital a Coleção Cadernos do Povo Brasileiro, dirigida por Ênio Silveira e Álvaro Vieira Pinto e publicada de 1962 a 1964 a partir de uma parceria entre a Civilização Brasileira, o ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) e o Centro Popular de Cultura da UNE (União Nacional dos Estudantes). O único volume que não foi encontrado para digitalização, foi o escrito por Maria Augusta Tibiriçá Miranda, intitulado: Vamos nacionalizar a indústria farmacêutica? Segue abaixo a referência completa de todos os números publicados e o link para baixar a coleção no formato digital:




Para entender a história e papel desempenhado pela Coleção Cadernos do Povo Brasileiro na politica nacional do início dos anos 1960, recomendamos a tese de Angélica Lovatto, que integra a editoria de marxismo21:



1. Francisco Julião (1962). Que são as Ligas Camponesas?
2. Nelson Werneck Sodré (1962). Quem é o povo no Brasil?
3. Osny Duarte Pereira (1962). Quem faz as leis no Brasil?
4. Álvaro Vieira Pinto (1962). Por que os ricos não fazem greve?
5. Wanderley Guilherme (1962). Quem dará o golpe no Brasil?
6. Theotônio Júnior (1962). Quais são os inimigos do povo?
7. Bolívar Costa (1962). Quem pode fazer a revolução no Brasil?
8. Nestor de Holanda (1963). Como seria o Brasil socialista?
9. Franklin de Oliveira (1963). Que é a revolução brasileira?
10. Paulo R. Schilling (1963). O que é reforma agrária?
11. Maria Augusta Tibiriçá Miranda (1963). Vamos nacionalizar a indústria farmacêutica?
12. Sylvio Monteiro (1963). Como atua o imperialismo ianque?
13. Jorge Miglioli (1963). Como são feitas as greves no Brasil?
14. Helga Hoffmann (1963). Como planejar nosso desenvolvimento?
15. Padre Aloísio Guerra (1963). A Igreja está com o povo?
16. Aguinaldo Nepomuceno Marques (1963). De que morre o nosso povo?
17. Edouard Bailby (1963). Que é o imperialismo?
18. Sérgio Guerra Duarte (1963). Por que existem analfabetos no Brasil?
19. João Pinheiro (1963). Salário é causa de inflação?
20. Plínio de Abreu Ramos (1963). Como agem os grupos de pressão?
21. Vamireh Chacon (1963). Qual a política externa conveniente ao Brasil?
22. Virgínio Santa Rosa (1963) Que foi o tenentismo?
23. Osny Duarte Pereira (1964). Que é a Constituição?
24. Barbosa Lima Sobrinho (1963). Desde quando somos nacionalistas?

Títulos extras:

Franklin de Oliveira (1962). Revolução e contra-revolução no Brasil
Vários autores (1962). Violão de rua – poemas para a liberdade. Volume I
Vários autores (1962). Violão de rua – poemas para a liberdade. Volume II
Vários autores (1963). Violão de rua – poemas para a liberdade. Volume III